segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Sabinada na República Cearense?








Ex-deputado federal é suspenso da PM do Ceará por convocar paralisação
Parte dos policiais militares do Ceará aderem a motim iniciado em 18 de fevereiro. Ex-deputado Cabo Sabino convocou policiais a aderirem a paralisação, conforme documento.
Por G1 CE
23/02/2020 16h51  Atualizado há 17 horas
    


Cabo e ex-deputado federal Flávio Sabino é afastado da PM por 'incapacidade moral', conforme Diário Oficial — Foto: Fabiane de Paula/SVM

A Controladoria Geral de Disciplina afastou o ex-deputado federal Cabo Sabino (Avante-CE) da Polícia Militar do Ceará por "incapacidade moral do mesmo de permanecer nos quadros" da segurança pública do estado.
Conforme portaria publicada no Diário Oficial do Ceará de sexta-feira (21), o cabo da Polícia Militar Flávio Sabino, junto com lideranças da Associação das Esposas de Militares, "convocaram os policiais e familiares para se fazerem presentes no 18º BPM [Batalhão da Polícia Militar] com o objetivo de obstruir o serviço e iniciar o movimento de paralisação" dos policiais.
18º Batalhão foi ocupado por homens encapuzados e familiares na madrugada de quarta-feira (19), quando o motim dos militares ganhou maior adesão.
Ainda conforme a publicação, "homens mascarados, mulheres e crianças se aglomerado no local [18º Batalhão], dando início ao movimento que se difundiu durante a noite em outras unidades policiais da capital [Fortaleza] e do interior do Estado".
Ficou determinado ainda a retirada do distintivo e da arma do ex-deputado Cabo Sabino. A decisão de afastamento afeta mais de 160 policiais, a maioria por "motim, insubordinação e abandono de posto".
G1 tentou contato com Cabo Sabino, mas as ligações não foram atendidas até a última atualização desta reportagem. Em um vídeo divulgado em redes sociais no sábado (22), Sabino afirma que os policiais estão sendo punidos com base em artigo "restrito às forças armadas, que nãos se aplica às forças auxiliares".
"Para nós não existe crime, pode ser ilegal pelo que diz a Constituição, mas mais ilegal é o que o Governo tem feito conosco. Ele demite várias pessoas de maneira irresponsável, maneira irresponsável", completou Sabino.

Paralisação da polícia e aumento da violência




Policiais do Ceará se reuniram com senadores para ouvir propostas do governo estadual. — Foto: Kid Junior/SVM

Desde o início do motim, os índices de homicídios dispararam no Ceará. O estado teve nesta semana os dois dias mais violentos do estado em relação ao número de mortes desde 2012. Nesta sexta-feira (21) foram 37 homicídios no estado; e no sábado (22), outros 34.
Os números só não maiores que o total de homicídios em 1º de janeiro de 2012, data de outra paralisação da PM, quando ocorreram 41 assassinatos no estado.

Resumo:
5 de dezembro: policiais e bombeiros militares organizaram um ato reivindicando melhoria salarial. Por lei, policiais militares são proibidos de fazer greve.
31 de janeiro: o governo anunciou um pacote de reajuste para soldados.
6 de fevereiro: data em que a proposta seria levada à Assembleia Legislativa do estado, policiais e bombeiros promoveram uma manifestação pedindo aumento superior ao sugerido.
13 de fevereiro: o governo elevou a proposta de reajuste e anunciou acordo com os agentes de segurança. Um grupo dissidente, no entanto, ficou insatisfeito com o pacote oferecido.
14 de fevereiro: o Ministério Público do Ceará (MPCE) recomendou ao comando da Polícia Militar do Ceará que impedisse agentes de promover manifestações.
17 de fevereiro: a Justiça manteve a decisão sobre possibilidade de prisão de policiais em caso de manifestações.
18 de fevereiro: três policiais foram presos em Fortaleza por cercar um veículo da PM e esvaziar os pneus. À noite, homens murcharam pneus de veículos de um batalhão na Região Metropolitana.
19 de fevereiro: batalhões da Polícia Militar do Ceará foram atacados. O senador Cid Gomes foi baleado em um protesto de policiais amotinados.
20 de fevereiro: policiais recusaram encerrar o motim após ouvirem as condições propostas pelo Governo do Ceará para chegar a um acordo.
21 de fevereiro: tropas do Exército começam a atuar nas ruas do Ceará.
22 fevereiro: Ceará soma 88 homicídios desde o início do motim. Antes do movimento dos policiais, a média era de seis assassinatos por dia. O Exército anunciou um reforço na segurança.
Atuação do Exército





Veículos blindados são usados pelo Exército na segurança das ruas de Fortaleza — Foto: Thiago Gadelha

Por conta da crise na segurança, o Exército passou a atuar em Fortaleza na sexta-feira, em uma aplicação da Garantia da Lei e da Ordem. Mesmo após o reforço, o Ceará teve 37 homicídios na sexta-feira.
O comandante da 10ª Região Militar do Ceará, Fernando da Cunha Mattos, afirmou que o estado ainda receberá mais tropas para reforçar a segurança. Mattos disse que o número de soldados foi "inicialmente insuficiente" e que o Comando do Nordeste enviou tropas de quatro estado. O número de soldados, porém, não foi informado pelo comandante.
Ainda conforme Mattos, o Exército começou neste domingo a exercer o poder de polícia nas ruas de Fortaleza, medida que deve reduzir os homicídios na capital cearense. Outra medida que será adotada será o uso de veículos blindados.
MANIFESTAÇÃO DE POLICIAIS POR AUMENTO SALARIAL
Policiais protestam por aumento salarial na Assembleia
Governo anuncia pacote de reajuste salarial para militares
Policiais protestam e reivindicam aumento maior que o proposto
Governo eleva proposta de reajuste salarial de militares
Em meio a risco de greve, MP pede que Justiça barre atos grevistas
Justiça proíbe atos grevistas e determina prisão de policiais desobedientes
Policiais são presos por cercarem veículo da PM e secar pneus
Homens encapuzados invadem batalhões e secam pneus de veículos
Cid Gomes é baleado em protesto de policiais em Sobral
Militares recusam proposta do governo e mantêm motim
Exército começa a atuar nas ruas de Fortaleza
Violência dispara com o motim dos policiais



















Nas entrelinhas: Cabo Anselmo
Publicado em 23/02/2020 - 07:01 Luiz Carlos AzedoGoverno, Memória, Militares, Política, Segurança, Violência
“Bolsonaro tem uma militância armada e radicalizada muito numerosa, que intimida pela truculência, não apenas nas redes sociais. Aonde isso vai parar, ninguém sabe ainda”

É domingo de carnaval, mas vou falar de coisa séria. José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, nasceu em 13 de fevereiro de 1941, em Sergipe. Foi um dos protagonistas do golpe militar de 1964, atuando como um agente provocador. Em 1962, filiou-se à Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil (AMFNB), da qual se elegeu presidente. Em 25 de março de 1964, durante as comemorações do 2º aniversário da AMFNB no Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, protestou contra a punição imposta a 12 dirigentes da associação por apoiarem as reformas de base propostas pelo então presidente da República, João Goulart.
O cenário era de radicalização política: derrotado no Congresso, e diante da forte oposição dos governadores da antiga Guanabara, Carlos Lacerda; Minas Gerais, Magalhães Pinto; e São Paulo, Adhemar de Barros, Goulart resolvera se apoiar nos sindicatos de trabalhadores e nas ligas camponesas. Os marinheiros, porém, roubaram a cena: decidiram não acatar a ordem de prisão dada aos colegas e permanecer no prédio do sindicato. No dia 26, parte dos fuzileiros navais enviados pelo ministro da Marinha, almirante Sílvio Mota, para reprimir o levante, aderiu ao movimento. Diante da recusa do comandante do Corpo de Fuzileiros Navais, almirante Cândido Aragão, em sufocar o motim, Sílvio Mota recorreu à Polícia do Exército e demitiu Aragão.
Goulart acabou se colocando ao lado dos marinheiros, gerando uma crise na Marinha, que culminou com a saída de Sílvio Mota, a nomeação do almirante Paulo Mário da Cunha Rodrigues para a pasta e a recondução de Cândido Aragão ao comando do Corpo de Fuzileiros Navais, além da libertação dos amotinados. No dia 28, José Anselmo, comemorou a vitória com uma passeata de marinheiros pelo centro do Rio, e, no dia 30, levou o presidente Goulart ao ato promovido pela Associação de Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar, no Automóvel Clube do Rio de Janeiro. Envolver-se com os amotinados foi um erro fatal do presidente da República, era o pretexto que faltava para que os principais líderes militares da época, à frente o marechal Castelo Branco, assumissem o poder.
Cassado pelo Ato Institucional nº 1, em abril, José Anselmo asilou-se na embaixada do México. Quinze dias depois, deixou a embaixada, mas foi preso no dia seguinte. Em março de 1966, fugiu novamente, em circunstâncias estranhas; porém, era reconhecido como líder político de esquerda. No final do ano, seguiu para o Uruguai. Em 1967, ao lado do líder comunista Carlos Marighella, participou da 1ª Conferência da Organização Latino-Americana de Solidariedade, realizada em Havana, que deflagrou uma onda de guerrilhas na América Latina. Ainda em Cuba, participou da formação do primeiro núcleo de treinamento de guerrilha da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).
Retornando ao Brasil, em 1970, foi designado para trabalhar em São Paulo. Meses depois, uma onda de prisões e mortes de militantes que tiveram contato com Anselmo levantou suspeitas de que fosse um agente policial infiltrado. Como fora detido em junho de 1971, era inexplicável sua aparição em liberdade dias depois. Anselmo negou o fato. Em janeiro de 1972, voltou a ser alvo da mesma acusação, dessa vez pela Ação Libertadora Nacional (ALN), após a apresentação de um relatório de testemunhas da sua prisão em 1971. Em fevereiro de 1973, a VPR acusou-o formalmente de ser agente da Central Intelligence Agency (CIA). Suspeita-se de que era agente do Centro de Informação da Marinha, sob a supervisão da CIA, antes mesmo de 1964.
Motins
Em 1984, a revista IstoÉ publicou uma entrevista de Anselmo, na qual se assumia um colaborador dos órgãos de repressão. Desaparecido desde então, voltou a ser localizado em 1999, pela revista Época, quando confirmou que fora o principal responsável pelo desmantelamento da VPR e da ALN. Em 1973, havia sido submetido a uma cirurgia plástica e recebera documentos falsos, fornecido pelos serviços de inteligência. Manteve-se na clandestinidade, apesar do direito à anistia.
Na quinta-feira, o Solidariedade expulsou de seus quadros o vereador Sargento Ailton, de Fortaleza, flagrado como um dos líderes do motim da Polícia Militar do Ceará, no qual foi baleado o senador Cid Gomes (PDT-CE), ao investir com uma retroescavadeira contra o portão de um quartel ocupado por grevistas encapuzados. Em outros estados, movimentos semelhantes estão sendo organizados para exigir aumentos salariais e outros benefícios.
O presidente Jair Bolsonaro aceitou o pedido do governo cearense e decretou uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), a cargo do Ministério da Defesa, cuja missão é garantir a segurança pública, e não, reprimir os amotinados. Em 72 horas, houve mais de 80 assassinatos no Ceará. A tarefa de resolver o problema da disciplina na PM continua sendo do governador petista Camilo Santana. Bolsonaro flerta com os amotinados, que são parte importante de sua base social.
Há muitos sargentos Aíltons na política, fazendo agitação entre os policiais militares, alguns dos quais ligados às milícias, utilizando métodos que não são os da política propriamente dita. Bolsonaro tem uma militância armada e radicalizada muito numerosa, que intimida pela truculência, não apenas nas redes sociais. Aonde isso vai parar, ninguém sabe ainda. Sabe-se, porém, que nem é preciso um novo Cabo Anselmo para que a indisciplina nos quartéis das polícias militares vire uma crise institucional.










Sabinada
A História da Sabinada, causas, objetivos, revolta regencial, República Bahiense, como terminou




Bandeira da República Bahiense: criada durante a Sabinada


Introdução - o que foi

A Sabinada foi uma revolta feita por militares, integrantes da classe média (profissionais liberais, comerciantes, etc) e rica da Bahia. A revolta se estendeu entre os anos de 1837 e 1838. Ganhou este nome, pois seu líder foi o jornalista e médico Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira.


Resumo das principais causas da Sabinada

Os revoltosos eram contrários às imposições políticas e administrativas impostas pelo governo regencial. Estavam profundamente insatisfeitos com as nomeações de autoridades para o governo da Bahia, realizadas pelo governo regencial.

O estopim da revolta ocorreu quando o governo regencial decretou recrutamento militar obrigatório para combater a Guerra dos Farrapos, que ocorria no sul do país.


Objetivos principais do movimento:

Os revoltosos queriam mais autonomia política e defendiam a instituição do federalismo republicano, sistema que daria mais autonomia política e administrativa às províncias. 


República Bahiense

Com o apoio de vários integrantes do exército, os revoltosos foram para as ruas e tomaram vários quartéis militares. No dia 7 de novembro de 1837, tomaram o poder em Salvador (capital). Decretaram a República Bahiense, que, de acordo com os líderes da revolta, deveria durar até D.Pedro II atingir a maioridade.


Repressão, como terminou e consequências principais

O governo central, sob a regência de regente Feijó, enviou tropas para a região e reprimiu o movimento com força total. A cidade de Salvador foi cercada e retomada. Muita violência foi usada na repressão. Centenas de casas de revoltosos foram queimadas pelas forças militares do governo.

Entre revoltosos e integrantes das forças do governo, ocorreram mais de 2 mil mortes durante a revolta. Mais de 3 mil revoltosos foram presos. Assim, em março de 1838, terminava mais uma rebelião do período regencial.



Francisco Sabino Vieira: líder da Sabinada.


Última revisão: 27/10/2019


Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).











Diogo Antônio Feijó
Regente imperial
Por Dilva Frazão

Biografia de Diogo Antônio Feijó
Diogo Antônio Feijó (1784-1843) foi um sacerdote e político brasileiro. Foi Deputado, Ministro da Justiça, Regente Imperial e Senador.
Diogo Antônio Feijó, também conhecido como "Padre Feijó", nasceu em São Paulo, no dia 17 de agosto de 1784. Filho de mãe solteira foi criado por um tio, padre Fernando e pela avó.
Passou a infância entre as cidades de Cotia, São Paulo, Parnaíba e Guaratinguetá. O padre José Gonçalves Lima, um parente próximo, se encarregou de prepará-lo para o sacerdócio.

Ordenação
Com 20 anos, já subdiácono, foi morar em São Carlos, onde passou a lecionar latim e português, recebendo elogios da Câmara Municipal.
Depois de continuar os estudos de filosofia, em 25 de outubro de 1808, ordenou-se padre. Nesse mesmo ano, resolveu seguir para Itu, uma vez que não poderia progredir nos estudos, pois não havia campo para o diálogo filosófico.
Em Itu, na época, uma das sedes da comarca e com movimentado ambiente político, procurou o padre Jesuíno do Monte Carmelo, e logo abriu um curso de filosofia, o que o tornou um dos introdutores do pensamento de Immanuel Kant no Brasil.

Vida política
Em Itu, o Padre Feijó ingressou no movimento separatista, que fazia oposição ao predomínio dos Andradas na política paulista.
Em 1821 foi para Lisboa, onde seria regida a Constituição do País, como deputado de seu Estado natal.
Chegando lá, encontrou um ambiente hostil, pois para os portugueses a única função dos brasileiros era apenas "assinar a Constituição".
Depois de três meses de sessões na Corte de Lisboa, e de pregar a independência do Brasil, Diogo Feijó pede a palavra e os portugueses. Estarrecidos, ouviram o padre pronunciar um discurso em defesa dos interesses brasileiros, o que causou um movimento de perseguição contra os deputados do Brasil.
Nas vésperas da aprovação da Constituição, os sete deputados brasileiros viram-se obrigados a fugir para a Inglaterra e de lá voltaram para o Brasil.
No dia 21 de dezembro de 1822, Feijó desembarca no Recife, Pernambuco, e só então toma conhecimento da proclamação da independência do Brasil no dia 7 de setembro.
Diogo Antônio Feijó retornou para Itu e em 1824, obrigou a Câmara de Itu a reformar o projeto da Constituição do Império.
Contrário às diversas medidas restritivas da Constituição, outorgada em 1824, despertou a antipatia de D. Pedro I.
Deputado
Em 1926, Diogo Feijó reiniciou a carreira política. Foi nomeado deputado por São Paulo nas legislaturas de 1826-1829 e 1830-1833.
Destacou-se nos debates em defesa da abolição do celibato clerical e pelos ataques ao imperador, no movimento de resistência ao absolutismo que resultou na abdicação de D. Pedro I no dia 7 de abril de 1831, que na visão da classe dominante foi a confirmação da Independência.

Ministro da Justiça
Com a menoridade de futuro imperador do Brasil, o país passou a ser governado por "regências", até 23 de julho de 1840, quando D. Pedro II foi declarado de maior idade.
Em julho de 1831, Diogo Feijó, então deputado, foi convidado pela Regência Trina Permanente a ocupar a pasta do Ministério da Justiça, em nome do Partido Moderado.
Feijó, o homem forte do regime, atuava como ditador legal. Para manter a ordem pública, criou a Guarda Nacional.
Agiu Feijó com energia e eficiência, sufocando motins e revoltas, mantendo a ordem a todo custo.
Um decreto importante, de cunho abolicionista, marcou sua atuação, quando declarou livres todos os escravos vindos de fora do Império. Porém, sua lei não foi cumprida.
Para Feijó, José Bonifácio de Andrade, do Partido Restaurador, era o principal responsável pela revolta que irrompera no Rio de Janeiro, em 3 de abril de 1832, e fonte de muitas intrigas políticas.
Debelada a revolta, exigiu que José Bonifácio fosse destituído do cargo de tutor do infante D. Pedro II, mas o Parlamento rejeitou o pedido.
Insatisfeito, Feijó deixou o ministério e retirou-se para São Paulo. Em 1933 foi eleito para o Senado pelo Rio de Janeiro.

A Regência de Feijó
Com a morte de D. Pedro I em Portugal em 24 de setembro de 1834, extinguia-se o partido Restaurador.
Após a promulgação do Ato Adicional em 12 de agosto de 1834 que criava o Regente Único, Feijó foi o escolhido mediante consulta popular.
A “Regência Uma” de Diogo Feijó exercida entre 12 de outubro de 1835 e 19 de setembro de 1837, enfrentou grande oposição política e algumas revoltas que agitaram o Brasil, tais como a Cabanagem, no Pará, e a Guerra dos Farrapos, no Rio Grande do Sul.
Feijó não conseguiu encontrar soluções imediatas para os problemas nacionais. A Câmara negou fundos para debelar as rebeliões. Os atritos entre a Câmara e o Executivo passaram a ser constantes.
Quando ainda dispunha de dois anos na regência, em 19 de setembro de 1837, Feijó renunciou. Nomeou interinamente o pernambucano Pedro Araújo Lima, futuro Marquês de Olinda.

Últimos Anos
Diogo Feijó só retornou à atividade parlamentar em 1839, quando foi eleito presidente do Senado. No dia 23 de julho de 1840 assistiu a coroação de D. Pedro II, depois do golpe da maioridade, uma trama dos liberais, dando início ao Segundo Reinado.
Durante os levantes liberais de 1842, que pretendiam impedir a ascensão dos conservadores ao poder, Feijó, mesmo doente, assumiu a liderança em Sorocaba.
Feijó foi preso, levado para Santos e depois para o Espírito Santo. Defendeu-se da acusação em 15 de maio de 1843, conseguindo ser absolvido.
Feijó teve grande importância na política imperial, tanto por seus atos, como por sua influência, ocupando um lugar de destaque na História do Brasil.
Diogo Antônio Feijó morreu em São Paulo, no dia 10 de novembro de 1843.










Entenda a Intervenção Federal
Saiba em que situações pode haver uma Intervenção Federal; no Rio de Janeiro, ação ocorre pelo comprometimento da ordem pública

O artigo 34 da Constituição Federal de 1988 estabelece em quais situações o Governo Federal pode intervir nas competências de um ente da federação, isto é, de um estado ou do Distrito Federal. A possibilidade de intervenção federativa existe desde 1891, quando foi promulgada a primeira constituição pós-proclamação da República.

O Brasil é uma República Federativa, o que significa, na prática, que municípios, estados e Governo Federal têm responsabilidades próprias e autonomia em sua gestão e políticas, sem que um deles interfira nas atribuições dos demais.

Mas há exceções. Por motivos de segurança, a Constituição prevê alguns casos em que a União pode sim intervir naquilo que não era, originalmente, sua atribuição. São situações bem específicas em que o Governo Federal entra em cena para:

Coibir grave comprometimento da ordem pública
Ordem pública é o funcionamento normal da sociedade. Pode se referir a instituições, empresas, universidades, escolas, hospitais etc. A ordem é uma situação em que se garante a incolumidade física, mental e dos bens das pessoas. Foi esse o caso do Rio de Janeiro, onde foi decretada a Intervenção Federal até 31 de dezembro de 2018.

Manter a integridade nacional
A intervenção pode ocorrer se uma parte do País se declarar independente (o que é crime, pois, segundo a Constituição, a República Federativa do Brasil é uma união indissolúvel entre estados, municípios e Distrito Federal).


Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra
Esse tipo de intervenção é previsto para evitar situações de conflito armado, ou seja, uma guerra. Se algum país da América do Sul ameaçar invadir o território brasileiro, em vez de decretar guerra, o governo pode autorizar uma intervenção para repelir os invasores com auxílio das Forças Armadas. O mesmo vale para conflitos internos.

Garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas Unidades da Federação
Se em algum estado ou no Distrito Federal a atividade de qualquer um dos poderes (Legislativo, Executivo ou Judiciário) estiver em risco, a União pode intervir.


Reorganizar as finanças da Unidade da Federação
A intervenção é aplicável quando o estado ou o DF suspende o pagamento da dívida fundada com a União por mais de dois anos consecutivos, para amenizar o cenário de inadimplência, desconfiança e aumento de juros. Também é válida quando a Unidade da Federação deixa de entregar aos municípios receitas que deveriam receber, como metade do Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e 25% do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial
Neste caso, a União garante a execução de uma dessas três ações. Se o estado descumpre a Lei de Responsabilidade Fiscal (uma lei federal), por exemplo, o procurador-geral da República recorre ao Superior Tribunal Federal (STF), que determina o que é chamado de ação de executoriedade de lei federal.

Assegurar a observância de princípios constitucionais sensíveis
Essa regra existe para garantir que a União vai intervir em casos nos quais são descumpridos princípios constitucionais sensíveis, isto é, que são tão importantes a ponto de justificar uma intervenção.

São eles:
Forma republicana, sistema representativo e regime democrático
Direitos da pessoa humana
Autonomia municipal
Prestação de contas da administração pública, direta e indireta
Aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e em ações e serviços públicos de saúde.


Fontes: Governo do Brasil, com informações da Constituição Federal





Referências




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https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2020/02/23/ex-deputado-federal-e-suspenso-da-pm-do-ceara-por-convocar-paralisacao.ghtml
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http://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/nas-entrelinhas-cabo-anselmo/
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http://www.intervencaofederalrj.gov.br/intervencao/entenda-a-intervencao-federal


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