Ex-deputado federal é suspenso da PM do Ceará
por convocar paralisação
Parte dos policiais militares do Ceará aderem
a motim iniciado em 18 de fevereiro. Ex-deputado Cabo Sabino convocou policiais
a aderirem a paralisação, conforme documento.
Por G1 CE
23/02/2020 16h51 Atualizado há
17 horas
Cabo e ex-deputado federal Flávio Sabino é
afastado da PM por 'incapacidade moral', conforme Diário Oficial — Foto:
Fabiane de Paula/SVM
A Controladoria Geral de Disciplina
afastou o ex-deputado federal Cabo Sabino (Avante-CE) da Polícia Militar do
Ceará por "incapacidade moral do mesmo de permanecer nos quadros" da
segurança pública do estado.
Conforme portaria publicada no Diário
Oficial do Ceará de sexta-feira (21), o cabo da Polícia Militar Flávio Sabino,
junto com lideranças da Associação das Esposas de Militares, "convocaram
os policiais e familiares para se fazerem presentes no 18º BPM [Batalhão da
Polícia Militar] com o objetivo de obstruir o serviço e iniciar o movimento de
paralisação" dos policiais.
O 18º Batalhão foi ocupado por homens encapuzados e familiares
na madrugada de quarta-feira (19), quando o motim dos militares ganhou maior
adesão.
Ainda conforme a publicação,
"homens mascarados, mulheres e crianças se aglomerado no local [18º
Batalhão], dando início ao movimento que se difundiu durante a noite em outras
unidades policiais da capital [Fortaleza] e do interior do Estado".
Ficou determinado ainda a retirada do
distintivo e da arma do ex-deputado Cabo Sabino. A decisão de afastamento afeta
mais de 160 policiais, a maioria por "motim, insubordinação e abandono de
posto".
O G1 tentou contato com Cabo Sabino, mas as ligações não foram
atendidas até a última atualização desta reportagem. Em um vídeo divulgado em
redes sociais no sábado (22), Sabino afirma que os policiais estão sendo
punidos com base em artigo "restrito às forças armadas, que nãos se aplica
às forças auxiliares".
"Para nós não existe crime, pode
ser ilegal pelo que diz a Constituição, mas mais ilegal é o que o Governo tem
feito conosco. Ele demite várias pessoas de maneira irresponsável, maneira
irresponsável", completou Sabino.
Paralisação da polícia e aumento da violência
Policiais do Ceará se reuniram com senadores
para ouvir propostas do governo estadual. — Foto: Kid Junior/SVM
Desde o início do motim, os índices de
homicídios dispararam no Ceará. O estado teve nesta semana os dois dias mais
violentos do estado em relação ao número de mortes desde 2012. Nesta
sexta-feira (21) foram 37 homicídios no estado; e no sábado (22), outros 34.
Os números só não maiores que o total
de homicídios em 1º de janeiro de 2012, data de outra paralisação da PM, quando
ocorreram 41 assassinatos no estado.
Resumo:
5 de dezembro: policiais e bombeiros militares organizaram
um ato reivindicando melhoria salarial. Por lei, policiais militares
são proibidos de fazer greve.
31 de janeiro: o governo anunciou um pacote de reajuste para
soldados.
6 de fevereiro: data em que
a proposta seria levada à
Assembleia Legislativa do estado, policiais e bombeiros promoveram uma
manifestação pedindo aumento superior ao sugerido.
13 de fevereiro: o governo elevou a proposta de
reajuste e anunciou acordo com os agentes de segurança. Um grupo
dissidente, no entanto, ficou insatisfeito com o pacote oferecido.
14 de fevereiro: o Ministério
Público do Ceará (MPCE) recomendou ao comando da Polícia Militar do Ceará que impedisse agentes de promover
manifestações.
17 de fevereiro: a Justiça manteve a decisão sobre
possibilidade de prisão de policiais em caso de manifestações.
18 de fevereiro: três policiais foram presos em
Fortaleza por cercar um veículo da PM e esvaziar os pneus. À noite, homens
murcharam pneus de veículos de um batalhão na Região Metropolitana.
19 de fevereiro: batalhões da Polícia Militar do Ceará foram
atacados. O senador Cid Gomes
foi baleado em um protesto de policiais amotinados.
20 de fevereiro: policiais
recusaram encerrar o motim após ouvirem as condições propostas pelo
Governo do Ceará para chegar a um acordo.
21 de fevereiro: tropas do Exército começam a atuar nas
ruas do Ceará.
22 fevereiro: Ceará soma 88 homicídios desde o início do motim.
Antes do movimento dos policiais, a média era de seis assassinatos por dia.
O Exército anunciou um reforço na
segurança.
Atuação do Exército
Veículos blindados são usados pelo Exército na
segurança das ruas de Fortaleza — Foto: Thiago Gadelha
Por conta da crise na segurança, o
Exército passou a atuar em Fortaleza na sexta-feira, em uma aplicação da
Garantia da Lei e da Ordem. Mesmo após o reforço, o Ceará teve 37 homicídios na
sexta-feira.
O comandante da 10ª Região Militar do
Ceará, Fernando da Cunha Mattos, afirmou que o estado ainda receberá mais
tropas para reforçar a segurança. Mattos disse que o número de soldados foi
"inicialmente insuficiente" e que o Comando do Nordeste enviou tropas
de quatro estado. O número de soldados, porém, não foi informado pelo
comandante.
Ainda conforme Mattos, o Exército
começou neste domingo a exercer o poder de polícia nas ruas de Fortaleza,
medida que deve reduzir os homicídios na capital cearense. Outra medida que
será adotada será o uso de veículos blindados.
MANIFESTAÇÃO DE POLICIAIS POR AUMENTO
SALARIAL
Policiais protestam por aumento salarial na
Assembleia
Governo anuncia pacote de reajuste salarial
para militares
Policiais protestam e reivindicam aumento
maior que o proposto
Governo eleva proposta de reajuste salarial de
militares
Em meio a risco de greve, MP pede que Justiça
barre atos grevistas
Justiça proíbe atos grevistas e determina
prisão de policiais desobedientes
Policiais são presos por cercarem veículo da
PM e secar pneus
Homens encapuzados invadem batalhões e secam
pneus de veículos
Cid Gomes é baleado em protesto de policiais
em Sobral
Militares recusam proposta do governo e mantêm
motim
Exército começa a atuar nas ruas de Fortaleza
Violência dispara com o motim dos policiais
Nas entrelinhas: Cabo Anselmo
Publicado em 23/02/2020 - 07:01 Luiz
Carlos AzedoGoverno, Memória, Militares, Política, Segurança, Violência
“Bolsonaro tem uma militância armada e
radicalizada muito numerosa, que intimida pela truculência, não apenas nas
redes sociais. Aonde isso vai parar, ninguém sabe ainda”
É domingo de carnaval, mas vou falar
de coisa séria. José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, nasceu em 13 de
fevereiro de 1941, em Sergipe. Foi um dos protagonistas do golpe militar de
1964, atuando como um agente provocador. Em 1962, filiou-se à Associação dos
Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil (AMFNB), da qual se elegeu presidente.
Em 25 de março de 1964, durante as comemorações do 2º aniversário da AMFNB no
Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, protestou contra a punição
imposta a 12 dirigentes da associação por apoiarem as reformas de base
propostas pelo então presidente da República, João Goulart.
O cenário era de radicalização
política: derrotado no Congresso, e diante da forte oposição dos governadores
da antiga Guanabara, Carlos Lacerda; Minas Gerais, Magalhães Pinto; e São
Paulo, Adhemar de Barros, Goulart resolvera se apoiar nos sindicatos de
trabalhadores e nas ligas camponesas. Os marinheiros, porém, roubaram a cena:
decidiram não acatar a ordem de prisão dada aos colegas e permanecer no prédio
do sindicato. No dia 26, parte dos fuzileiros navais enviados pelo ministro da
Marinha, almirante Sílvio Mota, para reprimir o levante, aderiu ao movimento.
Diante da recusa do comandante do Corpo de Fuzileiros Navais, almirante Cândido
Aragão, em sufocar o motim, Sílvio Mota recorreu à Polícia do Exército e
demitiu Aragão.
Goulart acabou se colocando ao lado
dos marinheiros, gerando uma crise na Marinha, que culminou com a saída de
Sílvio Mota, a nomeação do almirante Paulo Mário da Cunha Rodrigues para a
pasta e a recondução de Cândido Aragão ao comando do Corpo de Fuzileiros
Navais, além da libertação dos amotinados. No dia 28, José Anselmo, comemorou a
vitória com uma passeata de marinheiros pelo centro do Rio, e, no dia 30, levou
o presidente Goulart ao ato promovido pela Associação de Subtenentes e
Sargentos da Polícia Militar, no Automóvel Clube do Rio de Janeiro. Envolver-se
com os amotinados foi um erro fatal do presidente da República, era o pretexto
que faltava para que os principais líderes militares da época, à frente o
marechal Castelo Branco, assumissem o poder.
Cassado pelo Ato Institucional nº 1,
em abril, José Anselmo asilou-se na embaixada do México. Quinze dias depois,
deixou a embaixada, mas foi preso no dia seguinte. Em março de 1966, fugiu
novamente, em circunstâncias estranhas; porém, era reconhecido como líder
político de esquerda. No final do ano, seguiu para o Uruguai. Em 1967, ao lado
do líder comunista Carlos Marighella, participou da 1ª Conferência da
Organização Latino-Americana de Solidariedade, realizada em Havana, que
deflagrou uma onda de guerrilhas na América Latina. Ainda em Cuba, participou
da formação do primeiro núcleo de treinamento de guerrilha da Vanguarda Popular
Revolucionária (VPR).
Retornando ao Brasil, em 1970, foi
designado para trabalhar em São Paulo. Meses depois, uma onda de prisões e
mortes de militantes que tiveram contato com Anselmo levantou suspeitas de que
fosse um agente policial infiltrado. Como fora detido em junho de 1971, era
inexplicável sua aparição em liberdade dias depois. Anselmo negou o fato. Em
janeiro de 1972, voltou a ser alvo da mesma acusação, dessa vez pela Ação
Libertadora Nacional (ALN), após a apresentação de um relatório de testemunhas
da sua prisão em 1971. Em fevereiro de 1973, a VPR acusou-o formalmente de ser
agente da Central Intelligence Agency (CIA). Suspeita-se de que era agente do
Centro de Informação da Marinha, sob a supervisão da CIA, antes mesmo de 1964.
Motins
Em 1984, a revista IstoÉ publicou uma
entrevista de Anselmo, na qual se assumia um colaborador dos órgãos de
repressão. Desaparecido desde então, voltou a ser localizado em 1999, pela
revista Época, quando confirmou que fora o principal responsável pelo
desmantelamento da VPR e da ALN. Em 1973, havia sido submetido a uma cirurgia
plástica e recebera documentos falsos, fornecido pelos serviços de
inteligência. Manteve-se na clandestinidade, apesar do direito à anistia.
Na quinta-feira, o Solidariedade
expulsou de seus quadros o vereador Sargento Ailton, de Fortaleza, flagrado
como um dos líderes do motim da Polícia Militar do Ceará, no qual foi baleado o
senador Cid Gomes (PDT-CE), ao investir com uma retroescavadeira contra o
portão de um quartel ocupado por grevistas encapuzados. Em outros estados,
movimentos semelhantes estão sendo organizados para exigir aumentos salariais e
outros benefícios.
O presidente Jair Bolsonaro aceitou o
pedido do governo cearense e decretou uma operação de Garantia da Lei e da
Ordem (GLO), a cargo do Ministério da Defesa, cuja missão é garantir a
segurança pública, e não, reprimir os amotinados. Em 72 horas, houve mais de 80
assassinatos no Ceará. A tarefa de resolver o problema da disciplina na PM
continua sendo do governador petista Camilo Santana. Bolsonaro flerta com os
amotinados, que são parte importante de sua base social.
Há muitos sargentos Aíltons na política,
fazendo agitação entre os policiais militares, alguns dos quais ligados às
milícias, utilizando métodos que não são os da política propriamente dita.
Bolsonaro tem uma militância armada e radicalizada muito numerosa, que intimida
pela truculência, não apenas nas redes sociais. Aonde isso vai parar, ninguém
sabe ainda. Sabe-se, porém, que nem é preciso um novo Cabo Anselmo para que a
indisciplina nos quartéis das polícias militares vire uma crise institucional.
Sabinada
A História da Sabinada, causas, objetivos,
revolta regencial, República Bahiense, como terminou
Bandeira da República Bahiense: criada durante a Sabinada
Introdução - o que foi
A Sabinada foi uma revolta feita por
militares, integrantes da classe média (profissionais liberais, comerciantes,
etc) e rica da Bahia. A revolta se estendeu entre os anos de 1837 e 1838.
Ganhou este nome, pois seu líder foi o jornalista e médico Francisco Sabino
Álvares da Rocha Vieira.
Resumo das principais causas da Sabinada
Os revoltosos eram contrários às
imposições políticas e administrativas impostas pelo governo regencial. Estavam
profundamente insatisfeitos com as nomeações de autoridades para o governo da
Bahia, realizadas pelo governo regencial.
O estopim da revolta ocorreu quando o
governo regencial decretou recrutamento militar obrigatório para combater a Guerra
dos Farrapos, que ocorria no sul do país.
Objetivos principais do movimento:
Os revoltosos queriam mais autonomia
política e defendiam a instituição do federalismo republicano, sistema que
daria mais autonomia política e administrativa às províncias.
República Bahiense
Com o apoio de vários integrantes do
exército, os revoltosos foram para as ruas e tomaram vários quartéis militares.
No dia 7 de novembro de 1837, tomaram o poder em Salvador (capital). Decretaram
a República Bahiense, que, de acordo com os líderes da revolta, deveria durar
até D.Pedro II atingir a maioridade.
Repressão, como terminou e consequências
principais
O governo central, sob a regência de
regente Feijó, enviou tropas para a região e reprimiu o movimento com força
total. A cidade de Salvador foi cercada e retomada. Muita violência foi usada
na repressão. Centenas de casas de revoltosos foram queimadas pelas forças
militares do governo.
Entre revoltosos e integrantes das
forças do governo, ocorreram mais de 2 mil mortes durante a revolta. Mais de 3
mil revoltosos foram presos. Assim, em março de 1838, terminava mais uma
rebelião do período regencial.
Francisco Sabino Vieira: líder da Sabinada.
Última revisão: 27/10/2019
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
Diogo Antônio Feijó
Regente imperial
Por Dilva Frazão
Biografia de Diogo Antônio Feijó
Diogo Antônio Feijó (1784-1843) foi um
sacerdote e político brasileiro. Foi Deputado, Ministro da Justiça, Regente
Imperial e Senador.
Diogo Antônio Feijó, também conhecido
como "Padre Feijó", nasceu em São Paulo, no dia 17 de agosto de 1784.
Filho de mãe solteira foi criado por um tio, padre Fernando e pela avó.
Passou a infância entre as cidades de
Cotia, São Paulo, Parnaíba e Guaratinguetá. O padre José Gonçalves Lima, um
parente próximo, se encarregou de prepará-lo para o sacerdócio.
Ordenação
Com 20 anos, já subdiácono, foi morar
em São Carlos, onde passou a lecionar latim e português, recebendo elogios da
Câmara Municipal.
Depois de continuar os estudos de
filosofia, em 25 de outubro de 1808, ordenou-se padre. Nesse mesmo ano,
resolveu seguir para Itu, uma vez que não poderia progredir nos estudos, pois
não havia campo para o diálogo filosófico.
Em Itu, na época, uma das sedes da
comarca e com movimentado ambiente político, procurou o padre Jesuíno do Monte Carmelo,
e logo abriu um curso de filosofia, o que o tornou um dos introdutores do
pensamento de Immanuel Kant no Brasil.
Vida política
Em Itu, o Padre Feijó ingressou no
movimento separatista, que fazia oposição ao predomínio dos Andradas na
política paulista.
Em 1821 foi para Lisboa, onde seria
regida a Constituição do País, como deputado de seu Estado natal.
Chegando lá, encontrou um ambiente
hostil, pois para os portugueses a única função dos brasileiros era apenas
"assinar a Constituição".
Depois de três meses de sessões na
Corte de Lisboa, e de pregar a independência do Brasil, Diogo Feijó pede a
palavra e os portugueses. Estarrecidos, ouviram o padre pronunciar um discurso
em defesa dos interesses brasileiros, o que causou um movimento de perseguição
contra os deputados do Brasil.
Nas vésperas da aprovação da
Constituição, os sete deputados brasileiros viram-se obrigados a fugir para a
Inglaterra e de lá voltaram para o Brasil.
No dia 21 de dezembro de 1822, Feijó
desembarca no Recife, Pernambuco, e só então toma conhecimento da proclamação
da independência do Brasil no dia 7 de setembro.
Diogo Antônio Feijó retornou para Itu
e em 1824, obrigou a Câmara de Itu a reformar o projeto da Constituição do
Império.
Contrário às diversas medidas
restritivas da Constituição, outorgada em 1824, despertou a antipatia de D.
Pedro I.
Deputado
Em 1926, Diogo Feijó reiniciou a
carreira política. Foi nomeado deputado por São Paulo nas legislaturas de
1826-1829 e 1830-1833.
Destacou-se nos debates em defesa da
abolição do celibato clerical e pelos ataques ao imperador, no movimento de
resistência ao absolutismo que resultou na abdicação de D. Pedro I no dia 7 de
abril de 1831, que na visão da classe dominante foi a confirmação da
Independência.
Ministro da Justiça
Com a menoridade de futuro imperador
do Brasil, o país passou a ser governado por "regências", até 23 de
julho de 1840, quando D. Pedro II foi declarado de maior idade.
Em julho de 1831, Diogo Feijó, então
deputado, foi convidado pela Regência Trina Permanente a ocupar a pasta do
Ministério da Justiça, em nome do Partido Moderado.
Feijó, o homem forte do regime, atuava
como ditador legal. Para manter a ordem pública, criou a Guarda Nacional.
Agiu Feijó com energia e eficiência,
sufocando motins e revoltas, mantendo a ordem a todo custo.
Um decreto importante, de cunho
abolicionista, marcou sua atuação, quando declarou livres todos os escravos
vindos de fora do Império. Porém, sua lei não foi cumprida.
Para Feijó, José Bonifácio de Andrade,
do Partido Restaurador, era o principal responsável pela revolta que irrompera
no Rio de Janeiro, em 3 de abril de 1832, e fonte de muitas intrigas políticas.
Debelada a revolta, exigiu que José
Bonifácio fosse destituído do cargo de tutor do infante D. Pedro II, mas o
Parlamento rejeitou o pedido.
Insatisfeito, Feijó deixou o
ministério e retirou-se para São Paulo. Em 1933 foi eleito para o Senado pelo
Rio de Janeiro.
A Regência de Feijó
Com a morte de D. Pedro I em Portugal
em 24 de setembro de 1834, extinguia-se o partido Restaurador.
Após a promulgação do Ato Adicional em
12 de agosto de 1834 que criava o Regente Único, Feijó foi o escolhido
mediante consulta popular.
A “Regência Uma” de Diogo Feijó
exercida entre 12 de outubro de 1835 e 19 de setembro de 1837, enfrentou grande
oposição política e algumas revoltas que agitaram o Brasil, tais como a
Cabanagem, no Pará, e a Guerra dos Farrapos, no Rio Grande do Sul.
Feijó não conseguiu encontrar soluções
imediatas para os problemas nacionais. A Câmara negou fundos para debelar as
rebeliões. Os atritos entre a Câmara e o Executivo passaram a ser constantes.
Quando ainda dispunha de dois anos na
regência, em 19 de setembro de 1837, Feijó renunciou. Nomeou interinamente o
pernambucano Pedro Araújo Lima, futuro Marquês de Olinda.
Últimos Anos
Diogo Feijó só retornou à atividade
parlamentar em 1839, quando foi eleito presidente do Senado. No dia 23 de julho
de 1840 assistiu a coroação de D. Pedro II, depois do golpe da maioridade, uma
trama dos liberais, dando início ao Segundo Reinado.
Durante os levantes liberais de 1842,
que pretendiam impedir a ascensão dos conservadores ao poder, Feijó, mesmo
doente, assumiu a liderança em Sorocaba.
Feijó foi preso, levado para Santos e
depois para o Espírito Santo. Defendeu-se da acusação em 15 de maio de 1843,
conseguindo ser absolvido.
Feijó teve grande importância na política
imperial, tanto por seus atos, como por sua influência, ocupando um lugar de
destaque na História do Brasil.
Diogo Antônio Feijó morreu em São
Paulo, no dia 10 de novembro de 1843.
Entenda a Intervenção Federal
Saiba em que situações pode haver uma
Intervenção Federal; no Rio de Janeiro, ação ocorre pelo comprometimento da
ordem pública
O artigo 34 da Constituição Federal de
1988 estabelece em quais situações o Governo Federal pode intervir nas
competências de um ente da federação, isto é, de um estado ou do Distrito
Federal. A possibilidade de intervenção federativa existe desde 1891, quando
foi promulgada a primeira constituição pós-proclamação da República.
O Brasil é uma República Federativa, o
que significa, na prática, que municípios, estados e Governo Federal têm
responsabilidades próprias e autonomia em sua gestão e políticas, sem que um
deles interfira nas atribuições dos demais.
Mas há exceções. Por motivos de
segurança, a Constituição prevê alguns casos em que a União pode sim intervir
naquilo que não era, originalmente, sua atribuição. São situações bem
específicas em que o Governo Federal entra em cena para:
Ordem pública é o funcionamento normal
da sociedade. Pode se referir a instituições, empresas, universidades, escolas,
hospitais etc. A ordem é uma situação em que se garante a incolumidade física,
mental e dos bens das pessoas. Foi esse o caso do Rio de Janeiro, onde foi
decretada a Intervenção Federal até 31 de dezembro de 2018.
Manter a integridade nacional
A intervenção pode ocorrer se uma
parte do País se declarar independente (o que é crime, pois, segundo a
Constituição, a República Federativa do Brasil é uma união indissolúvel entre
estados, municípios e Distrito Federal).
Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade
da Federação em outra
Esse tipo de intervenção é previsto
para evitar situações de conflito armado, ou seja, uma guerra. Se algum país da
América do Sul ameaçar invadir o território brasileiro, em vez de decretar
guerra, o governo pode autorizar uma intervenção para repelir os invasores com
auxílio das Forças Armadas. O mesmo vale para conflitos internos.
Garantir o livre exercício de qualquer dos
Poderes nas Unidades da Federação
Se em algum estado ou no Distrito
Federal a atividade de qualquer um dos poderes (Legislativo, Executivo ou
Judiciário) estiver em risco, a União pode intervir.
Reorganizar as finanças da Unidade da
Federação
A intervenção é aplicável quando o
estado ou o DF suspende o pagamento da dívida fundada com a União por mais de
dois anos consecutivos, para amenizar o cenário de inadimplência, desconfiança
e aumento de juros. Também é válida quando a Unidade da Federação deixa de
entregar aos municípios receitas que deveriam receber, como metade do Imposto
Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e 25% do Imposto Sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Prover a execução de lei federal, ordem ou
decisão judicial
Neste caso, a União garante a execução
de uma dessas três ações. Se o estado descumpre a Lei de Responsabilidade
Fiscal (uma lei federal), por exemplo, o procurador-geral da República recorre
ao Superior Tribunal Federal (STF), que determina o que é chamado de ação de
executoriedade de lei federal.
Assegurar a observância de princípios
constitucionais sensíveis
Essa regra existe para garantir que a
União vai intervir em casos nos quais são descumpridos princípios
constitucionais sensíveis, isto é, que são tão importantes a ponto de
justificar uma intervenção.
São eles:
Forma republicana, sistema representativo e
regime democrático
Direitos da pessoa humana
Autonomia municipal
Prestação de contas da administração pública,
direta e indireta
Aplicação do mínimo exigido da receita
resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências,
na manutenção e desenvolvimento do ensino e em ações e serviços públicos de
saúde.
Fontes:
Governo do Brasil, com informações da Constituição Federal
Referências
https://s2.glbimg.com/EYhFdU7a0YAKY9hONZBkroJq9-E=/0x0:1280x853/1200x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/I/K/736hDSS9CjAhqk79mcNQ/cabo-sabino.jpg
https://s2.glbimg.com/7wHha9qbp0Wz1J1q49GBsEh0-lw=/0x0:1280x853/1200x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/C/E/3F1ndAQgC7UmrC9cgNYQ/whatsapp-image-2020-02-20-at-23.10.41.jpeg
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https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2020/02/23/ex-deputado-federal-e-suspenso-da-pm-do-ceara-por-convocar-paralisacao.ghtml
http://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/wp-content/uploads/sites/20/2020/02/4F9699F1-D129-433D-91D2-D784F9F3BA48-768x806.jpeg
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http://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/nas-entrelinhas-cabo-anselmo/
https://www.suapesquisa.com/uploads/site/156x133_sabinada.jpg
https://www.suapesquisa.com/uploads/site/francisco_sabino_vieira.jpg
https://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/sabinada.htm
https://www.ebiografia.com/diogo_feijo/
http://www.intervencaofederalrj.gov.br/intervencao/entenda-a-intervencao-federal
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