segunda-feira, 13 de março de 2017

Lula e a conta secreta

Odebrecht confirma que Lula é o “Amigo” que aparece nas planilhas da empreiteira como dono de 23 milhões de reais

Por Rodrigo Rangel, Thiago Bronzatto


(Orlando Brito/VEJA)

Um dos segredos mais bem guardados da delação premiada dos executivos da Odebrecht, cujos depoimentos deverão ser tornados públicos nos próximos dias, está prestes a ser revelado em detalhes: o ex-presidente Lula era o “dono” de uma parte da milionária conta corrente que o PT mantinha junto à empreiteira.

Nos depoimentos prestados à Procuradoria-Geral da República como parte do acordo que resultou na chamada “delação do fim do mundo”, não só Marcelo Odebrecht como outros dirigentes da empreiteira confirmaram que Lula é o misterioso personagem por trás do codinome “Amigo”, que em julho de 2012 tinha um crédito de 23 milhões de reais registrado no Departamento de Operações Estruturadas, como era chamada o setor de propinas da companhia.

O dinheiro, segundo as investigações, foi usado, entre outras coisas, para comprar um apartamento em São Bernardo do Campo.



“Empreendedor Consciente”

“Amigo” Amigos & Cia

CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002
Institui o Código Civil.
Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa.
Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações.






LULA E A CONTA SECRETA é o título de reportagem na Veja

O EX-PRESIDENTE Luiz Inácio Lula da Silva já teve momentos de algum alívio e de muito desespero no curso das investigações da Lava-Jato. Na semana passada, inaugurou-se outro ciclo de calvário com a confirmação, por parte dos executivos da Odebrecht, de que o codinome “Amigo” inscrito nas planilhas de propina da empreiteira se refere, como se suspeitava, ao ex-presidente. A empresa mantinha uma espécie de conta secreta com três subdivisões com nomes em código e os respectivos valores: “Itália”, “Pós-Itália” e “Amigo”. O mistério está desvendado. Já se sabia que “Itália” era o codinome do ex-ministro Antônio Palocci, que aparece com crédito de 6 milhões de reais. “Pós-Itália” era o do ex-ministro Guido Mantega, com 50 milhões de reais. Agora, tem-se a certeza de que “Amigo” identifica o ex-presidente em uma conta que chegou a ter 23 milhões de reais entre 2010, quando Lula terminou seu segundo mandato, e 2014, quando a Lava-Jato começou a derrubar o esquema do petrolão.

No depoimento em que confirmou a identidade do “Amigo”, o executivo Hilberto Mascarenhas, da Odebrecht, também contou que, de 2006 a 2014, o departamento de propina da empreiteira pagou a estupenda soma de 3,4 bilhões de dólares, o equivalente a 10 bilhões de reais, em subornos no Brasil e no exterior. A grandeza do valor dá até a impressão de que construir hidrelétricas e pontes e estradas e estádios de futebol era uma atividade paralela da empreiteira, enquanto sua missão principal era sair molhando a mão de autoridades públicas no Brasil e pelo mundo afora. Entre elas, pelo que mostram documentos e depoimentos, estava o ex-presidente Lula. Os papéis apreendidos pela Polícia Federal revelam que a sub-conta “Amigo” registrava um saldo de 23 milhões de reais emjulho de 2012. Entre novembro daquele ano e outubro de 2013, as anotações mostram que houve um abatimento de 8 milhões. As retiradas foram anotadas sob códigos: Programa B4 e Programa B5. Qual o destino do dinheiro? A Polícia Federal sustenta, em documentos obtidos por VEJA, que o valor se refere a repasses feitos pela empreiteira para duas operações imobiliárias de interesse do ex-presidente, ambas executadas por meio de laranjas: a compra do terreno onde seria erguida a nova sede do Instituto Lula, na capital paulista, e a compra de um apartamento vizinho ao da família Lula da Silva, em São Bernardo do Campo. Nos dois casos, as negociações foram intermediadas por Roberto Teixeira, advogado e compadre do petista. Como comprador, em ambas as transações, aparecia o nome de Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, outro compadre do ex-presidente. As relações financeiras de Lula com a empreiteira estão detalhadas em alguns dos mais importantes capítulos da delação da Odebrecht. Pelo menos quatro executivos da companhia falaram sobre o assunto em seus depoimentos.

O último registro de movimentações financeiras envolvendo o “Amigo” ocorreu já durante as investigações da Lava-Jato. Em outubro de 2014, o departamento de propina da empreiteira contabilizou um saque de 300 000 reais. O dinheiro, de acordo com as anotações, foi enviado a um tal de “Paulistinha”. Segundo Maria Lúcia Tavares, funcionária da Odebrecht e a primeira a delatar o esquema da empreiteira, “Paulistinha” é o apelido do doleiro Álvaro Novis, responsável por providenciar o repasse de propinas a políticos em São Paulo e no Rio de Janeiro — entre eles, o ex-governador Sérgio Cabral, o “Proximus”.

Ao que tudo indica, o codinome “Amigo” nasceu da amizade que unia o ex-presidente e Emílio Odebrecht, pai de Marcelo Odebrecht. Lula e Emílio se conheceram na década de 80, quando o ex-presidente, ainda na condição de sindicalista, fundou o PT. Desde então o empresário ajudou financeiramente as campanhas de Lula e do partido — quase sempre de maneira clandestina. Terminadas as eleições municipais de 2005, o PT tinha acumulado uma dívida de 15 milhões de reais. Quem pagou? Segundo revelou o marqueteiro Duda Mendonça, a Odebrecht. No governo, por várias vezes, Lula e Emílio se encontraram para fumar charutos cubanos e beberam vinho no Palácio da Alvorada. Em 2002, Emílio se afastou da empresa e aos poucos foi cedendo a cadeira principal a seu filho, Marcelo, mas continuou monitorando os negócios — e os amigos, como revelam mensagens apreendidas pela polícia. Em junho de 2007, por exemplo, um diretor da Odebrecht, Irineu Berardi Meireles, escreveu para Marcelo falando sobre o projeto da construção da usina hidrelétrica de Santo Antônio. Dizia o seguinte: “Anexo para sua apreciação o quadro para ser entregue ao amigo de seu pai”. Em abril de 2013, outro diretor da Odebrecht, Alexandrino Alencar, escreveu para Marcelo, depois da viagem na qual acompanhou o ex-presidente pela África: “A reunião com o amigo de seu pai foi boa”.

A conta do “Amigo” e seus 23 milhões de reais reforçam as suspeitas sobre a relação estelar de Lula com a Odebrecht. Fazem parte da constelação a reforma que a empreiteira bancou no sítio de Ati-baia, onde Lula se instalou ao deixar a Presidência, e as viagens internacionais feitas à custa da Odebrecht e de outras empreiteiras, nas quais se misturavam a influência política do ex-presidente, o interesse das empresas em fechar contratos bilionários com governos estrangeiros e uma triangulação de pagamentos, via palestras, ainda obscura. Em sua proposta de delação, Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, afirmou que as palestras de Lula que as empresas contratavam eram uma maneira de remunerar indiretamente o ex-presidente pela “capacidade que ele tinha de influenciar as autoridades”. Falta definir o que exatamente quer dizer “influenciar”.

Na semana passada, o calvário de Lula não se ampliou apenas com a Odebrecht. O ex-presidente colheu três derrotas. Um juiz de Brasília negou seu pedido para depor por teleconferência. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) se recusou a suspender o processo em que ele é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro por ter recebido favores milionários da empreiteira OAS, incluindo a reforma de um apartamento tríplex no balneário do Guarujá. E o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região rejeitou seu pedido para punir o juiz Sérgio Moro por abuso de autoridade.


Veja viu laranjas

“Em muitas ocasiões, testa de ferro e laranja são popularmente usados como sinônimos. Apesar de terem várias semelhanças, o termo laranja é distinto porque revela uma pessoa ingênua que se oferece para representar outra em uma atividade ilegal. Normalmente, um "laranja" é compensado pela tarefa, mas se o esquema não corre conforme planeado, ele é descartado e assume as consequências dos atos ilícitos.” Testa de ferro e laranja

Paulo Freire: a leitura do mundo

“Não basta saber ler que 'Eva viu a uva'. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.”
Paulo Freire Educação na Cidade.


"Ivo viu a uva"

Frei Bettto
Fonte: http://portal.mec.gov. br/seb/arquivos/pdf/Profa/col_3.pdf, acesso em 01/12/2007.



Significado de Testa de ferro

O que é Testa de ferro:
Testa de ferro é o nome que se dá ao indivíduo que aparece como responsável por um determinado negócio ou firma, enquanto o verdadeiro líder se mantém no anonimato, controlando a empresa. O testa de ferro é aquele que é uma espécie de fachada, assume a liderança, mas não tem o poder.
Uma das primeiras vezes que surgiu o nome testa de ferro era para designar homens colocados nas proas, com o objetivo de arrombar e derrubar os navios adversários. Ele era chamado de testa de ferro por, literalmente, bater no navio, e ao mesmo tempo, por ser o primeiro a aparecer, mas não ser o líder.
O testa de ferro é aquele que se apresenta em nome de outra organização, mas também pode ser em nome de outra pessoa. Este indivíduo assume a visibilidade e responsabilidade no lugar de outra pessoa. O testa de ferro demonstra para outras pessoas que, determinada empresa, ideia ou bem é seu, sendo que não é, ele apenas representa. O testa de ferro também pode agir para proteger um indivíduo que não tenha uma situação econômica muito favorável. Muitas vezes, o testa de ferro é usado na negociação de bens, para proteger a identidade do verdadeiro comprador.
Em inglês, a expressão testa de ferro é muitas vezes traduzida como figurehead ou straw-man, sendo que estas duas palavras também descrevem alguém que aparenta assumir um papel de liderança, mas que na realidade não tem autoridade e responsabilidade.





Suruba, sururu e sarau

O que é Sururu:
Surura na gíria



A conta secreta para Lula
Brasil 04.07.15 19:52
A Veja desta semana mostra a movimentação em uma conta secreta aberta na Suiça por empreiteiros da Lava Jato para pagar propina. Segundo Ricardo Pessoa, foi dela que saíram 2,4 milhões de reais que abasteceram a campanha de Lula em 2006. O dinheiro foi desviado de obras da Petrobras e chegou ao país de forma clandestina e ilegal.
Para provar sua delação, Pessoa apresentou extratos ao MPF. A conta foi batizada de “Controle RJ 53 – US$”. Além de financiar ilegalmente a campanha de Lula, a conta servia para pagar propinas a operadores do PT na Petrobras, como Pedro Barusco.
Quem acertou o repasse à campanha de Lula foi José Filippi, ex-tesoureiro do PT e tesoureiro da campanha de Dilma em 2010.




Milton Nascimento - "Canção da América" (1980)

Milton Nascimento canta "Canção da América" (Milton Nascimento - Fernando Brant) no Fantástico (TV Globo) de 1980:
"Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração...."
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Bom, o amigo roubado funciona assim:
Este tipo de amigo secreto não tira papelzinho antes da festa, cada pessoa compra um presente como se fosse pra ela.




Os Trapalhões - "Amigo" (Renato Aragão imita Roberto Carlos)


Amigo de fe - Roberto Carlos

Dedico esse video a todos meus verdadeiros amigos...
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"Amigo" por Roberto Carlos 


Referências

http://veja.abril.com.br/politica/lula-e-a-conta-secreta/
Veja Editora ABRIL edição 2521 - ano 50 - n.º 11 15 de março de 2017 pp. 46-49
http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo7/didatica/unidade2/temas_geradores/paulo_freire_leitura_do_mundo.html
https://www.significados.com.br/testa-de-ferro/
https://www.significados.com.br/sururu/
http://www.oantagonista.com/posts/a-conta-secreta-para-lula
http://www.blogdamariah.com.br/index.php/2013/12/amigo-roubado-dos-amigos/

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