quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

DEMOCRATA & DEMocratas, LÁ E ALHURES



... só se troca o nome do encomendado — Petrus, Paulus...


Barack Obama, democrata, primeiro presidente negro dos Estados Unidos, eleito em novembro de 2008


O novo presidente do Senado, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), assume compromisso de ampliar a transparência


O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que preferiu não comentar a crise envolvendo o governo – Pedro Ladeira – 4. Fev.2019/Folhapress


O ministro Onyx Lorenzoni (DEM-RS), reeleito deputado federal em 2018, chefe da Casa Civil da Presidência da República - Marcos Corrêa/PR

A aceitação por parte deste não foi rápida nem total; era, porém, bastante para sentir que não havia entre ele e o novo governo um abismo. 

Também ela mudara, se havia que mudar na simples alma materna, para quem todos os regimes valiam pela glória dos filhos.

Em suma, não lhes importam formas de governo, contanto que a sociedade fique firme ou se atire para diante.

— Tenha confiança, baronesa, prosseguiu ele pouco depois. Conte com as circunstâncias, que também são fadas. Conte mais com o imprevisto. O imprevisto é uma espécie de deus avulso, ao qual é preciso dar algumas ações de graças; pode ter voto decisivo na assembléia dos acontecimentos. Suponha um déspota, uma corte, uma mensagem. A corte discute a mensagem, a mensagem canoniza o déspota. Cada cortesão toma a si definir uma das virtudes do déspota, a mansidão, a piedade, a justiça, a modéstia... Chega a vez da grandeza da alma; chega também a notícia de que o déspota morreu de apoplexia, que um cidadão assumiu o poder e a liberdade foi proclamada do alto do trono. A mensagem é aprovada e copiada. Um amanuense basta para trocar as mãos à História; tudo é que o nome do novo chefe seja conhecido, e o contrário é impossível; ninguém trepa ao sólio sem isso, nem a senhora sabe o que é memória de amanuense. Como nas missas fúnebres, só se troca o nome do encomendado — Petrus, Paulus...





Davi Alcolumbre é eleito novo presidente do Senado Federal
   
Augusto Castro | 02/02/2019, 19h18 - ATUALIZADO EM 04/02/2019, 14h59




Com os votos de 42 senadores, Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito neste sábado (2) presidente do Senado Federal para os anos de 2019 e 2020. O senador Espiridião Amim (PP-SC) obteve 13 votos, o senador Angelo Coronel (PSD-BA) teve 8 votos, o senador Reguffe (sem partido-DF) recebeu 6 e o senador Fernando Collor (Pros-AL) obteve 3 votos. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) retirou sua candidatura durante a segunda votação em cédulas, após a anulação da primeira votação, mas obteve ainda 5 votos. Quatro senadores não votaram.



Presidente da Câmara dos Deputados do Brasil
Descrição
O presidente da Câmara dos Deputados do Brasil é quem a representa nos pronunciamentos coletivos e o supervisor dos seus trabalhos e da sua ordem. O atual presidente da Câmara é o deputado Rodrigo Maia, do Democratas do Rio de Janeiro. Wikipédia
Primeiro titular: Luís Pereira da Nóbrega de Sousa Coutinho
Duração: 2 anos
Residência: Lago Sul, DF
Designado por: Deputados Federais
Sucessão: por meio de votação entre os deputados
Instrumento constitutivo: Constituição brasileira de 1988


No cargo
Rodrigo Maia
desde 14 de julho de 2016


O atual presidente da Câmara é o deputado Rodrigo Maia, do Democratas do Rio de Janeiro. Na medida em que os deputados são os representantes do povo brasileiro, o presidente da Câmara dos Deputados do Brasil é o primeiro entre os representantes do povo brasileiro.





Política
Davi Alcolumbre é eleito presidente do Senado
Publicado em 02/02/2019 - 19:00
Por Agência Brasil  Brasília
Com 42 votos, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito hoje (2) em primeiro turno presidente do Senado para os próximos dois anos. O principal opositor de Alcolumbre, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), retirou a candidatura na tarde de hoje.
Renan Calheiros teve 5 votos. Espiridião Amin (PP-SC) ficou com 13 votos, Ângelo Coronel (PSD-BA) teve 8 votos, Reguffe recebeu (sem partido-DF) 6 votos e Fernando Collor (Pros-AL) ficou com 3 votos
Senador de primeiro mandato, Alcolumbre teve uma atuação discreta nos primeiros quatro anos de mandato no Senado. Na disputa pelo comando da Casa, revelou-se um hábil articulador, congregando os adversários de Renan Calheiros e os aliados do governo federal.
O novo presidente contou com o apoio do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, também filiado ao DEM.
Aos 41 anos, o senador estreou na política no início deste século. Foi vereador em Macapá, três vezes deputado federal e chegou ao Senado em 2015. Nas eleições de outubro passado, concorreu ao governo do Amapá e ficou em terceiro lugar.
É um dos mais jovens senadores a assumir a presidência da Casa. 
Eleição
A eleição para a presidência do Senado foi marcada por um embate sobre se a votação seria aberta ou secreta. Ontem (1º), após cinco horas de sessão, a maioria dos parlamentares decidiu pelo voto aberto. Mas uma decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli determinou que a votação deveria ser secreta.
A eleição foi feita em cédulas e teve que ser realizada duas vezes, pois na primeira apuração foi encontrada uma cédula a mais na urna. Após ser suspensa ontem, a sessão começou hoje por vota das 12h.
Transparência
Em seu discurso ainda como candidato, Alcolumbre prometeu, se eleito, ampliar a transparência dos atos legislativos e de todos os fatos envolvendo o Senado. “O Senado deve se balizar pelos pilares da independência, transparência, austeridade e protagonismo. Os desafios do atual momento brasileiro são imensos. Por um lado, a complexa crise fiscal exige reformas urgentes a fim de corrigirmos as distorções. Por outro, é preciso reverter a profunda crise política que minou a confiança nos políticos”, disse Alcolumbre, acrescentando que o povo clama por um novo modelo de fazer político. “Mais igualitário, mais democrático e com ampla participação cidadão”.
Em nota, a Presidência da República cumprimentou Alcolumbre e o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), reeleito ontem (1º) presidente da Câmara dos Deputados. 
"A Presidência da República cumprimenta o Dep Rodrigo Maia e o Senador Davi Alcolumbre pelos resultados obtidos nas eleições das presidências da Câmara e do Senado, consolidando nossa tradição democrática e certos do compromisso das duas casas com os anseios do povo e com o melhor interesse do Brasil.




Rodrigo Maia é reeleito presidente da Câmara dos Deputados
Pela primeira vez, um deputado comandará a Casa por 3 vezes seguidas
Publicado em 01/02/2019 - 21:32 e atualizado em 01/02/2019 - 21:50
Por Heloisa Cristaldo - Repórter da Agência Brasil  Brasília
Com 334 votos, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi reeleito presidente da Câmara dos Deputados em primeiro turno. O resultado foi bastante comemorado no plenário e Maia se emocionou. Essa é a terceira recondução de Maia, 48 anos, ao cargo. É a primeira vez na história que um parlamentar comanda a Câmara por três vezes seguidas.
Ele foi reeleito presidente da Câmara no período 2017-2019 no dia 2 de fevereiro de 2017, depois de ocupar o cargo por sete meses, a partir de julho de 2016. A reeleição de Maia ao cargo foi possível pela mudança de legislatura. A Constituição e o Regimento Interno da Câmara impedem a recondução de membros da Mesa Diretora na mesma legislatura. O último deputado reeleito em legislaturas diferentes foi Michel Temer, que ocupou o cargo de presidente da Casa nos biênios de 1997-1999 e 1999 a 2001.


Com 334 votos, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi reeleito presidente da Câmara dos Deputados em primeiro turno - Valter Campanato/Agência Brasil

Ao agredecer os votos, Maia disse que irá comandar a votação de reformas no país "de forma pactuada", com integração de governadores, parlamentares e sociedade.
Rodrigo Maia foi eleito com o apoio do maior bloco parlamentar da legislatura, composto por 301 deputados de 11 partidos. Entre eles, está a a sigla do presidente da República, Jair Bolsonaro, o PSL (52), além de PP (38), PSD (35), MDB (34), PR (33), PRB (30), DEM (29), PSDB (29), PTB (10), PSC (8) e PMN (3). 
Em segundo lugar, ficou Fábio Ramalho (MDB-MG), com 66 votos. Em seguida, Marcelo Freixo (PSOL-RJ), com 50; JHC (PSB-AL), com 30; Marcel van Hattem (Novo-RS), com 23; Ricardo Barros (PP-PR), com quatro; e General Peternelli (PSL-SP), com dois. Foram registrados três votos em brancos.
Conhecido como articulador e habilidoso em negociações com partidos de divergentes correntes ideológicas, Maia conseguiu atrair além da corrente majoritária, apoio de partidos de esquerda como PCdoB e PDT. "Meu perfil é de equilíbrio, capacidade de diálogo, de conversar com todas as correntes políticas e ideológicas. Vivemos um momento de radicalização, o Parlamento vai ser a Casa que vai trazer essa radicalização a um ponto de equilíbrio”, disse Maia.
Em sua gestão como presidente da Casa, Maia conduziu a aprovação da reforma trabalhista e também da atualização da legislação eleitoral - que incluiu, entre outros pontos, a chamada “cláusula de barreira”, um mecanismo que busca impedir reduzir os partidos com pouca representação na Câmara, além de criar um fundo com recursos públicos para custear campanhas.  

Pautas
Defensor de pautas econômicas, Maia já afirmou que dará prioridade a medidas de ajuste fiscal que ajudem a reduzir os gastos públicos. “Todos têm que compreender o momento de dificuldade que o Brasil vive, uma crise econômica brutal. O desemprego cai muito pouco, sobe a informalidade quando o emprego cai, a extrema pobreza continua na ordem de 15 milhões de brasileiros. A nossa responsabilidade é muito grande”, afirmou. 
Rodrigo Maia tem defendido que a reforma da Previdência não seja fatiada por setores e também apoia a elaboração de um novo pacto federativo, para aliviar as dívidas de estados e municípios.
“Se nós não reformarmos o Estado brasileiro, cortarmos despesas, não adianta pensar em investimento. O governo federal como um todo, estados e municípios perderam a capacidade de investir e nós só vamos recuperá-la quando tivermos a capacidade de dizer: não dá mais para o Estado brasileiro custar o que custa, não dá mais para Previdência gerar um déficit tão grande como gera a cada ano a favor dos que ganham mais e contra os que ganham menos. A Previdência brasileira é o maior sistema de transferência de renda do mundo, a maior injustiça social do mundo porque beneficia os que se aposentam com R$ 30 mil e prejudica os que se aposentam com um salário mínimo com 65 anos”, argumentou.
Trajetória
Rodrigo Maia iniciou curso de economia na Universidade Cândido Mendes, mas não chegou a concluir a graduação. O parlamentar é deputado federal pelo Rio de Janeiro há seis legislaturas. Foi eleito para o primeiro mandato em 1998. Disputou a eleição para prefeito do Rio em 2012, tendo Clarissa Garotinho (PR-RJ) como vice, mas não foi eleito.
Maia também ocupou o cargo de secretário de Governo do Rio de Janeiro (1997-1998) e de secretário de Governo do Município do Rio de Janeiro (1996). Antes de chegar ao Democratas (DEM), o parlamentar foi filiado ao PFL e ao PTB. Maia assumiu a presidência nacional do DEM, partido que ajudou a criar, em 2007. Pai de quatro filhos, é casado com Patrícia Vasconcelos, enteada do ex-ministro Moreira Franco.
Saiba mais
Sete deputados vão concorrer à presidência da Câmara
Edição: Carolina Pimentel




Onyx Lorenzoni assume Casa Civil e defende pacto pelo Brasil
por publicado: 02/01/2019 11h36 última modificação: 02/01/2019 13h43
Romério Cunha/ Casa Civil 


O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse nesta quarta-feira (2) que o governo Jair Bolsonaro surpreenderá pela capacidade de diálogo e defendeu um pacto “por amor ao Brasil”. A afirmação foi feita na cerimônia de transmissão de cargo, realizada no Palácio do Planalto.
“Diálogo será a marca deste governo, nós vamos surpreender pela capacidade de dialogar”, disse Onyx Lorenzoni, após receber o cargo do ex-ministro Eliseu Padilha.
O novo chefe da Casa Civil defendeu um pacto entre governo e oposição em prol do Brasil, das famílias e para garantir o presente e o futuro das pessoas.  
“Sabemos que temos a responsabilidade de conduzir o Brasil, e o presidente Bolsonaro é o primeiro a sempre dizer que temos uma missão, que temos que acertar cotidianamente, que não podemos errar”, afirmou.
Além de Onyx Lorenzoni, assumiram os cargos na cerimônia os ministros Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral), General Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo) e General Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).
Novo ministro
Nascido em Porto Alegre (RS) em 3 de outubro de 1954, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Dornelles Lorenzoni, é médico veterinário e empresário. Em 2018, foi eleito pela quinta vez consecutiva para a Câmara dos Deputados, com a maior votação de sua história.
Em novembro de 2018, assumiu a coordenação da transição governamental no cargo de ministro extraordinário. Em janeiro de 2019, tomou posse como ministro da Casa Civil.
Na Câmara dos Deputados, Onyx Lorenzoni foi líder do Democratas e atuou nas principais comissões da Casa, tendo presidido a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural em 2008. Foi titular da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) e de Comissões Parlamentares de Inquérito, exercendo papel de destaque na CPMI dos Correios e na CPI da Petrobras.
Na última legislatura, relatou o Projeto de Lei 4850/16, que estabelece medidas contra a corrupção. 
Antes de chegar ao cargo de deputado federal, cumpriu dois mandatos de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.
 Fonte: ASCOM/Casa Civil



...Senão quando, viu Natividade os primeiros sinais de uma troca de inclinação, que mais parecia propósito que efeito natural....



Esaú e Jacó/CXV

←Capítulo CXIV
Esaú e Jacópor Machado de Assis
Capítulo CXV: Troca de opiniões
Capítulo CXVI→


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(Áudio referente aos capítulos CXII, CXIII, CXIV e CXV)
Senão quando, viu Natividade os primeiros sinais de uma troca de inclinação, que mais parecia propósito que efeito natural. Entretanto, era naturalíssimo. Paulo entrou a fazer oposição ao governo, ao passo que Pedro moderava o tom e o sentido, e acabava aceitando o regime republicano, objeto de tantas desavenças.
A aceitação por parte deste não foi rápida nem total; era, porém, bastante para sentir que não havia entre ele e o novo governo um abismo. Naturalmente o tempo e a reflexão consumaram este efeito no espírito de Pedro, a não admitir que também nele vingasse a ambição de um grande destino, esperança da mãe. Natividade, com efeito, ficou deliciada. Também ela mudara, se havia que mudar na simples alma materna, para quem todos os regimes valiam pela glória dos filhos. Pedro, aliás, não se dava todo, restringia alguma coisa às pessoas e ao sistema, mas aceitava o princípio, e bastava; o resto viria com a idade, dizia ela.
A oposição de Paulo não era ao princípio, mas à execução. Não é esta a república dos meus sonhos, dizia ele; e dispunha-se a reformá-la em três tempos, com a fina-flor das instituições humanas, não presentes nem passadas, mas futuras. Quando falava delas, via-se-lhe a convicção nos lábios e nos olhos, estes alongados, como alma de profeta. Era outro ensejo de se não entenderem os dois. D. Cláudia tinha que era cálculo de ambos para se não juntarem nunca; — opinião que Natividade aceitaria, finalmente, senão fora a de Aires.
Também este notara a mudança, e estava prestes a aceitar a explicação, por aquela razão de comodidade que achava em concordar com as opiniões alheias; não se cansava nem aborrecia. Tanto melhor, se o acordo se fazia com um simples gesto. Desta vez, porém, valeu a pessoa.
— Não, baronesa, disse ele, não creia em propósitos.
— Mas que pode ser então?
Aires gastou algum tempo na escolha das palavras, a fim de lhe não saírem pedantescas nem insignificantes; queria dizer o que pensava. Às vezes, falar não custa menos que pensar. Ao fim de três minutos, segredou a Natividade:
— A razão parece-me ser que o espírito de inquietação reside em Paulo, e o de conservação em Pedro. Um já se contenta do que está, outro acha que é pouco e pouquíssimo, e quisera ir ao ponto a que não foram homens. Em suma, não lhes importam formas de governo, contanto que a sociedade fique firme ou se atire para diante. Se não concorda comigo, concorde com D. Cláudia.
Aires não tinha aquele triste pecado dos opiniáticos; não lhe importava ser ou não aceito. Não é a primeira vez que o digo, mas provavelmente é a última. Em verdade, a mãe dos gêmeos não quis outra explicação. Nem por isso a discórdia morreria entre eles, que apenas trocavam de armas para continuar o mesmo duelo. Ouvindo esta conclusão, Aires fez um gesto afirmativo, e chamou a atenção de Natividade para a cor do céu, que era a mesma, antes e depois da chuva. Supondo que havia nisto algo simbólico, ela entrou a procurá-lo, e o mesmo farias tu, leitor, se lá estivesses; mas não havia nada.
— Tenha confiança, baronesa, prosseguiu ele pouco depois. Conte com as circunstâncias, que também são fadas. Conte mais com o imprevisto. O imprevisto é uma espécie de deus avulso, ao qual é preciso dar algumas ações de graças; pode ter voto decisivo na assembléia dos acontecimentos. Suponha um déspota, uma corte, uma mensagem. A corte discute a mensagem, a mensagem canoniza o déspota. Cada cortesão toma a si definir uma das virtudes do déspota, a mansidão, a piedade, a justiça, a modéstia... Chega a vez da grandeza da alma; chega também a notícia de que o déspota morreu de apoplexia, que um cidadão assumiu o poder e a liberdade foi proclamada do alto do trono. A mensagem é aprovada e copiada. Um amanuense basta para trocar as mãos à História; tudo é que o nome do novo chefe seja conhecido, e o contrário é impossível; ninguém trepa ao sólio sem isso, nem a senhora sabe o que é memória de amanuense. Como nas missas fúnebres, só se troca o nome do encomendado — Petrus, Paulus...
— Oh! não agoure meus filhos! exclamou Natividade.
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Textos com áudio
Esaú e Jacó



Conceito de Democrata

Barack Obama, democrata, primeiro presidente negro dos Estados Unidos, eleito em novembro de 2008


O termo democrata é muito utilizado e exclusivo da área política. O mesmo se refere à pessoa que é partidária, promove e defende o sistema democrático.

A democracia é uma doutrina caracterizada pela população de um país que exerce a soberania através da eleição via sufrágio de seus representantes. Isto é, é o povo, o coletivo social que forma uma nação, quem determina o poder absoluto e materializa essa autoridade através do voto, além de definir o partido que governará o país dentro de um sistema democrático.

Vale destacar que a democracia é a forma de governo que mais acontece no mundo ocidental. O oposto da democracia é a ditadura ou qualquer outro regime que prima e sustenta uma ação totalitária por parte das autoridades que a administram.

Além disso, o termo democrata é usado para denominar diversos partidos ou grupos políticos. Um dos mais populares é sem dúvida o Partido Democrata dos Estados Unidos, um dos partidos mais importantes do país junto ao Partido Republicano e um dos maiores democratas da história mundial.

Em termos ideológicos, devemos destacar que o Partido Democrata se caracteriza por sustentar uma ideologia mais próxima da esquerda, ou seja, que dentro do grupo se reúnem aqueles que estão alienados com propostas progressistas e de liberalismo. Por outro lado, está o Partido Republicano com uma postura mais conservadora e próxima da direita política.

No entanto, é importante destacar que dentro do grupo Democrata podemos encontrar posturas bem radicais e outras mais ligadas ao conservadorismo.

O partido foi fundado no século XIX por Andrew Jackson, o sétimo mandatário da história dos Estados Unidos, para ter acesso de maneira formal à presidência do país.

Na atualidade, é justamente o Partido Democrata que governa o país através de um de seus dirigentes mais destacados: o presidente Barack Obama.

John Kennedy, Jimmy Carter e Bill Clinton foram alguns dos mandatários norte-americanos mais notáveis que governaram o país através do partido democrata.

... Artigo https://queconceito.com.br/democrata

ELEIÇÕES NOS EUA

Obama entra com força no resgate do partido Democrata nas eleições
Ex-presidente se torna o melhor ativo eleitoral dos democratas e rompe com a tradição ao criticar Trump com dureza

JOAN FAUS
Washington 5 NOV 2018 - 17:35 CET


Obama, na sexta-feira, em um comício em Atlanta. ALYSSA POINTER AP
Há apenas quatro anos, nas eleições anteriores de meio de mandato, Barack Obama foi um obstáculo para muitos candidatos democratas, que evitaram aparecer com ele em público por medo de se tornarem demasiadamente ligados à sua presidência. Ironicamente, em 2018, o ex-mandátario, que celebra neste domingo o décimo aniversário de sua histórica vitória eleitoral, é mais solicitado do que nunca: é o melhor ativo dos democratas na campanha para conseguir, nas eleições acirradas desta terça-feira, o controle do Congresso e infligir a primeira grande derrota política à nêmesis de Obama, o republicano Donald Trump.
"Nas últimas semanas houve contínuas tentativas de nos dividir por meio da retórica projetada para nos irritarmos e assustarmos, com imagens para explorar a nossa história da divisão racial e étnica, para nos colocar contra o outro", disse Obama sexta-feira em um comício em Atlanta em que foi muito duro com Trump. "Podem ser as eleições mais importantes da nossa vida."
Com poucas exceções, Obama manteve um silêncio escrupuloso durante a maior parte do ano e meio da presidência de Trump. Era o objetivo que se havia proposto quando deixou a Casa Branca em janeiro de 2017, seguindo o exemplo de seu antecessor, o republicano George W. Bush. Mas, no dia 7 de setembro, Obama deu um basta. Em um calculado discurso em uma universidade, ele investiu contra o atual presidente, a quem, chamando-o pelo nome, descreveu como "ameaça para a nossa democracia" e criticou em uma série de assuntos: desde a sua conivência com a Rússia e a equidistância em relação à violência de neonazistas até os ataques constantes à independência judicial. A meta número 1 de Trump desde o início de sua presidência tem sido desmantelar todas as peças do legado de seu antecessor. E também não tem escrúpulos em criticar Obama. O receio dos democratas era que o silêncio de Obama parecesse cumplicidade com as grosserias e a feroz ofensiva de Trump.
O discurso de setembro marcou o início de dois meses da campanha eleitoral de Obama. O ex-presidente se envolveu nas legislativas em razão da demanda do seu partido, ainda em uma fase de introspecção após a derrota nas eleições presidenciais de 2016, e carente de um líder e um discurso comum que consiga se contrapor à figura onipresente e explosiva Trump. Obama permaneceu fiel a seu DNA político, repetindo a mensagem de esperança e otimismo que o catapultou em 2008 para se tornar o primeiro presidente negro dos Estados Unidos. Censurou as políticas do atual presidente, mas mal o mencionou pelo nome, evitando corpo a corpo. E declinou, em suas palavras, "combater fogo com fogo", sob a premissa de que uma retórica civilizada e factual é a melhor receita contra o populismo divisionista de Trump.
Quem quase não foi visto em campanha foram os Clintons. Teme-se que Hillary, a candidata democrata em 2016, possa subtrair votos, assim como Bill. Na era do #Metoo, alguns acreditam que o ex-presidente possa ser uma figura controversa por causa de seu comportamento sexual no passado.
Brett Bruen, um diplomata que serviu como chefe de comunicação global da Casa Branca de Obama, argumenta que, com seus discursos eleitorais, o ex-presidente lembra os "melhores momentos da história" dos EUA e acredita que o seu "foco na esperança, não no medo", como antítese de Trump, pode atrair eleitores independentes. Bruen acha que Obama preencherá o vazio entre os democratas até que se definam os pré-candidatos à presidência de 2020. "Não há agora muitas vozes proeminentes que possam reanimar o partido", diz ele.
“O caráter de nosso país está nas urnas", proclamou Obama no comício da Geórgia em apoio à democrata Stacey Abrams, que nesta terça-feira pode tornar-se a primeira governadora negra dos Estados Unidos. "As consequências de ficar em casa são profundas", acrescentou. Naquele mesmo dia ele esteve na Flórida e no domingo participaria de outro comício, em Indiana, um dos principais Estados na tentativa democrata de tomar o controle do Senado. Na reta final da campanha, Trump também iria visitar esses mesmos Estados.
"Escuridão política"
Em um poderoso discurso de quase uma hora, Obama não se cansou em Atlanta de incentivar o comparecimento dos eleitores. Seu objetivo é que os democratas consigam mobilizar a mesma coalizão de eleitores jovens, urbanos e de minorias raciais por trás de suas duas vitórias presidenciais, em 2008 e 2012, mas que em 2016 deram menos respaldo a Clinton, o que foi decisivo para sua derrota. O ex-mandatário alertou para a tentativa de Trump de desmantelar sua reforma da saúde –emblema agora dos democratas– e criticou a redução fiscal republicana –que beneficia principalmente os mais ricos–, a desregulamentação ambiental e a demonização da imigração. Sem citar Trump, Obama demonstrou boa vontade em relação aos republicanos moderados e alertou para as "mentiras repetidas e vergonhosas" do presidente: "Quando as palavras perdem o sentido, as pessoas podem simplesmente inventar coisas e não há consequências. A democracia não pode funcionar".
Mas o ex-presidente não se afastou de seu otimismo congênito, nem de algumas de suas referências clássicas, como o poder do "Nós, o povo", primeira frase da Constituição. Traçando paralelos com a luta pelos direitos civis dos negros nos anos 60 no sul dos EUA, ele disse que frequentemente, "a cada dois passos progressivos, há um para trás". "Neste momento de escuridão política, vejo um grande despertar da cidadania", disse, referindo-se ao número recorde de novos candidatos democratas. "Uma visão em que amor e esperança superam o ódio. Uma América em que nós, o povo dos Estados Unidos, seja qual for a nossa aparência, nome, como nossos pais vieram para este país, podemos nos unir para moldar o curso do nosso país", proclamou, em meio ao êxtase do público.
Ninguém duvida do dom de Obama para a oratória. A questão é se os EUA viraram a página e se isso será suficiente para que os democratas arrebatem o controle dos republicanos de uma ou das duas Casas do Congresso e alguns governos regionais. Como muitos presidentes, quando Obama estava no poder, seu partido perdeu nas eleições de meio de mandato. Na terça-feira o país verá se o mesmo acontece com Trump, que também se envolveu na campanha.




Democratas (DEM)

Partido político nacional criado em 28 de março de 2007. O Democratas é a refundação do Partido da Frente Liberal (PFL), que fora criado em 24 de janeiro de 1985 por dissidentes do Partido Democrático Social (PDS).

Origens e Propostas
O surgimento do Partido da Frente Liberal esteve umbilicalmente ligado à crise sucessória que antecedeu a eleição indireta para a presidência da República de 1985. Tramitava na Câmara dos Deputados, em 1984, emenda constitucional — a emenda Dante de Oliveira — que restabelecia a eleição direta para a presidência da República. Apesar da campanha popular pelas Diretas Já, que marcou todo o país, a emenda não vingou: a eleição para a presidência seria, mais uma vez, indireta.
O governo do general João Figueiredo já se prevenira para a eleição indireta pelo Colégio Eleitoral; por essa razão modificou sua composição. Em lugar de os estados encaminharem um número de representantes proporcional à sua população, estabeleceu-se, na tentativa de supostamente reduzir o peso dos estados onde a oposição era mais forte, um número fixo de representantes (seis) das assembléias estaduais para comporem o Colégio.
Figueiredo anunciara publicamente o seu apoio a Paulo Maluf como candidato à sua sucessão. A confirmação do nome de Maluf como candidato do governista Partido Democrático Social (PDS), herdeiro da Aliança Renovadora Nacional (Arena), foi inevitável. Maluf, no entanto, era candidato inaceitável para boa parte da elite dominante, inclusive de seu próprio partido, o PDS.
Formou-se, então, uma dissidência do PDS, a Frente Liberal, que, unida ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), que sufragara a candidatura do governador Tancredo Neves, formou a Aliança Democrática, em 7 de agosto de 1984. A criação da Aliança foi assinada pelo deputado Ulisses Guimarães e pelo governador Tancredo Neves, pelo PMDB; o vice-presidente Aureliano Chaves e o senador Marco Maciel representaram a Frente Liberal. A Aliança Democrática propunha a redemocratização do país, convocando-se uma Assembléia Nacional Constituinte, e indicava para presidente Tancredo Neves e para vice-presidente o senador José Sarney. Tancredo Neves foi de fato eleito pelo Colégio Eleitoral em 15 de janeiro de 1985, mas seu falecimento, em 21 de abril, levaria à presidência da República, em solução juridicamente discutível mas que teve amplo apoio político entre as elites, o vice-presidente José Sarney.
A criação oficial do PFL, que contou com a adesão inicial de três governadores, dez senadores e 60 deputados federais, foi feita logo após a eleição de Tancredo Neves-José Sarney. Fundado em 24 de janeiro de 1985, o partido teria seu registro deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral em 11 de setembro de 1986.
O estatuto do PFL, de janeiro de 1985, seria alterado duas vezes, em junho de 1995 e em fevereiro de 1996. O “Programa do PFL”, documento que data de sua fundação, seria reformado por proposta de uma comissão partidária especial e acabaria por incorporar as decisões e a orientação geral do “Programa de governo” que iria sustentar, em 1994, a aliança entre o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), o PFL e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que levou Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, à presidência da República, tendo como vice o senador Marco Maciel, do PFL.
Destaca-se no “Programa de ação partidária e suas metas” a defesa da reforma do Estado, de reformas econômicas e da reforma política, de inspiração nitidamente liberal. Observa-se que, no que tange às questões cruciais em pauta referentes à reforma política, o programa não se define por nenhuma das alternativas existentes. É correto admitir que o PFL é um partido nitidamente governista, “buscando o poder como instrumento necessário à realização do seu programa e de suas propostas políticas” (O livro do PFL: educação e emprego), de inspiração liberal e de atuação pragmática.

Representação Política
A Arena, matriz original do PDS e posteriormente do PFL e do Partido Progressista Reformador (PPR), possuía em 1978 — última eleição formalmente bipartidária — 14 senadores, 231 deputados federais e 487 deputados estaduais. Tais valores equivalem a um pouco mais do que a metade do total de representantes em cada cargo.

A representação do PFL atingiu seu ponto mais alto na Câmara em 1986; nas eleições de 1990 e de 1994 obteve 82 e 89 cadeiras. Em todos esses anos mais da metade de sua representação proveio dos estados nordestinos: 50%, 58,5% e 57,3%. Em 1998 o partido elegeu 106 deputados federais, ficando com a maior bancada da Câmara e confirmando o seu grande poder de influência no Executivo.
Observa-se que na eleição de 1994, tanto na Câmara quanto no Senado, aumentou a representação do partido. Esse acréscimo se deveu à realização de eleições casadas, executivas e legislativas, capitaneadas pela candidatura vitoriosa de Fernando Henrique Cardoso (PSDB)-Marco Maciel (PFL), que teve ainda o apoio do PTB. No Senado, a participação relativa do Nordeste, embora bastante alta em 1986 e 1994, cai para 1/3 em 1990. Em 1998 o PFL elegeu cinco senadores, ficando sua bancada com um total de 20 cadeiras, quatro a menos que antes das eleições. Esses números corroboram a estratégia pefelista adotada nesse ano, no sentido de aumentar o número de governadores do partido, abrindo mão das candidaturas ao Senado em nome de composições em alguns estados.
O fim do estatuto da fidelidade partidária ocorreu em 1985 (Emenda Constitucional nº 25, de 15 de maio). Sua extinção, entendida à época como parte da “remoção do entulho autoritário”, revelou-se, posteriormente, estímulo — e justificativa — para a mudança de legenda, sobretudo entre os ocupantes de cargos legislativos.
Em 3 de outubro de 1997 expirava-se, segundo a lei eleitoral, o prazo legal para a filiação partidária, um ano antes das eleições de 1998. O PFL, então principal sustentáculo congressual do governo Fernando Henrique Cardoso, beneficiou-se bastante da possibilidade de troca de legendas. Aos seus 89 deputados federais eleitos em 1994 foram acrescidos mais 25 deputados, provenientes do PMDB e de outros partidos menores. Também o PSDB, parceiro na aliança governista, teve sua bancada (antes 62) acrescida de mais 33 deputados. O PFL e o PSDB cresceram, portanto, em pouco mais de 1/3. A troca de legendas foi essencialmente impulsionada pela aprovação da emenda constitucional que permite a reeleição de ocupantes de cargos executivos; explica-se, assim, dada a candidatura do presidente Fernando Henrique Cardoso, o fortalecimento dos dois principais partidos da base governista no Congresso Nacional.
O ano de 1998 veio confirmar a profecia, com a reeleição em primeiro turno de Fernando Henrique e Marco Maciel, na coligação PSDB, PFL, Partido Progressista Brasileiro (PPB) e PTB. A estratégia adotada pelo partido de conseguir eleger mais governadores não foi bem-sucedida, tendo reeleito apenas quatro governos — Tocantins (Siqueira Campos), Maranhão (Roseana Sarney), Amazonas (Amazonino Mendes) e Paraná (Jaime Lerner) — e permanecido no poder na Bahia, com César Borges. No Rio de Janeiro o partido lançou a candidatura de César Maia, que foi para a disputa no segundo turno e perdeu para o candidato do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Anthony Garotinho. Em São Paulo o PFL se aliou ao PPB no apoio à candidatura de Paulo Maluf, também derrotada.

Do PFL ao DEM
A primeira década do século XXI trouxe novos desafios ao Partido da Frente Liberal, com a perda do Governo Federal por seu principal aliado, o PSDB, em 2002.
Antes disso, nas eleições de 2000, o PFL demonstrou mais uma vez a sua capilaridade, elegendo 1025 prefeitos em todo o país. Destes, três eram de capitais.
Desgastes ocorridos entre o PSDB e o PFL no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (1999-2003) levaram esta última legenda a apostar numa candidatura própria para a sucessão presidencial. A governadora do Maranhão, Roseana Sarney, começou a ser trabalhada como candidata do partido, obtendo inclusive bons resultados nas pesquisas iniciais de intenção de voto. A apreensão pela Polícia Federal de grandes quantias na empresa Lunus, de propriedade da governadora, e supostamente envolvida em fraudes na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), não somente inviabilizou a candidatura de Roseana, como também azedou ainda mais as relações entre PFL e PSDB, pois que pairavam suspeitas de participação de quadros tucanos na promoção da investigação e denúncia do caso.
Levando em conta também os efeitos de uma decisão proferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) impondo a verticalização das coligações naquele pleito – o que forçaria o PFL a repetir nos estados a mesma aliança que estabelecesse com o PSDB para a disputa presidencial – levou o primeiro a não apoiar oficialmente o candidato tucano, José Serra.
Na prática, essa decisão e o processo da campanha, com a liderança constante do candidato Luis Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT) – que venceria, tanto no 1º quanto no 2º turnos – levou muitos quadros importantes do PFL a não se engajar na campanha de Serra do mesmo modo como se dera com Fernando Henrique, em 1994 e 1998, havendo mesmo no partido quem cortejasse o novo presidente eleito. De fato, ao menos no primeiro ano do Governo Lula, a oposição do PFL teve um tom moderado, inclusive contribuindo com votos de seus deputados a favor de matérias de interesse do governo, como no caso da Reforma Previdenciária.
O desempenho da legenda nas eleições estaduais de 2002 repetiu o de quatro anos antes, com a vitória pefelista em quatro estados: Bahia, com Paulo Souto, Maranhão, com José Reinaldo Tavares, Sergipe, com João Alves Filho, e Tocantins, com Marcelo Miranda.
Já para o Congresso Nacional, o PFL manteve, em 2002, o seu bom desempenho, elegendo 73 deputados federais, o que lhe deu a segunda maior bancada da Câmara, com 16,78% das cadeiras, sendo superado apenas pelo partido do novo presidente, o PT. Nas eleições para a outra casa, o PFL teve a melhor de todas as suas performances naquele ano, elegendo 14 senadores.
 No pleito municipal de 2004, foram eleitos 789 prefeitos pelo PFL, uma redução significativa diante dos resultados anteriores da legenda neste nível de disputa eleitoral. Destes, apenas um elegeu-se em capital: César Maia, no Rio de Janeiro.
Nas eleições de 2006, o PFL voltou a reeditar sua chapa presidencial com o PSDB, indicando o senador e ex-ministro Jose Jorge (PE) como vice do candidato tucano, Geraldo Alckmin (SP). Embora tenha conseguido levar a eleição para o 2º turno, a coligação PSDB-PFL foi novamente derrotada por Lula e o PT. O pleito foi marcado pela crise política, iniciada um ano antes, pelo escândalo da suposta compra de votos de parlamentares da base aliada ao governo, o chamado “mensalão”, investigado em polêmicas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), e nas quais os quadros pefelistas se destacaram por sua ação oposicionista sistemática e contundente.
 As dificuldades do PFL na “Era Lula” tornaram-se claras pela análise do desempenho do partido na luta pelos demais cargos. O número de governadores pefelistas foi dramaticamente reduzido a um: José Roberto Arruda, no Distrito Federal. A bancada do partido na Câmara também sofreu significativa redução, caindo, no inicio da legislatura, para 54 deputados, ou 12,44% das cadeiras. O Senado, porém, manteve-se como a principal base estratégica do PFL, tendo o partido obtido o melhor resultado partidário comparado das eleições de 2006 para aquela casa, elegendo mais 6 senadores.
Ao iniciar-se a nova legislatura, em 2007, o PFL se rebatizou como Democratas (DEM), em um sinal claro de suas preocupações com a evolução da sigla no quadro partidário nacional, buscando assim renovar-se diante do eleitorado brasileiro em transformação. O processo foi fruto de um planejamento iniciado três anos antes, a partir de pesquisas e consultorias que avaliaram a imagem da legenda. E, além do novo nome, a refundação teve como marca também uma sucessão geracional no partido, consolidada com a derrota do carlismo na Bahia, tradicional reduto pefelista, bem como com a ascensão de novos quadros: após anos na presidência do PFL, Jorge Bornhausen foi sucedido na presidência da nova legenda pelo deputado federal fluminense Rodrigo Maia, trinta anos mais jovem e filho de César Maia.
Além do tento de oxigenar o partido e mobilizar os quadros para os pleitos subsequentes, a nova cúpula do DEM assumiu o compromisso de mitigar a debandada de filiados da legenda, sobretudo em relação àqueles com mandato vigente. Neste sentido, passou a fazer valer um dispositivo do estatuto do partido que estabelecia cobrança de multa para mandatários que se desfilassem e, posteriormente, em conformidade com decisão proferida pelo TSE à consulta realizada pelo DEM acerca do pertencimento dos mandatos, entrou com ações para reaver os cargos eletivos aos quais teria direito.
Cumprindo o propósito da refundação, intensificaram a atuação de oposição no Congresso, tendo se posicionado radicalmente contrários a propostas de interesse do governo federal, tal qual a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que motivou inclusive pedidos de expulsão dos mandatários que não seguiram a orientação da bancada. Meses depois, protocolaram uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) a fim de contestar os reajustes tributários implementados via decreto presidencial. Também em 2007, o partido defendeu ainda o afastamento de Renan Calheiros da presidência do Senado, em decorrência de denúncias de improbidade administrativa que, com a repercussão negativa, em dezembro, levaram o senador a renunciar ao posto, embora não ao mandato.
Para as eleições municipais de 2008, o DEM lançou candidaturas próprias para cargo de prefeito em 1269 cidades, entre as quais doze capitais. Realizado o pleito, constatou-se nova redução dos êxitos para tais postos, que totalizaram 497 casos, sendo um destes a prefeitura de São Paulo, onde Gilberto Kassab logrou vencer a disputa com a ex-prefeita Marta Suplicy, do PT.
No ano seguinte, deflagrada operação da Polícia Federal denominada Caixa de Pandora, o partido ganhou as manchetes dos jornais após as investigações apurarem a ocorrência de esquemas de desvios de verba e compra de apoio de deputados por parte do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, que, tal qual alguns dos parlamentares, era filiado ao partido, levando o esquema a ficar conhecido pela alcunha de mensalão do DEM. Dizendo-se vítima de vingança política com vistas à candidatura à reeleição, porém, o governador não resistiu à repercussão e ao prosseguimento das denúncias, e, então sob intensa pressão do partido, desfiliou-se. Não obstante tal evento desfavorável, o DEM manteve a tendência de perda de quadros, tendo quinze de seus deputados deixado o partido ao longo da legislatura em vigência.
Nas eleições de outubro de 2010, entretanto, o partido teria a oportunidade de reverter tal cenário, mas não foi o que ocorreu. Na Câmara, teve a bancada novamente reduzida, com 43 eleitos. Foi no Senado Federal, entretanto, que o partido sofreu maior declínio, pois apesar da reeleição de Demóstenes Torres, por Goiás, e José Agripino Maia, pelo Rio Grande do Norte, a bancada perdeu sete representantes, tendo sido reduzida a menos da metade, então com seis senadores. Por outro lado, também nos estados, apesar de ter lançado candidatos próprios ao governo de somente quatro das 27 unidades federativas - Paulo Souto, na Bahia; João Alves, em Sergipe; Rosalba Ciarlini, no Rio Grande do Norte; e, Raimundo Colombo, em Santa Catarina – foi bem-sucedido com estes dois últimos.
Já para a disputa presidencial, em 2010 o partido mais uma vez compôs a chapa oposicionista com o PSDB. Neste tento, indicou o deputado federal de primeiro mandato, Índio da Costa, para assumir a condição de candidato à vice-presidência da coligação O Brasil pode mais, composta também pelo PSDB, PTB, PPS, PMN e PT do B, e que tinha José Serra como principal postulante. Na ocasião, porém, o PT novamente logrou êxito e, em segundo turno, Dilma Rousseff derrotou a oposição e sucedeu o então presidente Lula na Presidência da República.
Diante dos resultados obtidos nas eleições de 2010, e demonstrando descontentamento com a linha de oposição sistemática defendida pelo DEM, uma ala do partido liderada pelo então prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, defendeu a antecipação da convenção nacional da legenda. Ainda sob protestos, tal evento ocorreu em março de 2011, quando o senador José Agripino Maia foi eleito para a presidência nacional do partido. Na mesma semana, o grupo liderado por Kassab contestou alterações feitas no estatuto do partido e deixou a legenda, vindo em seguida a fundar um novo partido, denominado Partido Social Democrático (PSD). A cisão levou ao agravamento da perda de quadros no DEM, que, não obstante o prefeito paulista e o governador Raimundo Colombo, perdeu cerca de dez deputados e uma senadora, levando o partido novamente a tentar requerer judicialmente tais mandatos.
Em fevereiro seguinte, operação da Polícia Federal apontou para a existência de relações ilícitas de um contraventor com o senador goiano e líder do partido, Demóstenes Torres. O episódio levou à instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, e, aberto o processo de expulsão do partido, optou pela desfiliação.
A conjuntura desfavorável ao DEM estendeu-se às eleições municipais daquele ano, quando o partido lançou ainda menos candidaturas próprias para prefeituras, e sofreu nova redução no número de eleitos. Concorreu ao executivo de 729 cidades, dentre as quais oito capitais, e elegeu um total de 276 prefeitos. Apesar desta redução significativa, entretanto, o DEM passou a comandar duas capitais: deixou a prefeitura de São Paulo, mas logrou eleger, em Aracaju, João Alves Filho, e, em Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto obteve êxito e reacendeu a perspectiva de retomada do retrospecto favorável ao partido na Bahia.
No ano seguinte, um cenário de insatisfação popular também pareceu se desenhar favoravelmente às oposições, quando protestos tomaram as ruas do país, em um primeiro momento, em função de aumentos nas tarifas de transporte público, mas, posteriormente, manifestando descontentamento com a representação política em geral. Como resposta, o DEM, o PSDB e o PPS, além de prestarem solidariedade às manifestações, lançaram uma carta na qual defendiam, prioritariamente: a transparência e o combate à corrupção - com destaque para investimentos do BNDES, gastos com a realização da Copa do Mundo de 2014 e despesas de agentes públicos-; a melhoria da gestão, especificamente com redução de ministérios e cargos comissionados, bem como maior participação da União em investimentos em mobilidade, educação, saneamento, saúde e segurança; e, por último, a rejeição das Propostas de Emenda à Constituição (PEC) 33 e 37, que alterariam,  respectivamente, prerrogativas do STF e de investigação por parte do Ministério Público. Posteriormente, o partido repudiou a proposta da presidente Dilma Rousseff, que, em pronunciamento oficial, havia defendido que fosse formada uma constituinte exclusiva para a discussão de uma eventual reforma política, a ser avaliada em plebiscito. O líder do DEM no Senado, Agripino Maia, criticou o pronunciamento, ressaltando que a demanda popular seria por serviços públicos de qualidade e que uma eventual reforma política seria prerrogativa do Congresso.
Já para as eleições seguintes, realizadas em outubro de 2014, Maia defendeu a ampliação do diálogo com aqueles que então compunham a base governista, como forma de reforçar as perspectivas de vitória da oposição no âmbito federal. No pleito pela Presidência da República, o DEM integrou a coligação, denominada Muda Brasil, que fora composta por mais oito partidos - PSDB, PTB, SD, PT do B, PMN, PTC, PTN, PEN – e tinha como candidato o então senador Aécio Neves. Em disputa acirrada e decidida em segundo turno, no entanto, Dilma Rousseff foi reeleita com 51,6% dos votos válidos.
Nos estados, o DEM apresentou nova redução tanto em termos de candidatos próprios quanto em eleitos, tendo somente Paulo Souto, na Bahia, e Tião Bocalom, no Acre como postulantes aos respectivos governos estaduais, embora não eleitos. Então sem governadores, o partido deveria então centrar sua atuação no Congresso Nacional, porém, o desfalque ocasionado pela migração partidária, que já havia reduzido significativamente a bancada do DEM na Câmara, teve ainda como agravante o pleito de 2014, quando foram eleitos 22 deputados. A representação do partido no Senado, por sua vez, ganhou reforço de um novo integrante, com a eleição de Davi Alcolumbre, pelo Amapá, e a renovação dos mandatos de Maria do Carmo, por Sergipe, e Ronaldo Caiado, por Goiás.
Na nova legislatura, liderados por Mendonça Filho, na Câmara, e Ronaldo Caiado, no Senado, os parlamentares do partido buscaram extremar sua linha oposicionista. Repercutiram denúncias decorrentes de investigações sobre a gestão da Petrobrás, que ocasionaram a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), bem como direcionaram críticas à política econômica adotada pelo governo e o uso de recurso de bancos públicos, que além de uma CPI do BNDES, fundamentaram acusação de descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal e a elaboração de pedido de impeachment da presidente.

Olavo Brasil de Lima Júnior

FONTES: Estado de S. Paulo (1/3, 1 e 12/5/98); Folha de S. Paulo (15/6 e 4 e 15/10/98); Jornal do Brasil (4 e 5/10/98); KINZO, M. Radiografia; LIMA JÚNIOR, O. B. Demo- cracia; PFL. Livro;Portal da Agencia Brasil de Comunicação. Disponível em: <http://www.agenciabrasil.ebc.com.br/>. Acesso em 06/12/2015; Portal Congresso em Foco. Disponível em: <http://www.congressoemfoco.uol.com.br/>. Acesso em 02/12/2015; Portal do Democratas. Disponível em: <http://www.dem.org.br/>. Acesso em: 03/12/2015; Portal do jornal O Estado de S. Paulo. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/>. Acesso em 02/12/2015; Portal do Tribunal Superior Eleitoral. Disponível em: <http://www.tse.jus.br/>. Acesso em 03/12/2015.




Referências

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