Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
quarta-feira, 11 de outubro de 2023
A democracia desafiada: recompor a política para um futuro incerto
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Sinopse
Estamos a viver perigosamente. O mundo parece sem forças para respirar. Há pressões e ameaças por todos os lados, a vida coletiva se reorganiza com inédita rapidez e sem direção. Grupos e indivíduos perderam referências importantes. O clima e o meio ambiente pedem socorro. Desigualdades variadas causam espanto e indignação. A desinformação perturba. Postulações identitárias vibram por todos os lados, combinando-se com redes ativas e vozes plurais. Estamos em transição, com o futuro embaçado. Não há, porém, somente destroços. A vida permanece a pulsar. No centro deste livro ágil e provocativo, está a democracia, desafiada mas reiterada como valor universal. Não teremos um futuro promissor sem uma política recomposta, aberta para o novo, dedicada a construir arranjos democráticos sustentáveis.
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“Com argumentação cristalina e lucidez onipresente, este livro apresenta os principais problemas sociais contemporâneos, identifica os seus nós e propõe perspectivas para ajudar a desatá-los. Seu sentido é constante, conquanto sutil: é preciso recusar tanto tentações sectárias quanto um realismo conservador – e em vez disso afirmar utopias realistas que dignifiquem a vida de todos e restaurem a confiança nas democracias.”
FRANCISCO BOSCO
(ensaísta, autor de “O diálogo possível”)
“Como apreender o vasto rol de mudanças em que estamos mergulhados? Este livro traz uma resposta possível, revelando modulações decisivas do pensamento em ação, da reflexão no breve instante em que nasce e fulgura. E o leitor, assim, ganha acesso privilegiado a iluminações sobre si mesmo, como indivíduo, e sobre as agruras do nosso tempo.”
LUIZ SÉRGIO HENRIQUES
(ensaísta e um dos tradutores dos “Cadernos do cárcere” de A. Gramsci)
“Neste livro a vida flui com suas contradições, seus limites, suas possibilidades. As reflexões sobre as incertezas do futuro captam a realidade como um complexo de complexos, oferecendo um amplo panorama crítico dos problemas atuais.”
EDGARD DE ASSIS CARVALHO
professor livre-docente (aposentado) da UNESP
“Marco Aurélio Nogueira tem sido, por mais de quatro décadas, um participante importante do debate público brasileiro. Num momento de crise e incerteza, volta a tratar da questão que tem sido chave nessa discussão: a democracia. No entanto, não se furta a indicar, sempre de maneira provocativa, novas formas de pensar e viver a democracia.”
BERNARDO RICUPERO
(professor livre-docente, Departamento de Política, USP)
“Este é um livro aberto ao diálogo. Tecnologias da informação, redes digitais, as várias faces do identitarismo, as ameaças fascistas e populistas são nele tratadas como parte de um todo em mudança acelerada. Tendo a democracia como a chave conceitual, seu autor passeia desenvolto sobre um conjunto muito amplo de temas e de problemas, que nos impactam e nos desafiam. Um livro brilhante, tão bonito quanto seu título.”
CARLOTA BOTO
(Faculdade de Educação, USP).
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Conheça o autor
MARCO AURÉLIO NOGUEIRA é Professor Titular (Aposentado) de Teoria Política da Universidade Estadual Paulista-UNESP. Doutor em Ciência Política pela USP, com pós-doutorado na Universidade de Roma (1984-1985). Foi Diretor do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais-IPPRI da UNESP (2011-2015), da Editora Unesp (1987-1991) e da Escola de Governo e Administração Pública da Fundação do Desenvolvimento Administrativo-FUNDAP do governo de São Paulo (1991-1995). Tradutor e colunista do jornal O Estado de S. Paulo. Publicou: Em defesa da política (Senac, 2001), Um Estado para a sociedade civil. Temas éticos e políticos da gestão democrática (Cortez, 2004), Potência, limites e seduções do poder (Unesp, 2008), O Encontro de Joaquim Nabuco com a política (Paz e Terra, 2010), As ruas e a democracia. Ensaios sobre o Brasil contemporâneo (FAP/Contraponto, 2013) e, em conjunto com Geraldo Di Giovanni, Dicionário de Políticas Públicas (Unesp, 2018).
https://ateliedehumanidades.com/2023/09/18/a-democracia-desafiada/
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Paulo Fábio Dantas Neto* - Faixas de sombra e luz sobre a Gaza nossa de cada dia
Alguém que saiba pouco sobre o longevo conflito do Oriente Médio saberá algo mais lendo uma matéria informativa publicada pela BBC News Brasil, no dia 8 deste mês (8 mapas que ajudam a entender conflito entre Israel e palestinos). Lerá, ao menos, aquilo que é provisoriamente necessário para não ser tragado pela força imediata e horizontal da correlata guerra publicitária e ideologicamente orientada que se trava, em redes sociais, sobre uma guerra real escalada pelo atentado terrorista do Hamas contra Israel, no último sábado. A matéria permite notar também, 76 anos após a Assembleia Geral da ONU autorizar, por ampla maioria, em novembro de 1947, a criação de dois estados independentes, um árabe, outro judeu, em territórios demarcados no âmbito da então Palestina, uma desvantagem histórica da atitude prudencial em política. A predominância de lógica oposta, no longo tempo de duração do conflito, pode ser vista como uma razão para que não acontecesse o que a própria política concebeu como paradigma, através da diplomacia: a convivência pacífica de povos distintos que secularmente lutavam – em paralelo ou em conflito mútuo - pelo direito a um território.
A diplomacia brasileira, como sabemos, esteve no centro desse achado civilizatório. Ele deixou um grande legado que precisa ser digerido, antropofagicamente, para ser atualizado, no Brasil e fora dele, conservando a racionalidade, a moderação e o sentimento de alteridade que o inspiraram. A obra conjunta da política e da diplomacia foi propor uma solução pacífica de um problema antigo de e entre dois povos contrapostos por interesses e também por contingências. Importa não perder de vista essa dupla dimensão para compreender que o conflito mútuo foi criação histórica da política de guerra e não um imperativo natural de um antagonismo “cultural”, ou mesmo religioso.
O estado de Israel foi criado em 1948, no meio do deserto, dentro daquela proposição de convivência. Apesar de antecedentes conflitivos, de ter havido uma guerra de independência contra a Grã-Bretanha e da presença, entre os judeus do novo Estado, de fundamentalismos que se expressavam não só por palavras, mas também por gestos supremacistas, nada de intrinsecamente belicoso havia naquele gesto de construção. Havia dinheiro e vontade política para realizar um sonho secular e livrar o povo judeu de novas perseguições e tragédias, como o Holocausto. O sentido positivo desse marco reforçou-se na escolha da democracia como regime de organização política, ainda que dentro de limites que não permitiram separação satisfatória entre religião e política. O metabolismo político era uma usina de anticorpos contra os riscos (reais) de perversão da solução diplomática por um nacionalismo guerreiro.
O estado palestino independente não foi criado e as razões históricas disso estão longe de se resumirem a um suposto veto do sionismo, acatado por poderes políticos. Embora a não viabilização interessasse de fato a Israel, nela parece ter tido influência mais decisiva a oposição de importantes países árabes, que não apenas votaram contra a resolução da ONU, como embaraçaram, na sequência, a concertação política que seria necessária para tirar a proposta do papel entre tantas e distintas vontades políticas presentes no mundo árabe. A razão explícita da oposição era defender a integridade do território palestino que a solução da ONU teria violentado. Mas política e diplomacia existem justamente para que argumentos assim, esgrimidos por contendores, não exponham o mundo a guerras de fim de mundo. Estados árabes contestaram essa razão política com argumentos que não incluíam razões de estado que, no entanto, cobravam pedágio dos seus estadistas. Incomodava a essa lógica o espectro da autonomia política de um povo que, sendo parte das populações desses países, poderia, se organizado em estado, reivindicar direitos para seus iguais em tais países e desestabilizar seus regimes - em geral, ditaduras. A OLP foi seguimento da saga de um povo que, além de seguir sem teto próprio, sofre com tiranias políticas. Não à toa, além do inimigo judeu e seus aliados, colecionou adversários entre os árabes.
De tudo o que ocorreu na sequência das décadas – belicismo, fundamentalismo e racismo penetrando aos poucos nas estruturas jovens do estado de Israel e minando sua democracia política, bem como o terrorismo que se espalhou como praga no mundo árabe onde, em geral, estava ausente a democracia - nada pode ser posto na conta do achado histórico da aliança entre política e diplomacia, mas no da subordinação de ambas a outras lógicas que se tornaram hegemônicas em diversos países, alguns de muito peso, para bem além do Oriente Médio. Fundamentalismos foram estimulados e manipulados por elites guardiânicas e oligarquias endógenas, bem como apoiados e armados por agentes da guerra fria.
No contexto da região nunca faltaram, como não faltam hoje, moderados e extremistas nos dois lados do conflito básico entre judeus e árabes, assim como nas polarizações em torno dos palestinos. Por um lado, atitudes de líderes e partidos moderados (democratas ou não) na política e na guerra, como Golda Meir - cuja firmeza no contexto de guerra com países árabes não impedia seu esforço político para uma convivência pacifica entre judeus e árabes em Israel -, a dupla Rabin-Arafat líder de um processo de entendimento que desaguou nos acordos de paz de Oslo e mesmo o realismo pragmático de Anwar Sadat e Menachem Begin, o desse último causando cisma no Likud (que agregou, até dado momento, a direita israelense), dissidência da qual é filhote disruptivo o recente figurino de Netanyahu e de seus ministros fundamentalistas. Em simétrica contestação das razões da política prudencial sempre esteve, ao lado de antigos e novos extremistas radicais da direita israelense, o culto ao terrorismo que se radicalizou no Hamas, no Hezbollah e outros grupos dessa mesma extração miliciana e que procura, obstinadamente, desmoralizar a política e os atores que nela buscam solução para os conflitos.
Aqui cabe uma digressão talvez impertinente, mas irresistível, para lembrar das Brigadas Vermelhas, organização maoísta que, em 1978, sequestrou e assassinou o primeiro-ministro italiano Aldo Moro para impedir um acordo histórico entre a Democracia Cristã e o PCI, vitualmente destinado – caso consumado - a impor imensa derrota política à então guerra fria entre capitalismo e comunismo. Na época houve analistas que tentavam dar uma explicação geopolítica "racional" para o terrorismo. Os próprios brigadistas tratavam o PCI e os partidos da esquerda europeia em geral de modo semelhante ao modo pelo qual o Hamas trata hoje a rival Fatah: como traidora da sua causa. As diferenças não estão só nas duas causas, a revolução proletária e a nacional palestina. Também é enorme a distinção entre os contextos, os perfis sociais dos dois grupos e entre as escalas dos morticínios que provocaram. Mas a memória foi acionada na direção das Brigadas porque as afinidades de gramática política não querem calar. A viagem no tempo e no espaço serve, quando nada, para demonstrar, pela enésima vez, que terrorismo não é produto cultural de sociedades “degeneradas”, mas da imoderação, uma degeneração da política que ronda o cotidiano de toda sociedade moderna, não só como fato externo.
Voltemos ao Oriente Médio. A digressão não pretendeu nivelar a grandeza política do compromisso histórico italiano ao escopo político mais limitado do acordo que vem sendo tentado, entre Israel e Arábia Saudita, sob os auspícios dos EUA e a oposição do Irã. Pretendeu mostrar, primeiro, que a gramática da antipolítica é inclemente perante qualquer movimento de paz, ainda que precário. Segundo, que uma iniciativa que ignora, quase tanto quanto Netanyahu (embora se abstenha de chancela aos seus métodos), o destino dos palestinos, enfraquece sobremaneira a liderança moderada da Autoridade Palestina e a expõe, na Cisjordânia, a derrotas políticas para o Hamas, potencialmente tão funestas quanto a que sofreu na faixa de Gaza. Se a gramática terrorista arrisca tudo e se isola quando mata um político como Aldo Moro, pode ter a veleidade de obter apoio externo para atos terroristas contra governos negativos como o de Netanyahu ou contra políticas de pacificação de limitado escopo.
Um dos traços mais miseráveis do atual cenário daquela região é justamente a virtual desmoralização de líderes e partidos moderados, que aparece como risco iminente a cada êxito temporário dos extremismos. É o que se dá neste exato momento, prometendo se estender por semanas ou meses. As chances de apelo imediato a antigas correntes moderadas do trabalhismo israelense, à própria Fatah, às instituições democráticas de Israel ou à Autoridade Palestina parecem estar entre brumas, sob as quais pode se esconder, na melhor das hipóteses, lenta recuperação e, na mais provável (ao menos no caso palestino), desvanecimento. Além dos preços humanos da operação em si, nada a celebrar pode resultar diretamente da eventual destruição militar do Hamas, por mais que ela seja vista, com razão, como necessária no presente. Mesmo a antevisão do fracasso político de Netanyahu em Israel é alívio que se faz acompanhar de incerteza quanto ao que o sucederá, com a antipolítica não deixando se ser, como em toda parte onde a guerra se instala, uma candidata.
Problemas religiosos, culturais, étnicos, raciais existem e são fontes de guerras e outras violências. Instituições democráticas e atitude política moderada existem, inclusive, para buscar soluções pacíficas para eles. Ditaduras e extremismos existem para perenizar, agravar e manipular essas questões e métodos, em favor de fins políticos e materiais imediatos, quase sempre dissimulados como ideologias.
A aliança trágica, no século passado, entre guerra fria e nacionalismos encaixotou o vislumbre da ONU e deixou, como fantasma insepulto, um rastro macabro, que volta hoje a nos assombrar. Não há desafio mais importante e atual do que impedir tal aliança entre guerra e antipolítica de se restabelecer como ordem mundial. Para paz não ser palavra vã, a tradução do desafio em objetivo positivo é a constituição de outra e mesma aliança (outra porque nova nos termos do mundo atual; mesma porque reitera o sentido prudencial da política na lida com experiências trágicas) que reate laços entre política e diplomacia para dissuadir lógicas soberanistas do desejo primário de moldar as relações internacionais.
Se há (ou se pode haver), alternativa à ONU como centro de operações dessa missão civilizatória, essa alternativa é, até aqui, invisível. Até porque a clarividência contemporânea e a sabedoria prática que a resolução de 1947 continua a irradiar é cabal evidência da estupidez de "realistas" que alardeiam a impotência, ou anacronia, da agência. Em vez de chorar de olhos fechados para não desmoronar, existencialmente, diante das cenas infames, as sociedades democráticas do mundo (aqui não há restrição do campo de ação política a certo grupo de atores, mas reconhecimento do papel crucial que cabe às democracias) precisam abrir bem os olhos para confiar governos a quem possa praticar o gesto cosmopolita de tirar do chão e elevar ao horizonte comum a generosa e atualíssima mensagem de 1947.
Nada disso é promessa, sequer caminho. Tudo são desejos, valores, vislumbres, sem os quais morremos. No curto prazo o que temos é, de fato, o pior dos mundos. Nele é inútil procurar razões explicativas para os fatos, porque se razão há nos atos que os geram é razão incipiente, serva dos piores instintos. Nele cabe, aos políticos e diplomatas práticos, encontrar modos de reduzir perdas e danos humanos. Nele resta, a sociedades e indivíduos civilizados, manifestar repúdio aos senhores e também aos profetas da guerra, assim como solidariedade incondicional a todas as suas vítimas, sem ressalvas ou exceções.
Apesar da impossibilidade de se chegar a soluções perenes de e no curto prazo (pois não existem), a razão humana que ilumina o papel civilizador da política - e da diplomacia, sua aliada contra a guerra - pode e deve estender seu olhar e poderes ao médio prazo, terreno, por excelência, da mediação. Se vale aqui o alerta de Keynes de que a longo prazo todos estaremos mortos, vale também pensar que, sem um médio prazo, poderemos morrer no curto e não só em Gaza.
É sobre o médio prazo que podem incidir feixes e faixas de luzes potentes para encarar, com dignidade, e reformar, com convicção e esperança, a Gaza nossa de cada dia. Um atributo da boa razão política - que a faz melhor que razões incipientes - é distinguir o impossível do que é possível a um poder restrito, por definição, à realidade. Discernimento imprescindível para renunciar, sem remorsos, à luta inglória no primeiro campo e para vencer qualquer sentimento de impotência no seu agir sobre o segundo.
*Cientista Político e professor da Ufba.
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"Quando depois virou para depois Inês já estava morta."
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Preciso Me Encontrar
Cartola
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Quero assistir ao Sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar
Quero assistir ao Sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Sorrir pra não chorar
(Deixe-me ir preciso andar)
(Vou por aí a procurar)
Composição: Candeia.
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115 anos de Cartola
Cartola (1908-1980) foi cantor e compositor brasileiro. "As Rosas Não Falam", música e letra de sua autoria, um clássico do samba, foi escrita quando cartola tinha 67 anos.
Agenor de Oliveira, conhecido como Cartola, nasceu no Catete, no Rio de Janeiro, no dia 11 de outubro de 1908. Era filho de Sebastião Joaquim de Oliveira e de Ada Gomes.
https://www.google.com/
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Vida e obra de Astrojildo Pereira #2: Intérprete do Brasil | André Kaysel e Marcos Del Roio
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TV Boitempo
Transmitido ao vivo em 29 de mar. de 2022 #CursoGratuito #PCB #Boitempo
133 anos de Astrojildo Pereira
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Astrojildo Pereira
autor
Astrojildo Pereira Duarte Silva (1890-1965) nasceu no estado do Rio de Janeiro. Cultivou desde a juventude interesse pela literatura e especialmente por Machado de Assis. Em 1911 fez uma viagem à Europa Ocidental, onde travou contato com os ideais anarquistas. Entre 1919 e 1921 afastou-se do anarquismo e aproximou-se dos ideais comunistas. Organizou e viabilizou a realização do congresso de fundação do Partido Comunista do Brasil (PCB) em março de 1922. Começou a ter sua liderança questionada em 1929, sendo expulso do partido no ano seguinte. Com a legalização do Partido Comunista em maio de 1945, Astrojildo solicitou o seu retorno à legenda. Foi preso em outubro de 1964, cerca de seis meses após o golpe militar. Permaneceu encarcerado até janeiro de 1965, período em que sua saúde debilitou-se profundamente. Faleceu aos 75 anos. Publicou cinco obras ao longo da vida, URSS Itália Brasil (1935), Interpretações (1944), Machado de Assis (1959), Formação do PCB (1962) e Crítica impura (1963).
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Sobre
Astrojildo Pereira Duarte Silva foi um ex-anarquista, escritor, jornalista, crítico literário e político brasileiro, fundador do Partido Comunista Brasileiro, em 1922. Wikipédia
Nascimento: 8 de novembro de 1890, Rio Bonito, Rio de Janeiro
Falecimento: 20 de novembro de 1965, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Morte: 20 de novembro de 1965 (75 anos); Rio de Janeiro
https://www.youtube.com/watch?v=NhLH5EA_NhQ
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“O fascismo nasce quando há crise da democracia liberal", diz Fernando Rosas | Conversas
Meio
Estreou há 6 horas #Meio #Fascismo #FernandoRosas
O programa de hoje está com cenário novo e convidado de honra! Autor de "Salazar e os Fascismos", o professor português Fernando Rosas é o entrevistado desta semana no Conversas com o Meio. No assunto, como o fascismo se tornou uma alternativa no entreguerras e em momentos de crise do sistema capitalista nos países centrais. A entrevista também aborda uma análise sobre as novas alternativas que a extrema direita tem ofertado às encruzilhadas vividas pelo mundo na periferia do capitalismo global.
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CONVERSAS COM O MEIO
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Erich Hartmann e Adolf Hitler. Reprodução
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“A Guerra é um lugar onde jovens, que não se conhecem e não se odeiam, se matam, por decisões de velhos que se conhecem e se odeiam, mas não se matam", diz a sentença que viralizou.
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Nas entrelinhas: Em tempos de guerra, a ofensiva conservadora no Congresso
Publicado em 11/10/2023 - 08:20 Luiz Carlos Azedo
Brasília, Cinema, Comunicação, Congresso, Cultura, Educação, Eleições, Governo, Justiça, Memória, Partidos, Política
A agenda identitária, que serviu como refúgio da esquerda durante o governo Bolsonaro, agora passou a ser a agenda da extrema direita, com sinal trocado
Quando todas as atenções estão voltadas para Israel e a Faixa de Gaza, onde acontece uma carnificina, desde o brutal ataque terrorista do Hamas ao território israelense, as forças conservadoras no Congresso mantêm a ofensiva contra os direitos das minorias e decisões tomadas pelo Supremo com objetivo de protegê-las, como aconteceu com a questão do marco temporal das terras indígenas a partir da Constituição de 1988, rejeitada pela Corte.
Nesta terça-feira, a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família (CPASF) aprovou o relatório do deputado Pastor Eurico (PL-PE), que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O texto prevê, além da proibição, que padres, pastores e líderes religiosos não sejam obrigados a realizar cerimônia de união homoafetiva e que essas uniões sejam asseguradas por um contrato de sociedade. Ou seja, propõe a revogação de decisão já tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com base na Constituição.
É muito provável que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, deputado Rui Falcão (PT-SP), pela qual deve ser examinada, engavete a proposta. Mas, se a colocar em votação, provavelmente será aprovada, porque a maioria dos deputados da CCJ também é conservadora. O que está acontecendo no Congresso é que a extrema direita, sob liderança do PL, conseguiu se rearticular com as bancadas ruralista, evangélica e “da bala” para fazer frente ao governo, da agenda econômica aos costumes, mas é nesta última que está a prioridade. Não é uma coisa fortuita, é uma estratégia que reflete a articulação da extrema direita mundial.
No Brasil, a demonstração de que se trata de uma estratégia organizada foi a espetacular vitória dos setores evangélicos e bolsonaristas nas eleições para os conselhos tutelares em todo o país. A senadora Damares Alves (PL-DF), evangélica e ex-ministra de Bolsonaro, foi a grande artífice da articulação. O Conselho Tutelar é um órgão permanente e autônomo que zela pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
O analista de rede e professor Sergio Denicoli, da AP Exata, no último dia 6, em seu Blog no Estadão, chamava a atenção para o fato de que a questão da proteção às crianças tem conquistado mais protagonismo. “O tema ganhou impulso a partir de uma nova orquestração que abarca militância política e guerra cultural, a partir do momento em que a direita buscou o tema como estratégia para avançar por esferas além da política partidária.”
Segundo ele, é uma pauta internacional. Haveria um certo consenso entre conservadores de todo mundo de que a esquerda domina setores importantes, como universidades e entretenimento. “Incentivada por esse pensamento, a direita tem investido não apenas na guerra política, mas também na guerra cultural, criando uma infinidade de canais próprios de difusão de informação. Isso tem ajudado a consolidar o movimento conservador como algo identitário. A partir do momento que alguém se identifica como conservador, passa a receber uma grande infinidade de informações aptas a esse pensamento”, avalia.
Reação homofóbica
Denicoli chama a atenção para o filme Som da Liberdade, que teve um financiamento coletivo. A produção aborda a questão do tráfico de crianças e tem sido indicada nas redes por líderes políticos e empresariais importantes, como Donald Trump e Elon Musk, respectivamente. Personalidades, líderes religiosos e políticos identificados com o bolsonarismo lotaram os cinemas brasileiros de fiéis de diversas igrejas, que se reúnem para assistir ao filme. O ex-presidente Jair Bolsonaro e sua esposa, Michelle, fizeram questão de divulgar nas suas redes que assistiram ao filme.
A agenda identitária, que serviu como refúgio da esquerda durante o governo Bolsonaro, agora passou a ser a agenda da extrema direita, com sinal trocado. De certa maneira, o sectarismo e uma ingenuidade da esquerda e dos grupos de equidade de gênero, raça e diversidade facilitam o trabalho dos conservadores, como no episódio da dancinha erotizada num evento oficial do SUS. A sigla LGBTQIAP (lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais, queer, interssexual, assexual e pansexual; o mais diz que outras identidades podem surgir), que resume a revolução de gênero, foi estigmatizada como ameaça `1a familia, além de aos bons costumes.
A questão central é que a vida e a liberdade podem ser destruídas, mas não podem ser separadas, como disse Thomas Jefferson, o principal autor da Declaração de Independência dos Estados Unidos, de 1776, cuja ideia-força moveu a campanha pelos direitos civis liderada por Martin Luther King Jr nos Estados Unidos: “Todos os homens são iguais. A eles foram dados direitos inerentes e inalienáveis”.
Devemos ao britânico John Stuart Mill, no seu famoso Ensaio sobre a liberdade, em meados século XIX, a tese seminal do liberalismo moderno: a liberdade individual é o alicerce de uma sociedade saudável. “Sobre si mesmo, sobre seu próprio corpo e mente, o indivíduo é soberano”, sustentou àquela época, em que a noção de democracia estava associada exclusivamente à vontade do que chamou de “ditadura da maioria”, sem levar em conta os direitos das minorias. Mill defendia que o princípio da liberdade individual deveria ser aplicado ao pensamento, às expressões de opinião e às ações. Quando esse princípio é desrespeitado pela maioria, o que existe por trás é um projeto político “iliberal”, ou seja, governos autoritários, apesar de eleitos.
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Ayres Brito diz que Ives Gandra “se equivocou” e explica o artigo 142 da Constituição
Data do upload: 22 de mai. de 2020
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Em entrevista à TV Democracia, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, afirmou nesta sexta-feira (22) que o jurista Ives Gandra cometeu um equívoco ao dizer que a Constituição Federal permite que as Forças Armadas “reponham a lei e a ordem” em um caso de conflito entre poderes.
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Ayres Brito diz que Ives Gandra “se equivocou” e explica o artigo 142 da Constituição
TV Democracia
22 de mai. de 2020
Em entrevista à TV Democracia, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, afirmou nesta sexta-feira (22) que o jurista Ives Gandra cometeu um equívoco ao dizer que a Constituição Federal permite que as Forças Armadas “reponham a lei e a ordem” em um caso de conflito entre poderes.
“Eu discordo em gênero, número e grau. Sem embargo, reconhecer na pessoa de Ives Gandra, um poeta, jurista, escritor e uma pessoa muito culta. Mas, me permito dizer, neste ponto, o iminente jurista se equivocou”, afirma.
Ayres Britto também explicou o artigo 142 da Constituição, que apoiadores de Jair Bolsonaro citam para sugerir que as Forças Armadas podem “intervir” nos poderes da República, no caso de conflito entre eles ou desordem na nação.
“A Constituição não tem vocação para seus próprios funerais”, afirma o ex-ministro. “Por iniciativa de qualquer dos três poderes, não por auto impulso, as Forças Armadas agem aqui por impulsos externos para garantia da lei e da ordem. E ordem aqui é a ordem constitucional. O substantivo ordem está sem adjetivação porque antes a Constituição já disse, no artigo 5º, inciso 44, que é crime inafianável a ação de grupos armados, civis ou militares contra a ordem constitucional e o Estado Democrático”.
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Águas Belas (Cascavel, Ceará) - Bem menos conhecida que outras praias do litoral leste, Águas Belas é uma grata surpresa para os turistas mais desavisados. A praia fica na foz do rio Malcozinhado, e também se destaca pela mistura de dunas, mangues e um mar cristalino. O mar é agitado, mas o encontro do rio com o mar cria verdadeiras piscinas naturais na maré baixa
Foto: Creative Commons/rootsneves/Flickr / PureViagem
https://www.terra.com.br/byte/ciencia/voce-sabia-por-que-ocorrem-as-mares-alta-e-baixa,1d8b24618a8a4c32995a596c04b3649771qr9w9k.html?utm_source=clipboard
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Você sabia? Por que ocorrem as marés alta e baixa?
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"Na maré de baixa, extremistas desembarcam do artigo 142 da Constituição brasileira. Em ressaca embarcam no artigo 2º do Código Civil brasileiro e no 4º do Pacto de San José . Ives Gandra segue com timoneiro da tripulação da nau."
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DIREITO INVIOLÁVEL
Constituição garante o direito à vida desde a concepção
28 de maio de 2008, 12h20
Por Ives Gandra Martins
A Constituição brasileira declara, no caput do artigo 5º, que o direito à vida é inviolável; o Código Civil, que os direitos do nascituro estão assegurados desde a concepção (artigo 2º); e o artigo 4º do Pacto de São José, que a vida do ser humano deve ser preservada desde o zigoto. O argumento de que a Constituição apenas garante a vida da pessoa nascida — não do nascituro — e que nem sequer se poderia cogitar de "ser humano" antes do nascimento é, no mínimo curioso: retira do homem a garantia constitucional do direito à vida até um minuto antes de nascer e assegura a inviolabilidade desse direito a partir do instante do nascimento.
De rigor, a Constituição não fala em direito inviolável à vida em relação à pessoa humana, mas ao ser humano, ou seja, desde a concepção. Lembro-me, inclusive, do argumento do professor Jérôme Lejeune, da Academia Francesa, para quem, se o nascituro está vivo e não é um ser humano, então é um ser animal, de tal maneira que todos os que defendem essa tese admitem ter tido, no correr de sua vida, uma natureza animal, antes do nascimento, e uma natureza humana, depois dele.
Tais considerações são feitas, talvez, para justificar o interesse de alguns de transformar seres humanos, em sua forma embrionária, em cobaias de laboratório, objetivando pesquisas no campo da medicina regenerativa. Por isso, sustentam que, enquanto embrião, o homem ainda não seria ser humano. Na minha pessoal visão, o que a Constituição garante é o direito à vida, desde a concepção, sendo tal direito inviolável.
E também aqui um esclarecimento faz-se necessário, agora, do ponto de vista da biomedicina. Em 1998, J. Thomson isolou, do embrião humano, as CTEH (células-tronco embrionárias humanas), gerando grande expectativa na comunidade científica, pois, apesar de provirem da destruição de seres humanos no seu estágio embrionário, poderiam ser utilizadas para a cura de inúmeras doenças. Até hoje, todavia, após 10 anos de estudos e pesquisas em países que ainda permitem a destruição de embriões humanos -muitos países em estágio superior de civilização a proíbem; outros já estão deixando de lado tais investigações-, não se conseguiu nenhum resultado positivo, apesar dos bilhões de dólares aplicados.
O grande argumento é o de que tais células seriam "pluripotentes" e, quando as investigações forem bem sucedidas, poderiam curar um número maior de doenças. As investigações com células-tronco adultas, apesar de já apresentarem resultados positivos, sendo utilizadas por mais de 20 mil pessoas em estudos clínicos e terapias de 73 tipos de doenças, eram consideradas, pela comunidade acadêmica, de espectro menos abrangente, pois apenas "multipotentes", não podendo produzir os mesmos efeitos regeneradores das embrionárias.
Ocorre que, em novembro de 2007, o mesmo J. Thomson, nos EUA, e Yamanaka, no Japão, conseguiram produzir células-tronco adultas pluripotentes induzidas, passando a ter espectro aplicacional semelhante àquele prometido — e, até hoje, não obtido — com células-tronco embrionárias. E, em 14 de fevereiro deste ano, Yamanaka anunciou a produção de células-tronco pluripotentes induzidas sem riscos de gerar tumores. As embrionárias importam tal risco, assim como o da rejeição.
A declaração de Yamanaka é suficientemente expressiva: "Quando vi o embrião, eu repentinamente percebi que não havia muita diferença entre ele e minhas filhas. Eu pensei, nós não podemos continuar destruindo embriões para nossa pesquisa. Deve haver outro meio". "Minha meta é evitar usar células embrionárias" ("The New York Times", 11/12/07).
Não sem razão, do site do governo do Canadá consta relatório com a seguinte conclusão: "Recentemente, o debate sobre o uso de embriões como uma fonte de células-tronco pode tornar-se desnecessário, na medida em que as pesquisas vêm mostrando significativos sucessos na demonstração da pluripotencialidade das células-tronco adultas, originárias de músculos, cérebro e sangue".
Compreendo, pois, a posição dos cientistas brasileiros, professores Alice Teixeira, Cláudia Batista, Dalton de Paula Ramos, Elizabeth Kipman, Herbert Praxedes, Lenise Martins Garcia, Lilian Piñero Eça, Marcelo Vaccari, Rodolfo Acatauassú, Antônio Eça e Rogério Pazetti, quando declaram que a esperança da medicina regenerativa encontra-se na pluripotencialidade induzida das células-tronco adultas.
[Artigo publicado na Folha de S.Paulo, nesta quarta-feira, 28 de maio.]
Ives Gandra Martins professor, advogado tributarista e presidente da Academia Paulista de Letras.
Revista Consultor Jurídico, 28 de maio de 2008, 12h20
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Militar diz que ex-presidente atuou na minuta do golpe | Lira sinaliza engavetar pauta anti-STF
MyNews
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No Café do MyNews desta quarta-feira, 11 de outubro de 2023, Afonso Marangoni e João Bosco Rabello falam sobre a delação de Mauro Cid, que traz novas revelações. O programa trata também da investigação que coloca Braga Netto na trama golpista e da repercussão no Congresso dos ataques entre Israel e Hamas, bem como da chegada de 211 brasileiros repatriados.
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Significado de Concepção
O que é Concepção:
Concepção é o substantivo feminino que significa o ato ou efeito de conceber ou gerar um ser no útero. Também pode ser um sinônimo de compreensão, percepção ou conceito.
Na maior parte das vezes, a palavra concepção está relacionada com a fecundação e consequente gravidez. Segundo a medicina, consiste no conjunto de alterações que ocorrem no ovo e no organismo da progenitora no princípio da gravidez. Aquele que é considerado o momento exato da concepção ocorre quando o espermatozóide fecunda o óvulo, e dá início à gestação.
No âmbito da psicologia do pensamento, uma concepção também pode indicar uma noção geral ou a capacidade de entender ou criar uma ideia, um modo de ver ou sentir. Assim, as ideias gerais e pensamentos criativos da imaginação podem ser qualificados como concepções.
De acordo com a filosofia, a concepção remete para o ato de elaborar conceitos. Este ato começa com a compreensão da essência de um objeto e culmina na elaboração de um conceito. Assim, uma concepção também é fruto da inteligência de alguém, e muitas vezes contribui para a formação de diversas teorias.
A mundivisão consiste na concepção que o ser humano tem do mundo, representa a forma como o Homem entende e explica o seu propósito no mundo, tanto no âmbito individual como histórico.
Concepção de educação e desenvolvimento
Existem vários métodos e formas de abordar a educação, com concepções tradicionais ou progressistas, que representam perspectivas distintas.
Além disso, a teoria geral da educação propõe duas concepções diferentes: uma orgânica e uma mecaniscista. A concepção orgânica aborda o ser humano como um organismo que pode ser alterado a partir do seu interior, a partir de estímulos. Por outro lado, a concepção mecanicista contempla o ser humano como uma máquina, cujas atitudes podem ser mudadas através de estímulos externos.
A psicologia também indica diferentes teorias do desenvolvimento, mais concretamente a teoria inatista (noção que os aspectos, características ou aptidões básicas do ser humano são inatas - como a personalidade, valores, comportamento, etc.); teoria ambientalista (também conhecida designada como teoria comportamentalista, indicando a importância do seu ambiente envolvente para o molde dos seus comportamentos, tirando a importância do raciocínio, sentimentos e desejos do indivíduo) e teoria interacionista (o desenvolvimento ocorre graças à interação entre o indivíduo e o seu meio envolvente, sendo que se influenciam mutuamente).
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Guerra Israel x Hamas: Lula cobra a ONU, situação em Gaza e últimas notícias; delação de Cid
UOL
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⏰ UOL NEWS EM NOVOS HORÁRIOS: A partir de 16/10, você acompanha o UOL News de segunda a sexta em duas edições, às 10h e às 17h. Fique ligado!
Acompanhe a edição do UOL News Tarde desta quarta-feira (11) com apresentação de Fabíola Cidral e comentários de colunistas do UOL.
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Lula e Maduro em Brasília em maio passado: apoio incondicional ao ditador venezuelano é difícil de justificarFoto: Gustavo Moreno/AP/picture alliance
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POLÍTICABRASIL
A esquerda brasileira no seu labirinto
Philipp LichterbeckPhilipp Lichterbeck
Philipp Lichterbeck
ColunaCartas do Rio
há 5 horashá 5 horas
Venezuela, Ucrânia, Israel: com Maduro, Putin, Hamas como modelos e os EUA sendo culpado por todo o mal do mundo, o pensamento da esquerda brasileira se tornou de um simplismo assustador, vulgar e desumano.
Estive alguns dias no Tampão de Darién, o estreito terrestre entre a Colômbia e o Panamá, que nos últimos anos se transformou num hotspot da migração global. Dia após dia, milhares partem para uma marcha de seis a nove dias através de uma das selvas mais perigosas do mundo.
Só em 2023, pelo menos 360 mil migrantes atravessaram o Darién, entre os quais, 60 mil crianças. Dezenas perderam a vida na travessia. São quase inimagináveis as adversidades e perigos a que se expõem. O que lá ocorre é uma catástrofe humanitária, e provavelmente o problema mais urgente da América do Sul. Mas na política brasileira, não tem a menor relevância.
Os migrantes são impelidos pelo desejo de uma vida melhor nos Estados Unidos, o american dream é real para eles. E quem lucra com a onda migratória são as Autodefesas Gaitanistas da Colômbia (AGC), um grupo paramilitar também conhecido como Clã do Golfo. Essa máfia administra o fluxo perfeitamente, construiu acampamentos, disponibiliza barcos, guias e carregadores – e cobra caro por isso: milhões de dólares estão fluindo para os cofres dos paramilitares.
A absoluta maioria dos migrantes é de venezuelanos, eu estimaria que 80%. Suas histórias são de cortar o coração. Sem exceção, falam de fome e intimidação pelo regime de Nicolás Maduro. Uma mulher de 26 anos conta como estava esquelética ao deixar o país. A frase que eu escutava sem parar era: "Na Venezuela não dá para viver!"
A própria visão de mundo na frente da realidade
Cerca de 8 milhões de venezuelanos emigraram nos últimos anos, mais ou menos 30% da população – é como se 65 milhões de brasileiros voltassem as costas ao país devido a pobreza, fome e repressão. No entanto, o ditador Maduro – que se diz socialista, mas que na realidade está à frente de uma ditadura militar corrupta – é bajulado e protegido pelo presidente brasileiro.
Luiz Inácio Lula da Silva recebeu Maduro em Brasília como amigo, afirmou que ele fora legitimamente eleito (o venezuelano venceu a última eleição presidencial através de fraude, motivo por que a União Europeia não o reconhece) e falou de "narrativas" sobre a Venezuela que não seriam verdade. Num caso raro de torpeza moral, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, chegou a ir à posse do ditador, cujos agentes de segurança torturam e assassinam, como documentaram as Nações Unidas e a ONG Human Rights Watch (HRW).
Eu vi na Colômbia a "narrativa" de que Lula está falando. Só que não é narrativa, é a realidade, centenas de milhares de pessoas desesperadas em fuga, com o sonho de chegar aos EUA. Lula e a esquerda brasileira brasileira acreditam nas proprias mentiras. Acreditam no conto da carochinha da Venezuela socialista, por cuja miséria, mais uma vez, os EUA seriam os únicos culpados.
Mas nenhum desses esquerdistas brasileiros jamais esteve na terra de Maduro, nem conversou com emigrantes venezuelanos: a preservação da própria visão de mundo é mais importante do que a realidade. Solidariedade com a ditadura venezuelana, sim! Solidariedade com o povo venezuelano, não! Uma razão para tal pode ser que só uma pequena parcela dos milhões de refugiados venezuelanos vai para o Brasil (por exemplo, para Manaus, onde se criam novas favelas), enquanto Colômbia, Peru, Chile e Equador arcam com a maior parte da carga.
Assim em Israel-Hamas como na Ucrânia-Rússia
Lula e os esquerdistas brasileiros deveriam se despedir de suas mentiras de vida. A esquerda nacional não apoia somente Maduro, mas também o ditador fascista Vladimir Putin na agressão à Ucrânia, com que viola leis internacionais. Os graves crimes de seus soldados são silenciados, assim como o fato de que a maior parte desses homens vem das regiões pobres da Rússia, mas não de Moscou ou de São Petersburgo. É como se o Brasil entrasse em guerra, mas só se recrutassem pobres do Norte e do Nordeste.
O portal de notícias Mídia Ninja arrogantemente chama o corajoso presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, de "amiguinho dos EUA". O sentimento por trás está claro: aliados dos americanos podem ser ridicularizados, é melhor comemorar seus agressores. Porque, de repente, não se aplicam aos ucranianos aqueles mesmos elevados ideais que os membros da esquerda brasileira carregam diante de si como ostensórios, para se sentirem moralmente superiores.
O fato de a Rússia ser encabeçada por um regime homofóbico, racista, com traços fascistoides, que há cerca de 20 anos trava guerras imperiais (Tchetchênia, Geórgia, Ucrânia, Síria) não tem a menor importância para a esquerda nacional. Afinal de contas, quem está por trás de todo o mal do mundo é a CIA mesmo.
O formato se repete quando a esquerda brasileira fala de Israel. O radical islâmico Hamas (cuja visão de um mundo melhor deve ser um pouco diferente da dos esquerdistas) é idealizado como organização pela libertação, e seu terrorismo é praticamente celebrado. A resistência palestina é legítima, mas o terrorismo, é claro, não é. Ele contradiz tudo o que deveria nos definir como seres humanos, mas, acima de tudo, não traz uma solução, apenas piora a situação do povo palestino.
Todo mundo sabe que a solução é um Estado palestino democrático, como sabem também os israelenses liberais e de esquerda, que perderam as últimas eleições mas que mostraram sua força nas semanas de manifestações em massa contra a reforma do Judiciário do premiê ultradireitista Benjamin Netanyahu. Nessas circunstâncias, o Hamas atacou Israel, fortalecendo quem, acima de tudo? Netanyahu!
O Hamas e os ultradireitistas de Israel precisam um do outro. Ambos vivem da confrontação. Quem vai perder com o terrorismo dos radicais islâmicos e a reação de Israel a ele? Mais uma vez, o povo palestino.
É igualmente verdade que todo o mundo árabe, assim como o Irã, instrumentaliza os palestinos. Com uma fração de seus petrodólares, a Arábia Saudita poderia erguer em pouco tempo uma infraestrutura funcional na Faixa de Gaza. Mas a liderança saudita não faz isso: prefere os palestinos como vítimas e pobres.
O fato de, em tal situação, grupos esquerdistas estarem conclamando a manifestações contra Israel é só mais um (Venezuela, Ucrânia) atestado de quão simplista, vulgar e, no fim das contas, desumano se tornou o pensamento de esquerda no Brasil, prisioneiro de seu próprio labirinto.
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Philipp Lichterbeck queria abrir um novo capítulo em sua vida quando se mudou de Berlim para o Rio, em 2012. Desde então, colabora com reportagens sobre o Brasil e demais países da América Latina para jornais da Alemanha,Suíça e Áustria Ele viaja frequentemente entre Alemanha, Brasil e outros países do continente americano. Siga-o no Twitter em @Lichterbeck_Rio.
O texto reflete a opinião do autor, não necessariamente a da DW.
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