Mend the
damage
Risco de
vida ou risco de morte?
Corre-se
risco de eleger um demagogo, etc.
Risco de perder
a vida, sem elipse
Fonte: http://www.ufla.br/dcom/2014/02/11/dicas-de-portugues-risco-de-vida-e-correr-atras-do-prejuizo-e-correto-usar-essas-expressoes/
“Correr
atrás do prejuízo” quer dizer “Correr atrás para diminuir ou acabar com o prejuízo.”
‘No Brasil
dizemos "correr atrás do prejuízo" para falar de uma situação em que
se tem de fazer um esforço extra para se sanar alguma desvantagem, algum
imprevisto.’
Em Portugal
também “corre-se atrás do prejuízo”.
Correndo
atrás do prejuízo no espanhol sería, pagándolo; sufriendo las consecuencias; pringando (coloquial); no me
queda otra que. E haverá outros foreiros que te poidan dar mais
equivalências.
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Janeiro
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Latam, Português Br
De acordo com Pangaré:
“Pangaré
said:
"Correr
atrás do prejuízo" também é: cometi um erro desnecessário e agora tenho
que perder tempo e resolver depressa.
Em Portugal,
cometer um erro, desnecessário ou não, e depois querer emendá-lo, corrigir a
situação, podemos dizer que queremos compensar alguém ou a nós
próprios por esse mesmo erro, corrigindo e até melhorando a situação anterior,
ou seja, para ser uma verdadeira compensação, se tornar a situação melhor do
que estava antes do erro, aí sim, a compensação seria melhor.
O melhor exemplo que conheço para definir a expressão trazida por altita, "correr atrás do prejuízo"
O melhor exemplo que conheço para definir a expressão trazida por altita, "correr atrás do prejuízo"
vem do futebol, de um equipa que está a perder e tem de "correr atrás do prejuízo", ou seja, a desvantagem em golos é o prejuízo. A equipa terá de correr (literalmente) para empatar, pelo menos, para deixar de ter prejuízo.
Depois disso, se marcar mais um golo passa a ter lucro, isto tem um pouco de economia, também.
Correr atrás do prejuízo, é seguir um objectivo, correr atrás desse objectivo de forma a sairmos desse prejuízo, ficar pelo menos como estávamos antes do prejuízo.
O "correr atrás" pode ter confundido a autora do post devido à diferença de línguas.
Isto não significa que alguém tem de ficar atrás a correr (posição) significa correr para alcançar algo (o prejuízo).
Correr
atrás de alguém para
nós, falantes da língua portuguesa, pode significar duas coisas.
1- que eu vou atrás de alguém sem objectivo de o alcançar.
2- que eu vou atrás de alguém para o apanhar.”
Espero ter sido útil”
Fonte: https://forum.wordreference.com/threads/correndo-atr%C3%A1s-do-preju%C3%ADzo.1074542/
Entrevista
Dr. Fernando Maluf. A pandemia vai ser mais grave e mais longa do que o
previsto.
por Villa |
maio 13, 2020 | Canal YouTube Blog do Villa - Marco Antonio Villa
Now Chile's
leader is trying to mend the damage to the country done by
General Augusto Pinochet and his foul dictatorship after his Western-supported
coup in 1973.
Independent
According to
the World Bank, between 1988 and 1996 systemic banking crises struck in 20
African countries, five of which had to spend more than a tenth of their GDP
to mend the damage.
The
Economist
The five
opposition figures abroad singled out Ayatollah Khamenei and warned him that he
"would be accountable for the consequences" if the authorities
refused to take the steps they recommended to mend the damage done
not only over the past seven months, but for many years before.
The New York
Times
Mourão:
'Nenhum país vem causando tanto mal a si mesmo como o Brasil'
Hamilton
Mourão, vice-presidente, à frente de um militar que presta continência
Imagem: Evaristo
Só/AFP
Do UOL, em
São Paulo
14/05/2020 08h49Atualizada
em 14/05/2020 17h48
O
vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, afirmou que vê o país a caminho do
caos e que não enxerga outro lugar no mundo que esteja "causando tanto mal
a si mesmo como o Brasil', em texto que assina no jornal O Estado de S. Paulo,
publicado hoje. Ele culpa outras instituições e defende o governo no artigo.
Para o
general da reserva, a pandemia do novo coronavírus não é só uma questão de
saúde, mas já se tornou econômica e "pode vir a ser de segurança", em
um momento de "estrago institucional”.
"A
crise que ela [a covid-19] causou nunca foi, nem poderia ser, questão afeta
exclusivamente a um ministério, a um Poder, a um nível de administração ou a
uma classe profissional. É política na medida em que afeta toda a sociedade e
esta, enquanto politicamente organizada, só pode enfrentá-la pela ação do
Estado", escreve ele no artigo.
Mourão diz
que o Brasil enfrenta a pandemia de modo "desordenado", já causando
reflexos na economia. "Pela maneira desordenada como foram decretadas as
medidas de isolamento social, a economia do País está paralisada, a ameaça de
desorganização do sistema produtivo é real e as maiores quedas nas exportações
brasileiras de janeiro a abril deste ano foram as da indústria de
transformação, automobilística e aeronáutica, as que mais geram riqueza. Sem
falar na catástrofe do desemprego que está no horizonte.".
Sem citar o
presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nem crises específicas enfrentadas por
seu governo - que vem se chocando com o Legislativo e o Judiciário -, Mourão
afirma: "Para esse mal [a covid-19] nenhum país do mundo tem solução imediata,
cada qual procura enfrentá-lo de acordo com a sua realidade. Mas nenhum vem
causando tanto mal a si mesmo como o Brasil. Um estrago institucional que já
vinha ocorrendo, mas agora atingiu as raias da insensatez, está levando o País
ao caos e pode ser resumido em quatro pontos."
O
vice-presidente cita então os pontos: a "polarização" política, a
"degradação do conhecimento político", a "usurpação das
prerrogativas do Poder Executivo" e "o prejuízo à imagem do Brasil no
exterior decorrente".
Sobre a
polarização, Mourão faz críticas à imprensa e diz que "tornamo-nos
incapazes do essencial para enfrentar qualquer problema: sentar à mesa,
conversar e debater. A imprensa, a grande instituição da opinião, precisa rever
seus procedimentos nesta calamidade que vivemos. Opiniões distintas, contrárias
e favoráveis ao governo, tanto sobre o isolamento como a retomada da economia,
enfim, sobre o enfrentamento da crise, devem ter o mesmo espaço nos principais
veículos de comunicação. Sem isso teremos descrédito (...)”.
O
vice-presidente, no segundo ponto, critica quem "esquece que o Brasil não
é uma confederação, mas uma federação", citando governadores, magistrados
e legisladores que, segundo ele, agem acima das decisões do governo federal.
No terceiro,
Mourão volta a criticar "presidentes de outros Poderes" de tentarem
exercer papel de presidente.
Ele cita que
a obra 'Federalista', no qual um de seus autores, James Madison, estabeleceu
"como fundamentos básicos que o Legislativo, o Executivo e o Judiciário
devem ser separados e distintos, de tal modo que ninguém possa exercer os
poderes de mais de um deles ao mesmo tempo', uma regra estilhaçada no Brasil de
hoje pela profusão de decisões de presidentes de outros Poderes, de juízes de
todas as instâncias e de procuradores, que, sem deterem mandatos de autoridade
executiva, intentam exercê-la."
Por fim,
Mourão critica quem "usa seu prestígio para fazer apressadas ilações e
apontar o Brasil 'como ameaça a si mesmo e aos demais na destruição da Amazônia
e no agravamento do aquecimento global', uma acusação leviana".
"Esses pontos resumem uma situação grave, mas não insuperável, desde que
haja um mínimo de sensibilidade das mais altas autoridades do País.
(...)Enquanto os países mais importantes do mundo se organizam para enfrentar a
pandemia em todas as frentes, de saúde a produção e consumo, aqui, no Brasil,
continuamos entregues a estatísticas seletivas, discórdia, corrupção e
oportunismo", conclui Mourão.
sexta-feira, 15 de maio de 2020
- O Estado de S. Paulo
O Brasil não é para iniciantes, nem
mesmo na área de teoria política. No momento em que o mundo enfrenta a mais
grave pandemia em um século, o país tem um presidente negacionista e, ao mesmo
tempo, um vice que escreve um longo artigo de opinião citando os Federalistas,
isto é, o conjunto de artigos escritos por três políticos que defendiam a
importância do governo centralizador durante os debates que levaram à
formulação da Constituição dos Estados Unidos.
Curiosamente, o presidente já havia
defendido uma concepção de poder, a la “ancien regime”, isto é, o poder
monárquico que antecedeu a revolução francesa. Neste breve artigo, vou, em
primeiro lugar, mostrar brevemente a concepção de poder de Bolsonaro e, em
seguida, tentar responder à seguinte pergunta: qual foi a intenção do
vice-presidente não apenas em citar os Federalistas, mas em citar o menos
conhecido dentre eles, John Jay, em um texto sobre guerra e conflito entre as
nações.
Comecemos do início. Não é claro que
Bolsonaro e Mourão tenham formação em teoria política, mas ao longo da grave
crise que o país atravessa eles, começaram a explicitar suas concepções de
poder.
Assim, Jair Bolsonaro tem cada vez
mais se aproximado de uma concepção pré revolução francesa e americana. Depois
de participar, no início de abril, de uma manifestação pela intervenção militar
e pelo AI-5, o presidente afirmou no dia seguinte: “eu sou a constituição”.
Sabemos que incomodam ao presidente as estruturas de pesos e contrapesos que
emergiram a partir da revolução americana e com as quais as democracias
modernas operam.
De um lado, ele tem saudades de uma
estrutura de poder à la “Ancien Régime”, isso é, uma forma de exercício do
poder na qual este é pessoal, não apenas para ele mas para os seus familiares.
Para quem ainda tinha dúvidas sobre essa concepção o famoso episódio com Sérgio
Moro trouxe esclarecimentos adicionais, ao envolver a família do presidente. “A
preocupação minha sempre foi, depois da facada, de forma bastante direcionada
para a segurança minha e da minha família”, afirmou o presidente.
Mas esta frase tem que ser entendida
de modo amplo e não como alguns o fizeram pensando na segurança pessoal. Se
Bolsonaro é o estado, como é possível que ele não possa saber de investigações
que envolvem os seus filhos. Foi esta a cobrança realizada a Sergio Moro, uma cobrança
no interior de uma concepção do antigo regime. Bolsonaro não entendeu que ele é
presidente em uma estrutura impessoal de organização dos poderes.
Se não bastasse as referências do
presidente ao antigo regime, agora temos uma referência direta aos
“Federalistas” por parte do vice-presidente. Os “Federalistas” são uma coleção
de 85 artigos escritos com a intenção de convencer os norte americanos sobre a
importância da existência de um governo central em um país cuja tradição mais
forte era o governo local.. Os principais autores federalistas foram três,
James Madison, Alexander Hamilton e John Jay. Esse último, autor de apenas de
cinco ensaios dos “federalistas” e o menos influente dos três foi o escolhido
para ser citado pelo nosso vice-presidente.
Ainda mais intrigante, o texto citado
por Mourão faz parte do Federalista número três e tem o título “Perigo da
Influência das Nações Estrangeiras”. Neste pequeno ensaio, John Jay trata
subsidiariamente do problema da divisão dos poderes. Ali ele afirma que
decisões nacionais seriam mais eficientes do que decisões de uma variedade de
cortes locais independentes. Evidentemente, que quando pensamos em teoria da
divisão e equilíbrio de poderes e como ela foi tratada pelos federalistas vale
a pena lembrar que, em geral, ninguém menciona John Jay. Quem é citado é o
ensaio de Alexander Hamilton no qual ele caracteriza o judiciário como sendo o
menos perigoso dentre os poderes (the least dangerous branch) aquele que não
usa nem a caneta e nem a espada (Federalista número 78). Em uma situação na
qual o presidente tem se aproximado do Centrão e fala em intervenção militar
seria muito mais adequado citar Hamilton do que um texto isolado de John Jay.
Mas não foi este o caminho seguido pelo seu homônimo brasileiro.
O conflito Bolsonaro versus Mourão e
entre Mourão, judiciário e governadores não pode se resolver com citações de
intelectuais do século XVIII. Mas, alguns princípios ajudariam: o primeiro é
reconhecer que o antigo regime terminou faz muito tempo e não podemos voltar a
concepções pessoais do poder. Aliás, diga-se de passagem, os mesmos autores
citados por Mourão se entenderam em relação à ideia de impeachment que apareceu
pela primeira vez na Convenção Constitucional da Filadélfia. Ali, eles
justificaram o impeachment enquanto o instituto político capaz de separar o
presidencialismo da monarquia e mostrar que o poder presidencial tem limites.
Jair Bolsonaro corre o risco do impeachment porque não percebe que poder não
pode ser pessoalizado ou familiarizado no regime presidencial.
Mas temos que abordar também as
reflexões de Hamilton Mourão em relação aos estados. Ali Mourão cita Amaro
Cavalcanti, um político e jurista do final do século XIX que criticou o
federalismo brasileiro. É importante apontar que não há qualquer relação entre
o problema dos “Federalistas” e aqueles tratados por Cavalcanti. O problema dos
federalistas e ao qual John Jay se refere é o da necessidade do governo em um
país no qual o governo foi constituído no nível local.
Para os Federalistas, o governo
central era fundamental, mas nunca poderia estar em posição de superioridade
aos governos locais. Tanto é assim que não existiram dúvidas nos Estados Unidos
sobre a quem cabia decretar a quarentena, que foi instituída pelos governadores.
Assim, temos um problema diferente no Brasil que é a natureza de cima para
baixo do nosso federalismo que é questionado pelos governadores e pelo STF na
crise do novo coronavírus.
Foi para combater esta concepção que
Hamilton Mourão procurou desenterrar um jurista que tentava dizer ao presidente
Prudente de Morais que o verdadeiro federalismo brasileiro era aquele
implantado por Floriano Peixoto e os militares, centralista e de cima para
baixo. Ou seja, Mourão falou dos federalistas, mas pensou nos positivistas
brasileiros. Resta uma dúvida no artigo de Mourão em relação ao nome ali
ausente, o do presidente Jair Bolsonaro. O chamado à lei e à ordem e ao
federalismo top down foi feito pensando Bolsonaro como presidente ?
*Leonardo Avritzer, professor do
Departamento de Ciência Política da UFMG
Lúcida
entrevista à Agência Efe:
quarta-feira,
13 de maio de 2020
- EFE, O
Estado de S.Paulo
Ex-presidente
também disse que Sérgio Moro não deveria ter deixado a magistratura e assumido
a pasta da Justiça no governo Bolsonaro
O
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso mostra preocupação com a possibilidade
de que as Forças Armadas possam se apegar ao poder em um governo com cada vez
mais militares e enxerga no país um cenário político com o Legislativo e
Judiciário tentando preencher vazios deixados por um Executivo que, de acordo
com ele, está “cambaleante” e “sem rumo definido”.
“Há muitos
(militares no poder) e cada vez mais. E isso é uma fragilidade política do
governo”, afirmou FHC, de 88 anos, em entrevista à Agência Efe por
videoconferência em sua residência, em São Paulo. “Não podemos permitir
agressões contra a Suprema Corte, contra o Congresso, que vão contra a
democracia”, acrescentou.
Na
entrevista à Efe, o ex-presidente também opinou que Sergio Moro não deveria ter
deixado a magistratura e assumido a pasta da Justiça no governo de Jair
Bolsonaro. “Creio que ele se equivocou ao aceitar ser ministro. Não por ser
ministro do Bolsonaro, mas porque trocou o âmbito da Justiça, no qual atuou a
vida toda, pelo Executivo, e ficou em uma situação delicada, porque não era um
homem predisposto a estas funções (políticas)”, comentou.
Leia
abaixo a entrevista.
• O senhor
chegou a pedir nas redes sociais a renúncia de Bolsonaro. Mantém essa posição?
Na política
interna, sou duro com ele. Não porque não gosto dele ou porque não é do meu
estilo, mas porque ele exagera. Não podemos permitir agressões contra a Suprema
Corte, contra o Congresso, que vão contra a democracia. E ter casos em que o
presidente participe dessas agressões é grave. Os que têm força política têm
que se expressar em defesa da democracia. Neste momento, quando se nota que o
Executivo está cambaleante e não tem um rumo definido, o que acontece? Os
demais órgãos constitucionais, a Suprema Corte, os Parlamentos, começam a
ocupar o vazio de poder, e isso é perigoso.
• Bolsonaro
está mal assesorado, recebe influência negativa dos filhos? Qual é o problema
com o governo?
Não estou
lá, nem o conheço. Bolsonaro era deputado, eu era senador, ministro,
presidente. Nunca o vi. Ele queria me matar uma vez, (disse que) queria atirar
em mim (em referência a uma declaração de Bolsonaro no final dos anos 90),
porque me acusou de ser neoliberal. Eu não o conheço, nem conheço seus
familiares. Para os presidentes, há sempre o risco de que a família comece a
opinar demais. O povo escolheu o presidente, não sua família. Que a família
fique em silêncio.
No caso dele
(Bolsonaro), é mais complicado, porque os três filhos mais velhos têm mandato
político próprio (Flávio é senador, Carlos é vereador no Rio de Janeiro, e
Eduardo, deputado federal).
É importante
observar o que está acontecendo nos Estados Unidos. Trump incentiva a posição
“America First” (“EUA primeiro”), e isso leva a uma atitude isolacionista. Se o
Brasil tem uma grande vantagem neste mundo confuso, é por estar longe da China
e dos EUA. Podemos exportar para ambos. A China é o cliente número 1, e os EUA
são o número 2, e não há por que o Brasil se alinhar a um dos dois polos, se é
que são polos.
Sobre a
ideologia que é propagada por (o ex-estrategista de campanha de Trump, Steve)
Bannon nos EUA, aqui (no Brasil) há um senhor de quem nunca ouvi falar (o
filósofo Olavo de Carvalho) e que está sendo muito propagado, e não é
importante culturalmente falando, mas politicamente sim, porque inspira ações
da família presidencial. Então há um movimento nessa direção, o que eu acho
perigoso.
Alguém
mencionou que o Brasil se pareceria com a Itália entre guerras de Mussolini.
Mas Mussolini era uma pessoa muito culta se comparada ao atual aqui
(Bolsonaro). Não tem nada a ver com Mussolini, o que acontece aqui é que não há
uma visão ideológica organizada, aqui há um impulso instintivo que considera
algumas coisas como mundo ‘globalista’, que há um ‘marxismo globalista’. Não
tenho idéia do que seja, e as pessoas entendem como verdade. A situação é
verdadeiramente preocupante, mas ele tem legitimidade, porque foi eleito pelo
voto popular.
• Qual
leitura o senhor faz da ala militar do governo?
Os militares
aprenderam com o que aconteceu no passado. Eles sabem que devem respeitar a
Constituição e, pelo que sei, essa é a posição oficial das Forças Armadas.
Agora, todo governo que começa a ser fraco, a não ter força, nomeia militares.
Lembro-me de (Salvador) Allende, no Chile, quando começou a nomear militares.
Aqui também, quando os governos não são fortes, eles dependem das Forças
Armadas, e acho que isso é um risco para as Forças Armadas, porque elas passam
a ter gosto pelo poder.
Entretanto,
isso ainda não aconteceu aqui, mas pode, porque há muitos (militares no poder)
e cada vez mais. E isso é uma fragilidade política do governo, não uma força.
Sob a condição de que a força regular permaneça em uma posição pró-Constituição,
nada acontece. Mas se as Forças Armadas, independentemente do que possa
acontecer, se colocarem na posição de apoiar incondicionalmente o presidente,
isso é grave, e a unidade democrática morre. Não acho que estejamos nesse
processo e não acho que essa seja a opinião das pessoas ativas nas Forças
Armadas.
Meu pai era
general, e meu avô, marechal. Tenho um certo conhecimento quase empático dos
militares. No passado, eles eram mais políticos, depois se profissionalizaram.
Há uma questão que qualquer militar, depois de um certo ponto, não aceita: a
desordem. Então eles tentam trazer ordem, e isso é perigoso. Pode acontecer? A
pandemia está servindo como uma vacina para demonstrações de rua. Acredito que
políticos, profissionais e jornalistas têm a responsabilidade de alertar o país
para que não cheguemos a um ponto de desordem, porque depois chegam os
militares, e eu não quero isso. É ruim para o país e para eles, que serão
responsabilizados pelo que acontecer.
• Como o
senhor analisa as saídas de Sergio Moro (ex-ministro da Justiça) e Luiz
Henrique Mandetta (ex-ministro da Saúde) do governo?
Vi Sergio
Moro duas vezes na minha vida. Creio que ele se equivocou ao aceitar ser
ministro. Não por ser ministro do Bolsonaro, mas porque trocou o âmbito da
Justiça, no qual atuou a vida toda, pelo Executivo, e ficou em uma situação
delicada, porque não era um homem predisposto a estas funções (políticas).
E qual foi a
consequência imediata de uma saída como a do ministro da Saúde (Mandetta)? Na
minha opinião, uma saída doida, irracional. O prestígio do presidente está
diminuindo. Muitos o apóiam, mas não são a maioria. (A saída de) Mandetta não
teve tanto efeito, mas Moro era um pilar.
E o outro
pilar, que é o ministro da Economia (Paulo Guedes), muito bem visto pelos
empresários, tem um projeto que não pode mais ser aplicado. Ele tem uma visão
que certamente estava certa no passado (ajuste dos gastos públicos),
necessária, mas com a pandemia a visão é de gastar mais e aumentar a dívida
pública.
• Como o senhor
avalia o combate à Covid-19 no Brasil, onde o presidente não segue à risca as
recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS)?
O pior é que
atingiu as áreas mais populares. Para mim, nada muda, mas quando uma pessoa
vive na periferia de São Paulo, na miséria, em uma favela, com muitas pessoas
em casa, sem conforto... as pessoas têm que ir às ruas (...) Mesmo que haja
recomendações da OMS para que fiquem em casa, para as pessoas mais pobres é um
castigo, porque é impossível. Além disso, há uma falta de liderança. Às vezes,
o presidente (Bolsonaro) está com outras pessoas na rua sem usar máscara, como
se nada tivesse acontecido (...) É perceptível que a falta de coordenação é
prejudicial, ainda que o Brasil tenha a vantagem de um sistema de saúde gratuito
e universal.
• Alguns
políticos, inclusive juristas, consideram que Bolsonaro pode ser processado na
Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) por não seguir as recomendações
da OMS. O senhor considera plausível?
Não vejo que
tenha muito o que fazer (a CIDH), outras oportunidades foram perdidas quando
houve violência, tortura... O atual presidente tem essa visão de amigos e
inimigos, o que não ajuda para o que é necessário agora, que há mais coesão
para combater um inimigo comum (coronavírus). É um sério fracasso político, mas
não acho que será resolvido com impeachment, por enquanto. Dependerá de como o
presidente agir. Estou muito preocupado com o que virá depois da pandemia (...)
Haverá muita gente desempregada.
Por outro
lado, meu sentimento é de que não há pressão militar para a queda do
presidente. Os militares, felizmente, há muito tempo respeitam a Constituição.
Não podemos nos distanciar do quadro constitucional, pois isso seria muito
perigoso para as instituições e para a liberdade. Não há inimigos da liberdade,
a imprensa é livre, a Justiça funciona e não existe tal sentimento como vivi em
outros tempos (alusão à ditadura).
“Pois é, uma
das poucas, pouquíssimas vozes lúcidas. Não falo isso com alegria, mas com
tristeza. Como é que chegamos a este deserto? O deserto é só nosso, ou será
global? Esta situação é só de agora ou, pensando bem, é sempre assim?”
O Descanso do
Guerreiro
Carlos Lyra
Um caminho de coqueiro
Que da num ranchinho
Do interior
Um pomar e um canteiro
Donde vem um cheiro
Bom de fruta e flor
E sendo passarinheiro
Ouvir sem cativeiro
O pássaro cantor
E almoçar feijão tropeiro
Feito por mineiro
Que é de bom sabor
É o descanso do guerreiro
Que merece ter todo trabalhador
Que da num ranchinho
Do interior
Um pomar e um canteiro
Donde vem um cheiro
Bom de fruta e flor
E sendo passarinheiro
Ouvir sem cativeiro
O pássaro cantor
E almoçar feijão tropeiro
Feito por mineiro
Que é de bom sabor
É o descanso do guerreiro
Que merece ter todo trabalhador
À sombra do abacateiro
A prosa com o caseiro
Que é conversador
A cigarra no terreiro
O galo no poleiro
A noite já chegou
E quando à luz do candeeiro
Com meu filho herdeiro
Dorme o meu amor
Meu violão seresteiro
Pelo mundo inteiro
Roga do Senhor
O descanso do guerreiro
Que merece ter todo o trabalhador
A prosa com o caseiro
Que é conversador
A cigarra no terreiro
O galo no poleiro
A noite já chegou
E quando à luz do candeeiro
Com meu filho herdeiro
Dorme o meu amor
Meu violão seresteiro
Pelo mundo inteiro
Roga do Senhor
O descanso do guerreiro
Que merece ter todo o trabalhador
Referências
“https://ludwig.guru/pt/s/mend+the+damage
http://www.ufla.br/dcom/2014/02/11/dicas-de-portugues-risco-de-vida-e-correr-atras-do-prejuizo-e-correto-usar-essas-expressoes/
https://cdn77f.wordreference.com/data/avatars/l/320/320312.jpg?1431197579
https://forum.wordreference.com/threads/correndo-atr%C3%A1s-do-preju%C3%ADzo.1074542/
https://ludwig.guru/pt/s/mend+the+damage
https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/e1/2020/04/20/hamilton-mourao-vice-presidente-a-frente-de-um-militar-que-bate-continencia-1587353043581_v2_900x506.jpg
https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/05/14/mourao-nenhum-pais-vem-causando-tanto-mal-a-si-mesmo-como-o-brasil.htm
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZV6gDjpgVLkDmOpT2LrqMIp0rb-jUPo4mKlzJRNYF1sLDelyxQVntbhM3qIxIUl4XOuSTmeDRvlJdI4_p38B51mJowx26iZIvIFwvCAoV7dwYf1zgC7C7m35EO7X42Ro6CBeXXXJnbF9B/s200/FHC+13.5.20.webp
https://gilvanmelo.blogspot.com/2020/05/entrevista-fhc-teme-que-forcas-armadas.html
https://youtu.be/z1IOCqyEoOs
http://www.blogdovilla.com.br/canal-youtube-blog-do-villa-marco-antonio-villa/entrevista-dr-fernando-maluf-a-pandemia-vai-ser-mais-grave-e-mais-longa-do-que-o-previsto/
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXAFkwJN53Jn3sDwC-e-lsKXvgszLi2AeIAg8nYzIP5NmeLdD6QfULntoKgBXcEtWY8bajEnOzsWa0wzZ7TuDtTn6WH2BK8m2etXDCymrf11cxqEGgX8XWhLxj3ubbHJlZzJuLLkJ1hTBU/s200/Leonardo+Avritzer.jpg
https://gilvanmelo.blogspot.com/2020/05/leonardo-avritzer-hamilton-mourao.html?m=1
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