No Brasil
Três presidentes em 24 horas
Brasil multipresidencial
Presidencialismo transnacional
31 de agosto de 2016
O Brasil amanheceu com uma
presidente de origem búlgara, já que seu pai é um imigrante búlgaro que aportou
nestas pragas para deixar sua descendência e ser a primeira presidente mulher
desse país “(...) com golpe misógino, homofóbico e racista”.
Depois do almoço trocou-se a guarda
e o Brasil passou a ter como comandante em chefe um presidente de origem libanesa
posto que seus familiares aqui chegaram para gerar o futuro sucessor de outra
filha de imigrante neste país generoso e hospitaleiro.
À noitinha os brasileiros foram
deitar governados por um jovem nascido no Chile, pai de quatro filhos
brasileiros nascidos nesta pátria que trouxe de volta um pai exilado em tempos
que ele não havia ainda nascido. País que supera divisões e injustiças, ainda
que intempestivas.
Como
outras expressões da Língua Portuguesa, há também mais de uma explicação para
“a dar com pau” que significa em grande quantidade, com fartura, em abundância.
O substantivo "pau" figura em várias expressões brasileiras. Esta expressão teve origem nos navios negreiros. Os negros capturados preferiam morrer durante a travessia e, para isso, deixavam de comer. Então, criou-se o "pau de comer" que era atravessado na boca dos escravos e os marinheiros jogavam sopa e angu para o estômago dos infelizes, a dar com o pau. O povo incorporou a expressão.
Existe também uma versão que afirma que a expressão tem origem nordestina. Milhares de aves migratórias vinham da África atravessando o Atlântico e chegavam famintas ao Nordeste do Brasil. Pousavam nas lavouras existentes em busca de alimento. Para salvar suas plantações, o sertanejo espantava as aves a pauladas. Mas eram aves demais. Portanto, aves "a dar com pau".
(Fontes: http://www.amigosdolivro.com.br,http://www.almanaquebrasil.com.br)
O substantivo "pau" figura em várias expressões brasileiras. Esta expressão teve origem nos navios negreiros. Os negros capturados preferiam morrer durante a travessia e, para isso, deixavam de comer. Então, criou-se o "pau de comer" que era atravessado na boca dos escravos e os marinheiros jogavam sopa e angu para o estômago dos infelizes, a dar com o pau. O povo incorporou a expressão.
Existe também uma versão que afirma que a expressão tem origem nordestina. Milhares de aves migratórias vinham da África atravessando o Atlântico e chegavam famintas ao Nordeste do Brasil. Pousavam nas lavouras existentes em busca de alimento. Para salvar suas plantações, o sertanejo espantava as aves a pauladas. Mas eram aves demais. Portanto, aves "a dar com pau".
(Fontes: http://www.amigosdolivro.com.br,http://www.almanaquebrasil.com.br)
31
agosto 2016
Uma conjunção de fatores propiciou
um inedistimo histórico nesta quarta-feira: pela primeira vez, o Brasil teve
três presidentes em um único dia.
O
inusitado ocorreu por uma sucessão de desdobramentos que tiveram início por
volta das 11h com a votação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado Federal.
Por
volta das 13h30 (horário de Brasília), o afastamento definitivo da petista foi
aprovado pela maioria dos senadores. Dilma já estava afastada do cargo desde o
dia 12 de maio, quando o Senado aprovou a abertura do processo.
Em
seguida, foi feita a comunicação oficial ao presidente interino Temer. Às 17h,
ele foi empossado como presidente no plenário do Senado.
Mas
Temer já estava com a viagem marcada para esta quarta-feira para a China, onde
participará da reunião do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo.
Por
causa disso, com a saída do peemedebista do país, o cargo passou a ser ocupado
pelo atual presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Rodrigo Maia
(DEM-RJ).
Maia,
que está à frente da casa desde julho em um mandato-tampão após a renúncia do
deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve comandar o país até o retorno
de Temer, na próxima terça-feira.
"Nunca
houve algo do tipo (um dia com três presidentes) na história. É a típica
jabuticaba brasileira", afirmou por telefone à BBC Brasil o historiador
brasileiro José Murilo de Carvalho.
Impeachment
Ao
fim de um processo que durou cerca de nove meses, Dilma Rousseff teve o mandato
cassado no Senado por 61 votos contra 20. Ela, no entanto, manteve o direito a
exercer função pública, conforme votação ocorrida em separado após a aprovação
do impeachment.
Depois
do anúncio de que havia sido destituída definitivamente do cargo, Dilma fez um
rápido pronunciamento à imprensa afirmando que o impeachment foi o
"segundo golpe" que sofreu na vida e que o governo de Temer
enfrentará uma oposição "enérgica e determinada".
Segundo
a petista, a decisão de destitui-la não teve "qualquer justificativa
constitucional".
"O
golpe não foi apenas contra mim. Isso foi apenas o começo. Vai atingir
indistintamente qualquer organização progressista e democrática. O golpe é
contra o povo, é contra a nação, é misógino, é homofóbico, é racista",
disse.
Ela
também prometeu que "não desistirá" e que continuará sua jornada
"contra o retrocesso, a agenda conservadora e pelo reestabelecimento pleno
da democracia".
EXPRESSO
Presidente da Câmara tem de ser
brasileiro nato. Mas ele é. Foi registrado no consulado do Brasil em Santiago
TALITA FERNANDES E MURILO RAMOS
13/07/2016
- 17h42 - Atualizado 13/07/2016 18h12
Rodrigo Maia (Foto: Zeca
Ribeiro/Câmara dos Deputados)
Chamou
a atenção de funcionários da Secretaria-Geral da Mesa a certidão de nascimento
do deputado federal Rodrigo
Maia (DEM-RJ), candidato à presidência da Casa. É que
Maia nasceu no Chile, e somente brasileiros natos podem ser presidente
da Câmara dos Deputados. Apesar de ter nascido fora do Brasil, Maia foi
registrado por seu pai (leia o documento abaixo), o ex-prefeito do Rio de
Janeiro Cesar Maia, no consulado brasileiro na capital chilena, em
julho de 1970. Cesar Maia estava exilado. Rodrigo é, assim, brasileiro nato.
Documento Rodrigo Maia (Foto:
Reprodução)
Isso,
portanto, não é impedimento para que Rodrigo Maia venha a ser presidente da
Câmara. Seu problema agora é conseguir os votos suficientes, 257, para chegar
lá.
Mariana Schreiber
Da BBC Brasil em Brasília
14
julho 2016
Image copyrightEPAImage captionMaia
foi apoiado por partidos que queriam fugir de candidato mais próximo a Eduardo
Cunha
O
deputado Rodrigo Maia, do DEM do Rio de Janeiro, foi eleito na madrugada desta
quarta-feira presidente da Câmara. Ele comandará a casa até janeiro de 2017,
quando terminaria o mandato de Eduardo Cunha, que renunciou na semana passada
ao cargo.
O
democrata conseguiu unir os votos da antiga e nova oposição em torno de um
objetivo comum - derrotar Rogério Rosso, candidato apoiado pelo ex-presidente
da Casa Eduardo Cunha. Ambos os nomes são da base do governo Temer e agradavam
o Planalto.
Maia
acabou ganhando de lavada, com 285 votos, contra 170 de Rosso. No total, a casa
tem 513 deputados, mas Cunha, afastado do mandato, não votou.
Image copyrightGUSTAVO LIMA /
CÂMARA DOS DEPUTADOSImage captionMaia já abriu vantagem no primeiro turno,
quando teve 120 votos, contra 106 de Rosso
Dessa
forma, o democrata contou com o apoio formal de seus tradicionais aliados
(PSDB, PPS e DEM) e de partidos que eram da base de Dilma Rousseff, como PDT e
PCdoB. O voto é fechado, mas certamente Maia também recebeu votos do PT,
partido ao qual sempre fez oposição. Oficialmente, a legenda da presidente
afastada orientou a bancada a se abster.
"Ambos
são ruins, mas um, além de ruim, tem o carimbo de Eduardo Cunha", disse
Silvio Costa (PTdoB-PE), fiel escudeiro de Dilma, ao defender voto em Maia.
O
resultado da eleição para seu sucessor reforça a expectativa de que o
peemedebista será cassado em agosto.
Após
a vitória, Maia chorou e disse que comandará a Casa com
"simplicidade".
Ele
venceu com um discurso de volta à política tradicional, com respeito entre
governo e oposição, em claro contraponto ao estilo incendiário de Cunha. Ao
discursar no plenário pedindo votos, defendeu a importância da Câmara para
resolver a crise do país.
"Ali
(na cadeira de presidente), serei um de 513. Nós vamos devolver ao plenário a
sua soberania. (...) É melhor votar com calma, mas votar matérias que são
corretas. É isso que cada um quer", disse, indicando que não seguirá o
modelo de Cunha de pautar temas polêmicos em votações aceleradas.
Image copyrightLUIS MACEDO / CÂMARA
DOS DEPUTADOSImage captionCandidato que ficou com imagem ligada a Cunha, Rosso
comemorou passagem para o segundo turno
Quando
o resultado foi proclamando, os deputados gritaram em coro "Fora, Cunha!
Fora, Cunha".
"Infelizmente
tentaram colar essa imagem, e não era", disse Rosso, sobre ter sido
tachado de candidato do peemedebista.
Questionado
pela BBC Brasil se o resultado indicava que a Casa está cansada do estilo
incendiário do ex-presidente, o candidato derrotado disse esperar que Maia atue
com transparência.
"É,
eu achO que tem que ser sensato agora, compartilhar com a Casa as decisões, ter
transparência, ter participação do parlamentar, que fica muito angustiado
quando já recebe pautas prontas, quando não sabe exatamente o que vai
acontecer. Então, que o Rodrigo possa ter essa transparência."
Rosso
vinha sendo apontado como favorito devido ao apoio do "centrão". De
estilo simpático, o deputado tem bom trânsito com a maioria dos partidos.
Já
Maia tem personalidade oposta, é conhecido por sua antipatia, mas tem fama de
respeitar acordos.
"O
Rodrigo não sorri. Mas o Rodrigo cumpre palavra. O Rodrigo é leal", ele
mesmo disse, também ao discursar.
Ressurgimento
A
vitória de Maia representa um ressurgimento do DEM, partido de direita liberal
que havia encolhido bastante durante os governos petistas.
Também
é a volta de sua família ao centro da política nacional - o novo presidente da
Câmara é filho de César Maia, político que foi prefeito do Rio por três
mandatos. Depois de deixar o comando da capital fluminense com baixa
popularidade, não conseguiu se eleger em duas tentativas para o Senado e acabou
virando vereador.
Em
discurso na tribuna para pedir votos, Maia lembrou de quando esteve pela
primeira vez na Casa, ainda adolescente, acompanhando o pai, que foi deputado
da Assembléia que redigiu a Constituição de 1988.
Image copyrightGUSTAVO LIMA /
CÂMARA DOS DEPUTADOSImage captionEm discurso na tribuna, Maia lembrou de quando
acompanhava o pai na Casa
"Cheguei
com 15, 16 anos quando meu pai era constituinte. Ficava ali ouvindo os
discursos de Francisco Dornelles, César Maia, José Serra, José Genoino. Meu pai
dizia: senta lá atrás e fica só aprendendo", contou.
No
quinto mandato como deputado, e com 46 anos, Maia começou cedo sua vida
política. Nasceu no exílio, no Chile, e acompanhou ainda menino a carreira do
pai.
Aos
26 anos, foi nomeado secretário de governo da gestão Luiz Paulo Conde
(1997-2000) na Prefeitura do Rio. Dois anos depois, em 1998, elegeu-se deputado
federal com quase 100 mil votos. Depois, foi reeleito sucessivamente para o
cargo. Também foi vice-líder (2003-2005), líder (2005-2007) e presidente do então
PFL que, em 2007, virou DEM.
É
casado com Patrícia Vasconcellos, enteada do ministro (Secretaria de Assuntos
Estratégicos) e ex-governador do Rio Moreira Franco. Tem quatro filhos.
Tariq
SalehDe Beirute para a BBC Brasil
12
maio 2016
Image captionPrefeito de cidade
libanesa diz esperar que vice-presidente 'una o país'
Sem
presidente há dois anos, libaneses festejaram a substituição interina de Dilma
Rousseff por Michel Temer e aproveitaram para ironizar o "único
libanês" no comando de uma nação.
Temer,
que tem origens libaneses da pacata cidade de Btaaboura, no norte do país,
assumiu a Presidência interinamente nesta quinta-feira depois de o Senado
aprovar, por 55 votos a favor e 22 contra, a abertura do processo de
impeachment contra a petista.
Em
entrevista à BBC Brasil, Bassam Barbar, prefeito de Btaaboura e primo em
segundo grau do Michel Temer, disse esperar que o vice-presidente "una o
país".
"Agora
que ele (Temer) virou presidente, eu desejo que ele una o Brasil e siga o
exemplo de sua cidade ancestral Btaaboura, onde a população é unida e um filho
desta cidade sempre busca o melhor. Desejo que ele resolva os problemas dos
brasileiros, que estão divididos e precisam de alguém que os una", disse.
"Mandarei
uma mensagem para ele dizendo o quanto nós aqui da cidade estamos orgulhosos
dele, e esperamos que ele venha nos visitar pela terceira vez, agora como
presidente."
Comemoração
Barbar
prometeu organizar uma festa para comemorar a chegada à Presidência de Temer.
"Aqui
na cidade organizaremos uma festa com dança, música (Dabke), distribuiremos
flores e doces para a população", acrescentou.
Políticos
e ativistas libaneses também usaram as redes sociais para parabenizar o
vice-presidente.
Em
sua página no Facebook, Samy Gemayel, líder do partido cristão Kataeb
(Falangistas), publicou uma foto de Temer com a frase: "Parabéns ao Líbano
pelo novo presidente no Brasil".
Já
a ativista Lara Sakr escreveu "Temer é novo presidente do Brasil"
acompanhado de emoticons com palmas.
A
substituição interina de Dilma por Temer também foi repercutida pela imprensa
local. "Michel Temer é novo presidente do Brasil", publicou o
jornal An Nahar.
Ironia
Image captionSubstituição interina
de Dilma por Temer repercutiu nas redes sociais do país
Libaneses
também ironizaram a chegada de Temer à Presidência como o único "libanês”
no comando de um país. Isso porque o Líbano não tem um presidente desde maio de
2014, quando o então chefe de Estado, Michel Suleiman, terminou o mandato que
havia iniciado seis anos antes.
Essa
talvez seja a principal razão pela qual o pequeno país árabe tenha acompanhado
de perto os desdobramentos da crise política no Brasil.
Desde
o início do processo de impeachment agora em curso no Senado, a possibilidade
de Temer assumir a Presidência foi assunto constante na imprensa local e entre
muitos libaneses.
Mergulhado
em uma crise desde 2005 e sem perspectivas de melhora, o Líbano foi abalado um
ano depois por uma guerra entre o grupo xiita libanês Hezbollah e Israel e vem
enfrentando constantes problemas econômicos e sociais.
O
curioso é que nas manchetes em jornais e emissoras do país, a origem libanesa de
Temer é sempre lembrada, e em algumas vezes ele é chamado de libanês em vez de
brasileiro.
Comentaristas
chegam a dizer que a frustração pelo fracasso do Parlamento libanês em eleger
um presidente, pelo desemprego, pelos cortes constantes de eletricidade,
serviços básicos ineficientes, como a coleta de lixo, e a guerra na vizinha
Síria, que afeta o país, faz com que libaneses olhem para a ascensão de Temer
como um exemplo de "sucesso" fora do Líbano.
"Um
libanês pode assumir a Presidência do Brasil", foi a manchete de 19 de
abril de uma reportagem do The Daily Star, o mais importante diário em
língua inglesa no Líbano, ignorando o fato de que o peemedebista é, na verdade,
natural de Tietê, no interior paulista.
"Michel
Temer, um vice-presidente brasileiro de origem libanesa, vê sua hora
chegar", definiu o diário libanês L’Orient Le Jour, publicado em
francês, em sua edição de 17 de abril.
Recentemente,
em um programa de política na emissora libanesa LBC, um comentarista chegou a
dizer que era irônico que "um libanês possa assumir a Presidência de um
dos países mais importantes do mundo, enquanto o Líbano não tem um presidente
há dois anos".
Crises
intermináveis
Image captionImprensa destacou o
fato de agora um 'libanês' comandar o país
Enquanto
no Brasil tamanho vácuo no poder é impensável, no Líbano a ausência de
presidente não é novidade.
Em
2004, o então presidente Émile Lahoud – apoiado pela Síria, que controlava a
vida política e mantinha tropas no Líbano desde sua intervenção no país durante
a guerra civil, em 1976 – teve seu cargo estendido por mais três anos, levando
a uma tensão com o então primeiro-ministro Rafik Hariri e outros partidos
políticos.
Hariri
foi assassinado em fevereiro de 2005 em um atentado a bomba, o que desencadeou
uma profunda polarização no Líbano. De um lado, movimentos políticos acusavam a
Síria de estar por trás do atentado e pediam a retirada das tropas sírias. De
outro, havia o movimento liderado pelo Hezbollah e que mantinha estreitas
relações com o regime sírio do presidente Bashar Al-Assad.
A
autoria do atentado sempre foi negada pelo governo sírio, mas amplos protestos
em março de 2005, e pressões internacionais, levaram a Síria a encerrar sua
presença militar no Líbano após 29 anos. O assassinato de Hariri permanece
sendo investigado por um tribunal especial internacional.
Em
julho de 2006, o Hezbollah se viu envolvido em uma guerra com Israel que levou
à destruição de grande parte da infraestrutura do país, gerando críticas de
partidos políticos opositores, aprofundando a polarização política entre
movimentos pró e anti-Síria e paralisando o governo. O Parlamento ficou fechado
por diversos meses, enquanto o país ainda passava por reconstrução após o
combate com Israel.
Lahoud
terminou seu mandato em novembro de 2007 e o Parlamento não conseguiu chegar a
um acordo para eleger o presidente. No Líbano, um candidato precisa obter dois
terços dos votos de 128 deputados para ser eleito. Em 2008, o general Michel
Suleiman, ex-comandante das Forças Armadas, foi finalmente eleito após seis
meses sem presidente, e governou até 2014. Depois dele, veio o vácuo político.
Muitos
libaneses acreditavam que o governo poderia resolver os diversos problemas
urgentes: os cortes constantes de eletricidade, a coleta ineficiente de lixo, a
distribuição de água, o desemprego e a corrupção. Mas a guerra na vizinha Síria
colocou ainda mais pressão sobre um país com poucos recursos e um governo
disfuncional.
Em
2011, a Síria viu um levante popular contra o regime de Assad, na onda da
Primavera Árabe, se transformar em uma guerra civil, que até o momento já matou
mais de 250 mil sírios e levou a um fluxo de refugiados para países vizinhos
como a Turquia, Líbano e Jordânia, entre outros.
Somente
no Líbano, há mais de 1 milhão de refugiados, o que aumenta a pressão sobre a
infraestrutura do país.
01/02/2016
11h25 - Atualizado em 01/02/2016 13h46
Rosen
Plevneliev passou em revista as tropas e subiu a rampa do palácio.
Filha de imigrante búlgaro, Dilma é conhecida na Bulgária por suas origens.
Filha de imigrante búlgaro, Dilma é conhecida na Bulgária por suas origens.
Filipe
MatosoDo G1, em Brasília
Dilma recebe o presidente da
Bulgária, Rosen Plevneliev, no Palácio do Planalto (Foto: Filipe Matoso / G1)
O
presidente da Bulgária, Rosen Plevneliev, chegou ao Palácio do Planalto por
volta das 11h desta segunda-feira (1º) para se reunir com a presidente Dilma
Rousseff. Ele passou em revista às tropas militares e foi recebido por ela na
rampa principal do palácio.
Na
porta de entrada do Planalto, Plevneliev foi recebido por Dilma e pelo ministro
das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Lado
a lado, eles acompanharam a execução dos hinos dos dois países pelo Batalhão da
Guarda Presidencial. Em seguida, a presidente brasileira apresentou ao colega
búlgaro os ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e Miguel Rossetto (Trabalho e
Previdência Social), além do assessor especial de Dilma para assuntos
internacionais, Marco Aurélio Garcia.
Após
encontro bilateral entre Dilma e Plevneliev, representantes dos dois governos
assinaram dois acordos de cooperação entre Brasil e Bulgária, um na área de
educação e outro na área de Previdência Social.
Em
pronunciamento feito ao lado do colega búlgaro, a presidente brasileira citou a
crise de refugiados que atinge a Europa e cobrou da comunidade internacional
que haja “soluções coletivas” para a crise. Ao lado de Plevneliev, ela afirmou
que a Bulgária é “fundamental” porque é um país afetado “direta e
indiretamente” pela fuga de cidadãos do oriente médio e do norte da África.
A
presidente também dedicou parte de seu discurso às negociações entre o bloco do
Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela) e o da União
Europeia para implementar um acordo de livre comércio.
“A
visita do presidente Plevneliev se enquadra em um contexto de maior aproximação
regional no marco das negociações entre União Europeia e Mercosul. Justamente
com os sócios do Mercosul, o Brasil, e eu manifestei isso ao presidente, tem
todo interesse em avançar na troca de ofertas e na negociação de um acordo que
seja benéfico para o nosso bloco e para a União Europeia, E nós estamos seguros
de contar com o apoio e engajamento da Bulgária nessa negociação”, disse Dilma.
Em
resposta a ela, Plevneliev disse que a Bulgária pode se tornar a “porta de
entrada” do Brasil para a União Europeia e afirmou, ao se dirigir a Dilma, que
o país europeu fará “todo o possível” para que o acordo seja assinado o quanto
antes.
“Estamos
certos de que as companhias brasileiras vão saber aproveitar todo esse acordo.
A Bulgária pode servir como porta de entrada do Brasil para a União Europeia,
assim como o Brasil pode servir de porta de entrada para a Bulgária no
Mercosul. Faremos todo o possível da nossa parte para que isso se faça o mais
rápido possível”, declarou.
saiba
mais
Origens
búlgaras
Dilma ficou conhecida na Bulgária em 2010, quando foi eleita presidente da República. O pai dela, Pedro Rousseff, nasceu em Gabrovo, cidade da região norte central da Bulgária.
Dilma ficou conhecida na Bulgária em 2010, quando foi eleita presidente da República. O pai dela, Pedro Rousseff, nasceu em Gabrovo, cidade da região norte central da Bulgária.
Pedro
Rousseff deixou a Bulgária na década de 1920 e de lá seguiu para França,
Argentina e, enfim, o Brasil, onde conheceu a mãe da presidente, Dilma Jane.
Antes
de se fixar no país, ele se chamava Petar Russev. Dilma nasceu em 1947, em Belo
Horizonte (MG).
À
época da eleição presidencial de 2010, a primeira disputada por Dilma, houve
uma polêmica em torno de suas origens, quando circularam nas redes sociais
boatos de que ela não poderia assumir o Palácio do Planalto por ser búlgara – a
legislação brasileira diz que os candidatos devem ser brasileiros natos.
Naquele ano, Dilma teve de desmentir a versão e dizer que era nascida no
Brasil.
Nesta
segunda-feira, ao encerrar seu pronunciamento ao lado do presidente búlgaro,
Dilma relembrou a origem de seu pai e agradeceu a comitiva de Plevneliev em sua
língua local: “blagodarya”.
“Não
posso construir minhas palavras em enfatizar que esta visita tem um significado
especial. Como todos sabe, tenho uma parte búlgara: a metade. Muito obrigado!
Ou, como meu pai me ensinou, blagodarya”, concluiu Dilma.
Após
os pronunciamentos, os dois seguiram para o Palácio do Itamaraty, sede do
Ministério das Relações Exteriores, onde almoçaram juntos.
Na Bulgária, em 2011, Dilma visitou
museu em Gabrovo, onde nasceu o pai, Pedro, com exposição sobre as origens da
família Rousseff (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
Visita
à Bulgária
Em 2011, primeiro ano de seu mandato, Dilma visitou a Bulgária. Além das reuniões políticas com representantes do governo do país, ela visitou na capital, Sófia, o túmulo do irmão, Luben Russev.
Em 2011, primeiro ano de seu mandato, Dilma visitou a Bulgária. Além das reuniões políticas com representantes do governo do país, ela visitou na capital, Sófia, o túmulo do irmão, Luben Russev.
Na
mesma viagem, a presidente seguiu para a cidade de Gabrovo, onde seu pai havia
nascido. Na ocasião, afirmou que a cidade era "muito bonita", e as
pessoas, parecidas com os brasileiros na afetividade e no jeito de se
aproximar. À época, Dilma disse ser "a presidente búlgara do Brasil".
Silvia
Danekova é vizinha de cidade-natal de Peter Rusev. pai da presidente afastada
POR BERNARDO MELLO / RODOLFO MAGESTE
01/08/2016
19:21 / atualizado 01/08/2016 19:30
A atleta Silvia Danekova, da
Bulgária - Rodolfo Mageste
RIO
- Filha de búlgaro, a presidente afastada, Dilma Rousseff, tem sua situação
política acompanhada com atenção na terra natal do pai. Nesta segunda-feira, a
delegação da Bulgária foi uma entre as mais vinte recepcionadas na Vila dos
Atletas, durante as diversas cerimônias de boas-vindas que ocorreram ao longo
do dia. A atleta Silvia Danekova, que vai disputar a prova dos 3000 metros com
obstáculos, mostrou conhecimento sobre Dilma.
Silvia
nasceu em Kotel, na região central da Bulgária. Cidadezinha de 6 mil
habitantes. Fica próxima a Gabrovo, cidade-natal de Petar Rusev, pai da
presidente afastada. Gabrovo fica no pé dos Balcãs, perto de Kotel, e tem mais
de 50 mil habitantes
—
Dilma Rousseff é famosa na Bulgária, todos sabemos que sua família veio de
Gabrovo. É uma cidade conhecida por ficar próxima às montanhas. Já estive lá. A
Bulgária é um país pequeno, então você acaba conhecendo tudo — comentou.
Entretanto,
a atleta preferiu não opinar ao ser perguntada sobre o que pensava do
impeachment e da ausência de Dilma na cerimônia de abertura da Olimpíada, nesta
sexta-feira, no Marcanã
—
Acho que ela sabe como as coisas funcionam. Não tenho uma opinião, mas acho que
ela sabe que as coisas funcionam assim — finalizou.
Já
era início da madrugada na Bulgária quando a família Roussev, amigos e
simpatizantes receberam as primeiras informações da vitória de Dilma Rousseff
no Brasil. Na Bulgária, a eleição da brasileira se transformou em uma válvula
de escape da tensão e crise que vive a sociedade do país mais pobre da União
Europeia (UE).
JAMIL CHADE,
Agência Estado
Agência Estado
31
Outubro 2010 | 21h33
Petar
Roussev, pai de Dilma, nasceu na Bulgária. No final dos anos 20, abandonou sua
família e deixou o país. Nas últimas semanas, parentes de Dilma se proliferaram
pelo no país, enquanto a imprensa búlgara e o próprio governo local tentam
criar um mito em torno dos Roussevs. Muitos desses parentes sequer sabiam que
tinham uma prima no Brasil. Nenhum deles jamais conheceu Dilma.
"Estamos
sem palavras para descrever o que sentimos. A presidente do Brasil tem sangue
búlgaro", afirmou Ralitsa Negetsoeva, que ficou acordada até ter certeza
de que sua prima, Dilma, era a nova presidente do Brasil. Ralitsa é prima de
segundo grau de Dilma e membro da Comissão Eleitoral na Bulgária. "Agora
Dilma terá de vir ao país de origem de sua família", cobrou. "Esse é
um dia histórico para a família", insistiu Toshka Kovacheva, casada com um
primo direto de Dilma, já morto.
Sua
filha, Vesela, estava emocionada com a vitória. Mas não escondia o desconforto
diante do uso político da vitória de Dilma no Brasil. Ela admitiu que apenas
soube da existência de Dilma em 2005. "Nunca fui tão fotografada e
entrevistada na minha vida", disse. "Obviamente que estamos muito
contentes. Mas não queria que ficássemos conhecidos desta maneira. Não queremos
aparentar que estamos usando a ocasião no Brasil para nos promover",
disse.
Mas
a vitória de Dilma se transformou em uma espécie de válvula de escape para os
búlgaros, que vivem uma crise social, política e econômica profunda. A imprensa
do país do leste europeu acompanhou hoje os resultados da eleição no Brasil
como se fosse um assunto local. Entre a população, muitos organizaram jantares
em horários avançados para poder acompanhar pela televisão a vitória de Dilma.
Embora
a maçã tenha se tornado um símbolo da queda do homem no pecado, a história da
tentação, contada em Gênesis 3, não faz qualquer referência a uma maçã.
Menciona simplesmente o “fruto da árvore que está no meio do jardim” (Gn 3.3).
O
fruto é chamado de o “fruto da árvore” (isto é, a Árvore do Conhecimento do Bem
e do Mal), e nem os frutos nem a árvore são identificados por espécie.
O
mito da maçã vem de uma semelhança da palavra em latim: Malus = “maus”, Malus
ou Mala = “maça”.
A Maçã
Raul Seixas
Se
esse amor
Ficar
entre nós dois
Vai
ser tão pobre amor
Vai
se gastar...
Se
eu te amo e tu me amas
Um
amor a dois profana
O
amor de todos os mortais
Porque
quem gosta de maçã
Irá
gostar de todas
Porque
todas são iguais...
Se
eu te amo e tu me amas
E
outro vem quando tu chamas
Como
poderei te condenar
Infinita
tua beleza
Como
podes ficar presa
Que
nem santa num altar...
Quando
eu te escolhi
Para
morar junto de mim
Eu
quis ser tua alma
Ter
seu corpo, tudo enfim
Mas
compreendi
Que
além de dois existem mais...
Amor
só dura em liberdade
O
ciúme é só vaidade
Sofro,
mas eu vou te libertar
O
que é que eu quero
Se
eu te privo
Do
que eu mais venero
Que
é a beleza de deitar...
Quando
eu te escolhi
Para
morar junto de mim
Eu
quis ser tua alma
Ter
seu corpo, tudo enfim
Mas
compreendi
Que
além de dois existem mais...
Amor
só dura em liberdade
O
ciúme é só vaidade
Sofro,
mas eu vou te libertar
O
que é que eu quero
Se
eu te privo
Do
que eu mais venero
Que
é a beleza de deitar...
Composição:
Paulo Coelho / Raul Seixas ·
9
de julho de 2015
“Por
que quem gosta de maçã, irá gostar de todas. Por que todas são iguais”, diz a
canção “A Maçã”, de Raul Seixas, usada frequentemente por membros do
“Poliamor”.
Publicado
em 26 de abr de 2016
Projeto "Já sabe a
origem?" da turma 8ºA, da Escola Básica de São Lourenço, Ermesinde.
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