segunda-feira, 25 de abril de 2016

Pré-História do Impeachment

Prosas Judiciais

(REVISTAS) - FAZENDO HISTÓRIA
16/04/2016 20:01:00 ::::::::: REVISTAS ::::::::: VEJA Autor: THIAGO BRONZATTO

Vladimir Freitas, o novo presidente da Iaca, diz que Sergio Moro é um dos mais bem preparados magistrados brasileiros e que suas decisões são pautadas por uma interpretação moderna das leis

O DESEMBARGADOR federal aposentado Vladimir Freitas é o primeiro latino-americano eleito presidente da laca, entidade dedicada ao aperfeiçoamento dos tribunais presente em 24 países. Ex-presidente do Tribunal Regional Federal da 4a Região, é um dos principais incentivadores da inovação do sistema judiciário brasileiro, criador da primeira vara federal voltada para casos que envolvem o meio ambiente e precursor da digitalização dos processos no Brasil. Para ele, a especialização dos magistrados, o fim do foro privilegiado e a redução do festival de recursos são instrumentos fundamentais para abreviar a morosidade dos processos, acabar com a impunidade e devolver ao cidadão a sensação de justiça — sensação que, segundo ele, vem sendo experimentada com orgulho pelos brasileiros nos últimos dois anos diante do sucesso da Operação Lava-Jato. Em entrevista a VEJA, o desembargador defendeu o juiz Sergio Moro, seu colega há vinte anos. Disse que decisões polêmicas, como a divulgação da conversa telefônica do ex-presidente Lula com a presidente Dilma, surpreenderam, mas nada mais são do que o produto de uma interpretação moderna da lei.

A Lava-Jato é um marco na história da Justiça brasileira?
Sem dúvida. Além de sua enorme proporção diante de uma fantástica cadeia de corrupção, a Lava-Jato se tornou um caso único, que no futuro será objeto de filmes e livros, porque tem uma efetividade que nunca se viu na história do país. Foi desmantelada uma quadrilha gigantesca instalada no coração do poder, que se alimentava dos cofres públicos, vilipendiando a democracia. Empresários poderosos estão presos. Políticos importantes estão presos. O comando da organização, ao que parece, está na iminência de também ser desmascarado. O comportamento do juiz Sergio Moro nesse caso é um paradigma.

Por quê?
Conheço o juiz Moro desde que ele ingressou na magistratura. Eu estava no tribunal quando ele começou a carreira como juiz, em 1996. Desde o seu primeiro dia, Moro se mostrou um juiz interessado. Em 1998, houve um concurso da Associação dos Juízes Federais do Brasil que selecionou duas pessoas para fazer um curso de questões constitucionais em Harvard, nos Estados Unidos. Moro foi um dos ganhadores, e estudou fora do Brasil quando isso não era muito comum em nosso meio. Ele se debruça sobre a matéria de lavagem de dinheiro desde longa data e mantém contato com especialistas no tema nos Estados Unidos e na Itália. Além disso, Moro tem uma força física e psicológica incomum. As pessoas não reparam nisso. No entanto, para tocar um processo desse tipo, é preciso ter não só força física, mas psicológica também. Ele não tem uma vida normal. Precisa andar com guarda-costas. Ainda assim, mantém-se sereno, animado e sem nenhuma arrogância. Não foi picado pela mosca azul. Isso faz diferença.

O juiz Sergio Moro foi muito criticado pela divulgação das interceptações telefônicas do ex-presidente Lula e da presidente Dilma. Ele errou?
Quando tomei conhecimento da divulgação, fiquei surpreso e assustado. Fui estudar o tema, fui atrás da decisão do Moro e falei com alguns colegas. A lei das interceptações telefônicas, de fato, proíbe a divulgação dos áudios. Mas a Constituição permite o acesso à informação a todo brasileiro e ainda diz que o julgamento do Judiciário deve ser público. Moro interpretou a Constituição acima da lei. Essa é uma linha seguida por todos os doutrinadores modernos, que dizem que o juiz deve levar em conta a Constituição para julgar as questões de propriedade e do meio ambiente. O que Moro fez? Ele seguiu essa linha na área criminal. Nada mais que isso. A decisão dele é fundamentada. Não pode ser atacada, não é um abuso. Moro tornou públicos os áudios com base na Constituição, no interesse nacional de saber o que se passa nas esferas do poder. Ele passou um ano no Supremo Tribunal Federal, assessorando a ministra Rosa Weber. Isso lhe deu uma visão de Brasil, dos grandes casos, de como o STF se comporta, como lê a Constituição. Por isso, a decisão dele é bem fundamentada.

O senhor concorda com o foro privilegiado para políticos?
Sempre fui contra. Tem de acabar. Acho que a questão do foro privilegiado deveria ser como nos Estados Unidos, onde ninguém o tem. Na nossa Suprema Corte, há centenas de ações que envolvem deputados federais. Nem todas são por crimes funcionais. O problema do foro privilegiado é tão grave quanto a morosidade. Basta ver quantas ações penais de foro privilegiado chegaram ao fim no Supremo. Foram pouquíssimas com decisão de mérito. Os julgamentos nos tribunais superiores, normalmente, são feitos por pessoas que não têm experiência na colheita das provas e estão envolvidas em outro tipo de atividade, julgando recursos, sem exame de prova. A ineficiência é enorme. O mensalão foi uma exceção, porque havia o ministro Joaquim Barbosa, que tomou o caso como questão de vida e se empenhou realmente nos julgamentos, conseguindo um resultado efetivo. Mas, em geral, os resultados são ruins. Sabendo disso, alguns políticos apostam na impunidade, tentam obter o foro mesmo sob acusações constrangedoras.

O senhor está se referindo ao ex-presidente Lula?
O ex-presidente Lula se sente perseguido, assim como grandes empresários e políticos que estão na mira daLava-Jato. Ninguém gosta de prestar contas. Faz parte.

O STF acertou em determinar a prisão a partir da condenação em segunda instância?
Foi uma decisão acertada. Em nenhum país é como no Brasil, onde é necessário passar pela última corte para, em caso de condenação, poder executar-se a pena. Isso estava fazendo com que os casos levassem quinze, dezoito anos para chegar ao fim. Porque os réus vão interpondo recursos de forma interminável, o que gera insegurança para a sociedade, uma descrença total na Justiça. À medida que o Judiciário der início à execução da pena em segundo grau, o sujeito vai ver que a Justiça está começando a ser efetiva. Funciona a favor do cidadão e contra os criminosos.

Quais são os principais entraves para uma Justiça mais efetiva?
Além da questão do foro privilegiado, a criação de um sistema de quatro instâncias, com primeira e segunda, Superior e Supremo, é uma grande jabuticaba. Em nenhum lugar no mundo que conheço existe um sistema semelhante ao brasileiro. É óbvio que o nosso sistema, tal como é constituído, faz com que as causas sejam infindáveis. O sistema não pode funcionar assim. Gasta-se dinheiro público demais. Nós já temos um dos Judiciários mais caros e mais letárgicos do mundo, o que nos torna ineficientes. Normalmente, todos os países têm duas instâncias e um recurso excepcional para um tribunal superior, que, em alguns casos, é a Suprema Corte ou um Supremo Tribunal de Justiça. Nenhum tem quatro degraus. Na prática, o nosso sistema faz com que uma simples cobrança de uma dívida de condomínio demore quinze anos.

Diminuir o número de recursos não reduz o direito de defesa?
Depois do regime militar, achávamos que tudo era abuso de poder. Mas caímos no excesso oposto, o que é um erro. Nos EUA, a Justiça é ágil por uma razão importante: à Suprema Corte só chegam, em média, 100 processos por ano. Lá, os ministros julgam apenas o que de fato é importante para o país. A maioria dos casos é resolvida em primeira instância. A segunda só reforma 10% das decisões. Já aqui o STF recebe milhares de casos ao ano. Há um excesso de recursos. Temos recursos para tudo, sempre na ilusão de que quem julgar depois vai julgar melhor. E vamos, assim, criando recursos até chegar ao STF.

O problema é apenas o excesso de recursos?
Há problemas também de gestão. Acho interessante a criação de concursos no Judiciário para administrador público e especialistas em gestão pública. Essas pessoas imprimem um ritmo maior, mais célere, menos formal, que é aquilo de que o Judiciário necessita. Em 2005, quando eu era presidente do Tribunal Regional Federal da 4- Região, convidei cerca de trinta funcionários que trabalhavam comigo para fazer rafting (modalidade de canoagem praticada com botes infláveis). Foi uma experiência coletiva incrível. Todos se ajudaram. Depois disso, houve uma harmonia muito maior entre os colegas de trabalho no dia a dia. Ações de gestão como essa podem contribuir para tornar as pessoas mais produtivas. Além disso, a tecnologia pode melhorar muito a produtividade do Judiciário.

A Justiça brasileira ainda é pouco informatizada?
Com a digitalização dos processos, os julgamentos fluem mais rapidamente. O advogado protocola o documento eletronicamente e, em questão de segundos, já está com o juiz. A Justiça Federal da A- Região, por exemplo, foi pioneira nisso. Resolvemos começar a digitalizar os processos há quase doze anos. Eu era presidente do tribunal, e um advogado idoso de Porto Alegre entrou com um mandado de segurança, alegando que não conseguia utilizar o sistema eletrônico, porque só sabia usar a máquina de escrever. Ele perdeu a causa numa decisão histórica. Dali em diante, tornou-se um caminho sem volta. A Justiça deve passar por um processo de robotização e minimizar o uso de papel.

A falta de especialização de algumas varas emperra o Judiciário?
Nenhum estado do Brasil tem especialização em crimes de corrupção. Um juiz que julga furtos, roubos e estelionatos e, de repente, recebe um caso que envolve corrupção tem muita dificuldade para lidar com a situação, porque é um direito que abrange tratados internacionais. As varas de lavagem de dinheiro são um exemplo de sucesso da especialização. Essas varas foram criadas há doze anos. Mas não é só nos crimes financeiros que precisamos de especialização. Não temos varas administrativas, que julgam casos de servidores públicos, e há pouquíssimas varas especializadas em direito ambiental no Brasil.

O senhor participou da criação das varas de meio ambiente. Em Minas Gerais, onde ocorreu recentemente o maior desastre ambiental da história do Brasil, não há uma vara federal especializada no tema. Qual o impacto disso para a sociedade?
De fato, não há no Estado de Minas Gerais uma vara especializada em meio ambiente. Isso faz uma enorme diferença, porque o caso é complexo, gravíssimo, e os resultados não têm sido animadores. Se tivéssemos uma vara ambiental, haveria uma efetividade muito maior na punição do caso. Hoje, o processo tramita tanto em Minas Gerais como no Espírito Santo, dois estados que foram vítimas da tragédia. Nos EUA, quando houve o vazamento de petróleo no Golfo do México, unificaram-se todas as ações em Nova Orleans. Naquela ocasião, foram designados um juiz titular, uma juíza substituta auxiliar e uma equipe dedicada a cuidar do tema. Está na hora de mudar, porque questões que envolvem o meio ambiente são fundamentais para o futuro da humanidade.

Esta notícia está disponível no endereço: 


PROSAS CULTURAIS

POR TOM FARIAS*
16/04/2016 6:40


Martinho da Vila, o escritor – Arquivo

RIO - Em um de seus livros, Martinho da Vila disse que começou a escrever quando compôs um samba-enredo sobre Machado de Assis para a escola Aprendizes da Boca do Mato, no Carnaval de 1959. “Acredito piamente que o enredo sobre Machado de Assis foi o responsável por eu me interessar pela literatura. Até ali não me lembro de ter lido livro algum, nenhum mesmo, pelo prazer de ler”, afirmou.

  


16/04/2016 09:30



Gal Costa - Divino Maravilhoso



Frejat - Divino Maravilhoso (ao vivo) (audio)

Roberto Frejat se apresenta em lançamento de casa de show | Marcos Ramos

"É preciso estar atento e forte”, avisou Frejat ao cantar “Divino maravilhoso”, de Caetano Veloso, logo na abertura do show que fez anteontem, na inauguração do Complexo FM Hall. O lugar é um misto de estúdios, lounge para pequenas apresentações e espaço para eventos, dentro do Bossa Nova Mall, anexo ao aeroporto Santos Dumont.

A escolha não foi em vão. O cantor contou que a crise que assola o Brasil não poupou o meio musical. “Desde o final de 2014, o país está com o freio de mão puxado, e toda a área de música tem percebido isso claramente”, dizia. “Sentimos o reflexo dentro do nosso mercado até mais do que em outros, porque o entretenimento é a primeira coisa que as pessoas cortam quando precisam economizar. O número de shows diminuiu pelo menos 50%“, disse ele.




NETFLIX
Empresa de streaming confirmou produção que foca investigações de corrupção no Brasil


Diretor de “Tropa de Elite” assume desafio de traduzir momento político

PUBLICADO EM 16/04/16 - 03h00
Depois de tantas piadas sobre as semelhanças da realidade política brasileira com a série “House of Cards”, é hora de inverter os papéis. O serviço de streaming de vídeos Netflix anunciou ontem que produzirá uma nova série baseada na operação Lava Jato e que deve ser lançada em 2017.

Ainda sem título, a produção será feita no Brasil com criação e direção de José Padilha, que tem no currículo filmes como “Tropa de Elite” e a série “Narcos”, e será escrita por Elena Soares, de “Xingu” e “Casa de Areia”. As gravações devem começar ainda este ano.

Conduzida pelo juiz federal Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal de Curitiba, a Lava Jato é a maior investigação já realizada no Brasil contra a corrupção. Ela foi iniciada em 2009, época em que mirava em quatro doleiros. No curso de uma investigação corriqueira, no entanto, a força tarefa da Polícia Federal e da Procuradoria da República bateu de frente com o esquema de cartel de empreiteiras que se instalaram na Petrobras entre 2004 e 2014. Em troca do monopólio de contratos bilionários da estatal petrolífera as gigantes da construção distribuíam propinas a dirigentes da Petrobras e políticos – entre deputados, senadores e governadores.


Em comunicado à imprensa, o vice-presidente de conteúdo internacional da Netflix, Erik Barmack, exaltou o talento do diretor brasileiro em desenvolver narrativas atraentes para o público. “E ele está bem posicionado para documentar esse momento importante da história brasileira”, disse o executivo do serviço de vídeo.

O diretor brasileiro explicou no comunicado à imprensa que a série vai retratar os investigadores brasileiros que descobriram o esquema de corrupção e disse que a história será retratada de maneira imparcial.




PROSAS ECONÔMICAS





Prosas Estatísticas


Indicador / Período
Dez - Jan - Fev
de 2016
Set - Out - Nov
de 2015
Dez - jan - Fev
de 2015
Taxa de desocupação
10,2%
9,0%
7,4%
Rendimento real habitual
R$ 1.934
R$$ 1.954
R$ 2.012
Valor do rendimento em relação a:
-1,0%
-3,9%
A taxa de desocupação no trimestre móvel encerrado em fevereiro de 2016 foi estimada em 10,2% para o Brasil, ficando acima da taxa do trimestre móvel encerrado em novembro de 2015 (9,0%) e superando, também, a do mesmo trimestre do ano anterior (7,4%).
A população desocupada (10,4 milhões de pessoas) cresceu 13,8% (mais 1,3 milhão pessoas) em relação ao trimestre de setembro a novembro de 2015 e subiu 40,1% (mais 3,0 milhões de pessoas) no confronto com igual trimestre de 2015.
Já a população ocupada (91,1 milhões de pessoas) apresentou redução de 1,1%, quando comparada com o trimestre de setembro a novembro de 2015 (menos 1,0 milhão de pessoas). Em comparação com igual trimestre de 2015, foi registrada queda de 1,3% (menos 1,2 milhão de pessoas).
O número de empregados com carteira assinada no setor privado apresentou queda de 1,5% frente ao trimestre de setembro a novembro de 2015 (menos 527 mil pessoas). Na comparação com igual trimestre do ano anterior, a redução foi de 3,8% (menos 1,4 milhão de pessoas).
O rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos (R$ 1.934) ficou estável frente ao trimestre de setembro a novembro de 2015 (R$ 1.954) e caiu 3,9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado (R$ 2.012).
A massa de rendimento real habitualmente recebida pelas pessoas ocupadas em todos os trabalhos (R$ 171,3 bilhões) registrou redução de 2,0% em relação ao trimestre de setembro a novembro de 2015, e redução de 4,7% frente ao mesmo trimestre do ano anterior. A publicação completa da PNAD Contínua Mensal pode ser acessada aqui.
Os indicadores da PNAD Contínua são calculados para trimestres móveis, utilizando-se as informações dos últimos três meses consecutivos da pesquisa. A taxa do trimestre móvel terminado em fevereiro de 2016 foi calculada a partir das informações coletadas em dezembro/2015, janeiro/2016 e fevereiro/2016. Nas informações utilizadas para o cálculo dos indicadores para os trimestres móveis encerrados em fevereiro e janeiro, por exemplo, existe um percentual de repetição de dados em torno de 66%. Essa repetição só deixa de existir após um intervalo de dois trimestres móveis. Mais informações sobre a metodologia da pesquisa estão disponíveis aqui.
Taxa de desocupação para os trimestres móveis ao longo dos anos
Trimestre móvel
2012
2013
2014
2015
2016
nov-dez-jan
...
7,2
6,4
6,8
9,5
dez-jan-fev
...
7,7
6,8
7,4
10,2
jan-fev-mar
7,9
8,0
7,2
7,9
fev-mar-abr
7,8
7,8
7,1
8,0
mar-abr-mai
7,6
7,6
7,0
8,1
abr-mai-jun
7,5
7,4
6,8
8,3
mai-jun-jul
7,4
7,3
6,9
8,6
jun-jul-ago
7,3
7,1
6,9
8,7
jul-ago-set
7,1
6,9
6,8
8,9
10°
ago-set-out
6,9
6,7
6,6
9,0
11°
set-out-nov
6,8
6,5
6,5
9,0
12°
out-nov-dez
6,9
6,2
6,5
9,0
No trimestre de dezembro de 2015 a fevereiro de 2016, havia cerca de 10,4 milhões de pessoas desocupadasno Brasil. Esta estimativa no trimestre de setembro a novembro de 2015 correspondia a 9,1 milhões, representando um acréscimo de 13,8% (1,3 milhão de pessoas). No confronto com igual trimestre do ano passado, esta estimativa subiu 40,1% (3,0 milhões de pessoas).
Pessoas de 14 anos ou mais de idade, desocupadas na semana de referência - Brasil (em mil pessoas)

O número de pessoas ocupadas foi estimado em 91,1 milhões, apresentando redução de 1,1%, quando comparada com o trimestre de setembro a novembro de 2015 (-1,0 milhão de pessoas). Em comparação com igual trimestre do ano passado foi registrada queda de 1,3% (-1,2 milhão de pessoas).
Pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência - Brasil (em mil pessoas)

Por posição na ocupação, o contingente de empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada apresentou queda de 1,5% frente ao trimestre de setembro a novembro de 2015 (-527 mil pessoas). Na comparação com igual trimestre do ano passado, a redução foi de 3,8% (-1,4 milhão de pessoas).
A categoria dos empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada apresentou redução de 3,8% (-382 mil pessoas) em relação ao trimestre de setembro a novembro de 2015 e retração de 4,8% (-493 mil pessoas) quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior.
A participação de empregadores apresentou redução de 5,8% (-233 mil pessoas) em relação ao trimestre de setembro a novembro de 2015 e, em relação ao mesmo trimestre de 2015, caiu 5,4% (-215 mil pessoas). Já a categoria dos trabalhadores por conta própria registrou aumento de 3,0% (676 mil pessoas) em relação ao trimestre de setembro a novembro de 2015 e, na comparação com o mesmo trimestre de 2015, constatou-se um aumento de 7,0% (1,5 milhão de pessoas).
Na análise do contingente de ocupados segundo os grupamentos de atividade, em relação ao trimestre de setembro a novembro de 2015, ocorreram retrações na indústria geral (-5,9%), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (-2,5%) e administração pública, defesa, seguridade, educação, saúde humana e serviços sociais (-2,1%) e aumento na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (1,9%). Nos demais grupamentos de atividade não se observou variação estatisticamente significativa.
Frente ao trimestre de dezembro de 2014 a fevereiro de 2015, foram verificados aumentos em serviços domésticos (3,9%); transporte, armazenagem e correio (5,3%) e alojamento e alimentação (4,3%). Houve quedas na indústria geral (-10,4%), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (-7,7%). Nos demais grupamentos de atividade não se observaram variações significativas.
O rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas foi estimado em R$ 1.934, registrando estabilidade frente ao trimestre de setembro a novembro de 2015 (R$ 1.954) e queda de 3,9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado (R$ 2.012).
Rendimento médio real de todos os trabalhos
Rendimento médio real de todos os trabalhos
Trimestre móvel
2012
2013
2014
2015
2016
nov-dez-jan
...
1916
1970
2013
1950
dez-jan-fev
...
1927
1991
2012
1934
jan-fev-mar
1897
1938
2013
2013
fev-mar-abr
1910
1944
2010
2003
mar-abr-mai
1898
1953
2005
1998
abr-mai-jun
1900
1970
1974
2003
mai-jun-jul
1915
1982
1947
1986
jun-jul-ago
1919
1990
1956
1975
jul-ago-set
1917
1989
1978
1978
10°
ago-set-out
1913
1995
1992
1970
11°
set-out-nov
1911
1988
1986
1954
12°
out-nov-dez
1909
1976
1996
1943
Na comparação com o trimestre de setembro a novembro de 2015, apenas o grupamento de atividade deserviços domésticos registrou aumento no rendimento médio (1,8%). Nos demais grupamentos, verificou-se estabilidade. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, houve retrações nos grupamentos transporte, armazenagem e correio (-6,3%), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-5,7%) e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (7,4%).
Por posição na ocupação, frente ao trimestre de setembro a novembro de 2015, subiram os rendimentos médios dos trabalhadores domésticos (1,8%). Em relação ao trimestre de dezembro de 2014 a fevereiro de 2015, verificou-se redução no rendimento médio da categoria dos trabalhadores por conta própria (-5,6%) e empregador (9,2%). Nas demais categorias de posição na ocupação observou-se estabilidade em seus rendimentos.
A massa de rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas foi estimada em R$ 171,3 bilhões de reais, registrando redução de 2,0% em relação ao trimestre de setembro a novembro de 2015, e de 4,7% frente ao mesmo trimestre do ano anterior.
Massa de rendimento real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, com rendimento de trabalho – Brasil



Comunicação Social
20 de abril de 2016


© 2016 IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística




Prosa Jornalística Crítica de Opinião




Clóvis Rossi
Folha
Ao contrário do que acontece na maior parte do mundo, a desigualdade - essa imensa chaga no corpo social brasileiro - não aparece nem de leve nos debates sobre o que fazer para o país recuperar vitalidade.
É fácil explicar por que: não é um tema para a direita triunfante, mais preocupada com as contas públicas do que com os que mal podem pagar suas contas. E a esquerda, historicamente inquieta com o tema, preferiu render-se à fraude de que a desigualdade teria caído sob Lula.
O que caiu - se é que caiu mesmo – foi a desigualdade entre salários, mas jamais a disparidade entre a renda do capital e a do trabalho, verdadeiramente obscena.
É fácil entender: o único instrumento em que se apoiava a lenda da queda da desigualdade é a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar).
Não é instrumento idôneo: os pesquisadores perguntam a renda da família. Quem vive só de trabalho ou de outro rendimento fixo diz o que ganha. Quem, além do salário ou de rendimento fixo, recebe proventos advindos de aplicações financeiras omite essa parte da renda. Ou por mero esquecimento, portanto de boa-fé, ou por medo (do fisco, de sequestro, do que seja).
FALSA DECLARAÇÃO
Como aumentou a renda dos mais pobres, a partir dos diferentes tipos de bolsas, a pesquisa registra diminuição da desigualdade, mas somente por uma falsa declaração dos mais ricos.
Em 2015, Marcelo Medeiros, Pedro Ferreira de Souza e Fábio Avila de Castro, todos da UnB (Universidade de Brasília) e, os dois primeiros, também do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), lançaram na equação da desigualdade dados do imposto de renda e chegaram a uma triste conclusão: não houve em absoluto queda da desigualdade nos últimos 20 anos.
Um só dado: os 5% mais ricos passaram de deter cerca de 40% da renda total do país em 2006 a abocanhar 44% em 2012. Guardadas as proporções, o 1% mais rico e o 0,1% super-rico também ficaram com uma fatia ainda maior que a obscena cota que tinham em 2006.
ESTUDO PROIBIDO
O Ipea (instituto do governo) proibiu a difusão do estudo, como é natural: a corte odeia quem grita “o rei está nu”.
Mas o trabalho circulou entre especialistas e provocou observações, o que levou Marcelo e Pedro a uma revisão da pesquisa. Saiu há pouco o novo resultado e, sem surpresas, é igual ao anterior: não houve redução da desigualdade.
Nem poderia haver: o governo destina aos juros e encargos da dívida, em um ano, o equivalente a 15 anos do gasto com Bolsa Família.
Ou, posto de outra forma, o governo paga às (poucas) famílias mais ricas em um ano o que vai para 42 milhões de pobres em 15 anos. É transferência de renda, sim, mas de todos os contribuintes, inclusive os pobres, para os ricos e ultrarricos.
CADA VEZ MAIS RICOS
A realidade desmancha, assim, a narrativa que o governo ensaiou inutilmente, a de que a onda anti-Dilma é uma vingança dos ricos contra o governo dos pobres. Como diz sempre o próprio Lula, os ricos nunca ganharam tanto dinheiro como em seu governo. E a esquerda ficou em silêncio.


Prosa Prática da Nova Ortografia
Versão atualizada de acordo com o VOLP
por Douglas Tufano
(Professor e autor de livros didáticos de língua portuguesa)



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