Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
terça-feira, 18 de abril de 2023
VENTRILOQUISMO
"“Eu odeio a morte. Vou lutar até o fim contra ela, embora eu saiba que vou perder”."
Boris Fausto (8 de dezembro de 1930, São Paulo, São Paulo, 18 de abril de 2023)
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Boris Fausto - Documentário [2018]
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Câmara dos Deputados
28 de mar. de 2018 #TVCâmara #CâmaraDosDeputados #Política
Boris Fausto - A trajetória de vida de um dos maiores historiadores e escritores do Brasil
Neste novo episódio da série Memórias, da TV Câmara, o historiador e escritor Boris Fausto conta sua trajetória de vida, da infância difícil numa família de migrantes judeus à paixão, sem restrições, pelas coisas do Brasil; a vivência política - iniciada no PSB – e o olhar cuidadoso sobre os capítulos mais recentes da História do Brasil.
O historiador Boris Fausto é autor de clássicos como A Revolução de 1930, História do Brasil e Getúlio Vargas. Também assina grandes sucessos literários como O Brilho do Bronze e O Crime do Restaurante Chinês.
https://www.youtube.com/watch?v=VzkRUp7hquI
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Boris Fausto, historiador e cientista político, morre aos 92 anos em São Paulo
Sua principal obra, 'A Revolução de 1930 - historiografia e história', publicada pela primeira vez em 1969 é considerada um clássico das ciências sociais brasileiras.
Por Cíntia Acayaba e Cláudia Castelo Branco, g1 SP
18/04/2023 18h00 Atualizado há um minuto
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Na arte da ventriloquia, parece que o boneco está falando, mas quem faz a voz dele é o artista que o manipula.
Folha de S.Paulo, 22/01/2011
Arte de projetar a voz sem mexer os lábios, dando a impressão de que essa voz vem de outra fonte (pessoa, boneco etc.), mas não da pessoa que fala.
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"A oposição aos Estados Unidos pode uni-los, mas, neste novo mundo geopolítico desenhado pela crise internacional, ainda há muitos avanços a ser feitos pelo Brics."
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GUERRA NA UCRÂNIA
LULA: CONDENAMOS A VIOLAÇÃO DA INTEGRIDADE TERRITORIAL
Presidente amenizou o tom após críticas dos EUA e UE
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TITEREIRO OU MARIONETISTA
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"Era pra ser aquele ano. Então, tinha que ser uma música pra cima, logicamente. Uma música de esperança para o ano seguinte. E o Boni falou que queria uma música que fosse ao mesmo tempo sofisticada, ao mesmo tempo popular. 'Por que eu vou botar o elenco da Globo como se estivesse cantando'. (...) Eu fui pro piano e a coisa saiu fácil. Ficou:"
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Só que a música virou pra sempre. Eu pensei que era por aquele ano só. E a música ficou com todo fim de ano.
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Um Novo Tempo
Marcos Valle
Hoje é um novo dia de um novo tempo que começou
Nesses novos dias, as alegrias serão de todos, é só querer
Todos os nossos sonhos serão verdade, o futuro já começou
Hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa
É de quem quiser, de quem vier
A festa é sua, hoje a festa é nossa
É de quem quiser, de quem vier
Mas hoje é um novo dia de um novo tempo que começou
Nesses novos dias, as alegrias serão de todos, é só querer
Todos os nossos sonhos serão verdade, o futuro já começou
Hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa
É de quem quiser, de quem vier
A festa é sua, hoje a festa é nossa
É de quem quiser, de quem vier
A festa é sua, hoje a festa é nossa
É de quem quiser
Composição: Marcos Valle / Nelson Motta / Paulo Sérgio Valle.
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Heráclito defende que não há unidade natural no mundo, mas duelos e dualidade constante. “O mundo é um eterno devir”, afirma o filósofo, querendo dizer que há uma constante mudança, imprevisível, que caracteriza a natureza.
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BREAKING NEWS
AGORA GOVERNO APRESENTA NOVA REGRA FISCAL AO CONGRESSO
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VIR
A
SER
VIRA SER
VIR A SER
VIRA
SER
VIR A SER VIRA SER
VIRA SER VIR A SER
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terça-feira, 18 de abril de 2023
Maria Cristina Fernandes - Brasil arma a cama para Lavrov deitar — e rolar
Valor Econômico
Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou, em sua passagem pela China, a impressão de que tomara partido na guerra entre Ucrânia e Rússia, ao equiparar a responsabilidade de invasor e invadido, o chanceler russo Sergey Lavrov a confirmou ao dizer que seu país e o Brasil têm uma “visão similar” sobre o conflito.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, até que tentou contemporizar mencionando a mediação da paz e fazendo um apelo por um cessar-fogo imediato, mas Lavrov disse que está em busca de uma solução duradoura. Como se tratou de uma visita em retribuição àquela feita por Celso Amorim ao presidente Vladimir Putin, não se pode dizer que o Brasil caiu numa armadilha. Foi em busca dela.
O desdobramento da exposição do Brasil no tema é resumido pelo embaixador Marcos Azambuja numa frase: “As falas do presidente da República na viagem diminuem a rentabilidade do seu prestígio”. Ex-embaixador do Brasil na França e na Argentina, hoje conselheiro emérito do Cebri, deixou o Itamaraty há 20 anos, mas a diplomacia nunca o deixou. Não tem dúvida em afirmar que o Brasil entrou para um círculo muito estreito de países que discutem entre si o destino da humanidade.
Em menos de quatro meses de governo – que poderiam ter sido três sem a pneumonia – o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido pelos presidentes das duas maiores potências mundiais, Joe Biden e Xi Jiping. Amorim esteve com Putin, e o chanceler deste, considerado o segundo na hierarquia do Kremlin, foi recebido nesta segunda feira no Itamaraty e no Palácio do Planalto.
Antes mesmo de tomar conhecimento das declarações de Lavrov, Azambuja já avaliava que Lula, do alto desse prestígio, não poderia ter tomado partido nem emitir juízo de valor. Azambuja vê na “sobriedade das palavras”, o preço que o presidente tem a pagar pelo prestígio alcançado: falar o mínimo possível e não se comprometer com posições para permanecer influente na acomodação de interesses pela paz.
Ao longo de sua viagem à China e aos Emirados Árabes, Lula equiparou, mais de uma vez, a posição da Ucrânia, invadida, e da Rússia, invasora, na deflagração da guerra em fevereiro de 2022 e ainda usou um tom de provocação para defender um comércio bilateral com a China na moeda dos dois países.
O embaixador diz que o presidente contribuiu para dar a impressão de que o Brasil está de um dos lados do conflito e atribui a fala do presidente aos descuidos de uma viagem longa – “Longos vôos não são momentos de sabedoria”. Mas as opiniões de Lula sobre a guerra na Ucrânia não escaparam. Falou num dia e repetiu no outro.
Azambuja lamenta o descasamento das falas com os votos brasileiros sobre a questão nas Nações Unidas. Vê neles a clareza que define a posição histórica do Brasil e a sabedoria do pacifismo sul-americano: “Temos 10 fronteiras e não guerreamos com ninguém. Toda a América do Sul é um continente sem incidentes, ao contrário da Europa”.
Não vê problema em o Brasil encontrar fórmulas de acomodação de seus pagamentos que escapem ao dólar. Só não acha que isso deve ser feito com hostilidade: “O Brasil precisa de EUA forte e de uma China forte. Ao Brasil interessa um mundo com muitos focos de poder”.
Conselho de Segurança da ONU
No mesmo pronunciamento em que colocou o Brasil ao lado da Rússia no conflito com a Ucrânia, Lavrov disse que seu país seria favorável à presença brasileira num assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Ou seja, transformou uma negociação que o Brasil pretendia que fosse vista como um capítulo da atuação do país pela paz mundial, em parte da estratégia obsessiva pelo Conselho de Segurança.
Celso Amorim não concorda com nada disso. Diz que foi com posicionamentos como o de Lula que Brasil alcançou o prestígio de hoje. O patrono do Itamaraty, o Barão do Rio Branco, consolidou as fronteiras e a tradição do Brasil por soluções pacíficas há 120 anos. Lula soma oito anos e três meses no poder.
Lavrov teve no Brasil a primeira parada de uma viagem que ainda inclui Nicarágua, Cuba e Venezuela. Amorim não se incomoda que o Brasil tenha sido incluído num roteiro com o qual o país não partilha da visão de mundo: “Não temos como determinar a agenda do chanceler russo”. Amorim e Lavrov se conheceram nas Nações Unidas onde ambos serviram como embaixadores. Em outubro de 2021 o diplomata brasileiro foi convidado a participar da Valdai, uma espécie de Fórum Econômico Mundial que acontece todos os anos na Rússia.
Na China, Amorim encontrou-se com Wang Yi, que foi chanceler e, hoje, ocupa o assento mais próximo de Xi Jinping na formulação de política externa, e participou de parte do encontro de Lula com o presidente chinês que estava programada para 15 minutos e ultrapassou uma hora. Desde sua primeira visita à China, nos anos 1980, diz nunca ter visto uma conversa “com tanto engajamento” dos dois líderes.
O comunicado conjunto da viagem de Lula à China é muito mais ameno do que as declarações de Lula e não traz nenhum avanço em relação ao apoio chinês à cadeira permanente para o Brasil no Conselho de Segurança. Como o Brasil também não apoiou a “Iniciativa global de segurança” da China, Amorim acha que ficaram quites, mas quem assumiu riscos nesta viagem foi o Brasil
O embaixador rejeita com veemência a percepção de que o Brasil tomou um lado. Vê interesse da União Europeia em uma relação de maior autonomia em relação aos EUA, como disse o presidente francês Emannuel Macron, e confirmou a participação de Lula na reunião virtual sobre clima e energia patrocinada pelo presidente Joe Biden
Se o embaixador vê avanços do Brasil no xadrez internacional, não tem meios para conter um eventual dano de popularidade que Lula pode vir a colher de sua ofensividade diplomática. Nada sugere que a metade do Brasil que o olha de banda a aprove.
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Eramos garotos que amavam os Beatles e os Rolings Stones
Maurilio Nogueira
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terça-feira, 18 de abril de 2023
Luiz Carlos Azedo - Com a visita de Lavrov, Lula deu o terceiro drible a mais
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Correio Braziliense
Chanceler russo deu uma interpretação às posições de Lula sobre a guerra da Ucrânia que transformou suas declarações desastradas no reposicionamento estratégico do Brasil
Política externa exige um certo consenso nacional. Devido à tradição do Itamaraty e à reconhecida competência dos nossos diplomatas, o Brasil mantém boas relações com todo o mundo. Foram raros os momentos em que esse consenso foi rompido, quase sempre em decorrência de mudanças bruscas em relação aos Estados Unidos. As consequências não foram nada boas para os governantes, a mais grave, em 1964, no governo João Goulart, durante a guerra fria. Ontem, com a visita do chanceler russo Serguei Lavrov, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva triplicou a aposta que fizera na visita à China, quando responsabilizou os Estados Unidos, a União Europeia e o presidente Volodymyr Zelenski, tanto quando o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pela guerra da Ucrânia.
As declarações de Lula sobre a guerra da Ucrânia durante seu encontro com o presidente da China, Xi Jinping, foram um drible a mais e repercutiram muito mais do que os resultados positivos de sua visita àquele país, o maior parceiro comercial do Brasil. O mal-estar foi minimizado pelo Itamaraty, porque as posições oficiais do Brasil nos organismos internacionais continuam sendo a condenação da invasão da Ucrânia pela Rússia, mas fez ouvidos moucos aos recados mandados pelos diplomatas norte-americanos de que o presidente Joe Biden estava contrariado com o posicionamento do presidente brasileiro.
A visita de Lavrov ao Brasil foi um desastre político. Águia da diplomacia mundial, o chanceler russo deu uma interpretação às posições de Lula sobre a guerra da Ucrânia, que transformou suas declarações desastradas no reposicionamento estratégico do Brasil na cena mundial. Lavrov falou em russo, mas foi traduzido de duas maneiras diferentes: em inglês, teria dito que o Brasil e a Rússia tinham “posições similares” sobre a guerra da Ucrânia, o que já era uma posição perigosa; em português, na tradução distribuída pelo Itamaraty, que as posições do Brasil e da Rússia “são únicas”.
O problema não é tradução, para a qual sempre pode haver uma desculpa: traduttore, traditore. É o posicionamento de Lula, mais alinhado com o assessor especial da Presidência Celso Amorim, que foi a Moscou conversar com o presidente Vladimir Putin antes da visita de Lavrov, do que com a política de não alinhamento do Itamaraty. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, levou a bola nas costas. O Brasil já andava no fio da navalha ao votar contra a invasão russa, mas não aderir às sanções econômicas contra a Rússia. Agora, aos olhos das chancelarias ocidentais, ultrapassou o Rubicão da neutralidade e se aliou à Rússia e à China.
Repercussão negativa
Se Lula acreditava que poderia liderar um clube de países capaz de negociar a paz na Ucrânia, o que era uma proposta plausível, ainda que muito difícil de ser viabilizada, agora ficou sem condições de neutralidade para participar das negociações. Ontem, logo após o encontro com Lavrov, a Casa Branca criticou duramente o governo brasileiro: “O Brasil está papagueando a propaganda russa e chinesa sem observar os fatos em absoluto”, disse a jornalistas o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby.
Ao voltar da China, na escala em Abu Dhabi, Lula dera o segundo drible, ao revelar uma visão simplória do problema da guerra da Ucrânia: “A paz está muito difícil. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não toma iniciativa de paz, o Volodymyr Zelensky não toma iniciativa de paz. A Europa e os EUA terminam dando a contribuição para a continuidade desta guerra”, disse, ao deixar os Emirados Árabes Unidos. E voltara a criticar a Ucrânia, que foi atacada e invadida pela Rússia: “A construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra, porque a decisão da guerra foi tomada por dois países”.
Às vésperas de viajar a Portugal, onde há milhares de refugiados ucranianos, Lula também levou uma invertida do porta-voz da Comissão Europeia para Negócios Estrangeiros e Políticas de Segurança, Peter Stano: “Não é verdade que os EUA e a União Europeia estejam ajudando a prolongar o conflito. A verdade é que a Ucrânia é vítima de uma agressão ilegal, uma violação da Carta das Nações Unidas”.
Se a repercussão internacional foi péssima, na opinião pública brasileira foi pior ainda, embora os nossos políticos não estejam muito preocupados com a Ucrânia. O Brasil faz parte do Ocidente democrático, mesmo tendo a China como principal parceiro comercial, e a Rússia, o quinto. Lula parece esquecer o apoio que recebeu do presidente Joe Biden no processo eleitoral, quando os Estados Unidos defenderam a urna eletrônica, e na tentativa de golpe de 8 de janeiro, quando o apoio dos EUA neutralizou a ação de militares golpistas.
Há três explicações possíveis para a posição de Lula: a primeira, é a adoção da velha “doutrina realista” do Henry Kissinger, contrário à entrada da Ucrânia na Otan; a segunda, a tradicional visão antiamericana do PT, que atribui a Operação Lava-Jato à orquestração da CIA; e a terceira, certo deslumbramento com o próprio prestígio internacional, que agora foi abalado. Se Lula ambicionava o Prêmio Nobel da Paz, a pomba voou. Quando nada porque a Noruega acaba de aprovar a entrada da Suécia e da Finlândia na Otan.
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terça-feira, 18 de abril de 2023
Dora Kramer - Infiéis escudeiros
Folha de S. Paulo
Há sinal inequívoco de disposição para o embate no Congresso
O centrão se organiza em grandes blocos, informa que a base governista é frágil e deixa o PT isolado na condição de quarta bancada, cujos deputados tampouco têm posição uniforme na defesa dos interesses do Palácio do Planalto. Diante disso, as raposas dizem que está tudo bem, pois a ideia é dar conforto a Luiz Inácio da Silva. Longe da turma intentos belicosos.
Dá para acreditar? Os atuais operadores palacianos, de expertise tida como bem inferior aos do primeiro governo Lula, podem até cair nessa conversa.
Mas, se o presidente estiver na posse do olho vivo e faro fino que lhe atribuem no trato da política, certamente já percebeu que seu alicerce no Congresso está fincado em solo pantanoso.
De um lado, MDB, PSD, Republicanos e anexos formam um grupo de 142 parlamentares. De outro, o PP de Arthur Lira e vasta companhia juntam 173 almas, dentre as quais algumas pertencentes ao PDT e PSB —dois partidos do campo da centro-esquerda governista. A salada junta legendas com assentos na Esplanada, não evita ida de ministros ao circo de "esclarecimentos" e perde o comando em comissões.
Na oposição oficial, o PL de Jair Bolsonaro e, no outro extremo, o PT com uma bancada que, segundo o deputado Rui Falcão, está ali para manter acesa a disputa interna no governo. Em outras palavras, para tensionar, fazer ruído.
A versão dos arquitetos desse rearranjo "governista" é a de que a direita foi atraída para a base de Lula. De acordo com eles, é uma soma, jamais uma divisão. Sério? Seria mais eficaz, então, não se dividirem em blocos, ficando todos alinhados no campo da situação e ponto final.
Quando precisam se explicar dizendo que não pretendem confrontar e ao mesmo tempo constroem campos diversos é porque querem demonstrar força. Sinal inequívoco de disposição para o embate. Se o governo acha que está bom assim, é de se lhe desejar boa sorte.
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Professor Michel Gherman: "Houve uma reatualização do nazismo no Brasil e no mundo."
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terça-feira, 18 de abril de 2023
Paulo Fábio Dantas Neto* - Políticas de forno e de fogão
Precisamos deixar de ver a política brasileira atual, exclusiva ou mesmo prioritariamente, a partir de um ponto de observação pelo qual o governo é o foco central e tudo o mais é acessório. O diagnóstico quase consensual de que o Congresso se converteu, de fato, num polo relevante e independente de poder legítimo requer que se abram as lentes analíticas em sua direção, com equitativa atenção.
Os movimentos relevantes mais visíveis no âmbito do Poder Legislativo, feitos não só pelos presidentes Artur Lira e Rodrigo Pacheco, mas por quadros da direita na Câmara, como Ciro Nogueira (PP), Marcos Pereira (Republicanos), Elmar Nascimento (União Brasil) e também por efeito de articulação de chefes partidários do centro como Gilberto Kassab (PSD) e Baleia Rossi (MDB) têm ido todos na direção de se distinguir do bolsonarismo, aumentando seu isolamento e virando a página da política polarizadora que ocupou o Planalto durante os últimos quatro anos. Em termos estritos de alinhamento de bancadas legislativas, isso vale tanto para um novo bloco de centro que se forma a partir do PSD, MDB e Republicanos, como para a parte “lirista” do antigo centrão, sediada no PP, com fortes laços no União Brasil e mesmo no PL, onde divide teto com o “bolsonarismo-raiz”. Nesse plano específico da formação de blocos parlamentares que facilitem ocupação de postos legislativos chave para acesso ao Orçamento e decisões sobre matérias de interesse do governo, são catalisadores naturais o interesse de deputados e senadores no pleito municipal de 2024 e o horizonte de sucessões nas mesas diretoras das duas Casas.
Mas também em termos da reorganização geral do sistema partidário – com movimentos de federação e fusão de partidos para além da específica legislatura – há um sentido reestruturante do campo da centro-direita, apontando para ainda maior organicidade da influência difusa que esse campo político vem conquistando após seguidas eleições, inclusive as de outubro último. Nesse plano mais geral a conquista de governos estaduais importantes por políticos desse campo, aspirantes a um protagonismo nacional, é um catalisador lógico, como é também a própria competição entre partidos para formarem bancadas numerosas e, portanto, eficazes, antes de tudo, para captação de maiores cotas dos fundos partidário e eleitoral, mas também, a depender do caso, para ocupar postos no Executivo. Três dos quatro catalisadores mencionados (eleições municipais, sucessão nas mesas diretoras e eventuais projetos nacionais de governadores) induzem a realinhamentos políticos que alteram os de 2022.
O movimento contrário (de sustentação da polarização antiga) também existe, mas não parte do congresso e sim do presidente, quando procura reverberar, de fora pra dentro do legislativo, temas da agenda eleitoral que ele e seu governo precisam agir para preservar mesmo ao custo de solavancos. Nisso Lula tem contado com a bancada de esquerda, mas mesmo assim não com toda ela, porque mesmo na do PT há sinais de que, ao contrário do que ocorre com suas alas mais ideológicas e também com a bancada do PSOL, a virada de página é uma imposição do novo ambiente parlamentar, o que aconselha a adoção de outra partitura política. Quanto ao PSB e PDT, a interação com a nova partitura parlamentar ensaiada pelos blocos centristas é ainda maior, chegando mesmo à integração no bloco de Lira, emprestando-lhe um adereço de centro-esquerda, ao tempo em que especialmente o PSB, partido do vice-presidente e de mais dois ministros, funcionam como agentes atrativos de deputados e partidos de dentro e de fora da antiga base governista, desejosos de se aproximar do novo governo. Um ponto a observar à parte é a escolha dos dois partidos – assim como a da federação PSDB/Cidadania – pelo guarda-chuva de Lira em vez do eixo Kassab-Baleia. Se as digitais de Lula podem ser supostas no caso do PSB e do PDT, a hipótese não vale para a federação que os tucanos lideram, sendo a confluência de governistas e oposicionistas num mesmo bloco de centro mais um sinal de que os realinhamentos em curso obedecem, em muitos casos, a uma lógica interna à Câmara, que é autônoma face ao governismo.
A nova partitura ainda não orienta – nem se sabe se um dia chegará a orientar - o conjunto do governo. Problemas de coordenação se mostram ali tão ou mais acentuados do que no próprio Legislativo, onde sempre se espera mais dificuldades para uma ação coletiva. Um bom avanço encontra-se esboçado na atitude de uma parte dos ministros, com destaque para os da área econômica, que até aqui trabalham coesos sob a liderança da Fazenda. O nível do forno em que o arcabouço fiscal vem sendo preparado é exemplar dessa conexão entre a banda econômica do governo e a atual realidade do Poder Legislativo. Outro exemplo de sintonia entre os poderes é a conduta discreta e eficaz do ministro da Defesa na reconfiguração da relação do governo com os militares, tema a ser tratado sem pressa no outro Poder. Nada disso se faria, é óbvio, sem encomenda, ou ao menos, consentimento do presidente, a quem se deve reconhecer também a responsabilidade pelo que aqui se apresenta como méritos.
As coisas estão se processando de tal modo no âmbito da Câmara – assim como já se processaram para formar uma bancada centrista moderada que dá, até aqui, as cartas no Senado – que o presidente Lula encontra eco também quando se remete ao golpismo e ao desmonte institucional bolsonaristas, que legitimam posições de censura e rejeição agudas desse legado negativo por parte não apenas do governo como de um espectro amplo de políticos do campo democrático. Mas Lula entra em modo solo quando adota um discurso mais partidário e agressivo, que atinge alvos fora da extrema-direita. É o que tem ocorrido quando a retórica do presidente e seu partido mira outros alvos, como o BC e os militares e traz a público temas que causam estranhamentos e distanciamentos no interior da chamada “frente ampla”. São exemplos a recorrente narrativa do “golpe” de 2016 como meio de reescrever a história dos anos de governo Dilma Rousseff, enfatizar que a herança negativa teria começado logo após a sua queda e assim justificar propostas de “revogaços”. Nesses momentos, como é ainda relativamente alto o teor de complacência e boa vontade com o novo governo após o trauma da experiência bolsonarista, as reações, em geral, oscilam entre críticas cautelosas, embora crescentes e tentativas de minimização ou de interpretações benignas de posições polêmicas do presidente. Numa palavra, ainda não está em cena uma nova oposição, mas é cada vez mais evidente que partes relevantes do meio político, assim como da imprensa, não terão atitude caudatária diante de posições imoderadas.
Essa observação vale para o rescaldo, que já se evidencia, de palavras e gestos de Lula na visita à China, para uns ousados e para outros – inclusive este que escreve –, excessivos e até imprudentes. Após o impacto de adesões ruidosas à gramática da diplomacia chinesa e fustigações gratuitas aos EUA, durante essa recente viagem, logo na sequência cá esteve o ministro russo das Relações Exteriores, Sergey Lavrov que, após reunir com o seu par brasileiro, partiu deixando uma declaração, até aqui não problematizada pelo Itamarati, sobre uma suposta similaridade das posições dos dois países a respeito daquilo que o comunicado conjunto sino-brasileiro chamara, dias antes, de “crise” da Ucrânia. Cabe a suposição de que, nessa semana que começa, a política externa fez as partituras do governo e do Congresso ficaram a uma distância inédita, desde janeiro. A ver.
A cena política atual tem esses dois lados, ou essas duas cozinhas políticas onde se prepara o que será servido ao país assim que comece a temporada de votações cruciais no Congresso. O presidente alternando, diretamente ou através de seus ministros, fogo alto e fogo baixo em panelas que podem escaldar e frigideiras que podem fritar, ou não, pessoas, partidos e valores políticos. De outro lado, lideranças parlamentares preferindo o forno, no qual não há labaredas a anunciar imediatamente ao público quando a temperatura sobe, mas ela deixa seus efeitos sobre o que está sendo assado e logo será servido. Sim, é para uma competição que os dois poderes se organizam, cada qual no intuito de prevalecer. Enquanto a parte engajada do público torce por um dos lados, a plateia em geral ganhará mais se houver um empate. Claro que até o momento o governo se comunica melhor embaixo, pelo recall da eleição e, por isso, sai na frente na venda do seu peixe. Mas o poder real que emana do congresso detém instrumentos de peso apreciável para reverter essa vantagem a médio prazo. Exatamente por isso ele não será mero sancionador de decisões sobre economia, política interna ou externa, assim como não necessariamente imporá ao presidente uma pauta de costumes ou tributos. Só a pauta social é ponto de convergência indiscutível nesse jogo, o sal e a cebola de ambas as cozinhas.
Penso que o fato da bifurcação do poder não deve ser encarado como herança patológica do período bolsonarista, ou mesmo como restabelecimento do padrão Eduardo Cunha de fazer política. Insisto de há muito, nesta coluna, que no ambiente legislativo há tendências distintas. Todas, é claro, trabalharão pela conservação e, se possível, pela ampliação do espaço de poder da instituição e dos seus membros e se o Executivo tentar reduzi-lo enfrentará uma coalizão de veto. Até aqui não o fez, felizmente. Mas está deixando a coisa correr sem se aproximar preferencialmente, como creio que devia fazer, de lideranças que se organizam na Câmara para contrabalançar o poder de Artur Lira. Com esse alheamento aparentemente hábil, o Poder Executivo pode estar selando definitivamente a sua coadjuvância no jogo institucional. Espera-se dos líderes do governo na Câmara fazerem um movimento senão idêntico, ao menos próximo, ao que, no Senado, ajudou muito a fortalecer e consolidar a liderança de Rodrigo Pacheco. Aliás, o Senado está sendo um exemplo de como se pode lidar com uma maioria de centro-direita de modo a aproximá-la de esquerda e centro e encarar com unidade a articulação bolsonarista. Ali ela é mais efetiva do que a da Câmara (onde impera um karaokê) mas é detida por um cordão sanitário eficaz, que Pacheco lidera. Poderia haver gesto semelhante na Câmara, apostando num cenário de não continuidade, a médio prazo, do esquema de Lira, cujo poder pessoal tende a declinar à medida em que seu mandato avance no tempo. O governo, ao contrário, terá quatro anos e precisaria se conectar com o que pode ser um novo eixo de poder daqui a um ano e meio. Poder mais estruturado na dinâmica dos partidos (das bancadas, mas também das suas direções) do que reprodutor da fragmentação que atualmente serve a um mando imperial. Normal que Lira, para aproveitar o tempo de poder que lhe resta, insinue ameaças, como a de se aliar ao bolsonarismo, em caso de desafio ao seu esquema pessoal. Seu poder de chantagem não é pequeno, mas tende (ou pode ser levado) a esbarrar na lógica reestruturante da dinâmica parlamentar e do sistema de partidos, que mencionei acima.
A centro-direita está vendo Bolsonaro ser expelido e vendo também para onde Lula está querendo e pode ir com o instinto político que o levou à China. Embora não deixe de costear sempre o alambrado do palácio que hoje Lula ocupa, ela sabe que depois de 2024 é que se definirá o quadro eleitoral de 2026. Até lá uma maioria congressual permanente tende a se formar em torno de uma agenda própria e reagirá, seletivamente, à do Executivo. Não está escrito que reagirá cooperativamente, ou competitivamente. Facilidades e hostilidades surgirão a depender da recíproca aceitação, ou não, de uma realidade de poder compartilhado. Hoje não há lugar para revival bolsonarista, nem outros flertes autocráticos. A extrema-direita não foi vencida por uma vontade política demiúrgica. Foi vencida por uma ação defensiva, dentro das regras eleitorais, porque o sistema a ejetou. E o Congresso é sistema.
Então temos de passar a compreender e avaliar, não apenas - como no passado - as supostas estratégias do presidente para "obter" apoio congressual para uma pauta sua, como também diferentes articulações no Legislativo para estabilizar regras que balizem e institucionalizem o compartilhamento do poder com o presidente. Não é difícil distinguir as que buscam conservar o domínio atual de Artur Lira, através da sagração de um sucessor, daquelas que querem fazer alterações na cúpula do Poder. Mais dia, menos dia, o governo terá que entrar em campo na Câmara, como entrou no Senado, isto é, entrar não para impor sua própria fórmula, mas para optar por uma, dentro do cardápio disponível.
O cientista político Marcos Melo interpreta em artigo (“O governo derrapa”, FSP, 17.04.2023) que o presidente vem adotando uma estratégia que combina ampla delegação de poder ao congresso em política interna, com grande protagonismo da figura presidencial em política externa. A lógica seria blindar-se de desgastes eleitorais com as previsíveis dificuldades econômicas e construir reputação de estadista mundial através da pauta ambiental. Ainda de acordo com o articulista ela está malogrando. Talvez Lula precise mesmo revê-la em razão de vasos comunicantes entre os dois palcos de atuação política. Os ministros Fernando Haddad, Simone Tebet, Geraldo Alckmin, José Mucio, Marina Silva, ou mesmo Camilo Santana ou Nísia Trindade precisam de ambiente arejado para negociar suas pautas no Congresso. Caso se consolide, no plano internacional, as imagens do nosso país como aliado, ainda que dissimulado, da Rússia e como cabeça de ponte da expansão chinesa na América, o campo de manobra bolsonarista aumentará, inclusive no Congresso e a consequência disso será a rarefação do ar sob o qual se discutirá as pautas do Executivo. Ainda que alinhamentos súbitos de Lula fossem apenas suposições enfatizadas por inimigos, é bom se reparar que não se está falando dos russos, com quem Bolsonaro flertava, mas do Ocidente e dos EUA, o demônio que continua a assombrar a esquerda anti-imperialista do nosso continente, enquanto Lavrov embarca, ileso e espaçoso, do Brasil para Cuba, Venezuela e Nicarágua. Ninguém precisa ensinar ao presidente Lula a importância de simbolismos em política. Se está consentindo na difusão dessas imagens, ou fomentando-as, há uma esfinge a decifrar.
Da mesma forma que a política externa concentrada no tema ambiental pode ajudar eleitoralmente o presidente e quem ele vier a apoiar no futuro, os efeitos de suas hesitações no compromisso de alinhamento político prático com os valores da democracia no plano internacional podem mobilizar de novo, como em 2022, mas dessa vez contra ele, fatores externos de persuasão política capazes de influir no posicionamento de importantes pilares da democracia brasileira, Congresso incluído. Nesses termos é de uma imprudência espantosa colocar entre parênteses a bandeira da democracia num momento mundial em que valores têm contado muito e servido de biombos para a ascensão de extremismos. Antes e depois da vitória da democracia nas urnas no Brasil havia uma pista pavimentada lá fora para que o novo presidente brasileiro eleito trafegasse livre e ganhasse fôlego para a dureza das batalhas internas. Após os ruídos da última semana há no mundo mais radares atentos ao que se passará aqui.
O Congresso sabe disso e também não precisa de lições sobre como agir quando um presidente derrapa. Vácuo não combina com política, mister da instituição, portanto, sempre haverá pneus novos a oferecer a quem derrapa, ou um corrimão para quem ficar mal das pernas. Mas dádivas não fazem parte do jogo.
*Cientista político e professor da UFBa.
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Presidente Lula na China: petista se encontra com Xi Jinping em Pequim
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LI XI JINPING LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Peng Liyuan Rosângela Lula da Silva
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O POVO Online
14 de abr. de 2023 #xijinping #lula #china
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido pelo líder chinês Xi Jinping e sua esposa Peng Liyuan em uma cerimônia de boas-vindas na Praça da Paz Celestial, em Pequim, às 5h35 (horário de Brasília) desta sexta-feira (14).
https://www.youtube.com/watch?v=i7RACgZE4hY
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Peng Liyuan reúne-se com primeira dama brasileira
Fonte: Xinhua 15.04.2023 09h18
Peng Liyuan, esposa do presidente chinês Xi Jinping, reuniu-se com Rosângela Lula da Silva, esposa do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, em Beijing na sexta-feira.
Peng disse que é um grande prazer encontra-se com Rosângela, que acompanha Lula em sua visita de Estado à China, na primavera. Apesar da distância geográfica entre a China e o Brasil, os dois povos compartilham o mesmo coração e desfrutam de coloridos intercâmbios e cooperação culturais.
Peng apresentou a Rosângela a história, a cultura e várias características locais encantadoras da China. Ela espera que a visita de Lula e Rosângela seja agradável e frutífera, e desejou uma amizade duradoura e forte entre os dois países.
Rosângela agradeceu a Xi e Peng sua hospitalidade, dizendo que, embora esta seja sua primeira viagem à China, ela já sentiu que a China é um país com uma longa história e profunda cultura, bem como vitalidade moderna. Ela expressou a vontade de ter uma compreensão mais profunda da China e promover a cooperação amistosa entre os dois países.
http://portuguese.people.com.cn/n3/2023/0415/c309806-20006239.html
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Opositor de Vladimir Putin condenado a 25 anos de prisão na Rússia
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Euronews em Português
17 de abr. de 2023 #World
Vladimir Kara-Murza está detido há um ano sob acusação de traição e de propagar informações falsas sobre a atuação do exército russo na Ucrânia
https://www.youtube.com/watch?v=TYxqDhbASZE
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VLADIMIR PUTIN OPOSITOR DE VLADIMIR KARA-MURZA, VOLODYMYR ZELENSKY E VLADIMIR LENIN
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Mundo
Rússia: opositor de Putin é preso perto de casa após dar entrevista
A prisão foi confirmada pelo político de oposição russo Ilya Yashin e pela agência de notícias estatal russa RIA
Otávio Augusto
11/04/2022 17:40, atualizado 11/04/2022 17:41
Mihail Siergiejevicz/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
Vladimir Kara-Murza, um dos principais críticos do presidente russo, Vladimir Putin, foi detido na porta de casa, em Moscou, nesta segunda-feira (11/4).
A prisão foi confirmada pelo político de oposição russo Ilya Yashin e pela agência de notícias estatal russa RIA Novosti.
“Vladimir Kara-Murza foi detido pela polícia em Moscou perto de sua casa”, disse Yashin no Twitter. “Ainda não está claro para quê”, destacou.
Kara-Murza foi preso após conceder uma entrevista à rede americana MSNBC na qual critica duramente a censura militar imposta aos meios de comunicação pelo Kremlin durante a guerra na Ucrânia. Ele sobreviveu a duas tentativas de envenenamento.
A agência RIA Novosti também noticiou a detenção de Kara-Murza citando o advogado dele, Vadim Prokhorov.
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Guerra
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos.
Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Sob essa alegação, os russos invadiram o país liderado por Volodymyr Zelensky, em 24 de fevereiro.
A guerra completa, nesta segunda, 47 dias. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) discute a situação dramática que a Ucrânia está vivendo.
Aos 41 anos, este é o patrimonio liquido de Sabrina Sato
Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Sob essa alegação, os russos invadiram o país liderado por Volodymyr Zelensky, em 24 de fevereiro.
A guerra completa, nesta segunda, 47 dias. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) discute a situação dramática que a Ucrânia está vivendo.
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Na imagem colorida, uma pessoa segura uma bomba de gadolina
Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo Vinícius Schmidt/Metrópoles
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerraAnastasia Vlasova/Getty Images
Sob céu nublado, vê-se um prédio do governo e na frente, a estátua do ex-líder soviético Vladimir Lênin, em Moscou, na Rússia - Metrópoles
A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito Agustavop/ Getty Images
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O desenho representa um mapa com a Rússia em foco e nas laterais partes da Europa, Ásia e Oriente Médio - Metrópoles
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse localPawel.gaul/ Getty Images
Bandeira da Ucrânia em monumento. Ao fundo vê-se o céu azul - Metrópoles
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 kmGetty Images
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Sob fundo azul com parte da bandeira da China, o presidente russo Vladimir Putin fala em evento. Dois microfones estão posicionados a sua frente - Metrópoles
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideiaAndre Borges/Esp. Metrópoles
O castelo do Kremlin, sede do governo russo em Moscou, é mostrado na Praça Vermelha. Está de noite, o céu e fundo azul e o prédio está iluminado - Metrópoles
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do paísPoca/Getty Images
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A imagem mostra a bandeira da Rússia sob ceu com nuvens e um Sol brilhando atrás dessa - Metrópoles
A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiroKutay Tanir/Getty Images
Em céu azul acinzentado com névoa, dois aviões fazem um rastro de fumaça no ar - Metrópoles
Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta OTAN/Divulgação
De frente, Vladimir Putin fala em evento com fundo acinzentado atrás - Metrópoles
Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por territórioAFP
A Praça Vermelha com grande movimentação de pessoas de dia. Ao fundo vê-se o Kremlin, sede do governo russo, em Moscou - Metrópoles
Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu territórioElena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
Na imagem colorida, o castelo de Moscou, na Russia está no fundo e uma pesso de lado e com roupas de frio ocupa o centro da imagem
Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do EstadoWill & Deni McIntyre/ Getty Images
Na imagem colorida, uma industria de gás natural está posicionada no centro da imagem. No chão há neve
O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários delesVostok/ Getty Images
Na imagem colorida, uma pessoa segura uma bomba de gadolina
Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo Vinícius Schmidt/Metrópoles
A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerraAnastasia Vlasova/Getty Images
UCRÂNIARÚSSIA
https://www.metropoles.com/mundo/russia-opositor-de-putin-e-preso-perto-de-casa-apos-dar-entrevista
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Nana Caymmi - Saveiros (Ao vivo no I FIC - 1966)
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Paulo H. Estanislau
22 de fev. de 2014
Apresentação da canção "Saveiros", de Dori Caymmi e Nelson Motta, e defendida por Nana Caymmi. Posteriormente a canção levou o 1° prêmio da fase nacional do Festival e com ele, a 1ª vaia da história dos festivais também.
Exibição ao vivo direto do Maracanazinho no I Festival Internacional da Canção, promovido pela TV Rio no ano de 1966.
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Marcos Valle | Um Novo Tempo (Marcos Valle / P. S. Valle / N. Motta) | Instrumental SESC Brasil
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Instrumental Sesc Brasil
18 de jun. de 2012
Marcos Valle apresenta músicas com arranjos especiais feitos para sua banda, com repertório onde predomina sua fase dos anos 70.
Formação:
Marcos Valle - teclado
Jessé Sadoc - fugelhorn
Marcelo Martins - saxofone
Renato Massa - bateria
Mazinho Ventura - baixo elétrico
Gênero:
Jazz
Show que ocorreu no Teatro Anchieta do Sesc Consolação dia 04/06/2012
https://www.youtube.com/watch?v=XC6nPVvg390
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Um Novo Tempo
Marcos Valle
Hoje é um novo dia de um novo tempo que começou
Nesses novos dias, as alegrias serão de todos, é só querer
Todos os nossos sonhos serão verdade, o futuro já começou
Hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa
É de quem quiser, de quem vier
A festa é sua, hoje a festa é nossa
É de quem quiser, de quem vier
Mas hoje é um novo dia de um novo tempo que começou
Nesses novos dias, as alegrias serão de todos, é só querer
Todos os nossos sonhos serão verdade, o futuro já começou
Hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa
É de quem quiser, de quem vier
A festa é sua, hoje a festa é nossa
É de quem quiser, de quem vier
A festa é sua, hoje a festa é nossa
É de quem quiser
Composição: Marcos Valle / Nelson Motta / Paulo Sérgio Valle.
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Saveiros
Dori Caymmi
Nem bem a noite terminou
Vão os saveiros para o mar
Levam no dia que amanhece
As mesmas esperanças
Do dia que passou
Quantos partiram de manhã
Quem sabe quantos vão voltar
Só quando o sol descansar
E se os ventos deixarem
Os barcos vão chegar
Quantas histórias pra contar
Em cada vela que aparece
Um canto de alegria
De quem venceu o mar
Composição: Dori Caymmi / Nelson Motta.
https://www.youtube.com/watch?v=XC6nPVvg390
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Boris Fausto em foto de dezembro de 2006. — Foto: VIDAL CAVALCANTE/ESTADÃO CONTEÚDO
Um dos maiores historiadores do Brasil, Boris Fausto morreu nesta terça-feira (18), em São Paulo, aos 92 anos. O velório será na Funeral Home, na região da Avenida Paulista, a partir de 8h de quarta-feira (19).
Seu primeiro livro, "A Revolução de 1930 - historiografia e história", propôs uma interpretação nova a respeito das classes sociais e das forças armadas no Brasil. Publicado pela primeira vez em 1969, é considerado um clássico das ciências sociais brasileiras.
Como foi lançado pouco depois do AI-5, durante a ditadura militar, um editor chegou a achar arriscado publicar. “Ele disse 'olha, do jeito que está o clima, não posso me arriscar a publicar esse livro", contou o historiador em documentário sobre ele lançado em 2018.
Autor de mais de 30 livros, incluindo grandes sucessos literários como "O Brilho do Bronze" e "O Crime do Restaurante Chinês", Boris tinha um olhar cuidadoso sobre os capítulos recentes do Brasil.
No documentário "Boris Fausto", o historiador disse acreditar que o Brasil "tem jeito".
“Depende de uma categoria complicada que são os brasileiros… os brasileiros políticos, os brasileiros da elite, os brasileiros do povo, os brasileiros da direita, os brasileiros da esquerda radical”.
“O funcionamento da democracia no Brasil se precarizou muito, mas eu continuo achando que o regime democrático é fundamental”, disse.
Ele também falou sobre "história" e "memória" no documentário ao comentar sobre o filme "Amnésia".
“Eu vi um filme, o Amnésia que tinha um personagem que só lembrava do que imediatamente aconteceu e ele era manipulado de todo jeito então acho que radicalizando na ficção o que pode haver é um desinteresse, uma desvalorização da História o que é uma forma de amnésia”.
Maria Aparecida Aquino, professora de História da USP, diz que Boris era um dos maiores historiadores do Brasil: “Se não o maior”. Suas lembranças com Boris vão de debates em frente às câmeras a bancas de trabalhos acadêmicos.
"Muito gentil, um cavalheiro. Uma pessoa muito importante. Nós vamos sentir muita falta dele. Ele deu essa dimensão nova sobre a República. Todos nós ficamos mais pobres com sua ausência."
Aquino considera o período da sua pesquisa que cobre a revolução de 30 a mais importante. “É a que gosto mais pela compreensão ampla da República. “Temos uma dívida com ele por isso”.
Boris Fausto morre em São Paulo
Boris Fausto morre em São Paulo
“Bom ou ruim, eu sou mais escritor”
Em entrevistas, Boris explicava que sua escolha pelo crime como gênero literário tinha duas vertentes: familiar e intelectual.
Seus livros sobre crimes situam-se numa forma de fazer história conhecida como microhistória, abordada inicialmente pelo historiador francês Emmanuel Le Roy Ladurie . É onde, por exemplo, “ O crime do restaurante chinês” se enquadra.
Entre o romance policial e a história do Brasil, ele narra um dos acontecimentos policiais que mais mobilizaram a opinião pública paulistana. Boris era um menino quando, depois do carnaval de rua, um homem negro foi acusado de matar o ex-patrão chinês e mais três pessoas com golpes de pilão. Ocorrido em 1938, o crime é o mote para abordar a relação entre migrantes, imigrantes e trabalhadores marginalizados numa São Paulo de intensas transformações socioeconômicas e culturais.
Boris também escreveu Crime e Cotidiano. A Criminalidade em São Paulo. Os trabalhos sobre crime e criminalidade foram premiados pela American Sociological Association em 1999.
"(Por que crimes ficam na memória coletiva?) São as coisas que impressionam muito as pessoas. Tem um impacto muito grande. Passam de pai pra filho. Mãe pra filha. Mas há também crimes que desaparecem e você precisa desenterrar porque eles são muito interessantes", disse em entrevista ao Programa do Bial.
Último livro
Em março de 2020, começo da pandemia, Boris conversou com seu filho, o sociólogo Sergio Fausto, e a jornalista Renata Lo Prete, em um episódio do podcast "O Assunto". Pai e filho contaram como faziam para matar a saudade, a rotina em quarentena e os planos para quando tudo voltasse à normalidade.
Em 2021, Boris publicou "Vida, morte e outros detalhes". O livro nasceu a partir de um acontecimento pessoal: a morte do seu irmão Ruy Fausto no início da pandemia. A obra traz um conjunto de memórias e reflexões sobre relações familiares, as rivalidades do afeto, o envelhecimento e a finitude.
“Da minha parte, a pandemia fez reviver o passado, que se tornou uma presença cotidiana, e me aproximou, ainda mais, de meu irmão Ruy pela via do divertimento. Sua morte inesperada e essa aproximação me impulsionaram a escrever este livro, passo a passo, sem um esquema prévio”, escreveu Boris Fausto no início do livro.
Resultado do luto íntimo e pelo Brasil durante a pandemia de Covid-19, o livro divide-se em três partes. Na segunda e na terceira partes, uma série de vinhetas compõe um mosaico sobre a fugacidade da vida e a fragilidade dos afetos.
Em junho de 2021, Boris teve um AVC, mas sua recuperação foi considerada satisfatória. Sobre a morte, Boris costumava reproduzir uma citação de Elias Canetti, romancista e ensaísta de nacionalidade búlgara e britânica.
“Eu odeio a morte. Vou lutar até o fim contra ela, embora eu saiba que vou perder”.
Biografia
Filho de imigrantes judeus, Boris Fausto nasceu em São Paulo, no dia 8 de dezembro de 1930. Primeiramente, formou-se bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo, em 1953. Depois, em 1966, gradou-se em História pela mesma faculdade, onde se tornou doutor em 1969. Foi professor no Departamento de Ciência Política da USP e colunista semanal do jornal "Folha de São Paulo". Também integrou a Academia Brasileira de Ciências.
Boris Fausto — Foto: GloboNews
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Boris Fausto — Foto: GloboNews
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https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2023/04/18/boris-fausto-historiador-e-cientista-politico-morre-em-sao-paulo.ghtml
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