Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sexta-feira, 21 de abril de 2023
DENÚNCIAS E CONSEQUÊNCIAS
AS CONSEQUÊNCIAS VÊM SEMPRE DEPOIS.
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Poesia | Clarice Lispector - Das vantagens de ser bobo
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Nas entrelinhas: Invasão do Planalto tem duas narrativas
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Publicado em 20/04/2023 - 07:21 Luiz Carlos Azedo
Brasília, Comunicação, Congresso, Cuba, Eleições, EUA, Governo, Justiça, Literatura, Memória, Militares, Partidos, Política, Política, Segurança, Terrorismo, Violência
São chocantes as imagens que mostram o ministro-chefe do GSI, general Gonçalves Dias, no Palácio do Planalto, dialogando com os bolsonaristas que haviam invadido e depredado suas dependências
Tabloide americano, o melhor romance dos EUA de 1996, de James Ellroy, desconstrói o sonho americano ao descrever uma trama política golpista e mafiosa, cujo desfecho foi o assassinato de John Kennedy, em Dallas, no dia 22 de novembro de 1963. No gênero noir, desnuda os bastidores glamourosos da Casa Branca.
Entre os personagens históricos, além do presidente assassinado, que, à época, mantinha um romance tórrido com Marilyn Monroe, estão o magnata Howard Hughes, um paranoico drogado; e Frank Sinatra, traído pela mulher, Ava Gardner. O senador Robert Kennedy investiga a Máfia; o poderoso chefe do FBI, J. Edgard Hoover, investiga o presidente da República; a CIA investiga todo mundo. O inimigo principal dos EUA era Fidel Castro, o líder da Revolução Cubana.
Cinco anos depois, em 6 Mil em Espécie, Ellroy retoma o fio da história, a partir do dia do assassinato de Kennedy em Dallas e descreve uma conspiração que vai do crime organizado aos políticos de direita. Wayne Junior, um tira de Las Vegas, chega a Dallas no dia do assassinato de Kennedy, com US$ 6 mil em espécie no bolso, com a função de matar um cafetão negro.
Encontra dois personagens de Tabloide Americano: Ward Littell, ex-agente do FBI, advogado de Howard Hughes, e Pete Bondurant, ex-agente da CIA, anticomunista fervoroso. Os três mergulham no submundo da política: crime organizado em Dallas e Las Vegas, Howard Hughes, Ku-Klux-Klan, tráfico de heroína no Vietnã, extremistas de direita e muitas mortes. Tudo para encobrir as pistas que levavam aos verdadeiros mandantes do assassinato de Kennedy.
Felizmente, até agora, não morreu ninguém desde a posse de Lula. Mas a política brasileira começa a ganhar ares de um romance noir, a partir do 8 de janeiro. São chocantes as imagens que mostram o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, no Palácio do Planalto, nas quais aparece dialogando com os bolsonaristas que haviam invadido e depredado suas dependências. Passam a impressão de que houve absoluto despreparo ou dissimulada conivência do militar com o que aconteceu.
Marco Edson Gonçalves Dias tem 73 anos, comandou o 19º batalhão de Infantaria Motorizado e a 6ª Região Militar (Bahia). Conhecido como G. Dias, foi secretário de Segurança da Presidência da República nos dois governos de Lula e chefe da Coordenadoria de Segurança Institucional da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Na campanha eleitoral, cuidou da segurança de Lula, que confiava muito nele. Ontem, pediu demissão do cargo, devido à repercussão das imagens e à perda de confiança de Lula, que o considerava um amigo.
O general havia ocultado do presidente da República a existência dos vídeos revelados pela CNN, num grande “furo” de reportagem. Havia decretado sigilo por cinco anos das imagens que, ao mesmo tempo, dizia não existirem. Mas eram do conhecimento do Exército e da Polícia Federal, que investigam aqueles acontecimentos. Muitos dos 81 militares ouvidos no inquérito do 8 de janeiro aparecem nas imagens conversando com os invasores, sem impedi-los de quebrar o que encontravam pela frente.
CPMI bolsonarista
O capitão responsável pela guarda do Palácio do Planalto no dia do evento foi afastado do cargo somente duas semanas depois. Como ele, todos os integrantes do GSI haviam sido designados pelo seu antigo ministro, o general Augusto Heleno. Ontem, Lula nomeou como chefe interino do GSI o secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, que fora interventor na segurança pública de Brasília no dia da tentativa de golpe de Estado.
Em sua defesa, G. Dias argumentou que chegou ao palácio depois da invasão e atuou para retirar os vândalos bolsonaristas do terceiro e quarto andares, encaminhando-os para o segundo andar, onde seriam presos. Velhas imagens do dia do evento, porém, mostram um comandante da tropa de choque da PM esculachando o major do Exército encarregado da Guarda Presidencial, que pretendia deixar os manifestantes saírem livremente e tentou impedir as prisões.
Ontem, o governo passou o dia na defensiva, sem saber muito bem o que fazer, até que Lula resolveu pedir ao general que se exonerasse. Como o ex-ministro era homem de confiança do presidente da República, a narrativa bolsonarista estapafúrdia de que os acontecimentos de 8 de janeiro foram uma grande armação petista, que circula desde 9 de janeiro, voltou a ser agitada nas redes sociais. Mais do que isso, reverbera muito no Congresso.
A instalação de uma CPI Mista para investigar o 8 de janeiro, requerida pelo deputado André Fernandes (PL-CE), integrante da tropa de Jair Bolsonaro, tornou-se um fato consumado. O governo tentou retirar as assinaturas do pedido e não conseguiu. Agora, corre atrás do prejuízo, mobiliza parlamentares petistas e aliados para não perder o controle da comissão.
Fernandes é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal, sob suspeita de incentivar a invasão. Youtuber, mobilizou seus aliados para o 8 de janeiro. Naquele mesmo dia, à noite, compartilhou imagens da porta do armário do ministro Alexandre de Moraes, que fora arrancada durante a invasão do Supremo.
O objetivo da CPMI é desviar o foco das investigações da Polícia Federal e responsabilizar o governo Lula pela invasão do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo. Parece maluquice, mas os bolsonaristas acreditam nessa narrativa.
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Presidente sanciona lei que determina proteção imediata a mulheres que denunciam violência
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LEI Nº 14.550, DE 19 DE ABRIL DE 2023
Altera a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da
Penha), para dispor sobre as medidas protetivas de urgência e
estabelecer que a causa ou a motivação dos atos de violência e
a condição do ofensor ou da ofendida não excluem a aplicação
da Lei.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O art. 19 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), passa a vigorar
acrescido dos seguintes §§ 4º, 5º e 6º:
"Art. 19. .............................................................................................................
......................................................................................................................................
§ 4º As medidas protetivas de urgência serão concedidas em juízo de cognição sumária a partir
do depoimento da ofendida perante a autoridade policial ou da apresentação de suas alegações escritas e
poderão ser indeferidas no caso de avaliação pela autoridade de inexistência de risco à integridade física,
psicológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus dependentes.
§ 5º As medidas protetivas de urgência serão concedidas independentemente da tipificação
penal da violência, do ajuizamento de ação penal ou cível, da existência de inquérito policial ou do registro
de boletim de ocorrência.
§ 6º As medidas protetivas de urgência vigorarão enquanto persistir risco à integridade física,
psicológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus dependentes." (NR)
Art. 2º A Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), passa a vigorar acrescida do
seguinte art. 40-A:
"Art. 40-A. Esta Lei será aplicada a todas as situações previstas no seu art. 5º,
independentemente da causa ou da motivação dos atos de violência e da condição do ofensor ou da
ofendida."
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 19 de abril de 2023; 202º da Independência e 135º da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Flávio Dino de Castro e Costa
Aparecida Gonçalves
Presidente da República Federativa do Brasil
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A Bagaceira - José Américo de Almeida - 15ª Edição - Ilustrações de Poty Capa comum – 1 janeiro 1978
Edição Português por José Américo de Almeida (Autor)
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Obras de Poty Lazzarotto | Enciclopédia Itaú Cultural
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A Bagaceira - José Américo de Almeida
ANTES QUE ME FALEM
Há muitas formas de dizer a verdade. Talvez a mais persuasiva
seja a que tem a aparência de mentira.
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Se escapar alguma exaltação sentimental, é a tragédia da própria
realidade. A paixão só é romântica quando é falsa.
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O naturalismo foi uma bisbilhotice de tropeiros. Ver bem não é
ver tudo: é ver o que os outros não vêem.
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A alma semibárbara só é alma pela violência dos instintos. Interpretá-la com uma sobriedade artificial seria tirar-lhe a alma.
Há uma miséria maior do que morrer de fome no deserto: é não
ter o que comer na terra de Canaã.
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É um livro triste que procura a alegria. A tristeza do povo brasileiro é uma licença poética...
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Os grandes abalos morais são como as bexigas: se não matam,
imunizam. Mas deixam a marca ostensiva.
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O regionalismo é o pé-do-fogo da literatura... Mas a dor é universal, porque é uma expressão de humanidade. E nossa ficção incipiente não pode competir com os temas cultivados por uma inteligência mais requintada: só interessará por suas revelações, pela originalidade de seus aspectos despercebidos.
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O amor aqui é um tudo-nada de concessão lírica ao clima e à raça. E um problema de moralidade com o preconceito da vingança
privada.
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Um romance brasileiro sem paisagem seria como Eva expulsa do
paraíso. O ponto é suprimir os lugares-comuns da natureza.
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A língua nacional tem rr e ss finais... Deve ser utilizada sem os
plebeísmos que lhe afeiam a formação. Brasileirismo não é corruptela nem solecismo. A plebe fala errado; mas escrever é disciplinar e
construir...
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Valem as reticências e as intenções,
O ROMANCISTA
A
BAGACEIRA
Introdução
M. CAVALCANTI PROENÇA
Ilustrações
POTY
37.ª edição
(texto da edição crítica)
Romance
JOSÉ OLYMPIO
EDITORA
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O renomado escritor português, José Saramago, em seu veredito no Tribunal Internacional para julgar os massacres de Corumbiara e Eldorado dos Carajás, afirma: "O latifúndio é algo absolutamente anti-humano. Algum dia alguém chegou e disse: isso aqui é meu e a partir daí começaram as desgraças todas, porque quem disse "isso aqui é meu", pôs imediatamente para guardar aquilo que disse ser seu: a polícia. E alguém disse: mas não posso ter aí um bocado ou aquilo de que necessito só para viver? Não pode. E se teima, entra e insiste, é abatido a tiro ou sacrificado de qualquer outra maneira". O latifúndio é cruel. Não tem coração, nem alma. E saber que quase todo ele tem origem espúria... (Dom Orlando Dotti. Apresentação. Conflitos do Campo no Brasil. CPT, 1996)
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José de Souza Martins - A explicação de fatalidades no Brasil
Eu & Fim de Semana / Valor Econômico
A sociedade já não dispõe de normas e valores sociais de referência para nortear a conduta individual e a conduta coletiva
A cultura popular brasileira tem um conjunto extenso de desculpas para explicar o aparentemente indesculpável. Há um esboço de linguagem para eximir de responsabilidade os prováveis responsáveis pelo inexplicável.
Em 2017, o ministro das Minas e Energia, em entrevista em Nova York, explicou como fatalidade o pavoroso desastre que atingiu a pequena localidade de Bento Rodrigues, no município de Mariana, em Minas Gerais, em 2015.
Foi quando a lama de uma barragem de dejetos de mineração, que se rompera, a recobriu em poucos minutos. Morreram 19 pessoas, uma área extensa no Vale do Rio Doce foi afetada, com água contaminada, abastecimento de cidades comprometido, solo afetado, grande número de pessoas desabrigadas, o meio ambiente danificado, a vida colocada entre parênteses. A maior tragédia ambiental da história do país.
A palavra fatalidade para explicar o que aconteceu pode ser utilizada no deciframento do acontecido como palavra analisadora-reveladora, que na sociologia de Henri Lefebvre é o atributo de palavras com força metodológica para desvendar acontecimentos da realidade social. Por que “fatalidade”? A barragem foi obra de engenharia, tudo calculável e previsível: a carga de rejeitos, seu peso, sua força, a capacidade da barragem para aguentá-la e, portanto, o limite de seu enchimento. O próprio risco para as 600 e tantas famílias do povoado abaixo da barragem.
Sendo tudo calculável e tendo ocorrido o desastre é ele indício de uma hierarquia de riscos por ele revelado. Sem o desastre, os riscos passariam para a história como riscos possíveis mas não prováveis, equitativamente distribuídos.
O desastre, como em outros casos, indicou que os riscos estavam desigualmente distribuídos. As pessoas, o ambiente natural, a vida, o outro e o que é do outro, desvalorizados em relação ao que interessava, que não eram eles. Essa hierarquia está presente na consciência social profunda da sociedade brasileira. Evidencia-se cada vez que ocorre um fato anômalo, previsível mas não esperado.
Muito mais grave do que o que aconteceu em Mariana foi o do número de mortos em decorrência da pandemia de covid-19, mais de 700 mil. Pesquisadores dos Departamentos de Física das Universidades Federais do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal de Pernambuco desenvolveram um método para calcular a distribuição não homogênea dos efeitos da politização na fatalidade da covid-19.
Os pesquisadores levaram em conta 350 mil óbitos até o final de 2021 e calcularam a correlação entre óbitos e a votação nas eleições de 2018, tendo em conta que o candidato vencedor e seu governo perfilharam um discurso peculiar em relação à pandemia em oposição às recomendações da ciência e dos cientistas.
Roraima, Rondônia e Mato Grosso foram estados com níveis altos de votação em favor do que veio a ser eleito para a Presidência da República. Foram também os estados em que foi alta a fatalidade. Piauí, Bahia, Maranhão, Paraíba e Ceará, estados do Nordeste, onde o eleito não foi majoritário, foi menor a taxa de fatalidade.
Onde a retórica oficial sobre a pandemia foi hostil à ciência, os indícios são de que a população foi menos sensível aos esclarecimentos e aos apelos da ciência, o que provavelmente foi influente nas causas de maior letalidade decorrente. E vice-versa. Onde a prévia opção ideológica e eleitoral não se alinhou com a proposta vencedora, a população, sendo menos vulnerável à retórica anticientífica da direita, ficou mais protegida contra os riscos da doença. De certo modo, o problema já havia aparecido nas reuniões, denúncias e conclusões da eficiente CPI da Covid.
Em momento mais recente, o secretário da Educação do Estado de São Paulo definiu como fatalidade o assassinato de quatro crianças numa escola da zona oeste da capital por um adulto que a invadiu.
Todas essas fatalidades e muitas outras mais, como o brutal linchamento de uma mãe de família, no Guarujá, em São Paulo, há poucos anos, em princípio, tem uma explicação. A sociedade brasileira está cada vez mais mergulhada num profundo estado de anomia, na definição da sociologia. A sociedade já não dispõe, na extensão necessária, de normas e valores sociais de referência para nortear a conduta individual e a conduta coletiva.
Em graus variáveis, a anomia existe em todas as sociedades, em níveis compensáveis pela vontade coletiva em favor de elementos de identidade e de concepções relativas ao primado do bem comum. O que vem sendo chamado de política do ódio tem o deliberado propósito de dividir a sociedade, criar insegurança e medo, tornar a fatalidade mais do que um pretexto, um instrumento de controle social e político. A fatalidade se tornou um poder.
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AS CONSEQUÊNCIAS ÀS DENÚNCIAS
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Governo sanciona mudanças na Lei Maria da Penha
Mulheres agredidas terão direito a medidas protetivas de urgência assim que entram em contato com autoridade policial
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Mulheres no Ato Por Todas Elas, contra a cultura do estupro, em Porto Alegre (RS) reprodução/Ramiro Furquim - 1º.jun.2016
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PODER360
20.abr.2023 (quinta-feira) - 5h28
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou mudanças na Lei Maria da Penha. A partir de agora, as mulheres terão acesso a medidas protetivas de urgência a partir do momento em que informam a agressão a autoridades policiais. A lei foi publicada na edição desta 5ª feira (20.abr.2023) do Diário Oficial da União. Eis a íntegra do texto (82 KB).
“As medidas protetivas de urgência serão concedidas em juízo de cognição sumária a partir do depoimento da ofendida perante a autoridade policial ou da apresentação de suas alegações escritas e poderão ser indeferidas no caso de avaliação pela autoridade de inexistência de risco à integridade física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus dependentes”, diz a lei.
O direito a proteção passa a ser concedido independentemente do registro de um boletim de ocorrência, abertura de inquérito policial e ajuizamento de ação penal ou cível.
As medidas protetivas ficarão em vigor enquanto houver “risco à integridade física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus dependentes”, seja qual for a motivação dos atos de violência.
Antes da alteração, a garantia às medidas protetivas de urgência podia ser condicionada à existência de um inquérito policial ou do ajuizamento de ação penal ou cível. As mudanças foram propostas pela então senadora Simone Tebet (MDB) no ano passado.
LEI MARIA DA PENHA
A Lei 11.340/2006 foi instituída para coibir atos de violência física, patrimonial, sexual, psicológica e moral contra a mulher. Foi sancionada em 7 de agosto de 2006 e entrou em vigor em setembro do mesmo ano.
É considerada uma legislação de referência em todo o mundo no combate à violência contra a mulher. Além de determinar penas para esse tipo de crime, criou medidas protetivas de urgência para as vítimas, como o afastamento imediato do agressor, e projetos como as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher.
O dispositivo legal ganhou o nome de Lei Maria da Penha em homenagem à farmacêutica bioquímica que ficou paraplégica devido a agressões sofridas em 1983 do então marido, o colombiano Marco Antonio Heredia Viveros.
Apesar da legislação avançada, o Brasil exibe números alarmantes no campo das relações de gênero. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022 mostrou leve redução no número de feminicídios em 2021 na comparação com 2020. Ainda assim, 1.341 mulheres foram assassinadas no ano passado vítimas de feminicídios.
Qualquer pessoa pode denunciar crime de violência contra a mulher através dos números 180 ou 100.
https://www.poder360.com.br/governo/governo-sanciona-mudancas-na-lei-maria-da-penha/
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ÀS DENÚNCIAS AS CONSEQUÊNCIAS
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Moraes manda PF ouvir Gonçalves Dias após imagens divulgadas pela CNN
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) disse que as imagens não “gravíssimas” e mostram “ilícita e conivente omissão” de agentes do GSI
Tânia Rêgo/Agência Brasil
Lucas MendesGustavo Uribeda CNN
em Brasília
20/04/2023 às 10:50 | Atualizado 20/04/2023 às 12:34
Ouvir notícia
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na quarta-feira (19) que a Polícia Federal (PF) colha o depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general da reserva Gonçalves Dias, em até 48 horas.
Dias pediu demissão na quarta-feira (19), após imagens reveladas pela CNN da presença dele no Palácio do Planalto durante os ataques aos Três Poderes em 8 de janeiro. O militar da reserva se tornou o primeiro ministro do governo de Lula a deixar o cargo.
Na decisão, Moraes também determinou que a PF identifique todos os militares que aparecem nas imagens reveladas pela CNN e informe se eles já foram ouvidos. “Caso não tenham sido ouvidos, os depoimentos devem ser realizados em 48 (quarenta e oito) horas”, disse o ministro.
“Na data de hoje, a imprensa veiculou gravíssimas imagens que indicam a atuação incompetente das autoridades responsáveis pela segurança interna do Palácio do Planalto, inclusive com a ilícita e conivente omissão de diversos agentes do GSI”, disse Moraes, em referência ao material divulgado pela CNN na quarta-feira.
Moraes ainda determinou que o substituto de Dias no GSI, Ricardo Cappelli, seja intimado para que identifique, em 24 horas, “todos os servidores civis e militares que aparecem nas citadas imagens e quais as providências tomadas”.
Ainda em 8 de janeiro, dia dos ataques às sedes dos Três Poderes, Moraes havia determinado à PF que obtivesse “todas as imagens das câmeras do Distrito Federal que possam auxiliar no reconhecimento facial dos terroristas que praticaram os atos do dia 8 de janeiro”.
Em 27 de fevereiro, na decisão em que o magistrado fixou que cabe ao Supremo julgar militares envolvidos com os atos, o ministro determinou ao GSI e ao comandante do Batalhão da Guarda Presidencial que fornecesse ao inquérito a lista de militares em serviço no Palácio do Planalto.
Na ocasião, Moraes autorizou a PF a fazer a oitiva dos militares do Batalhão da Guarda Presidencial que estiveram presentes no Palácio em 8 de janeiro.
Agora, na decisão de quarta-feira (19), o magistrado determinou que a PF informe se cumpriu essas exigências anteriores.
Imagens exclusivas da CNN mostram Gonçalves Dias no Planalto durante ataque aos Três Poderes
A saída do general ocorre após a divulgação de vídeos exclusivos da CNN do circuito interno de câmeras do Palácio do Planalto. Eles exibem Dias dentro do Palácio durante o ataque aos Três Poderes que ocorreu em 8 de janeiro, mais precisamente às 16h29.
Veja as imagens:
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Exclusivo: Imagens mostram ação do GSI em ataque aos Três Poderes em 8 de janeiro | CNN NOVO DIA
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Inicialmente, ele caminha sozinho no terceiro andar do palácio, na antessala do gabinete do presidente da República, tenta abrir duas portas e depois entra no gabinete.
Após alguns minutos, o ministro aparece caminhando pelo mesmo corredor com alguns invasores. As imagens sugerem que ele indica a saída de emergência ao grupo de criminosos.
Em seguida, surgem nas imagens outros integrantes do GSI, que parecem indicar também o caminho de saída para os invasores que estavam no terceiro andar do Palácio do Planalto.
Também é possível ver um capitão do Exército, integrante do GSI, circulando entre alguns invasores. Em uma das câmeras, na antessala do gabinete presidencial, ele faz um gesto a uma invasora e abre uma porta.
O capitão do Exército aparece conversando com alguns invasores e, em seguida, os cumprimenta com um aperto de mão.
Outra câmera do terceiro andar, em outro momento, registra o mesmo capitão do Exército tentando conter um dos vândalos. No entanto, o responsável pela segurança não reage quando outro criminoso pega um extintor de incêndio.
Segundo apuração da reportagem, o capitão do Exército e responsável pela segurança do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro, atualmente, não integra mais a equipe do GSI.
Tópicos
Tópicos
Alexandre de Moraes
Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
Gonçalves Dias
Ricardo Cappelli
STF (Supremo Tribunal Federal)
https://www.cnnbrasil.com.br/politica/moraes-manda-pf-ouvir-goncalves-dias-apos-imagens-divulgadas-pela-cnn/
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CPMI: O que vídeo do General Gonçalves Dias muda no jogo político? | PODCAST POLÍTICA COM BOSCO
MyNews
Estreou há 15 minutos POLÍTICA COM BOSCO
#politicacombosco
A queda do ministro do GSI, general Gonçalves Dias, frustra a expectativa do retorno de uma rotina legislativa focada no debate político e econômico, criada a partir das novas regras fiscais. O governo e o país terão de conviver com uma CPMI provocada para produzir uma versão fake dos atentados de 8 de janeiro.
https://www.youtube.com/watch?v=pm7q-v_RfXk
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Nega Maluca
Linda Batista
Cifra: Principal (violão e guitarra)
Ouça "Nega Maluca"
Tom: D
D Em7
Tava jogando sinuca essa nega maluca me apareceu
A7
Vinha com o filho no colo e dizia pro povo que o filho
D
era meu
A7 D
Não senhor, toma que o filho é seu
A7 D (bis)
Não senhor, guarda o que Deus lhe deu
G D F#7 Bm7
Há tanta gente no mundo, mas meu azar é profundo
Em D
Veja você meu irmão
F#m A7 G D
A bomba estourou na minha mão, tudo acontece comigo
F#7 Bm7 Em D B7
Eu que nem sou de amor até parece castigo
Em7 A7 D
Ou então influência da cor
Composição de Ewaldo Ruy / Fernando Lobo
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Ruy Castro - Carta a um otário do 8/1
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Folha de S. Paulo
Enquanto você vê o sol nascer quadrado, Bolsonaro está solto, serelepe e nem aí para você
Se você participou como estrategista, financiador, agente operacional, terrorista ou simplesmente otário na intentona bolsonarista de 8/1 em Brasília, parabéns. Candidata-se a uma temporada numa colônia de férias do Estado, com três refeições diárias, tempo de sobra para ler e banho de sol uma vez por semana, tudo grátis. E, se for um general ou agente público que se omitiu na proteção dos Três Poderes ou apoiou os acampamentos diante do Q.G. do Exército, talvez possa desfrutar também dos confortos da nossa hotelaria prisional.
Tudo dependerá do STF, órgão que você tanto combateu. Os ministros acataram as denúncias oferecidas pela PGR e estão votando para decidir se o tornam réu, assim como a outros 99 dos seus colegas. Se forem aceitas as denúncias —o que você acha?—, serão abertas ações penais e, a partir daí, o STF o considerará apto para o julgamento final. E não fique mascarado, mas você fez por merecer essa distinção. Duvida?
Propagar idéias antidemocráticas, empregar substância inflamável contra o patrimônio da União, deteriorar e inutilizar patrimônio tombado, incitar animosidade das Forças Armadas contra os poderes constitucionais, promover associação criminosa, participar de ação armada para a abolição violenta do Estado Democrático de Direito —leia-se golpe de Estado— e muito mais. Tudo isso é crime, imagine. Coleta de provas? Facílima: você mesmo se fotografou, filmou e gravou abundantemente com seu celular.
Mas eu concordo: é injusto que currículo tão rico seja exclusivo de vocês do 8/1. Todas essas façanhas poderiam ser atribuídas também a Bolsonaro, sem cuja pregação intelectual, psicológica ou de planejamento elas não teriam acontecido.
Em vez disso, enquanto você vê o sol nascer quadrado, Bolsonaro continuará à solta, serelepe, grana no bolso, feliz da vida e tão aí para você quanto esteve para os mortos da Covid.
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