domingo, 7 de junho de 2020

FINANCIAL TIMES: Jair Bolsonaro sparks fears for Brazilian democracy








‘Na entrevista ao Estadão, Gilmar Mendes resumiu o sentimento da maior parte dos cidadãos:

”Vamos parar de brincar de ditadura.” Gilmar tem razão.’




Bolsonaro deflagra temores sobre democracia brasileira, diz Financial Times


Estadão Conteúdo
postado em 07/06/2020 11:36
Ojornal britânico Financial Times publicou editorial neste domingo intitulado "Jair Bolsonaro deflagra temores pela democracia brasileira". No texto, o periódico menciona o estreito vínculo do presidente brasileiro com o Exército e seu aval a manifestações que vêm pedindo a volta da ditadura militar, relata os embates recentes do Executivo com instituições do País e alerta para o risco "real" à maior democracia da América Latina.

O FT lembra das semelhanças de Trump e Bolsonaro, conhecido como "Trump Tropical", mas destaca a possibilidade de o brasileiro "minar" instituições. Segundo o FT, Trump e Bolsonaro são nacionalistas que "proferem o amor a Deus e às armas", a propensão para governar por meio do Twitter e um apreço por estimular suas bases com uma retórica de divisão. "No Brasil, contudo, há uma possibilidade mais preocupante: que Bolsonaro, cada vez mais apavorado, esteja desiludido com o processo democrático pelo qual assumiu o cargo e queira minar as instituições que sustentam o País", alerta o jornal.

O período britânico lembrou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, alertou seus pares no fim de semana passado que o Brasil se parecia à Alemanha nazista. "Pode soar exagerado, mas poucos presidentes eleitos considerariam participar de uma manifestação na qual manifestantes pedem que o Congresso e a Suprema Corte sejam fechados e substituídos pelo regime militar", diz o FT no editorial. "Foi o que Bolsonaro fez - não uma vez, mas várias vezes", continua, lembrando que o ex-secretário de Cultura, Roberto Alvim, foi "forçado a se demitir" após ter citado frase do ministro da propaganda de Adolf Hitler, Joseph Goebbels.

Segundo o Financial Times, após uma ditadura militar que durou mais de 20 anos, deixando o País em "caos econômico e dívida externa em espiral", assim como "cicatrizes profundas da perseguição e assassinato de centenas de opositores políticos", a democracia da maior nação da América Latina fez "grandes progressos".

O FT cita, por exemplo, a Constituição de 1988, a retirada dos militares do poder e o surgimento de novas instituições civis, como o STF, o Congresso e "uma vibrante e independente" imprensa. "Estas instituições agora atraem a ira de Bolsonaro", afirma o jornal britânico, referindo-se à investigação sobre o esquema de distribuição de notícias falsas envolvendo os filhos do presidente e ao pedido de apreensão do celular de Bolsonaro em meio a investigações sobre interferência na autonomia da Polícia Federal.

Ao fim do artigo, o Financial Times alerta para o temor dos brasileiros de que Bolsonaro possa estar tentando provocar uma crise entre Executivo, Legislativo e Judiciário para justificar uma intervenção militar. A tentativa ocorreria, diz o FT, em meio à queda nas intenções de voto no presidente, problemas crescentes com a pandemia de coronavírus no País, baixas expectativas quanto a implementação de reformas econômicas e saída de capital. "Até o momento, as instituições brasileiras resistiram ao ataque, com forte apoio público. É improvável que o Exército apoie um golpe militar para instalar Bolsonaro como um autocrata", afirma o FT. "Mas outros países devem observar: os riscos para a maior democracia da América Latina são reais e estão crescendo."













Celso de Mello compartilha editorial do 'Financial Times' que critica Bolsonaro
A interlocutores, decado do STF reforçou que críticas são "necessária em face dos contínuos ataques à Corte e ao Congresso"
Por ESTADÃO CONTEÚDO
07/06/20 - 15h25






Anteriormente, Celso de Mello Mello já havia acusado bolsonaristas de odiar a democracia e de pretender instaurar uma "desprezível e abjeta ditadura"
Foto: Nelson Jr./SCO/STF

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), compartilhou entre interlocutores um editorial do jornal britânico "Financial Times" que atribui ao presidente Jair Bolsonaro ter acendido o "medo" na democracia brasileira e criado um risco real e crescente de uma virada autoritária.

O artigo cita o próprio ministro, que é o mais antigo nos quadros do Supremo. O jornal faz referência à mensagem que Celso de Mello encaminhou na semana passada a interlocutores, comparando o Brasil atual e a Alemanha nazista de Hitler.
Em mensagem de WhatsApp, no domingo (31), Mello acusou bolsonaristas de odiar a democracia e de pretender instaurar uma "desprezível e abjeta ditadura".

"Isso pode soar exagerado", disse o Financial Times sobre a mensagem do decano. "Mas poucos presidentes eleitos atenderiam e contemplariam protestos nos quais os manifestantes pedem pelo fechamento do Congresso e da Suprema Corte, sendo substituídos por uma lei militar. Ainda assim, isso é o que o Sr. Bolsonaro fez – não uma, mas várias vezes. No fim de semana passado, ele apareceu em uma dessas manifestações montado a cavalo", descreveu o jornal.

Na mensagem que enviou a interlocutores, junto com uma cópia do editorial do Financial Times, Mello disse que a "advertência" era necessária.

"Editorial de hoje, domingo, dia 07/06, do jornal britânico 'FINANCIAL TIMES' sobre a conduta inconstitucional de Bolsonaro, com referência à minha advertência, 'exaggerated', porém necessária em face dos contínuos ataques à Corte Suprema e ao Congresso Nacional, visando o seu 'shutdown' (fechamento)!", escreveu Celso de Mello no Whatsapp neste domingo (7)

O decano do STF é o relator do inquérito que investiga a interferência de Bolsonaro na Polícia Federal, com base em acusação do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.
A investigação pode levar ao afastamento do presidente da República se eventual denúncia da Procuradoria Geral da República não for aceita pela Câmara dos Deputados.

O veículo de comunicação britânico, que tem orientação conservadora, também citou os militares colocados pelo presidente na administração federal e a resposta do ministro Augusto Heleno ao Supremo, quando o celular do presidente foi solicitado pelo STF.

O Palácio do Planalto tem acompanhando com atenção as declarações de Celso de Mello. No início da semana, foi cogitado um pedido de suspeição do ministro – ideia que havia perdido força.
A avaliação, do governo e do próprio STF, é de que as chances de o plenário do STF declarar Celso de Mello suspeito são quase nulas.




https://www.otempo.com.br/politica/celso-de-mello-compartilha-editorial-do-financial-times-que-critica-bolsonaro-1.2346846




Referências


https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2020/06/07/interna_politica,1154566/bolsonaro-deflagra-temores-sobre-democracia-brasileira-diz-financial.shtml
https://www.otempo.com.br/image/contentid/policy:1.2200850:1561496491/celsodemello.jpg?f=3x2&w=930&$p$f$w=2ae6fb2
https://www.otempo.com.br/politica/celso-de-mello-compartilha-editorial-do-financial-times-que-critica-bolsonaro-1.2346846

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