Odebrecht confirma que Lula é o
“Amigo” que aparece nas planilhas da empreiteira como dono de 23 milhões de
reais
Por Rodrigo
Rangel, Thiago Bronzatto
(Orlando Brito/VEJA)
Um
dos segredos mais bem guardados da delação premiada dos executivos da
Odebrecht, cujos depoimentos deverão ser tornados públicos nos próximos dias,
está prestes a ser revelado em detalhes: o ex-presidente Lula era o “dono” de
uma parte da milionária conta corrente que o PT mantinha junto à empreiteira.
Nos
depoimentos prestados à Procuradoria-Geral da República como parte do acordo
que resultou na chamada “delação do fim do mundo”, não só Marcelo Odebrecht
como outros dirigentes da empreiteira confirmaram que Lula é o misterioso
personagem por trás do codinome “Amigo”, que em julho de 2012 tinha um crédito
de 23 milhões de reais registrado no Departamento de Operações Estruturadas,
como era chamada o setor de propinas da companhia.
O
dinheiro, segundo as investigações, foi usado, entre outras coisas, para
comprar um apartamento em São Bernardo do Campo.
“Empreendedor Consciente”
“Amigo”
Amigos & Cia
CC
- Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002
Institui
o Código Civil.
Art. 1.155.
Considera-se nome empresarial a firma ou
a denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de
empresa.
Parágrafo único. Equipara-se ao
nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das
sociedades simples, associações e fundações.
LULA E A CONTA SECRETA é o título
de reportagem na Veja
O
EX-PRESIDENTE Luiz Inácio Lula da Silva já teve momentos de algum alívio e de
muito desespero no curso das investigações da Lava-Jato. Na semana passada,
inaugurou-se outro ciclo de calvário com a confirmação, por parte dos
executivos da Odebrecht, de que o codinome “Amigo” inscrito nas planilhas de
propina da empreiteira se refere, como se suspeitava, ao ex-presidente. A
empresa mantinha uma espécie de conta secreta com três subdivisões com nomes em
código e os respectivos valores: “Itália”, “Pós-Itália” e “Amigo”. O mistério
está desvendado. Já se sabia que “Itália” era o codinome do ex-ministro Antônio
Palocci, que aparece com crédito de 6 milhões de reais. “Pós-Itália” era o do
ex-ministro Guido Mantega, com 50 milhões de reais. Agora, tem-se a certeza de
que “Amigo” identifica o ex-presidente em uma conta que chegou a ter 23 milhões
de reais entre 2010, quando Lula terminou seu segundo mandato, e 2014, quando a
Lava-Jato começou a derrubar o esquema do petrolão.
No
depoimento em que confirmou a identidade do “Amigo”, o executivo Hilberto
Mascarenhas, da Odebrecht, também contou que, de 2006 a 2014, o departamento de
propina da empreiteira pagou a estupenda soma de 3,4 bilhões de dólares, o
equivalente a 10 bilhões de reais, em subornos no Brasil e no exterior. A
grandeza do valor dá até a impressão de que construir hidrelétricas e pontes e
estradas e estádios de futebol era uma atividade paralela da empreiteira,
enquanto sua missão principal era sair molhando a mão de autoridades públicas
no Brasil e pelo mundo afora. Entre elas, pelo que mostram documentos e
depoimentos, estava o ex-presidente Lula. Os papéis apreendidos pela Polícia
Federal revelam que a sub-conta “Amigo” registrava um saldo de 23 milhões de
reais emjulho de 2012. Entre novembro daquele ano e outubro de 2013, as
anotações mostram que houve um abatimento de 8 milhões. As retiradas foram
anotadas sob códigos: Programa B4 e Programa B5. Qual o destino do dinheiro? A
Polícia Federal sustenta, em documentos obtidos por VEJA, que o valor se refere
a repasses feitos pela empreiteira para duas operações imobiliárias de
interesse do ex-presidente, ambas executadas por meio de laranjas: a compra do
terreno onde seria erguida a nova sede do Instituto Lula, na capital paulista,
e a compra de um apartamento vizinho ao da família Lula da Silva, em São
Bernardo do Campo. Nos dois casos, as negociações foram intermediadas por
Roberto Teixeira, advogado e compadre do petista. Como comprador, em ambas as
transações, aparecia o nome de Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista
José Carlos Bumlai, outro compadre do ex-presidente. As relações financeiras de
Lula com a empreiteira estão detalhadas em alguns dos mais importantes
capítulos da delação da Odebrecht. Pelo menos quatro executivos da companhia falaram
sobre o assunto em seus depoimentos.
O
último registro de movimentações financeiras envolvendo o “Amigo” ocorreu já
durante as investigações da Lava-Jato. Em outubro de 2014, o departamento de
propina da empreiteira contabilizou um saque de 300 000 reais. O dinheiro, de
acordo com as anotações, foi enviado a um tal de “Paulistinha”. Segundo Maria
Lúcia Tavares, funcionária da Odebrecht e a primeira a delatar o esquema da
empreiteira, “Paulistinha” é o apelido do doleiro Álvaro Novis, responsável por
providenciar o repasse de propinas a políticos em São Paulo e no Rio de Janeiro
— entre eles, o ex-governador Sérgio Cabral, o “Proximus”.
Ao
que tudo indica, o codinome “Amigo” nasceu da amizade que unia o ex-presidente
e Emílio Odebrecht, pai de Marcelo Odebrecht. Lula e Emílio se conheceram na
década de 80, quando o ex-presidente, ainda na condição de sindicalista, fundou
o PT. Desde então o empresário ajudou financeiramente as campanhas de Lula e do
partido — quase sempre de maneira clandestina. Terminadas as eleições
municipais de 2005, o PT tinha acumulado uma dívida de 15 milhões de reais.
Quem pagou? Segundo revelou o marqueteiro Duda Mendonça, a Odebrecht. No
governo, por várias vezes, Lula e Emílio se encontraram para fumar charutos
cubanos e beberam vinho no Palácio da Alvorada. Em 2002, Emílio se afastou da
empresa e aos poucos foi cedendo a cadeira principal a seu filho, Marcelo, mas
continuou monitorando os negócios — e os amigos, como revelam mensagens
apreendidas pela polícia. Em junho de 2007, por exemplo, um diretor da
Odebrecht, Irineu Berardi Meireles, escreveu para Marcelo falando sobre o
projeto da construção da usina hidrelétrica de Santo Antônio. Dizia o seguinte:
“Anexo para sua apreciação o quadro para ser entregue ao amigo de seu pai”. Em
abril de 2013, outro diretor da Odebrecht, Alexandrino Alencar, escreveu para
Marcelo, depois da viagem na qual acompanhou o ex-presidente pela África: “A
reunião com o amigo de seu pai foi boa”.
A
conta do “Amigo” e seus 23 milhões de reais reforçam as suspeitas sobre a
relação estelar de Lula com a Odebrecht. Fazem parte da constelação a reforma
que a empreiteira bancou no sítio de Ati-baia, onde Lula se instalou ao deixar
a Presidência, e as viagens internacionais feitas à custa da Odebrecht e de outras
empreiteiras, nas quais se misturavam a influência política do ex-presidente, o
interesse das empresas em fechar contratos bilionários com governos
estrangeiros e uma triangulação de pagamentos, via palestras, ainda obscura. Em
sua proposta de delação, Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, afirmou que as
palestras de Lula que as empresas contratavam eram uma maneira de remunerar
indiretamente o ex-presidente pela “capacidade que ele tinha de influenciar as
autoridades”. Falta definir o que exatamente quer dizer “influenciar”.
Na
semana passada, o calvário de Lula não se ampliou apenas com a Odebrecht. O
ex-presidente colheu três derrotas. Um juiz de Brasília negou seu pedido para
depor por teleconferência. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) se recusou a
suspender o processo em que ele é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro
por ter recebido favores milionários da empreiteira OAS, incluindo a reforma de
um apartamento tríplex no balneário do Guarujá. E o Tribunal Regional Federal
da 4.ª Região rejeitou seu pedido para punir o juiz Sérgio Moro por abuso de
autoridade.
Veja viu laranjas
“Em
muitas ocasiões, testa de ferro e laranja são popularmente usados como
sinônimos. Apesar de terem várias semelhanças, o termo laranja é distinto
porque revela uma pessoa ingênua que se oferece para representar outra em uma
atividade ilegal. Normalmente, um "laranja" é compensado pela tarefa,
mas se o esquema não corre conforme planeado, ele é descartado e assume as
consequências dos atos ilícitos.” Testa de ferro e laranja
Paulo Freire: a leitura do mundo
“Não
basta saber ler que 'Eva viu a uva'. É preciso compreender qual a posição que
Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem
lucra com esse trabalho.”
Paulo
Freire Educação na Cidade.
"Ivo viu a uva"
Frei
Bettto
Fonte:
http://portal.mec.gov. br/seb/arquivos/pdf/Profa/col_3.pdf, acesso em
01/12/2007.
Significado de Testa de ferro
O que é Testa de ferro:
Testa
de ferro é o nome que se dá ao indivíduo que aparece
como responsável por um determinado negócio ou firma, enquanto o
verdadeiro líder se mantém no anonimato, controlando a empresa. O testa de
ferro é aquele que é uma espécie de fachada, assume a liderança, mas não
tem o poder.
Uma
das primeiras vezes que surgiu o nome testa de ferro era para designar homens
colocados nas proas, com o objetivo de arrombar e derrubar os navios
adversários. Ele era chamado de testa de ferro por, literalmente, bater no
navio, e ao mesmo tempo, por ser o primeiro a aparecer, mas não ser o líder.
O
testa de ferro é aquele que se apresenta em nome de outra organização, mas
também pode ser em nome de outra pessoa. Este indivíduo assume a visibilidade e
responsabilidade no lugar de outra pessoa. O testa de ferro demonstra para
outras pessoas que, determinada empresa, ideia ou bem é seu, sendo que não é,
ele apenas representa. O testa de ferro também pode agir para proteger um
indivíduo que não tenha uma situação econômica muito favorável. Muitas vezes, o
testa de ferro é usado na negociação de bens, para proteger a identidade do
verdadeiro comprador.
Em
inglês, a expressão testa de ferro é muitas vezes traduzida
como figurehead ou straw-man, sendo que estas duas palavras
também descrevem alguém que aparenta assumir um papel de liderança, mas que na
realidade não tem autoridade e responsabilidade.
Suruba, sururu e sarau
O que é Sururu:
Surura na gíria
A conta secreta para Lula
Brasil 04.07.15 19:52
A
Veja desta semana mostra a movimentação em uma conta secreta aberta na Suiça
por empreiteiros da Lava Jato para pagar propina. Segundo Ricardo Pessoa, foi
dela que saíram 2,4 milhões de reais que abasteceram a campanha de Lula em
2006. O dinheiro foi desviado de obras da Petrobras e chegou ao país de forma
clandestina e ilegal.
Para
provar sua delação, Pessoa apresentou extratos ao MPF. A conta foi batizada de
“Controle RJ 53 – US$”. Além de financiar ilegalmente a campanha de Lula, a
conta servia para pagar propinas a operadores do PT na Petrobras, como Pedro
Barusco.
Quem
acertou o repasse à campanha de Lula foi José Filippi, ex-tesoureiro do PT e
tesoureiro da campanha de Dilma em 2010.
Milton Nascimento - "Canção da
América" (1980)
Milton
Nascimento canta "Canção da América" (Milton Nascimento - Fernando
Brant) no Fantástico (TV Globo) de 1980:
"Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração...."
"Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração...."
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Bom, o amigo roubado funciona
assim:
Este
tipo de amigo secreto não tira papelzinho antes da festa, cada pessoa compra um
presente como se fosse pra ela.
Os Trapalhões - "Amigo"
(Renato Aragão imita Roberto Carlos)
Amigo de fe - Roberto Carlos
Dedico
esse video a todos meus verdadeiros amigos...
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"Amigo"
por Roberto Carlos
Referências
http://veja.abril.com.br/politica/lula-e-a-conta-secreta/
Veja Editora ABRIL edição 2521 - ano 50 - n.º 11 15 de março de 2017 pp. 46-49
http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo7/didatica/unidade2/temas_geradores/paulo_freire_leitura_do_mundo.html
https://www.significados.com.br/testa-de-ferro/
https://www.significados.com.br/sururu/
http://www.oantagonista.com/posts/a-conta-secreta-para-lula
http://www.blogdamariah.com.br/index.php/2013/12/amigo-roubado-dos-amigos/
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