quinta-feira, 28 de maio de 2020

JOGO DE DAMAS








ESTRANHO





At its inception, the institution was known as the Académie royale de médecine (or Royal Academy of Medicine).
Na sua criação, a instituição era conhecida como a Académie Royale de Médecine (em português Academia Real de Medicina).












Jogo De Damas Royale









We're just pawns in this diabolical game of checkers.
Somos meros peões neste diabólico jogo de damas.






Players should try to keep their checkers safe from their opponents.
Os jogadores devem tentar manter suas peças seguras.










35. UM CASO ESTRANHO

PAULO CORRÊA LOPES (1898 -1957 I Brasil)

Este escritor gaúcho, desconhecido hoje mesmo em seu estado, e que teve um conto seu de pouco mais de meia página como um dos destaques (segundo a crítica) de Os Cem Melhores Contos de Humor da Literatura Universal, volta a nos surpreender agora com um outro miniconto da mesma dimensão. Se seu História de uma Traça (da antologia anterior) foi chamado de pós-kafkiano, este que vão ler pode ser considerado pré-borgiano: a idéia metafísica do Mesmo e do Outro (tão presente na obra do mestre argentino, e que na época certamente PCL desconhecia) está aqui em poucas e definitivas linhas. (O mais curioso é que Lopes, que foi sobretudo poeta, não escreveu mais de quatro ou cinco contos.)

Não sei se no momento eu contemplava as águas da enchente ou se pensava em outras épocas, quando uma boca com dentes de ouro me interrompeu:
- Tenho ordem de prendê-lo como envolvido no crime da mala.
- Que mala? indaguei ainda surpreso, como alguém que acabasse de descer de Marte ou de outra região qualquer.
- Siga-me que na delegacia tudo será esclarecido.
Diante do tom autoritário com que a boca com dentes de ouro me falava, resolvi seguir o investigador. Atravessamos uma rua deserta, cruzamos uma praça cheia de crianças brincando, desembocamos num largo e por fim entramos num prédio baixo com aspecto de casa de comércio.
Quando menos esperava, fui empurrado para dentro de uma sala escura onde o delegado de plantão me recebeu com ar teatral:
- Então! Custou mas caiu nas mãos da justiça! Ninguém escapa da lei! Confesse, que é a única cousa inteligente que tem a fazer!
A princípio achei graça em tudo aquilo. Pensei mesmo que estava sendo vítima de uma brincadeira de mau gosto. Depois, diante da insistência do delegado, comecei a suar frio. Que sabia eu do crime da mala? É bem possível que alguém, parecido comigo, tivesse cometido o crime pelo qual me acusavam. Há tanta gente parecida no mundo. Ainda há tempos encontrei no bonde um cidadão tão parecido com Henry Fonda que fiquei abismado. Tinha até o jeito de sorrir do simpático artista. Por um pouco não chamei a atenção do cavalheiro para o fato. O próprio delegado, que me interrogava, tinha qualquer cousa de semelhante com o investigador que me havia dado voz de prisão. O verdadeiro culpado talvez se parecesse comigo. Não encontrava outra explicação para tudo aquilo. De súbito fui despertado pela boca com dentes de ouro, que me disse:
- Acompanhe-me.
Segui como um autômato o investigador que me fechou numa sala tão baixa que tive que me curvar para não bater com a cabeça no teto. Justamente no momento em que me curvei, dei com um morto estendido dentro de uma mala meio aberta. Recuei e fiz um grande esforço para não gritar. O morto parece que me acusava com os seus olhos parados, com os seus olhos que vinham de um outro mundo. Tive a impressão de que estava sendo vítima de uma alucinação. Os olhos do morto parece que se dilatavam cada vez mais.
Dominei-me a custo e debrucei-me sobre o morto para examinar melhor a sua fisionomia e não pude conter um grito: o morto era eu. Era eu que estava dentro da mala meio aberta...









Estranho
Marília Mendonça










Deixa eu perguntar uma coisa
Não tá dando certo entre a gente?
Quem cala, consente
Eu acho que deu pra entender
Minha mão já não tá mais na sua
A gente anda pela rua separados
Nem parecemos namorados
A aliança virou enfeite do dedo
Nossa cama agora é só pra dormir mesmo
E, no carro, parece que eu tô levando um simples passageiro
Estranho
Você me beija e minha boca estranha
O seu carinho parece que arranha
O seu abraço é tão solto, não consegue me prender
Estranho
Você me beija e minha boca estranha
O seu carinho parece que arranha
O seu abraço é tão solto, não consegue me prender
Onde eu desconheci você?
Minha mão já não tá mais na sua
A gente anda pela rua separados
Nem parecemos namorados
A aliança virou enfeite do dedo
Nossa cama agora é só pra dormir mesmo
E, no carro, parece que eu tô levando um simples passageiro
Estranho
Você me beija e minha boca estranha
O seu carinho parece que arranha
O seu abraço é tão solto, não consegue me prender
Estranho
Você me beija e minha boca estranha
O seu carinho parece que arranha
O seu abraço é tão solto, não consegue me prender
Onde eu desconheci você?
Onde eu desconheci você?
Estranho
Composição: Michel Alves / CRISTHIAN RIBEIRO / Bruno Cesar. 









Texto de Fauzi Arap Com Fundo Musical Jogo de Damas
Maria Bethânia
Pássaro da Manhã











Eu vou te contar que você não me conhece,
E eu tenho que gritar isso porque você está surdo e não
Me ouve.
A sedução me escraviza a você
Ao fim de tudo você permanece comigo mas preso ao que
Eu criei
E não a mim.

E quanto mais falo sobre a verdade inteira um abismo
Maior nos separa.
Você não tem um nome, eu tenho.
Você é um rosto na multidão e eu sou o centro das
Atenções.

Mas a mentira da aparência do que eu sou,
E a mentira da aparência do que você é.
Porque eu,
Eu não sou o meu nome,
E você não é ninguém.
O jogo perigoso que eu pratico aqui,
Ele busca chegar ao limite possível de aproximação,
Através da aceitação da distância e do reconhecimento
Dela.

Entre eu e você existe
A notícia que nos separa
Eu quero que você me veja nu
Eu me dispo da notícia
E a minha nudez parada
Te denuncia e te espelha
Eu me delato
Tu me relatas
Eu nos acuso e confesso por nós
Assim me livro das palavras
Com as quais

Você me veste.




Um Jeito Estúpido De Te Amar
Maria Bethânia






Eu sei que eu tenho um jeito
Meio estúpido de ser
E de dizer coisas que podem magoar e te ofender
Mas cada um tem o seu jeito
Todo próprio de amar e de se defender
Você me acusa e só me preocupa
Agrava mais e mais a minha culpa
Eu faço, e desfaço, contrafeito
O meu defeito é te amar demais
Palavras são palavras
E a gente nem percebe o que disse sem querer
E o que deixou pra depois
Mas o importante é perceber
Que a nossa vida em comum
Depende só e unicamente de nós dois
Eu tento achar um jeito de explicar
Você bem que podia me aceitar
Eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser
Mas é assim que eu sei te amar



Compositor: Isolda E Milton Carlos










Referências


https://context.reverso.net/traducao/ingles-portugues/royale
https://cdn.awsli.com.br/600x450/987/987987/produto/40324635/jogo-de-damas-royale-e4f60328.jpg
https://www.dekoreja.com.br/jogo-de-damas-royale
https://context.reverso.net/traducao/ingles-portugues/checkers
http://aneste.org/os-100-melhores-contos-de-crime-e-mistrio-da-literatura-univer.html?page=31
https://youtu.be/2WsIm6pNlI4
https://www.letras.mus.br/marilia-mendonca/estranho/
https://youtu.be/BDcFa16ZisY
https://www.vagalume.com.br/maria-bethania/texto-de-fauzi-arap-com-fundo-musical-jogo-de-damas.html
https://www.letras.mus.br/maria-bethania/80474/

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