"O Poder Moderador é a Constituição."
Quem semeia vento, diz a razão
Colhe sempre tempestade
Força Expedicionária Brasileira (FEB*) - Regina
da Luz Moreira
*Nome dado à força militar brasileira
constituída em 9 de agosto de 1943 para lutar na Europa ao lado dos países
Aliados, contra os países do Eixo, na Segunda Guerra Mundial.
Fonte: FGV CPDOC
- O Estado de S.Paulo
Luiz Sérgio Henriques*
domingo, 21 de junho de 2020
Cabe ter esperança na ação de uma esquerda
que assuma a ideia democrática
Há pouco mais de um ano, não deixou de causar furor e
indignação a atitude de Matteo Salvini, o expoente da ultradireita italiana e,
na época, a figura mais forte do governo, ao se recusar a celebrar a data de
libertação do seu país da ocupação nazista e do despotismo mussoliniano. O 25
de abril, na visão de Salvini, não marcava nenhum renascimento nacional por
trazer um vício de origem: independentemente da catástrofe cujo fim aquela data
assinala, trata-se de uma contraposição – entre fascistas e antifascistas – já
arquivada nos desvãos do passado. O fascismo está derrotado e, por isso, o
antifascismo não tem mais razão de ser. E, sobretudo, não tem mais razão de ser
porque entre os antifascistas, na primeira fila, estão os odiados comunistas, a
quem Salvini, como os demais companheiros de cruzada, não reconhece nenhum
papel positivo, em contexto algum.
No entanto, o antifascismo, apesar de Salvini e
companhia, é um termo que tem atravessado gerações, redefinindo-se em
diferentes conjunturas críticas. Seus símbolos, suas palavras de ordem e até
canções, como a Bella Ciao, que os jovens voltam a entoar nas manifestações em várias
línguas, mostram que ali, naquele termo, há matéria de memória e de reflexão,
especialmente por quem, considerando as frentes antifascistas um tema relevante
ainda hoje, nem por isso se abstém de enfrentar contradições muitas vezes
dilacerantes no próprio campo.
O comunismo, por exemplo. Onde quer que tenha havido
fascismo, ou arremedo dele, como no Brasil do Estado Novo, os comunistas
lutaram o bom combate. E a URSS staliniana foi um componente essencial da
aliança com as democracias ocidentais que afastou o pesadelo de um Reich de mil
anos. Mas é forçoso reconhecer que, lutando pela democracia, os comunistas no
poder construíram Estados repressivos e, para falar com franqueza,
totalitários; na oposição, ao contrário, tornaram-se pouco a pouco fatores
importantes de várias democracias, moderando-se ao longo do tempo num sentido
social-democrata e dando origem ao proverbial “reformismo” legalista dos velhos
PCs. Eles, em tais contextos, sempre menos antissistêmicos e mais preocupados
com a integração dos “de baixo”, eram meios para a expansão virtuosa das
democracias, e não para a explosão revolucionária, o que ia ao encontro dos
interesses de toda a sociedade.
O antifascismo original não anulava nem escondia a
diversidade das suas partes constitutivas. Conservadores, liberais e
socialistas democráticos, entre outros, deviam calar temporariamente suas
fundadas restrições à versão jacobina que da tradição marxiana davam os
partidários da Revolução de 1917. Estes últimos, comprometidos com a estatolatria
implantada no país-modelo, se batiam na frente antifascista ao lado de aliados
que defendiam com firmeza as liberdades “negativas”, as que protegem cada
indivíduo contra a onipotência do Estado e sem as quais os melhores ideais da
igualdade degeneram em igualitarismo grosseiro. A coragem demonstrada nas
frentes de batalha, embora pudesse atingir tons heroicos, não ocultava a
subalternidade “ideológica” dos comunistas e da matriz bolchevique, incapaz de
assimilar ou sequer entender o papel das liberdades “burguesas”.
O antifascismo consistiu assim numa aliança entre atores
diferentes, e até muito diferentes, em razão de um mal maior. Mas se só
houvesse diferenças entre eles a aliança se definiria negativamente e teria
muito mais dificuldade para se formar. Ainda que de modo parcial e imperfeito,
todos os atores aliancistas compartilhavam uma fundamental orientação
democrática inerente à modernidade, que lentamente corroía o mundo rigidamente
hierárquico, opressivo e “orgânico” de outrora. Por isso se desprendia do campo
conservador, e a este acabava por se contrapor ferozmente, uma versão
reacionária da modernidade, capaz obviamente de elaborar programas de
reerguimento econômico, como no caso do corporativismo italiano ou das
políticas nacional-socialistas contra a depressão, mas associados à liquidação
radical dos direitos civis e políticos, à uniformização compulsória da vida
social e aos mitos mais regressivos do solo e do sangue. Em suma, a grande
noite do irracionalismo, a temida temporada do assalto à razão, que deram, por
contraste, o cimento essencial para o bloco antifascista.
Com todos os conflitos internos, esse bloco esteve na
origem de desenvolvimentos positivos, como, de certo modo, o reformismo
rooseveltiano e, seguramente, os “30 anos gloriosos” do capitalismo europeu
socialmente regulado. Há décadas tudo isso está sob fogo cerrado não
propriamente dos conservadores, que costumam ter uma consciência serena do que
merece ser mantido, mas da sua ponta mais extremada e “revolucionária”, a exemplo
de Salvini, que, como bem se vê, não é um lobo solitário. Cabe ter esperança na
ação de uma esquerda que, desta vez, ao contrário dos avós bolcheviques, assuma
a ideia democrática, sem adjetivos, como convicção íntima e incontornável. A
alternativa é a barbárie.
*Tradutor e ensaísta, é um dos organizadores
das ‘Obras’ de Gramsci no Brasil
Força Expedicionária Brasileira (FEB)
Distintivo da FEB, 1944. Nome dado à força militar brasileira constituída em 9 de agosto de 1943 para lutar na Europa ao lado dos países Aliados, contra os países do Eixo, na Segunda Guerra Mundial. Integrada inicialmente por uma divisão de infantaria, a FEB acabou por abranger todas as tropas brasileiras envolvidas no conflito. Adotou como lema "A cobra está fumando", em resposta àqueles que consideravam ser mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra.
Por que se duvidava tanto da entrada do
Brasil na guerra?
Durante todo o período em que se manteve neutro diante
da guerra que começou na Europa em 1939, o governo brasileiro sofreu fortes
pressões dos Estados Unidos para permitir às tropas norte-americanas o uso de
portos e aeroportos do Norte-Nordeste, considerados fundamentais para a defesa
do continente. O presidente Getúlio Vargas aproveitou a ocasião
para obter dos Estados Unidos a promessa de reaparelhamento das Forças Armadas
brasileiras e de construção de uma grande usina siderúrgica.
Com o ataque japonês à base norte-americana de Pearl
Harbor (7/12/1941), o governo Roosevelt condicionou a cooperação técnica e
econômica ao envolvimento direto do Brasil no conflito. O fator decisivo entrou
em cena entre fevereiro e agosto de 1942, quando navios mercantes brasileiros
foram torpedeados por submarinos alemães, provocando no Brasil indignação
generalizada: manifestações de rua, em campanha desenvolvida pela União
Nacional dos Estudantes (UNE) e pela Liga de Defesa Nacional, passaram a exigir
a declaração de guerra. Em agosto, caiu por terra a neutralidade do Brasil,
primeiro com a declaração de rompimento das relações diplomáticas, no dia 22, e
em seguida, com a declaração do estado de guerra contra a Alemanha e a Itália,
através do Decreto nº 10.358, do dia 31.
A criação da FEB
A idéia de se criar uma força militar para participar do
conflito surgiu em fevereiro de 1943, no encontro dos presidentes dos Estados
Unidos e do Brasil, Franklin Roosevelt e Getúlio Vargas, na cidade de Natal,
capital do Rio Grande do Norte. Na ocasião, Getúlio argumentou que o envio de
tropas dependeria exclusivamente do reaparelhamento bélico das Forças Armadas
Brasileiras.
No
início de março, Vargas aprovou proposta do ministro da Guerra, general Eurico Dutra, sugerindo a criação da força
expedicionária, mas condicionando-a ao recebimento do material bélico
necessário inclusive para as tropas que garantiriam a defesa do território
brasileiro. A proposta concretizou-se em 9 de agosto, através da Portaria
Ministerial nº 4744, que criou a Força Expedicionária Brasileira, formada pela
1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE) e órgãos não-divisionários.
Sua chefia foi entregue ao general João Batista Mascarenhas de Morais.
A estruturação da FEB propriamente dita teve início com
o envio de oficiais brasileiros aos Estados Unidos, para treinamento.
Tratava-se de familiarizá-los com os métodos e táticas militares empregadas
pelas tropas norte-americanas, substituindo os franceses, já ultrapassados, que
ainda predominavam. Esses oficiais permaneceram por três meses na Escola de
Comando e Estado-Maior de Fort Leavenworth.
No
final de 1943 decidiu-se o destino da FEB: o teatro de operações do
Mediterrâneo. Os poucos meses decorridos até o início do embarque das tropas
foram gastos com planejamento das Acampamento de soldados do 2° Escalão da FEB,
1944/1945. Itália. ações e treinamento. Finalmente na noite de 30 de junho,
embarcou o 1º Escalão da FEB, composto por cerca de cinco mil homens e chefiado
pelo general Zenóbio da Costa. Junto com eles, o general
Mascarenhas de Morais e alguns oficiais de seu estado-maior. Em setembro, foi a
vez do 2º e 3º Escalões, comandados respectivamente pelos generais Osvaldo
Cordeiro de Farias e Olímpio Falconière da Cunha. Até fevereiro
de 1945, dois outros escalões chegariam à Itália, juntamente com um contingente
de cerca de 400 homens da Força Aérea Brasileira (FAB), estes comandados pelo
major-aviador Nero Moura. Ao todo, a FEB contou com um
efetivo de um pouco mais de 25 mil homens.
Na Itália, a FEB uniu-se às tropas do V Exército norte
americano - integrante do X Grupo de Exércitos Aliados. Nesse momento, o
objetivo das tropas aliadas ali sediadas era impedir o deslocamento alemão para
a França, onde se preparava a ofensiva final aliada. Era necessário, assim,
manter o exército alemão sob constante pressão. As primeiras vitórias
brasileiras ocorreram em setembro de 1944, com a tomada das localidades de
Massarosa, Camaiore e Monte Prano. No início do ano seguinte, os pracinhas
participaram da conquista de Monte Castelo, Castelnuovo e Montese. O conflito,
no entanto, não se estendeu por muito mais. A 2 de maio, o último corpo do
exército alemão na Itália assinou sua capitulação, e a 8, a guerra na Europa
chegava ao fim, com a rendição definitiva da Alemanha.
A
FEB perdeu 454 soldados que durante muitos anos permaneceram no cemitério de
Pistóia (Itália). Em outubro de 1960, suas cinzas foram transferidas para o
Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, erguido no Rio de
Janeiro, no recém-criado aterro do Flamengo. Sua participação no conflito foi
importante pois tornou evidente a contradição vivida pelo Estado Novo, que
enviava tropas para lutar pela democracia no exterior, mas internamente
mantinha um regime ditatorial. O retorno dos contingentes da FEB precipitou,
assim, a queda de Vargas em 1945.
Regina da Luz Moreira
Um ambiente de paz
“Uma ... uma função, uma grande parte da atividade
de uma autoridade, de um diretor de uma empresa, de um comandante de uma
unidade militar, seja lá onde for – em qualquer setor – é criar um ambiente de paz, um ambiente de equilíbrio, um
ambiente de tranquilidade, um ambiente de justiça onde as pessoas desenvolvem
as suas atividades.”
(37:00 – 37:21)
Maneira insensata
(...) E aí é trazido... e aí é trazido de
maneira insensata... insen... as forças armadas são colocadas no centro da
discussão política. Isso aí é uma coisa completamente insensata.
(53:30 – 53:45)
General Santos Cruz: “O Poder Moderador é a
Constituição.”
Marco Antonio Villa
Atiraste Uma Pedra
Maria Bethânia
Atiraste uma pedra
No peito de quem
Só te fez tanto bem
E quebraste um telhado
Perdeste um abrigo
Feriste um amigo
No peito de quem
Só te fez tanto bem
E quebraste um telhado
Perdeste um abrigo
Feriste um amigo
Conseguiste magoar
Quem das mágoas
Te livrou
Atiraste uma pedra
com as mãos que essa boca
Tantas vezes beijou
Quem das mágoas
Te livrou
Atiraste uma pedra
com as mãos que essa boca
Tantas vezes beijou
Quebraste um telhado
Que nas noites de frio
Te servia de abrigo
Feriste um amigo
Que os teus erros não viu
E o teu pranto enxugou
Que nas noites de frio
Te servia de abrigo
Feriste um amigo
Que os teus erros não viu
E o teu pranto enxugou
Mas acima de tudo
Atiraste uma pedra
Turvando esta água
Esta água que um dia
Por estranha ironia
Tua sede matou
Atiraste uma pedra
Turvando esta água
Esta água que um dia
Por estranha ironia
Tua sede matou
Composição:
David Nasser / Herivelto Martins.
Volta por cima (1962)
Noite Ilustrada
Volta Por Cima - Noite Ilustrada (1962)
Chorei, não procurei esconder Todos viram, fingiram Pena
de mim, não precisava Ali onde eu chorei Qualquer um chorava Dar a volta por
cima que eu dei Quero ver quem dava Um homem de moral não fica no chão Nem quer
que mulher Venha lhe dar a mão Reconhece a queda e não desanima Levanta, sacode
a poeira E dá a volta por cima
Insensatez
Tom Jobim
Novo Millennium: Tom Jobim
A insensatez que você fez
Coração mais sem cuidado
Fez chorar de dor
O seu amor
Um amor tão delicado
Ah, porque você foi fraco assim
Assim tão desalmado
Ah, meu coração quem nunca amou
Não merece ser amado
Coração mais sem cuidado
Fez chorar de dor
O seu amor
Um amor tão delicado
Ah, porque você foi fraco assim
Assim tão desalmado
Ah, meu coração quem nunca amou
Não merece ser amado
Vai meu coração ouve a razão
Usa só sinceridade
Quem semeia vento, diz a razão
Colhe sempre tempestade
Vai, meu coração pede perdão
Perdão apaixonado
Vai porque quem não
Pede perdão
Não é nunca perdoado
Usa só sinceridade
Quem semeia vento, diz a razão
Colhe sempre tempestade
Vai, meu coração pede perdão
Perdão apaixonado
Vai porque quem não
Pede perdão
Não é nunca perdoado
Compositor: Tom Jobim/Vinícius de Moraes
Referências
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