Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
quinta-feira, 29 de dezembro de 2022
MORRE PELÉ!
"O que nós chamamos de realeza é, acima de tudo, um estado de alma. E Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável: a de se sentir rei, da cabeça aos pés. Quando ele apanha a bola e dribla um adversário, é como quem enxota, quem escorraça um plebeu ignaro e piolhento."
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"Depois do jogo América x Santos, seria um crime não fazer de Pelé o meu personagem da semana."
crônica de Nelson Rodrigues sobre Pelé em 1957
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PELÉ, 16 ANOS, FAZ SEU PRIMEIRO GOL NO MARACANÃ
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Menos de cinco mil pessoas foram ao Estádio Mário Filho, o Maracanã, naquela quarta-feira, 29 de maio de 1957, para ver América-RJ e Santos, pelo Torneio Rio-São Paulo. Mas os 4.986 torcedores presentes testemunharam um momento histórico, pois viram Pelé, aos 16 anos, sete meses e seis dias, marcar o seu primeiro gol no Maracanã, o terceiro da goleada santista de 4 a 0.
Com a camisa do Santos Pelé jogou 51 partidas no Maracanã, então chamado de “o maior estádio do mundo”, e marcou 32 gols. Naquele jogo contra o América, o garoto, que começava a se firmar entre os titulares do bicampeão paulista, já mostrou toda a sua personalidade.
O primeiro tempo havia terminado 2 a 0 para o Peixe, gols de Tite e Dorval. Eram 20 minutos da segunda etapa quando Pelé, que havia entrado no lugar de Pagão, bateu forte, de perna esquerda, e venceu o goleiro Valter pela terceira vez. Dorval ainda completou o marcador.
Naquela partida, o Santos foi escalado pelo técnico Luiz Alonso Perez, o Lula, com Manga, Getúlio e Mourão; Fioti, Urubatão e Brauner; Dorval, Álvaro, Pagão (Pelé), Del Vecchio e Tite (Pepe).
Astro do combinado Santos/Vasco da Gama
Vinte e um dias depois de marcar contra o América/RJ, Pelé participou do combinado Santos/Vasco, em que os dois alvinegros se juntaram para disputar o “Torneio Internacional Morumbi”, com jogos no Morumbi e no Maracanã. Sua estreia, em 16 de junho, no Maracanã, não poderia ter sido mais empolgante: o combinado goleou o Belenenses, de Portugal, por 6 a 1, com três gols dele, que ainda marcaria nos empates de 1 a 1 com o Dínamo de Zagreb e com o Flamengo. Essas atuações começaram a convencer o técnico Vicente Feola a convocá-lo para a Copa de 1958.
Santos, maior campeão não carioca do Maracanã
O Santos FC é o clube que mais se sagrou campeão no Maracanã, exceção feita aos clubes cariocas. O Alvinegro levantou os seguintes títulos no grande estádio do Rio: Campeonatos Brasileiros nos anos de 1962, 1964, 1965 e 1968; Mundial Interclubes em 1963 e os Torneios Rio-São Paulo em 1963, 1964 e 1997.
sfcadmin
29/05/2019
Por Guilherme Guarche, do Centro de Memória
https://www.santosfc.com.br/pele-16-anos-faz-seu-primeiro-gol-no-maracana/
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Pelé e a bicicleta perfeita
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Morre o Rei Pelé aos 82 anos
Tricampeão mundial com a seleção brasileira estava internado havia um mês para tratamento de um câncer no cólon e faleceu nesta quinta-feira, aos 82 anos
Por Redação do ge — São Paulo
29/12/2022 15h55 Atualizado há 8 minutos
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Pelé em 1960: camisa 10 ganhou três Copas do Mundo — Foto: Domicio Pinheiro / Ag. Estado
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O futebol perdeu seu Rei. Nesta quinta-feira, morreu Pelé, o maior jogador da história, aos 82 anos.
A família ainda não divulgou detalhes sobre o velório, mas uma estrutura foi montada na Vila Belmiro nos últimos dias para receber a vigília. O sepultamento ocorrerá em Santos.
https://ge.globo.com/pele/noticia/2022/12/29/morre-o-rei-pele-aos-82-anos.ghtml
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A estreia pela seleção brasileira foi no Maracanã, no dia 7 de julho de 1957, aos 16 anos, contra a Argentina. Apesar de o Brasil ter perdido esse jogo por 2x1, o único gol da seleção foi também o primeiro de Pelé com a amarelinha.
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Ao todo, Pelé marcou 1281 gols em 1363 jogos, de acordo com a FIFA. Destes, 1091 foram pelo Santos e 95 pela Seleção. Pelé foi um dos jogadores mais vencedores da história, chegando a conquistar duas Taças Libertadores pelo Santos, além de dois Mundiais Interclubes e seis títulos nacionais.há 22 minutos
Morre Pelé, o Rei do Futebol, um dos maiores atletas do planeta
https://www.terra.com.br/esportes/morre-pele-o-rei-do-futebol-um-dos-maiores-atletas-do-planeta,3b1f2ad5bfc298db49445968ad8408dewyppfz41.html#:~:text=Ao%20todo%2C%20Pel%C3%A9%20marcou%201281,Santos%20e%2095%20pela%20Sele%C3%A7%C3%A3o.&text=Pel%C3%A9%20foi%20um%20dos%20jogadores,Interclubes%20e%20seis%20t%C3%ADtulos%20nacionais.
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América, o segundo time de todo carioca.
Santos de Pelé, o segundo time de todo brasileiro.
Seleção brasileira de Pelé, a segunda seleção do restante do mundo.
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Confrontos – Santos x América-RJ
06/06/2014gabrielsantana
Santos x América-RJ
49 Jogos – 27 Vitórias do Santos – 09 Empates – 13 Vitórias do América-RJ
109 Gols Feitos – 73 Gols Sofridos – Saldo: +36
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29/05/1957 – América-RJ 0 x 4 Santos
Gols: Dorval [2], Tite e Pelé.
Local: Estádio Maracanã, no Rio de Janeiro.
Competição: Torneio Rio-São Paulo
Público: 4.986 pagantes
Renda: Cr$ 88.840,00
Árbitro: Telêmaco Pompeu
América: Valter, Rubens e Edson; Airton, Agnelo e Maneco; Canário, Genuino, Leônidas, Romeiro e Ferreira. Técnico: Volante
Santos: Manga; Fioti e Getúlio; Brauner, Urubatão e Mourão; Dorval, Álvaro, Pagão (Pelé), Del Vecchio e Tite (Pepe). Técnico: Lula
11/11/1961 – América-RJ 2 x 6 Santos
Gols: Pelé [2], Pepe [3] e Coutinho; Nilo e João Carlos
Local: Estádio São Januário, no Rio de Janeiro.
Competição: Taça Brasil (1º Jogo da Semifinal)
Árbitro: Olten Aires de Abreu
Santos: Laércio, Figueiró, Mauro, Calvet e Dalmo; Zito e Mengálvio; Dorval,
Coutinho (Pagão), Pelé e Pepe. Técnico: Lula
América: Pompéia; Wilson Santos, Djalma Dias, Leônidas e Jorge; Amaro e Fontoura; Antoninho, Quarentinha , João Carlos e Nilo. Técnico: Lorival Lorenzi
https://acervosantosfc.com/confrontos-santos-x-america-rj/
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'Meu maior parceiro se foi'
O Velho Lobo acompanhou Pelé nas copas de 1958, 1962 e 1970
Zagallo se declara para Pelé em post de homenagem — Foto: Reprodução/Instagram
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A realeza de Pelé por Nelson Rodrigues – Século Pop
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Meu personagem da semana; leia crônica de Nelson Rodrigues sobre Pelé em 1957
Cronista se curva a dois fatos envolvendo o jogador do Santos: sua idade de 17 anos e seu talento; texto foi publicado originalmente no jornal "O Globo"
Nelson Rodrigues
29 dez
2022
- 16h51
(atualizado às 17h06)
Ver comentários
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Esquadrão Imortal – Santos 1960-1969 - Imortais do Futebol
Depois do jogo América x Santos, seria um crime não fazer de Pelé o meu personagem da semana. Grande figura, que o meu confrade Albert Laurence chama de "o Domingos da Guia do ataque". Examino a ficha de Pelé e tomo um susto: 17 anos! Há certas idades que são aberrantes, inverossímeis. Uma delas é a de Pelé. Eu, com mais de 40, custo a crer que alguém possa ter 17 anos, jamais. Pois bem: verdadeiro garoto, o meu personagem anda em campo com uma dessas autoridades irresistíveis e fatais. Dir-se-ia um rei, não sei se Lear, se imperador Jones, se etíope. Racialmente perfeito, do seu peito parecem pender mantos invisíveis. (...)
O que nós chamamos de realeza é, acima de tudo, um estado de alma. E Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável: a de se sentir rei, da cabeça aos pés. Quando ele apanha a bola e dribla um adversário, é como quem enxota, quem escorraça um plebeu ignaro e piolhento.
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E o meu personagem tem uma tal sensação de superioridade que não faz cerimônias. Já lhe perguntaram: "Quem é o maior meia do mundo?" Ele respondeu, com a ênfase das certeza eternas: "Eu". Insistiram: "Qual é o maior ponta do mundo?" E Pelé: "Eu". Em outro qualquer, esse desplante faria rir ou sorrir. Mas o fabuloso craque põe no que diz uma tal carga de convicção, que ninguém reage e todos passam a admitir que ele seja, realmente, o maior de todas as posições. Nas pontas, nas meias e no centro, há de ser o mesmo, isto é, o incomparável Pelé.
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Pelé estreou pela seleção brasileira em 1957, no Maracanã
Pelé estreou pela seleção brasileira em 1957, no Maracanã
Foto: Estadão
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Vejam o que ele fez, outro dia, no já referido América x Santos. Enfiou, e quase sempre pelo esforço pessoal, quatro gols em Pompéia. Sozinho, liquidou a partida, liquidou o América, monopolizou o placar. Ao meu lado, um americano doente estrebuchava: "Vá jogar bem assim no diabo que o carregue!".
De certa feita, foi até desmoralizante. Ainda no primeiro tempo, ele recebe o couro no meio do campo. Outro qualquer teria despachado. Pelé, não. Olha para frente e o caminho até o gol está entupido de adversários. Mas o homem resolve fazer tudo sozinho. Dribla o primeiro e o segundo. Vem-lhe ao encalço, ferozmente, o terceiro, que Pelé corta sensacionalmente. Numa palavra: sem passar a ninguém e sem ajuda de ninguém, ele promoveu a destruição minuciosa e sádica da defesa rubra.
Até que chegou um momento em que não havia mais ninguém para driblar. Não existia uma defesa. Ou por outra: a defesa estava indefesa. E, então, livre na área inimiga, Pelé achou que era demais driblar Pompéia e encaçapou de maneira genial e inapelável.(...)
Na Suécia, ele não tremerá de ninguém. Há de olhar os húngaros, os ingleses, os russos de alto a baixo. Não se inferiorizará diante de ninguém. E é dessa atitude viril e mesmo insolente que precisamos. Sim, amigos: aposto minha cabeça como Pelé vai achar todos os nossos adversários uns pernas de pau.
Por que perdemos, na Suíça, para a Hungria? Examinem a fotografia de um e outro time entrando em campo. Enquanto os húngaros erguem o rosto, olham duro, empinam o peito, nós baixamos a cabeça e quase babamos de humildade. Esse flagrante, por si só, antecipa e elucida a derrota. Com Pelé no time, e outros como ele, ninguém irá para a Suécia com a alma dos vira-latas. Os outros é que tremerão diante de nós.
https://www.terra.com.br/esportes/futebol/meu-personagem-da-semana-leia-cronica-de-nelson-rodrigues-sobre-pele-em-1957,5f40b5aea932b258739a2a2e4670a45152o5uvyd.html
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