"Façamos a
revolução antes que o povo a faça".
Antonio Carlos Ribeiro Andrada (1870-1946)
«Só acreditar no
que se vê ou está irrefutavelmente provado».
Ver para crer
'Ver para crer
"Ele não
cria, como S.Tomé."’
Novas e Velhas
Reportagens
‘Guerra Civil’
Veja a íntegra da nota e
os seus subscritores:
SOLIDARIEDADE AO GENERAL
AUGUSTO HELENO RIBEIRO PEREIRA
Nós, oficiais da reserva
do Exército Brasileiro, integrantes da Turma Marechal Castello Branco, formados
pela “SAGRADA CASA” da Academia Militar das Agulhas Negras em 1971, e
companheiros dos bancos escolares das escolas militares que, embora tenham
seguido outros caminhos, compartilham os mesmos ideais, viemos a público
externar a mais completa, total e irrestrita solidariedade ao GENERAL AUGUSTO
HELENO RIBEIRO PEREIRA, Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional
da Presidência da República, não só em relação à Nota à Nação Brasileira, por
ele expedida em 22 de maio de 2020, mas também em relação a sua liderança, a
sua irrepreensível conduta como militar, como cidadão e como ministro de
Estado.
Alto lá, “ministros” do
stf!
Temos acompanhado pelo
noticiário das redes sociais (porquanto, com raríssimas exceções, o das redes
de TV, jornais e rádios é tendencioso, desonesto, mentiroso e canalha, como bem
assevera o Exmº. Sr. presidente da República), as sucessivas arbitrariedades,
que beiram a ilegalidade e a desonestidade, praticadas por este bando de
apadrinhados que foram alçados à condição de ministros do stf, a maioria sem
que tivesse sequer logrado aprovação em concurso de juiz de primeira instância.
Assistimos, calados e em
respeito à preservação da paz no país, à violenta arbitrariedade de busca e
apreensão, por determinação de conluio de dois “ministros”, cometida contra o
General Paulo Chagas, colega de turma. Mas o silêncio dos bons vem incentivando
a ação descabida dos maus, que confundem respeito e tentativa de não contribuir
para conturbar o ambiente nacional com obediência cega a “autoridades” ou
conformismo a seus desmandos. Aprendemos, desde cedo, que ordens absurdas e
ilegais não devem ser cumpridas.
Desnecessário enumerar as
interferências descabidas, ilegais, injustas, arbitrárias, violentas contra o
Exmº Sr. Presidente da República, seus ministros e cidadãos de bem, enquanto
condenados são soltos, computador e celular do agressor do então candidato Jair
Bolsonaro são protegidos em razão de uma canetada, sem fundamentação jurídica,
mas apenas pelo bel-prazer de um ministro qualquer.
Chega!
Juiz que um dia delinquiu
– e/ou delinque todos os dias com decisões arbitrárias e com sentenças e
decisões ao arrepio da lei – facilmente perdoa.
Perdoa, apoia, põe em
liberdade e defende criminosos, mas quer mostrar poder e arrogância à custa de
pessoas de bem e autoridades legitimamente constituídas. Vemos, por esta razão,
ladrão, corrupto e condenado passeando pela Europa a falar mal do Brasil. Menos
mal ao país fizeram os corruptos do mensalão e do petrolão, os corruptos
petistas e seus asseclas que os maus juízes que, hoje, fazem ao solapar a
justiça do país e se posicionar politicamente, como lacaios de seus nomeadores,
sequazes vermelhos e vendilhões impatrióticos.
O cunho indelével da
nobreza da alma humana é a justiça e o sentimento de justiça. Faltam a
ministros, não todos, do stf, nobreza, decência, dignidade, honra, patriotismo
e senso de justiça. Assim, trazem ao país insegurança e instabilidade, com
grave risco de crise institucional com desfecho imprevisível, quiçá, na pior
hipótese, guerra civil. Mas os que se julgam deuses do Olimpo se acham
incólumes e superiores a tudo e todos, a saborear lagosta e a bebericar vinhos
nobres; a vaidade e o poder lhes cegam bom senso e grandeza.
Estamos na reserva das
fileiras de nosso Exército. Nem todos os reflexos são os mesmos da juventude.
Não mais temos a jovialidade de cadetes de então, mas mantemos, na maturidade e
na consciência, incólumes o patriotismo, o sentimento do dever, o entusiasmo e
o compromisso maior, assumido diante da Bandeira, de defender as Instituições,
a honra, a lei e a ordem do Brasil com o sacrifício da própria vida. Este
compromisso não tem prazo de validade; ad eternum.
Brasília, 23 de maio de
2020.
Assinam (o nome aparece em
ordem alfabética):
Adonai de Ávila Camargo Coronel de Infantaria
Alvarim Pires do Couto Filho Coronel de Infantaria
Álvaro Vieira Coronel Engenheiro Militar
Alzelino Ferreira da Silva. Coronel Comunicações
Amaury Faia Coronel de Infantaria
Anquises Paulo Stori Paquete Coronel de Infantaria
Antônio Carlos Gay Thomé Coronel Engenheiro Militar
Adonai de Ávila Camargo Coronel de Infantaria
Alvarim Pires do Couto Filho Coronel de Infantaria
Álvaro Vieira Coronel Engenheiro Militar
Alzelino Ferreira da Silva. Coronel Comunicações
Amaury Faia Coronel de Infantaria
Anquises Paulo Stori Paquete Coronel de Infantaria
Antônio Carlos Gay Thomé Coronel Engenheiro Militar
[...]
Túlio Cherem General de Exército
Vanildo Braga Vilela Coronel de Engenharia
Vicente Wilson Moura Gaeta Coronel de Intendência
Waldir Roberto Gomes Mattos Coronel de Infantaria
Walter Paulo General de Brigada
Willard Faria Familiar Coronel de Infantaria
Zenilson Ferreira Alves Coronel de Artilharia
Vanildo Braga Vilela Coronel de Engenharia
Vicente Wilson Moura Gaeta Coronel de Intendência
Waldir Roberto Gomes Mattos Coronel de Infantaria
Walter Paulo General de Brigada
Willard Faria Familiar Coronel de Infantaria
Zenilson Ferreira Alves Coronel de Artilharia
'Ver para crer
"Ele não cria, como S.Tomé."
"Cria" é um tempo do verbo
crer.
Qual o tempo?
Que diferença entre crer e criar?
J. A.
Portugal
Cria, do verbo crer, é a 1.ª e a 3.ª
pessoa do singular do pretérito imperfeito do indicativo. Cria, do verbo criar,
é a 3.ª pessoa do singular do presente do indicativo. Distinguem-se pelo
contexto, ou seja, quando estão inseridos numa frase. Exemplos:
Ele cria galinhas (verbo criar).
Ele apenas cria no que via (verbo
crer).
A expressão que cita é um pouco
diferente: Ver para crer (como S. Tomé). Significa, segundo o Dicionário de
Expressões Correntes de Orlando Neves, «Só acreditar no
que se vê ou está irrefutavelmente provado».
Carlos Marinheiro 5 de junho de 2000'
in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa,
https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/ver-para-crer/5640
[consultado em 24-05-2020]
Quando a extrema-direita brasileira fugiu…
Em 7 de outubro de 1934 a
esquerda expulsava os integralistas da Praça da Sé naquilo que ficaria conhecido
como a Revoada dos Galinhas Verdes.
CHARLES ROSA7 OUT 2017, 13:51
7 de outubro de 1934. Esta
data, pouco rememorada nos livros de História tradicionais, constitui um dos
feitos mais importantes já produzidos pela unidade de ação entre as esquerdas.
E ocorreu no Brasil. Mais precisamente na Praça da Sé, em São Paulo. No auge de
Hitler e Mussolini na Europa, a extrema-direita ficou desmoralizada. A ‘Revoada
dos Galinhas Verdes’ é o nome com que ficou conhecida a fracassada marcha dos
extrema-direita na capital paulistana por conta da resistência antifascista de
sindicalistas, anarquistas, trotskistas, stalinistas, tenentistas e
nacionalistas. Ao menos seis pessoas morreram – dentre elas o jovem comunista
Decio Pinto de Oliveira – e dezenas de outras ficaram feridas. Mas nunca mais,
os integralistas puderam sair às ruas com tamanha ousadia.
No segundo aniversário de
fundação da Ação Integralista Brasileira (AIB) – movimento brasileiro que mais
se aproximou da ideologia de Hitler e Mussolini -, seu líder máximo Plínio
Salgado, inspirado na Marcha de Roma dos fascistas em 1922, convocara seus
adeptos a fazer um desfile multitudinário em São Paulo, com vistas a mostrar
para o regime getulista que constituíam uma força política respeitável. O
objetivo não só foi frustrado por causa do comparecimento aquém do esperado
(estimativas apontam no máximo 4 mil integralistas presentes na marcha), como
os verde-oliva ainda passaram vexame fugindo do confronto com a Frente Única
Antifascista (FUA).
A contramanifestação –
forjada por cima dos sectarismos e em resposta a uma série de violências
cometidas contra militantes de esquerda nos meses anteriores – foi bem
retratada pelo ‘Jornal do Povo’, dirigido pelo Barão de Itararé, em 10 de outubro
de 1934: ‘Um Integralista não corre, voa…”
Charles Rosa é historiador (USP) e militante do Movimento
Esquerda Socialista (MES).
Diretrizes do Estado Novo(1937 - 1945) > Levante
Integralista
Levante Integralista
Movimento armado contra o governo federal
deflagrado em maio de 1938 por membros da Ação Integralista Brasileira.
No segundo semestre de 1937,enquanto a campanha
para as eleições presidenciais marcadas para janeiro do ano seguinte se
desenrolava nas ruas, o presidente Getúlio Vargas articulava
com a alta cúpula das Forças Armadas o golpe do Estado Novo. Plínio Salgado,
principal dirigente e candidato da AIB à presidência, mantinha-se a par das
intenções de Vargas e dava-lhes, inclusive, apoio. Por isso mesmo, logo no
início do mês de novembro retirou sua candidatura e manifestou solidariedade à
luta que Vargas dizia travar contra a ameaça do comunismo e os efeitos
desagregadores da democracia liberal. A expectativa que Plínio Salgado então
cultivava, alimentada pelos contatos que mantinha com o presidente, era de que
o integralismo se tornasse a base política do regime a ser implantado com o
golpe e que o Ministério da Educação do novo governo fosse entregue a um dirigente
da AIB.
Ao ser decretado o Estado Novo em 10 de novembro,
porém, Vargas não fez qualquer referência ao integralismo em sua mensagem à
nação. Mesmo assim, Plínio Salgado declarou
apoio à nova ordem e afirmou que a AIB deixava de ter um caráter político e
passava a limitar sua atuação ao âmbito cívico e cultural. Apesar disso, a AIB
acabou sendo incluída no decreto em que Vargas determinava o fechamento de todos
os partidos políticos. Percebendo que suas expectativas de participação no
poder não se concretizariam, lideranças integralistas como Olbiano de Melo,
Belmiro Valverde e Gustavo Barroso, ao
lado de oficiais da Marinha, começaram a articular, no início de 1938, um golpe
contra o governo. Plínio Salgado trabalhava
em duas frentes: ao mesmo tempo em que dava seu consentimeto aos preparativos
insurrecionais, buscava uma reaproximação com Vargas. Aceitaria, inclusive,
rebatizar a AIB, que oficialmente passou a denominar-se Associação Brasileira
de Cultura. A disposição repressiva demonstrada pelo governo contra os
integralistas deixava claro, porém, que a reaproximação era inviável.
No dia 11 de março de 1938, os integralistas
deflagraram pequenas agitações na Marinha e uma tentativa de ocupação da Rádio
Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro, que foram rapidamente debeladas. Seguiu-se
uma violenta onda repressiva contra os conspiradores que, além dos
integralistas, incluíam alguns políticos de oposição como Otávio Mangabeira, Flores da Cunha e
o coronel Euclides Figueiredo.
Com a prisão deste último, a chefia militar do movimento passou às mãos do
general João Cândido Pereira de Castro Júnior. Enquanto isso, Plínio Salgado mantinha-se
refugiado em São Paulo, evitando dar declarações públicas.
No dia 11 de maio, uma nova tentativa insurrecional
foi promovida pelos integralistas. Dessa vez, sob o comando do tenente Severo
Fournier, um grupo atacou o Palácio Guanabara, residência presidencial, com a
finalidade de depor Vargas. A precariedade do ataque, porém, permitiu que a
própria guarda do palácio, auxiliada pelos familiares do presidente, repelisse
os invasores. A chegada, horas depois, das tropas comandadas pelo general Dutra, ministro da
Guerra, acabou definitivamente com o levante. Os ataques previstos a outros
pontos da cidade também fracassaram devido à total desorganização dos
revoltosos.
Os
integralistas sofreram forte perseguição em todo o país, e muitos de seus
principais líderes foram presos. Plínio Salgado,
entretanto, negou-se a admitir qualquer participação nos episódios e a
princípio foi poupado. Somente em janeiro de 1939 seria preso, mesmo assim por
poucos dias. Em maio, foi novamente encarcerado, e só saiu da prisão no mês
seguinte para se dirigir a um exílio de seis anos em Portugal.
JORNAL DO BRASIL
Rio de Janeiro — Quinta-feira, 13 de
outubro de 1977 Ano LXXXVII — N.o 188
Geisel demite
Frota e nomeia
Bethlem Ministro
do Exército
2 – POLÍTICA E GOVERNO JORNAL DO
BRASIL Quinta-feira, 13/10/77 1º Caderno
Coluna do Castello Governo exonera Sylvio
Frota do
Ministério
Sai o candidato
e fica o sistema
1º Caderno EUROPA - 13
Berlinguer nega que PCI imponha materialismo ateu
Araújo Netto
Correspondente
Roma
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
link
Geisel demite Frota; Bethlem, é o ministro
O presidente Ernesto Geisel exonerou ontem das
funções de ministro do Exército o general Sylvio Frota, nomeando para o cargo o
general Fernando Belfort Bethlem, que vinha comandando o III Exército, sediado
em Porto Alegre. A medida de Geisel foi anunciada às 12 e 30 pelo chefe do
Gabinete Militar da Presidência da República, general Hugo de Abreu, que leu
aos jornalistas credenciados no Palácio do Planalto uma nota oficial de cerca
de 100 palavras, na qual o governo procura caracterizar a demissão de Frota como
"uma decisão de caráter pessoal, sem qualquer vinculação como problema
político da sucessão presidencial". A nota diz: "No sentido de evitar
explorações e malentendidos, o presidente da República manda reafirmar a
informação já fornecida, mais de uma vez, de que nunca autorizou qualquer
gestão focalizando nomes de futuros candidatos. Considera as especulações que,
se fazem sobre o assunto prejudiciais aos interesses do País, pretendendo
tratar do problema somente a partir de janeiro de 1978".
O general Fernando Belfort Bethlem tomou posse no
cargo de ministro do Exército às 16 horas, em solenidade no Palácio do
Planalto, e às 19 e 30, no Quartel-General do Exército, recebeu o cargo de
Sylvio Frota. Todos os generais-comandantes de Exército estiveram durante o dia
de ontem em Brasília.
A nota de despedida, longa e contundente
Uma hora antes que o Palácio do Planalto anunciasse
oficialmente a exoneração do general Sylvio Frota, o Ministério do Exército
divulgava uma longa (3.700 palavras) e contundente "nota à imprensa";
na qual o ex-ministro faz graves acusações ao governo federal, afirmando, entre
outras coisas, que o regime está hoje "muito debilitado pela acomodada
tolerância com os grupos reacionários e subversivos". O ex-ministro vai
além, dizendo que "a deformação e o abandono dos objetivos da revolução
tornaram-se patentes" e cita posições diplomáticas e políticas que
interpreta como "desajustadas da conduta revolucionária". Sylvio
Frota acusou ainda o governo de manter 97 comunistas militantes "nos
escalões de assessoramento e de direção" e fez um relato do diálogo que
manteve pela manhã com o presidente Ernesto Geisel.
Gen. Bethlem defende a vigilância constante
O novo ministro do Exército, general Fernando
Belfort Bethlem, tem 63 anos de idade e, antes de assumir o comando do III
Exército em Porto Alegre, foi comandante do Comando Militar da Amazônia e da
12ª Região Militar. Suas posições políticas podem ser definidas por algumas
afirmações feitas por ele, como em janeiro deste ano, em Curitiba, quando disse
que "a situação no Sul é muito calma, o que não significa que o Exército
tenha deixado de ser vigilante, pois os partidos comunistas estão agindo em
todo o mundo e não posso afirmar que não estejam no Brasil".
Surpresa e silêncio marcam as reações
Surpresos e em silêncio: foi assim que reagiram
praticamente todos os setores nacionais à notícia da demissão, ontem, do
general Sylvio Preta. Tanto os parlamentares arenistas como os emedebistas
insistiam em interpretar a substituição ministerial como um ato de competência
exclusiva do presidente da República, embora alguns oposicionistas definissem o
lato como "um dado novo a demonstrar que o presidente Geisel tem
força", segundo declarou o presidente do MDB no Rio Grande do Sul,
deputado Pedro Simon. O deputado Marcelo Linhares renunciou ontem ao posto de
vice-líder do governo: na última sexta-feira, Linhares acusou a cúpula da Arena
de tentar minimizar a influência do Alto Comando das Forças Armadas no processo
sucessório.
Páginas 3 a 14
Mata-se em. Cuba filha de Allende
HAVANA — Beatriz Allende, filha do ex-presidente
chileno Salvador Allende, matou-se na madrugada de terça-feira, em sua
residência na capital cubana, informou ontem um comunicado do governo de
Havana. A nota oficial diz que Beatriz "se privou da vida com arma de
fogo".
Segundo o comunicado, Beatriz foi levada ao
suicídio "pelas feridas psicológicas que recebeu no dia II de setembro de
1973", quando foi derrubado o regime de Allende. "Desde a morte do
presidente constitucional chileno — acrescenta —, Beatriz achava-se em estado
de depressão e mostrou profundo pesar por não ter caído em Combate no Palácio
de la Moneda, onde morreu Allende."
Carter faz elogio a israelenses
WASHINGTON — O presidente Jimmy Carter elogiou
ontem a decisão do governo israelense de aprovar a proposta norte-americana
para a reconvocação da Conferência de Genebra sobre o Oriente Médio, mas salientou
que não se trata de "uma decisão final". E explicou: "Não é uma
decisão final, porque ainda não conhecemos as preocupações particulares dos
israelenses e também porque devemos manter consultas constantes com os
árabes". Carter disse ainda que o Líbano será convidado a participar das
negociações de Paz. O porta-voz do Departamento de Estado, Hodding Carter,
declarou que "muitos pormenores continuam pendentes no plano de paz,
inclusive a questão da representação dos palestinos" em Genebra.
Página 20
A Nigéria apóia luta na África
WASHINGTON — No encontro que manteve ontem com o
presidente Jimmy Carter, o general Olusegun Obasanjo, chefe de Estado da
Nigéria, justificou a luta armada por parte da maioria negra da Africa
Meridional, afirmando que os regimes minoritários brancos jamais entregaram o
poder voluntariamente. Segundo Obasanjo, "em nenhum lugar do mundo a
justiça e os direitos humanos fundamentais são pisoteados impudica e
sistematicamente como nesta parte do continente".
O líder africano deixou claro também que
negociações pacificas só podem ser realizadas em uma atmosfera de lealdade e de
Confiança e que, por não inspirarem confiança, nem Vorster nem Smith podem
negociar de maneira realista a liquidação do apartheid. Carter não
fez nenhuma referência direta à Rodésia ou à Africa do Sul, embora não tenha
poupado elogios ao visitante, chegando a chamá-lo de "conselheiro" de
seu governo para alguns assuntos africanos.
Enquanto isso, em Uganda, o presidente
vitalício Idi Arbin Dada lançava sua "última advertência" ao governo
do Quênia: ou Jomo Kenyatta silencia os dois principais jornais de Nairóbi que
fazem "propaganda maliciosa" contra Kampala ou ele, Amin, ordenará
que seu Esquadrão Suicida — provido de Migs soviéticos
— bombardeie e destrua as sedes de ambos os jornais. Na ameaça, o ditador
ugandense incluiu também, porto queniano de Mombasa, no Oceano indico. As
Forças Armadas de Uganda são integradas por 20 mil homens e dotadas de
sofisticado material bélico fornecido pela União Soviética e pela Líbia. As
Forças Armadas do Quênia não chegam a ter oito mil homem e seu material bélico,
além de escasso, é bastante antiquado.
Página 16
Déficit com o exterior será menor este ano
Das sucursais
O déficit em conta corrente do Brasil (saldo do
comércio exterior mais serviços) este ano foi estimado em US$ 4 bilhões por
técnicos da Secretaria de Planejamento da Presidência da República, resultado
tido como satisfatório, se comparado com o de 1976, quando o déficit chegou a
US$ 6 bilhões. Os técnicos esperam um superávit na balança comercial, mesmo que
nos três últimos meses do ano venham a ocorrer pequenos déficits. Se a previsão
for confirmada, será a primeira vez, em sete anos, que a balança comercial
apresenta resultado positivo, porque o saldo de US$ 7 milhões obtido em 1973
não é levado em conta, por ser Inexpressivo.
Os técnicos da Secretaria de Planejamento também
prevêem que a partir deste ano o comportamento da balança comercial voltará aos
padrões da década de 60, com pequenos superávits e menor entrada de empréstimos
em moeda para saldar compromissos da dívida externa.
O economiata Affonso Celso Pastore, coordenador de
pesquisas da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior, disse em São
Paulo que o governo brasileiro terá de buscar alternativas para reduzir o custo
das importações e mudar seu esquema de incentivo às exportações. "Isso —
disse — se quiser ficar no modelo exportador. Caso contrário, fica como
está." Defendeu ainda o apoio à exportação de serviços, como engenharia,
porque propiciará a exportação de equipamentos.
Página 32
Contas de 75 da Vasp aprovadas por um voto
O Tribunal de Contas do Estado aprovou ontem, por
três votos contra dois, as contas da Vasp relativas ao exercício de 1975. Em
sessão plenária pública, que se prolongou por três horas e foi presidida pelo
conselheiro Nélson Marcondes do Amaral, votaram pela aprovação os conselheiros
George Nogueira, relator do processo, e Oswaldo. Muller da Silva, além do
substituto do conselheiro Júlio Arantes. Os dois votos contrários foram dados
por Orlando Zancaner, que funcionou como revisor, e Nicolau Tuma.
Aécio Mennucci declarou-se impedido de votar por se
ter manifestado no processo como secretário diretor-geral, antes de sua
nomeação para o cargo de conselheiro que hoje exerce. Nicolau Tuma propôs, como
preliminar, que se encaminhassem os autos ao governador do Estado, para que
este providenciasse informações destinadas a complementar a instrução do
processo — que na sua opinião tem lacunas e é inconclusivo — e, se fosse o
caso, a apurar responsabilidades. Por unanimidade, a proposta foi rejeitada. Se
aceita, o julgamento seria adiado. Em seus votos, Zancaner e Tuma declararam-se
contrários às tentativas de privatização da Vasp, defendendo sua preservação
como sociedade de economia mista. O conselheiro George Nogueira implicitamente
manifestou também essa posição, ao fazer o elogio da Vasp como empresa. Ainda
ontem, o advogado Paulo Cardoso de Siqueira propôs ação popular contra cinco
diretores da Vasp, alegando que eles lesaram o patrimônio estadual em Cr$ 24,2
milhões.
Página 22
Coríntians e Ponte, a decisão
O campeão paulista de 1977 será conhecido hoje, no
Morumbi, em 90 ou 120 minutos de futebol, qualquer que seja o resultado da
terceira partida entre o Coríntians e a Ponte Preta e da eventual prorrogação.
Desta vez, caiu o interesse de outros Estados e a vitória da Ponte Preta, no
último jogo, também fez com que a torcida do Coríntians passasse a limitar a
sua euforia nas ruas de São Paulo, embora a cidade volte a ter um dia todo
voltado ao futebol. O Coríntians, que luta há 22 anos para conquistar um título,
poderá contar com o seu jogador mais caro, Palhinha, apesar dos mistérios do
técnico Osvaldo Brandão, e a Ponte Preta mostra esperança de ser campeã
paulista pela primeira vez em sua história.
Nos bastidores, a luta continua bastante intensa:
enquanto o presidente da Ponte Preta, Lauro Moraes Filho, visitava ontem o
secretário da Segurança Pública, coronel Antônio Erasmo Dias, a fim de
solicitar à polícia uma proteção especial para a torcida do seu clube, o
presidente do Coríntians, Vicente Mateus, novamente pedia entusiasmo aos seus
torcedores. E os dois dirigente fazem acusações mútuas, afirmando que o clube
adversário possui um plano para invadir o campo ou apagar os refletores se
estiver em desvantagem na partida. Entretanto, está previsto um esquema
bastante rígido para o policiamento do estádio.
O time que vencer no tempo regulamentar já será
campeão, mas, se houver empate nos 90 minutos, o juiz Dulcídio Vanderlei
Boschilia dirigirá uma prorrogação de 30 minutos. Persistindo o empate, o
Coríntians será declarado campeão, por ter obtido maior número de vitórias —
26, contra 23 da Ponte — em todo o campeonato. A Ponte, porém, alega que o
regulamento é falho e que não disputará a prorrogação, apesar das ameaças da
Federação Paulista de Futebol.
Páginas 28, 29 e última
O Estado de São Paulo, São Paulo, quinta-feira, 13
de outubro de 1977
Referências
https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/biografias/antonio_carlos_ribeiro_de_andrada
https://www.cnnbrasil.com.br/politica/2020/05/24/grupo-de-militares-manifesta-apoio-a-heleno-e-fala-em-guerra-civil
https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/ver-para-crer/5640
https://cdn.movimentorevista.com.br/wp-content/uploads/2017/10/integralistavoa.jpg
https://cdn.movimentorevista.com.br/wp-content/uploads/2017/10/integralistavoa.jpg
https://movimentorevista.com.br/2017/10/revoada-dos-galinhas-verdes/
https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos37-45/PoliticaAdministracao/LevanteIntegralista
http://velhasreportagens.blogspot.com/2015/12/geisel-demite-frota-bethlem-e-o-ministro.html
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinutWZXELbFZ9vQng405YRKpI7ylCfQiM0eTri_-X-aWi6G6YcAkCrQmo7rEo7G6d7hjWSyQBDMg2C5aXM4jt3kciUroOZ0AYRnckdvZRort3259y4DiP-8Eo2zenikWywWKUyGRJGU-mq/s400/19771013-31464-nac-0001-999-1-not-hahkhae%255B1%255D.jpg
http://velhasreportagens.blogspot.com/2015/12/geisel-demite-frota-bethlem-e-o-ministro.html
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