terça-feira, 30 de junho de 2020

De Porta-Aviões a Submarinos Nucleares...







Culminando com Hidroxicloroquina




Marinha, Aeronáutica e Exército




Cada Força No Seu Galho




Xô Xuá





sábado, 27 de junho de 2020
Merval Pereira - O pós-Bolsonaro

- O Globo

Cientista político vislumbra retirada dos militares da arena política e o reforço da orientação para a defesa nacional

Diante da polêmica sobre o papel das Forças Armadas num regime democrático, o que deve um presidente de origem civil fazer com a questão militar? Esse é o tema sobre o qual se debruça o cientista político da Fundação Getulio Vargas do Rio Octavio Amorim Neto, num artigo para o boletim do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre). Ele leva em conta o pós-Bolsonaro, seja com a impugnação da chapa Bolsonaro-Mourão pelo TSE, ou com a derrota de Bolsonaro, ou Mourão ( em caso de impeachment) em 2022.

Como até hoje não houve força política para retirar da definição do papel das Forças Armadas a responsabilidade pelas “garantias dos poderes constitucionais”, como sugere o historiador José Murilo de Carvalho, da Academia Brasileira de Letras, Octavio Amorim Neto vislumbra outras possibilidades "de mais rápida e fácil implementação, todas tendo como norte a retirada dos militares da arena política e o reforço da orientação das Forças Armadas para atividades relacionadas à defesa nacional”.

O cientista político lembra que na Estratégia Nacional de Defesa havia a promessa de realizar “estudos sobre a criação de quadro de especialistas civis em Defesa, em complementação às carreiras existentes na administração civil e militar, de forma a constituir-se numa força de trabalho capaz de atuar na gestão de políticas públicas de defesa, em programas e projetos da área de defesa, bem como na interação com órgãos governamentais e a sociedade, integrando os pontos de vista político e técnico”.

Passados doze anos, o país dos concursos públicos ainda não conseguiu realizar o concurso para o quadro de especialistas civis em Defesa, critica Octavio Amorim Neto, que no longo prazo, “permitiriam democratizar as relações civis- militares em seu ponto nevrálgico, o Ministério da Defesa”.

Haverá certamente, admite Octavio Amorim Neto, muita resistência ao quadro de especialistas civis por parte das Forças Armadas, “uma vez que o Ministério da Defesa deixará de ser quase que completamente mobiliado por oficiais da Marinha, Exército e Força Aérea, tal qual se verifica hoje". Para aplacar essa resistência, o cientista político da FGV-Rio diz que um novo presidente de origem civil não deverá contingenciar o orçamento de investimento da Defesa, “de modo que as Forças Armadas possam ter a garantia de que conseguirão concluir seus principais projetos dentro dos prazos planejados”: aquisição de caças pela FAB – Projeto FX-2; programas de desenvolvimento de submarinos e o programa nuclear da Marinha – Pro-sub e PNM; despesas com a aquisição de cargueiros táticos de 10 a 20 toneladas e o programa de desenvolvimento de cargueiro tático de 10 a 20 toneladas – Projetos KC e KC-X; despesas com o programa de implantação do sistema de defesa estratégico – Astros 2020; despesa com a aquisição de blindados Guarani pelo Exército; e as referentes à implantação do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras – Sisfron.

“Será uma conta salgada, sobretudo para um país que estará em profunda crise econômica e social, mas pagá-la é condição necessária para que a Forças Armadas possam se concentrar em suas funções precípuas”, ressalta Amorim Neto, que recorda uma afirmação recente de Raul Jungmann, ex-ministro da Defesa, segundo quem cabe ao poder político definir a Política Nacional e a Estratégia Nacional de Defesa, os objetivos, estrutura e meios das nossas Forças Armadas.

Mas, ressaltou Jungmann, “o poder político, não o faz, se aliena. A Política e Estratégia vigentes, elaboradas em 2016 quando era Ministro da Defesa, foram votadas na Câmara e no Senado sem audiências públicas, sem emendas, debates e por órgãos governamentais e a sociedade, integrando os pontos de vista político e voto simbólico”.

Octavio Amorim Neto afirma em seu trabalho que os líderes do Congresso deverão imprimir plena chancela parlamentar ao emprego das Forças Armadas em atividades intimamente relacionadas à defesa nacional. Para ele, “é absolutamente vital” que as lideranças democráticas do país comecem a pensar seriamente sobre a questão militar no pós-Bolsonaro, sob pena de termos que conviver com os fantasmas do pretorianismo por um longo tempo. “É ingenuidade ou desconhecimento da história achar que o encerramento dos mandatos de Bolsonaro e Mourão resolverá o problema”.
https://gilvanmelo.blogspot.com/2020/06/merval-pereira-o-pos-bolsonaro.html#more





Cada Macaco No Seu Galho
Riachão











Xô, xuá
Cada macaco no seu galho
Xô, xuá
Eu não me canso de falar
Xô, xuá
O meu galho é na Bahia
Xô, xuá
O seu é em outro lugar
Xô, xuá
Cada macaco no seu galho
Xô, xuá
Eu não me canso de falar
Xô, xuá
O meu galho é na Bahia
Xô, xuá
O seu é em outro lugar
Não se aborreça, moço da cabeça grande
Você vem não sei de onde
Fica aqui, não vai pra lá
Esse negócio da Mãe Preta ser leiteira
Já encheu sua mamadeira
Vá mamar em outro lugar
Xô, xuá
Cada macaco no seu galho
Xô, xuá
Eu não me canso de falar
Xô, xuá
O meu galho é na Bahia
Xô, xuá
O seu é em outro lugar
Xô, xuá
Cada macaco no seu galho
Xô, xuá
Eu não me canso de falar
Xô, xuá
O meu galho é na Bahia
Xô, xuá
O seu é em outro lugar
Não se aborreça, moço da cabeça grande
Você vem não sei de onde
Fica aqui, não vai pra lá
Esse negócio da Mãe Preta ser leiteira
Já encheu sua mamadeira
Vá mamar em outro lugar
Xô, xuá
Cada macaco no seu galho
Xô, xuá
Eu não me canso de falar
Xô, xuá
O meu galho é na Bahia
Xô, xuá
O seu é em outro lugar
Xô, xuá
Cada macaco no seu galho
Xô, xuá
Eu não me canso de falar
Xô, xuá
O meu galho é na Bahia
Xô, xuá
O seu é em outro lugar
https://www.letras.mus.br/riachao/cada-macaco-no-seu-galho/





Cada Macaco No Seu Galho
Caetano Veloso
https://www.letras.mus.br/caetano-veloso/44703/




Brasil Já Vai a Guerra
Juca Chaves




                                                                                                    





Brasil já vai a guerra, comprou um porta-aviões
Um viva pra Inglaterra de oitenta e dois bilhões
Mas que ladrões
Comenta o zé povinho
Governo varonil
Coitado coitadinho
Do banco do brasil
Há há, quase faliu
Enquanto uns idiotas
Aplaudem a medida
E o povo sem comida
Escuta as tais lorotas
Dos patriotas
A classe proletária
Na certa comeria
Com a verba gasta diaria
Em tal quinquilharia
Sem serventia
Porém há uma peninha
De quem é o porta avião
É meu diz a marinha
É meu diz a aviação
Ahhhh! Revolução!
Brasil, terra adorada
Comprou um porta aviões
Oitenta e dois bilhões
Brasil, oh pátria amada
Que palhaçada
Composição: Juca Chaves.
https://www.letras.mus.br/juca-chaves/209261/




EUA enviam 2 milhões de comprimidos de hidroxicloroquina ao Brasil
Publicado em 31/05/2020
A Casa Branca anunciou neste domingo que os Estados Unidos enviaram dois milhões de comprimidos de hidroxicloroquina ao Brasil.
A informação já havia sido antecipada por Jair Bolsonaro na semana passada.
A hidroxicloroquina “será usada como profilática para proteger enfermeiros, médicos e profissionais de saúde no Brasil. Também será usada como terapêutica para tratar os brasileiros infectados”, diz comunicado da Casa Branca.
Reuters: EUA enviam ao Brasil 2 milhões de doses de hidroxicloroquina

WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos forneceram ao Brasil 2 milhões de doses de hidroxicloroquina para uso contra o coronavírus, informaram os dois governos neste domingo, apesar dos alertas médicos sobre os riscos associados ao medicamento contra a malária.
A Casa Branca divulgou um comunicado conjunto sobre o medicamento, cujo uso tem sido defendido tanto pelo presidente Jair Bolsonaro quanto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, poucos dias depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) suspender os testes do medicamento em pacientes de Covid-19 por preocupações com a segurança.
O próprio Trump disse em meados de maio que estava tomando hidroxicloroquina como medida de prevenção contra o coronavírus.
Já Bolsonaro disse ter uma "caixinha" do remédio guardada caso sua mãe de 93 anos necessite.
"O povo brasileiro e o povo norte-americano solidarizam-se na luta contra o coronavírus", disse o comunicado. "Anunciamos que o governo dos EUA entregou dois milhões de doses de hidroxicloroquina (HCQ) para a população do Brasil. Os Estados Unidos também enviarão em breve 1000 ventiladores para o Brasil."
"A HCQ será usada como profilático para ajudar a defender enfermeiros, médicos e profissionais de saúde do Brasil contra o vírus. Ela também será utilizada no tratamento de brasileiros infectados", completou a nota.
Os dois países também realizarão um esforço de pesquisa conjunto que incluirá "testes clínicos controlados randomizados", de acordo com o comunicado.
EUA reforçam laços com Brasil e entregam 2 milhões de doses de hidroxicloroquina

ESTADÃO conteúdo
O governo americano anunciou neste domingo (31) que entregou ao Brasil uma remessa de dois milhões de doses da hidroxicloroquina, confirmando o que disse na última quarta-feira, 27, o presidente Jair Bolsonaro. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que o presidente americano, Donald Trump, estava "mandando para nós dois milhões de comprimidos de hidroxicloroquina". Além dos remédios, que devem ser usados no tratamento da covid-19, a Casa Branca prometeu enviar ao Brasil mais mil unidades de respiradores.

"Os povos americano e brasileiro permanecem em solidariedade na luta contra o coronavírus. Hoje, como demonstração dessa solidariedade, estamos anunciando que o governo dos Estados Unidos entregou duas milhões de doses da hidroxicloroquina para o povo do Brasil. Os Estados Unidos também enviarão em breve 1 000 respiradores para o Brasil", diz a nota publicada no site da Casa Branca.

A nota também diz que Brasil e EUA estão colaborando entre si em esforços de pesquisas clínicas para o combate ao novo coronavírus. O texto fala em "estreita coordenação" entre os países, inclusive com o objetivo de chegar a uma vacina capaz de conter a disseminação do vírus causador da covid-19. "Com o presidente Donald J. Trump e o presidente Jair Bolsonaro tendo se falado duas vezes desde março, os dois países estão bem posicionados para continuar seus trabalhos conjuntos em relação à pandemia do coronavírus, além de outros assuntos de importância estratégica", encerra a nota.
Fonte:
Estadão Conteúdo/Reuters
https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/politica-economia/260478-eua-enviam-2-milhoes-de-comprimidos-de-hidroxicloroquina-ao-brasil.html#.Xvjo9ShKiM8




 Brasil já vai à guerra (1958): Anos dourados, mas nem tanto (Adicionado em 6/12/2010)
Informações Adicionais:
Autor: Juca Chaves
Intérprete: Juca Chaves
Gênero: Modinha
Em fins de 1956, o governo federal comprou da Grã Bretanha um porta-aviões de segunda mão, que recebeu o nome de "Minas Gerais". O navio, julgado essencial pelos estrategistas militares para a proteção da costa brasileiras, detonou uma intensa disputa entre a Marinha e a Aeronáutica, para saber quem controlaria o porta-aviões. Além disso, houve fortes críticas ao preço do navio, considerado altíssimo pela oposição ao governo do presidente Juscelino Kubitschek.
Tudo isso deu farto material para o compositor e cantor Juca Chaves, que começava a se destacar no cenário musical brasileiro, compondo a modinha satírica "Brasil já vai à guerra", que logo caiu no gosto do povo.

Palavras-chave: democracia, eleições, guerra fria, relações de poder, relações culturais.

Fonte: Conexão Política




UM FURACÃO NA PRESIDÊNCIA (1955-1961)
A compra do porta-aviões






No final de seu primeiro ano de mandato, ainda sob forte oposição de setores das Forças Armadas, Juscelino achou prudente atender a uma reivindicação da Marinha e da Aeronáutica – e autorizou a compra do porta-aviões inglês Vengeance, que no Brasil foi rebatizado Minas Gerais.

Custou 82 milhões de cruzeiros. "Se o preço da submissão da Marinha à Constituição é o porta-aviões", ponderou JK, "acho que vale a pena".

Logo se deu conta de que as coisas não correriam exatamente conforme planejara. Para começar, o compositor e cantor Juca Chaves glosou o acontecimento nos versos de uma marchinha:

"Brasil já vai à guerra
comprou porta-aviões
Um viva pra Inglaterra
de 82 milhões
– ah, mas que ladrões!"

E foi o de menos, a irreverência do menestrel. Longe de aplacar os ânimos dos militares, o Minas Gerais veio abrir uma crise entre a Aeronáutica e a Marinha, que disputavam o direito de controlar os aviões embarcados.
A pendenga se arrastaria até 1964, quando o governo Castelo Branco deu ganho de causa à Aeronáutica.
http://www.projetomemoria.art.br/JK/biografia/3_compra.html




O Brasil já foi à guerra
21 de fevereiro de 2010 







Meio século depois, um novo porta-aviões repete a sátira de Juca Chaves

O Brasil já vai a guerra, comprou um porta-aviões/Um viva pra Inglaterra, de oitenta e dois bilhões/Ahhhh! mas que ladrões. A sátira “Brasil já vai a guerra”, composta em 1958 pelo menestrel Juca Chaves, ainda parece perfeita para descrever o destino dos porta-aviões da Marinha brasileira.

Composta para ironizar a compra do NAeL Minas Gerais, o primeiro porta-aviões do país, depois vendido como sucata, a canção parece ter sido feita para o São Paulo, comprado em 2001. Em função de um acidente trágico, em que morreram três tripulantes, o novo porta-aviões passou cinco anos no estaleiro e já custou R$ 140 milhões em manutenção e reparação – sete vezes o preço de compra.

Anacrônico, o São Paulo não é capaz de transportar os caças que a FAB pretende comprar na célebre concorrência de US$ 5 bilhões que mobiliza franceses, suecos e americanos. Segundo a Marinha, eles são pesados demais para o porta-aviões. Procurado para falar sobre o assunto, Juca Chaves mandoudizer que está de férias.
FONTE: Revista Época / FOTO: Poder Naval
NOTA DO EDITOR: Mais uma matéria que sai na grande imprensa depreciando o único navio-aeródromo brasileiro. Na última enquete do Poder Naval, a maioria dos leitores acha que a Marinha deve continuar investindo em porta-aviões e aviação naval.

Na contramão, a grande imprensa continua a detonar o porta-aviões brasileiro por conta própria, por ignorância ou má fé. Mas a Marinha também deveria fazer melhor a sua parte, divulgando com mais profissionalismo as atividades do São Paulo e da Aviação Naval e sua importância.

O Poder Naval Online está à disposição da Marinha para facilitar esse trabalho de divulgação, temos equipamentos profissionais de foto e vídeo, tempo disponível e muita vontade de trabalhar. Só estamos aguardamos o convite da Marinha do Brasil.
https://www.naval.com.br/blog/2010/02/21/o-brasil-ja-foi-a-guerra/




ABEN
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENERGIA NUCLEAR

Por que a Marinha do Brasil quer ter um submarino nuclear?
(19/10/18) Lançamento ao mar da embarcação convencional, o Riachuelo, em dezembro, abre série de produção que culminará no submarino com propulsão nuclear, em 2028
O primeiro submarino da Marinha do Brasil construído no Complexo Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro, entrará em operação no próximo dia 14 de dezembro. A estreia do Riachuelo, o S-BR1, da classe Scorpène, é simbólica porque abre a série de produção de quatro embarcações convencionais que culminará na construção do primeiro submarino de propulsão nuclear brasileiro, clímax do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub).
O projeto do submarino nuclear no escopo do Prosub, que completa dez anos em 2018, consumiu R$ 21 bilhões em valores corrigidos pela inflação. É motivo de orgulho para a Marinha, apesar dos atrasos. O programa teve o cronograma adiado pela crise econômica, que limitou repasses de verbas nos últimos anos.
Confira entrevista com o diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, almirante-de-esquadra Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior, aqui.
Fonte: GaúchaZH (coluna de Rodrigo Lopes)
http://www.aben.com.br/noticias/por-que-a-marinha-do-brasil-quer-ter-um-submarino-nuclear




Título: Submarino francês é alvo de críticas
Autor: Rittner , Daniel
Fonte: Valor Econômico, 27/08/2009, Brasil, p. A5
O submarino de propulsão diesel-elétrica Scorpène, que faz parte de um pacote de ¿ 6,8 bilhões fechado pelo governo brasileiro com a estatal francesa DCNS, tem um retrospecto de atrasos e falhas técnicas na Índia e no Chile, dois dos únicos três países no mundo que operam esse equipamento militar - o outro é a Malásia, onde o contrato com a empresa esteve na origem de escândalos políticos.
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, deverá assinar o contrato com o Brasil, negociado em 2008, durante a visita oficial que fará ao país, na primeira semana de setembro. A programação de Sarkozy em Brasília inclui até mesmo sua presença no desfile militar do Dia da Independência.
As maiores evidências de problemas com o modelo francês estão na Índia, que fechou um contrato em 2005 para a compra de seis submarinos convencionais da França, por US$ 3,9 bilhões. O contrato com a Índia previa a entrega de um submarino por ano, a partir de 2012. No entanto, o programa acumula dois anos de atraso e seus custos subiram pelo menos 10%. De acordo com o governo indiano, a construção dos equipamentos deveria ter atingido 27% do total em dezembro passado, mas só houve progresso efetivo em 9% das atividades. O relato foi feito pelo ministro da Defesa local, em 20 de julho, ao Parlamento da Índia.
Numa audiência com congressistas, o ministro reclamou de problemas com a transferência de tecnologia prometida pelos franceses e advertiu que os atrasos "provavelmente terão impacto" na capacidade das forças marítimas indianas. Da frota de 16 submarinos convencionais, incluindo russos e alemães, sete deverão sair de operação até 2012. Isso preocupa as autoridades do país, no contexto de uma região com forte tensão geopolítica - Paquistão e China estão aumentando rapidamente as forças de combate marítimas.
O contrato da Índia com a França prevê a construção dos submarinos a diesel, com transferência de tecnologia, em um estaleiro indiano localizado em Mumbai. Também em julho, o escritório indiano de Auditoria e Controladoria Geral (CGA) apontou a existência de "vantagens financeiras indevidas" à França. "Foram feitas (aos franceses) grandes concessões em termos de garantias, desempenho das garantias bancárias, arbitragem e liquidação de prejuízos", concluiu a auditoria.
A Marinha do Chile, que encomendou dois aparelhos Scorpène em 1997 e foi uma das primeiras parceiras da França no projeto, admitiu ter enfrentado algumas complicações. Pouco após a entrega da primeira unidade, em dezembro de 2005, o SS-1 O"Higgins, o então comandante da Marinha, almirante Rodolfo Codina, declarou que um dos motores apresentava "problemas pontuais": uma infiltração de água pelo sistema de resfriamento, que trazia riscos de oxidação de partes do aparelho.
Dentro do contrato de ¿ 6, 8 bilhões com a França, o Brasil gastará ¿ 1,660 bilhão com quatro submarinos de propulsão diesel-elétrica, que custarão ¿ 415 milhões por unidade. A construção, no Rio de Janeiro, do casco do primeiro submarino nuclear brasileiro custará mais ¿ 2 bilhões. Vale ressaltar que a França participará apenas com a parte não nuclear do projeto, já que a Marinha do Brasil está desenvolvendo integralmente o reator atômico do futuro submarino, cujo protótipo os almirantes dizem que ficará pronto em 2014.
Do restante do investimento,
¿ 1,8 bilhão será aplicado em um novo estaleiro (para a construção dos equipamentos) e de uma nova base naval, capaz de abrigar o novo submarino nuclear. Também será investido ¿ 1,240 bilhão na compra de armamentos, como torpedos, no processo de transferência de tecnologia e no apoio logístico integrado. De acordo com a Marinha, mais de 30 empresas brasileiras serão beneficiadas com compensações oriundas do acordo.
A compra dos submarinos franceses foi acertada em dezembro do ano passado, durante visita de Sarkozy ao Rio de Janeiro, como parte do acordo de parceria estratégica entre o Brasil e a França. Agora, em setembro, será firmado o contrato de financiamento, com a definição das fontes de empréstimos e dos valores de juros praticados.
No dia 12 de agosto, a Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex) autorizou a "preparação comercial" de um empréstimo de ¿ 4,3 bilhões, por um consórcio de bancos liderado pelo BNP Paribas, e contrapartida brasileira de ¿ 598 milhões. A soma não contempla o valor total do pacote, porque os recursos para a construção do estaleiro e da nova base naval serão desembolsados pelo Tesouro.
A Marinha analisou três projetos para aumentar sua frota de submarinos: o russo AMUR 1650, o alemão IKL 214 e o francês Scorpène. Segundo o comando militar, os estudos apontaram que o Scorpène atendia melhor às necessidades brasileiras, por ser "mais moderno" e ter "maior intervalo entre manutenções". Com restrições orçamentárias, no entanto, decidiu-se construir apenas mais um submarino. O programa nuclear, prioridade número um da Marinha, vinha sendo mantido em estado quase vegetativo desde 1996.
Nesse cenário, optou-se pela construção de um novo IKL 214, tendo em vista a existência de cinco submarinos alemães na frota atual. Em notas explicativas, a Marinha afirmou que buscava "manter a mesma linha logística" e "evitar que a escolha de projeto diferente, para a construção de uma única unidade, pudesse ensejar retaliações dos alemães, mediante o boicote de sobressalentes para os submarinos existentes".
O cenário mudou radicalmente no início de 2007, quando o presidente Lula conheceu o Centro Tecnológico da Marinha e o programa nuclear dos militares. Lula prometeu aplicar R$ 130 milhões por ano no desenvolvimento de um reator atômico. Faltava à Marinha a capacidade de desenvolver projetos de submarinos nucleares capazes de abrigar o futuro motor atômico.
Diante do novo quadro, a Força passou a buscar "parcerias estratégicas" com detentores dessa tecnologia e dispostos a transferi-la. A Alemanha não constrói submarinos de propulsão nuclear e a HDW, fabricante do IKL 214, acabou perdendo um contrato praticamente certo.
Dos três países com quem inicialmente havia feito contatos, a Marinha diz só ter encontrado disposição dos franceses em transferir tecnologia. "Depois de longo e acurado processo de escolha, a França foi o país selecionado, porquanto seu único concorrente, a Rússia, não desejava transferir tecnologia, mas, tão-somente, vender submarinos, o que não correspondia aos interesses do Brasil", afirma uma nota recente da Marinha. A promessa da Força é ter o protótipo do reator pronto em 2014 e o submarino nuclear, em 2021. Como exige espaço maior, as obras para a construção do casco não poderiam ser realizadas no Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro, no centro da cidade, e decidiu-se então por erguer um novo estaleiro e uma nova base naval para abrigá-lo no futuro.
A reportagem enviou ontem perguntas à Marinha sobre o retrospecto comercial dos Scorpène e sua assessoria de comunicação informou não haver tempo hábil para o envio das respostas até o fechamento da edição. O diretor da DCNS responsável pelo Brasil, Éric Bertholot, foi localizado ontem à tarde. Ele concordou em dar entrevista à noite, mas não atendeu mais as ligações.
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/459011/noticia.htm?sequence=1



Submarino nuclear garantiu propina milionária para franceses e o PT
Palocci confirmou a PF o pagamento de €50 milhões para lobista operador da DCNS (atual Naval Group)

DP Redação

 12/10/2019 às 00:01 | Atualizado às 08:43







Submarino brasileiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Não foram apenas PT e Odebrecht que faturaram alto com o projeto bilionário do submarino nuclear brasileiro (Prosub). Em sua delação, o ex-ministro Antonio Palocci detalha os repasses de propina a empresas francesas pela “parceria” no projeto. De acordo com Palocci, Marcelo Odebrecht enviou, em 2008, €50 milhões (R$226 milhões) em propina “à parte francesa” e se queixou que o PT continuava cobrando sua cota. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Cobrado pelo ex-ministro Guido Mantega, Marcelo Odebrecht teve de pagar R$17 milhões ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari.
Palocci explica na delação que a propina de R$226 milhões foi paga ao lobista José Amaro Pinto Ramos, representante da francesa DCNS.
A propina francesa parece muito, mas a Odebrecht recebeu cerca de R$7,2 bilhões entre 2009 e 2017 para desenvolver o projeto Prosub.
Depois da delação coletiva de executivos da Odebrecht, a DCNS mudou de nome para Naval Group, mas continua envolvida no Prosub.
https://diariodopoder.com.br/politica/submarino-nuclear-garantiu-propina-milionaria-a-franceses-e-ao-pt




PROJETO E CONSTRUÇÃO
INSTITUCIONAL
O PROSUB
Estrutura do PROSUB
COGESN e Parceiros
INFRAESTRUTURA INDUSTRIAL
SUBMARINO CONVENCIONAL
SUBMARINO COM PROPULSÃO NUCLEAR
IMPRENSA
MULTIMÍDIA
TRANSPARÊNCIA PÚBLICA

Projeto e Construção
O Projeto do primeiro Submarino com Propulsão Nuclear Brasileiro (SN-BR) teve início em julho de 2012, no Escritório Técnico de Projeto da COGESN, localizado no complexo do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP).





O Projeto do SN-BR é desenvolvido por uma equipe de engenheiros altamente qualificada, denominada de Corpo Técnico de Projeto do SN-BR (CTP), atualmente formada por cerca de 200 integrantes da MB.
Ressalta-se que desde 2010, cerca de 80 engenheiros da Marinha do Brasil (MB) realizaram cursos e treinamentos ministrados pela Empresa DCNS, na França e no Brasil, fruto do Contrato de Transferência de Tecnologia firmado no âmbito do PROSUB. Atualmente estes profissionais replicam para outros integrantes da MB, os ensinamentos obtidos, ao mesmo tempo que realizam o Projeto do SN-BR.
 A primeira etapa do Processo de Projeto do SN-BR, denominada de Fase A (Concepção e Estudos de Exequibilidade), teve início em julho de 2012 e foi encerrada em julho de 2013. A segunda etapa do Projeto, chamada de Fase B e que correspondente ao Projeto Preliminar, teve início em agosto de 2013 e foi encerrada em janeiro de 2017, com sucesso. A conclusão desta Fase permitirá a elaboração dos contratos definitivos de aquisição do Pacote de Materiais e da Construção do SN-BR.  Possibilitará  também que se chegue ao custo global para a obtenção do SN-BR e propiciará as condições técnicas para o desenvolvimento da Fase C, Projeto de Detalhamento, que será iniciada um ano antes da Fase D (construção propriamente dita).
A construção do SN-BR está prevista para  ter início em fevereiro de 2020, devendo estar concluída no final de 2029, quando o Submarino passará por testes e provas de cais e de mar, para, posteriormente, ser transferido para o Setor Operativo da MB, Comando de Operações Navais, passando a integrar o núcleo do poder combatente da Força Naval Brasileira (Esquadra).
O primeiro SN-BR receberá o nome de "Álvaro Alberto", em homenagem ao Almirante brasileiro que deu início ao desenvolvimento da ciência nuclear em curso no nosso País e foi o fundador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 
https://www.marinha.mil.br/prosub/projeto-e-construcao





Referências



https://gilvanmelo.blogspot.com/2020/06/merval-pereira-o-pos-bolsonaro.html#more
https://youtu.be/ahE4Ztoo7BI
https://www.letras.mus.br/riachao/cada-macaco-no-seu-galho/
https://youtu.be/vYv5CRL88bg
https://www.letras.mus.br/caetano-veloso/44703/
https://youtu.be/8POa5mdXLBQ
https://www.letras.mus.br/juca-chaves/209261/
https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/politica-economia/260478-eua-enviam-2-milhoes-de-comprimidos-de-hidroxicloroquina-ao-brasil.html#.Xvjo9ShKiM8
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=19417
http://www.projetomemoria.art.br/JK/biografia/img/p_rem068.jpg
http://www.projetomemoria.art.br/JK/biografia/3_compra.html
https://www.naval.com.br/blog/wp-content/uploads/2010/02/NAe-S%C3%A3o-Paulo-A-12-2-1024x682.jpg
https://www.naval.com.br/blog/2010/02/21/o-brasil-ja-foi-a-guerra/
http://www.aben.com.br/noticias/por-que-a-marinha-do-brasil-quer-ter-um-submarino-nuclear
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/459011/noticia.htm?sequence=1
https://diariodopoder.com.br/wp-content/uploads/2019/02/Submarino-Tomaz-Silva-Agencia-Brasil.jpg
https://diariodopoder.com.br/politica/submarino-nuclear-garantiu-propina-milionaria-a-franceses-e-ao-pt
https://www.marinha.mil.br/prosub/sites/www.marinha.mil.br.prosub/files/ETP-3.png 
https://www.marinha.mil.br/prosub/projeto-e-construcao
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https://www.letras.mus.br/juca-chaves/209261/
https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/politica-economia/260478-eua-enviam-2-milhoes-de-comprimidos-de-hidroxicloroquina-ao-brasil.html#.Xvjo9ShKiM8
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=19417
http://www.projetomemoria.art.br/JK/biografia/img/p_rem068.jpg
http://www.projetomemoria.art.br/JK/biografia/3_compra.html
https://www.naval.com.br/blog/wp-content/uploads/2010/02/NAe-S%C3%A3o-Paulo-A-12-2-1024x682.jpg
https://www.naval.com.br/blog/2010/02/21/o-brasil-ja-foi-a-guerra/
http://www.aben.com.br/noticias/por-que-a-marinha-do-brasil-quer-ter-um-submarino-nuclear
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/459011/noticia.htm?sequence=1
https://diariodopoder.com.br/wp-content/uploads/2019/02/Submarino-Tomaz-Silva-Agencia-Brasil.jpg
https://diariodopoder.com.br/politica/submarino-nuclear-garantiu-propina-milionaria-a-franceses-e-ao-pt
https://www.marinha.mil.br/prosub/sites/www.marinha.mil.br.prosub/files/ETP-3.png
https://www.marinha.mil.br/prosub/projeto-e-construcao

Cólera-morbo: contágio ou infecção?






“perigo de afrontar o cólera-morbo, que por aquele tempo corria em alguns pontos do interior”.




“Estevão meteu a mão nos cabelos com um gesto de angústia; Luís Alves sacudiu a cabeça ... sem dizer palavra; a baronesa recuou diante daquele fato brutal.”
Machado de Assis






Um caso real de cólera. Publicado por G. Tregear, 1832, Londres.




História Ciências Saúde
Manguinhos
Julho/2016

Em 1855, aportou em Belém, vindo da cidade portuguesa do Porto, o navio Defensor, trazendo consigo o cólera-morbo.

Caracterizada por uma diarreia aguda, a doença matava rapidamente, após um processo de desidratação e perda de peso que conferia aos pacientes uma aparência esquelética, com olhos afundados e cor da pele azulada.

A intensificação do comércio marítimo espalhara o cólera-morbo, originário da Índia, por quase todo o globo. Em poucos meses, havia doentes em todas as províncias do Norte e Nordeste do Brasil, e também no Rio de Janeiro, capital do Império.

O Conselho de Salubridade Pública buscava identificar os doentes, providenciar quarentena aos suspeitos de contaminação e realizar a desinfecção dos navios e de todo tipo de material com os quais as tripulações tivessem tido contato, como alimentos, roupas e objetos.

Também era preciso sanar os problemas de insalubridade das cidades. Entre as medidas preventivas estavam o aterro dos pântanos, a limpeza, desinfecção e ordenação do espaço urbano e a educação do povo.

O agente patogênico do cólera-morbo, seus princípios de comunicação e terapêuticas eficazes eram ignorados. No artigo Um imenso campo mórbido: controvérsias médico-científicas sobre a epidemia de cólera-morbo de 1855, publicado na edição atual de HCS-Manguinhos (vol.23 no.2 Rio de Janeiro abr./jun. 2016), Luciana dos Santos, professora do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco, examina a epidemia que atingiu a província de Pernambuco em 1855, focalizando as controvérsias médico-científicas que giraram em torno da definição dos princípios de comunicação da moléstia e dividiram as opiniões médicas entre duas concepções distintas: o contágio e a infecção.

São analisados documentos e relatórios produzidos pela Sociedade de Medicina de Pernambuco e pelo Conselho Geral de Salubridade Pública que permitem descrever o programa médico-sanitário oficial formado por engenheiros, cientistas e médicos com o objetivo de construir um projeto de cidade salubre – modelo de civilização que integra a remodelação do espaço urbano e a disseminação de novos hábitos entre a população.

Leia em HCS-Manguinhos:
Um imenso campo mórbido: controvérsias médico-científicas sobre a epidemia de cólera-morbo de 1855, artigo de Luciana dos Santos (vol.23 no.2 Rio de Janeiro abr./jun. 2016)

E ainda:

Rebelo, Fernanda. Entre o Carlo R. e o Orleannais: a saúde pública e a profilaxia marítima no relato de dois casos de navios de imigrantes no porto do Rio de Janeiro, 1893-1907. Set 2013, vol.20, no.3  texto em português
Farias, Rosilene Gomes. Pai Manoel, o curandeiro africano, e a medicina no Pernambuco imperial. Dez 2012, vol.19, suppl.1 texto em português

Kodama, Kaori et al. Mortalidade escrava durante a epidemia de cólera no Rio de Janeiro (1855-1856): uma análise preliminar. Dez 2012, vol.19, suppl.1 texto em português

Pemberton, Rita. Dirt, disease and death: control, resistance and change in the post-emancipation Caribbean. Dec 2012, vol.19, suppl.1 texto em inglês

Almeida, Maria Antónia Pires de. As epidemias nas notícias em Portugal: cólera, peste, tifo, gripe e varíola, 1854-1918. Jun 2014, vol.21, no.2 texto em português

Nunes, Everardo Duarte. Henry Mayhew: jornalista, investigador social e precursor da pesquisa qualitativa. Set 2012, vol.19, no.3 texto em português

Almeida, Maria Antónia Pires de. A epidemia de cólera de 1853-1856 na imprensa portuguesa. Dez 2011, vol.18, no.4 texto em português

Beltrão, Jane Felipe. Memórias da cólera no Pará (1855 e 1991): tragédias se repetem?.Dez 2007, vol.14 texto em português

Carbonetti, Adrián and Rodríguez, María Laura Las epidemias de cólera en Córdoba a través del periodismo: la oferta de productos preservativos y curativos durante la epidemia de 1867-1868. Jun 2007, vol.14, no.2 texto em espanhol

Bertolli Filho, Claudio. Cólera: um retrato permanente. Dez 2004, vol.11, no.3 texto em português

Sanjad, Nelson. Cólera e medicina ambiental no manuscrito ‘Cholera-morbus’ (1832), de Antonio Correa de Lacerda (1777-1852). Dez 2004, vol.11, no.3 texto em português

Beltrão, Jane Felipe. A arte de curar dos profissionais de saúde popular em tempo de cólera: Grão-Pará do século XIX. Set 2000, vol.6 texto em português


Cólera-morbo: contágio ou infecção?. Blog de HCS-Manguinhos. [viewed 28 July 2016]. Available from: 
http://www.revistahcsm.coc.fiocruz.br/colera-morbo-contagio-ou-infeccao/










Literatura
Machado de Assis e a pandemia
O imortal escritor, em seus romances, trata das pandemias que ocorreram no Brasil.
sábado, 16 de maio de 2020



Machado de Assis falando de epidemia? Sim, Machado de Assis também tratou da pandemia. Não, por óbvio, da pandemia do coronavírus, que tanto tem assustado a todos neste 2020.

Outros males, no entanto, contaminam as obras machadianas. Vejamos alguns deles, retratados em três romances.

·         A mão e a luva

No segundo romance machadiano, a baronesa, madrinha da protagonista, estava ao sol, quando outra personagem disse que não seria “conveniente expor-se aos ardores do sol, sobretudo neste tempo de epidemias”.

Qual seria essa pandemia?

Mais adiante, quando um personagem tenta demover a tal baronesa de viajar (com intenção de não se distanciar da sobrinha, Guiomar), ele disse do “perigo de afrontar o cólera-morbo, que por aquele tempo corria em alguns pontos do interior”. E referindo-se ao destino da baronesa, contou ainda “que em Cantagalo havia aparecido o terrível inimigo”.

Ao final, mostrando que o medo causado pela epidemia era tão grande como o de agora, a notícia do caso era um “fato brutal”, que a fez cancelar a viagem.

·         Memórias Póstumas de Brás Cubas

No livro do defunto Cubas, uma jovem pretendente morre por “ocasião da primeira entrada da febre amarela”. Brás Cubas é quem nos conta essa história da epidemia:

Doeu-me um pouco a cegueira da epidemia que, matando à direita e à esquerda, levou também uma jovem dama, que tinha de ser minha mulher; não cheguei a entender a necessidade da epidemia, menos ainda daquela morte. Creio até que esta me pareceu ainda mais absurda que todas as outras mortes.

Como bem sabem os eruditos migalheiros, já em Brás Cubas aparece o personagem título do próximo romance machadiano, Quincas Borba.

E é o mineiro de Barbacena quem explica a Cubas que “epidemias eram úteis à espécie, embora desastrosas para uma certa porção de indivíduos”.

Dizia ele que, “por mais horrendo que fosse o espetáculo, havia uma vantagem de muito peso: a sobrevivência do maior número”.

E, como se não bastasse, Quincas Borba ainda pergunta a Brás Cubas se este não sentia “algum secreto encanto em ter escapado às garras da peste”.

Judicioso, Cubas não o respondeu porque a pergunta era insensata.

·         Quincas Borba

A fala acima de Quincas Borba, no livro do defunto, já deve ter chocado o migalheiro. Mas não é que ele volta ao assunto?

De fato, em seu próprio livro, antes de morrer alienado, Quincas Borba trata do bem e do mal da epidemia. Diz que não há mais triste do que as pestes que devastam um ponto do globo.

Pondera, no entanto, que “esse suposto mal é um benefício, não só porque elimina os organismos fracos, incapazes de resistência, como porque dá lugar à observação, à descoberta da droga curativa”.

E ainda sentencia que “a higiene é filha de podridões seculares; devemo-la a milhões de corrompidos e infectos”.

Na mesma obra, há outro momento em que volta ao assunto da pandemia.

Tal se dá quando a personagem Sofia, a mais bela das mulheres de Machado de Assis, ao receber a notícia de uma pandemia, numa cidade de Alagoas, resolve formar, com outras damas da sociedade, “uma comissão das Alagoas”, para arrecadar fundos de modo a ajudar a cidade daquele Estado.

E, ao menos no romance, foi ótimo, tanto para a cidade como para os personagens.

Sanou-se aquela; casaram-se estes.

________

E é assim, literariamente falando, que se extingue a pandemia nos romances do Bruxo do Cosme Velho.

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·         Cólera

Vinda da cidade portuguesa do Porto, a cólera-morbo aportou em Belém em 1855, com o navio Defensor. A publicação História, Ciências, Saúde – Manguinhos, da Casa de Oswaldo Cruz, informa que a doença se espalhou com a intensificação do comércio marítimo, originário da Índia, por quase todo o globo.

"Em poucos meses, havia doentes em todas as províncias do Norte e Nordeste do Brasil, e também no Rio de Janeiro, capital do Império. O Conselho de Salubridade Pública buscava identificar os doentes, providenciar quarentena aos suspeitos de contaminação e realizar a desinfecção dos navios e de todo tipo de material com os quais as tripulações tivessem tido contato, como alimentos, roupas e objetos."

A professora do Departamento de Sociologia da UFPE Luciana dos Santos, ao examinar a epidemia que atingiu a província de Pernambuco em 1855, focalizou as controvérsias médico-científicas que giraram em torno da definição dos princípios de comunicação da moléstia e dividiram as opiniões médicas entre duas concepções distintas: o contágio e a infecção:

"Ainda que o programa médico-científico desenhado em Pernambuco, em meados do século XI
X, tenha estabelecido medidas de prevenção ao flagelo, tomando como ponto de partida preferencial o conceito de infecção, a teoria do contágio jamais deixou de prover uma explicação plausível para o surgimento e disseminação do cólera-morbo nos trópicos."








·         Febre amarela





A história da febre amarela no Brasil remonta ao ano de 1685. A primeira epidemia da doença no país parece ter sido a que irrompeu no Recife, segundo conta dr. Odair Franco, ex-coordenador do Combate à Febre-Amarela no Brasil, em obra publicada em 1969 na Revista Brasileira de Malariologia e Doenças Tropicais (“História da Febre Amarela no Brasil”). O nome e a procedência do barco que trouxe a febre-amarela para o Recife não ficaram esclarecidos, aponta o autor.

Ao contrário do que geralmente sucede, não existem referências sobre a doença em algum barco antes da eclosão da epidemia, ou que tenham desembarcado no porto tripulantes ou passageiros doentes. Quando a encontramos já estava na zona portuária, fazendo a sua primeira vítima na pessoa de um empregado que conferia a mercadoria importada. De fato, contam as crônicas da época que, a 28 de novembro de 1685, no Recife, um tanoeiro ao abrir uma das barricas de carne, já podre, procedentes de São Tomé, adoeceu subitamente, passando a doença a quatro ou cinco pessoas que moravam na mesma casa, na rua da Praia.”

A febre amarela, então, não ficou limitada ao Recife e Olinda, mas teria se alastrado para o interior.

Na Bahia, constam relatos dando conta da enfermidade no ano seguinte, com o número de doentes calculado em 25.000 e o de mortos em 900. Mas, conforme Odair Franco, quando a doença deixou de se apresentar sob a forma epidêmica, foi relegada a um plano secundário e quase esquecida durante mais de um século: “Houve, assim, um longo período de silêncio no país, com relação à infecção amarílica.”

Saltamos para 1849: em 30 de setembro daquele ano, chegou a Salvador o navio americano “Brazil”, procedente de New Orleans, nos EUA, onde grassava a febre amarela, havendo escalado em Havana, porto também infetado, conta-nos Franco.

Entretanto, como apresentou carta de saúde limpa, embora houvesse perdido, na viagem, dois homens da tripulação vitimados pela febre-amarela, foi logo admitido à livre prática pelas autoridades marítimas locais. Houve apenas um protesto, infelizmente tardio.”





De acordo com o autor, na época, com receio do cólera-morbo, as medidas de vigilância portuária eram severas, mas visavam especialmente os navios procedentes da Europa.

Interessante notar o relato no ponto em que destaca a divergência de opiniões dos especialistas na ocasião, com acaloradas discussões entre “contagionistas” e “infeccionistas”, com os primeiros representados por médicos estrangeiros e os segundos, pelos médicos nacionais, que insistiam em dizer que a epidemia era oriunda de causas locais.

Enquanto prosseguiam estas discussões acadêmicas, os hospitais tornaram-se insuficientes para abrigar os enfermos. A triste realidade é que de Salvador este surto se propagou para o Norte e para o Sul do País”, lamenta Odair Franco.

Em Belém, “ficaram paralisados os negócios públicos e particulares; ocupavam-se todos em sepultar os mortos e cuidar dos enfermos”; os dados estatísticos da época apontam a elevada morbidade: em uma população de 16.000 habitantes, teria havido 12.000 doentes e 593 óbitos, que representam índice de morbidade de 75%, e coeficiente de letalidade de 4,9%.

Os últimos Estados a receberem surtos da doença foram Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, que não dispunham de comunicação fácil com portos marítimos.

migalhas dos leitores
https://www.migalhas.com.br/quentes/326950/machado-de-assis-e-a-pandemia





Roda Viva | Natalia Pasternak | 29/06/2020

Roda Viva

No Roda Viva, a jornalista Vera Magalhães recebe a bióloga e pesquisadora Natalia Pasternak. Fundadora e primeira presidenta do Instituto Questão de Ciência, Natalia Pasternak é doutora em microbiologia pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP e autora do livro 'Ciência no Cotidiano'. A bióloga ainda é publisher da revista Questão de Ciência e escreve para o jornal O Globo, para a revista The Skeptic UK e para o Genetic Literacy Project. No último mês, Natalia deu diversas declarações alertando para o risco do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 e, com outros pesquisadores, assinou um documento contra a liberação do medicamento.
https://www.youtube.com/watch?v=o7Gu4sMXTFo










Luiz Henrique Mandetta: “A minha presença no governo ficou tóxica. “

Por Marco Antonio Villa

https://www.youtube.com/watch?v=N57J2B-9Reo




Referências


http://157.86.193.160/wp-content/uploads/2016/07/colera_medicos.jpg
http://www.revistahcsm.coc.fiocruz.br/colera-morbo-contagio-ou-infeccao/
https://www.globalframe.com.br/gf_base/empresas/MIGA/imagens/A344AD1405C4684892BBB2A74671CEDFDCE0_machado.jpg     
http://www.globalframe.com.br/gf_base/empresas/MIGA/imagens/4AEA1C7D73DE67ACE4B290A97FE5CAC2A73E_colera1.jpg
https://www.globalframe.com.br/gf_base/empresas/MIGA/imagens/583A985712D47E79542191F1B389C083910B_febreamarela1.JPG
https://www.globalframe.com.br/gf_base/empresas/MIGA/imagens/86D7B80C6E0516D8B77F4E4479BC2B2A6432_charge.jpg
https://youtu.be/o7Gu4sMXTFo
https://www.youtube.com/watch?v=o7Gu4sMXTFo
https://youtu.be/N57J2B-9Reo
https://www.youtube.com/watch?v=N57J2B-9Reo