Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
terça-feira, 18 de junho de 2024
Pôr da Terra
Eclesiastes 12:7 Então o nosso corpo voltará para o pó da terra, de onde veio, e o nosso espírito voltará para Deus, que o deu.
Bible.com
https://www.bible.com › bible › ECC.12.7.NTLH
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Ex-astronauta e autor de foto histórica da Terra morre em acidente de avião
William Anders, ex-astronauta da Apollo 8 e responsável pela histórica foto da Terra atrás Lua, morreu quando o avião que pilotava caiu no estado de Washington
Por:
Victor Carvalho
8 jun
2024
- 18h51
(atualizado em 9/6/2024 às 21h03)
https://www.terra.com.br/byte/ex-astronauta-e-autor-de-foto-historica-da-terra-morre-em-acidente-de-aviao,64b222e36eafb26179bc80f09413e378fvicy0qk.html?utm_source=clipboard
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Oração Ao Tempo
Caetano Veloso
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O nascer-da-Terra visto da Lua
Site Inovação Tecnológica
https://www.inovacaotecnologica.com.br › noticia
19 de nov. de 2007 — O nascer e o pôr-da-Terra só podem ser vistos por sondas ou naves orbitando a Lua. Um astronauta na superfície da Lua não terá esse privilégio, ...
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Destaques e Imagens
O nascer-da-Terra visto da Lua
Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/11/2007
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O nascer-da-Terra e o pôr-da-Terra vistos da Lua
A sonda espacial japonesa Kaguya fez as primeiras imagens em alta definição do "nascer-da-Terra" e do "pôr-da-Terra". As imagens foram feitas com uma câmera de vídeo HDTV desenvolvida especialmente para operar no espaço, em uma parceria com o canal de televisão NHK.
A sonda Kaguya está em órbita da Lua desde o dia 18 de Outubro último, quando assumiu uma altitude estável de apenas 100 quilômetros da superfície. O nome técnico da missão, que envolve ainda dois satélites polares operando conjuntamente, é SELENE ("SELenological and ENgineering Explorer").
Nascer-da-Terra e Pôr-da-Terra
O nascer e o pôr-da-Terra só podem ser vistos por sondas ou naves orbitando a Lua. Um astronauta na superfície da Lua não terá esse privilégio, já que ele verá a Terra sempre na mesma posição.
O grande brilho da Terra no céu da Lua impede a visão de qualquer outra estrela, o que explica o céu completamente negro, como aconteceu com as fotos tirados pelos astronautas da missão Apollo.
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William Anders mudou a forma com que os seres humanos viam a Terra com foto colorida do Planeta Azul sendo revelado por trás da Lua (Imagem: William Anders/NASA)
Foto: Canaltech
https://www.terra.com.br/byte/ex-astronauta-e-autor-de-foto-historica-da-terra-morre-em-acidente-de-aviao,64b222e36eafb26179bc80f09413e378fvicy0qk.html?utm_source=clipboard
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b>"Quando entrei no Quinto Ano, também diziam que eu devia ser do Jardim de Infância, porque eu era muito pequena. Pode acreditar, eu tenho 1,69m hoje, mas eu era muito pequena, muito diferente das minhas amigas. Só que eu cresci, passei todo mundo", conta Fátima.
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Rio - 92
Memória Globo
https://memoriaglobo.globo.com › rio-92 › noticia › ri...
28 de out. de 2021 — Ao vivo no Aterro do Flamengo, a repórter Fátima Bernardes apresentou a cobertura do Fórum Global. FIGURAS ILUSTRES. No ...
Não inclui: eco92 | Precisa incluir: eco92
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Rio - 92
Em junho de 1992, o Rio de Janeiro sediou a Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92.
Por Memória Globo
28/10/2021 23h52 Atualizado há 2 anos
Rio - 92
Frame de vídeo/Globo
Entre os dias 3 e 14 de junho de 1992, representantes de 178 países filiados à ONU (Organização das Nações Unidas) vieram ao Rio de Janeiro participar da Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92.
O governo brasileiro investiu quase 50 milhões de dólares na realização do evento, que tinha como objetivo definir políticas mundiais de proteção ambiental. As Forças Armadas foram acionadas para cuidar da segurança do Rio durante os 11 dias em que os olhos do mundo se voltaram para a cidade.
EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO
Webdoc sobre a cobertura da Rio-92 com entrevistas exclusivas do Memória Globo.
Webdoc sobre a cobertura da Rio-92 com entrevistas exclusivas do Memória Globo.
DESTAQUES
Figuras ilustres
Biodiversidade
Direto do fundo do mar
Discursos dos chefes de estado
EQUIPE E ESTRUTURA
A Globo investiu pesado na cobertura do evento. O jornalista Octavio Tostes, então um dos editores de política do Jornal Nacional, foi deslocado para trabalhar com o jornalista Fabbio Perez numa editoria criada especialmente para o evento. Na ocasião, foi elaborado um dicionário sobre meio ambiente para orientar os jornalistas na cobertura.
As equipes foram divididas em duas: a primeira, coordenada por Carlos Nascimento e Valéria Monteiro, ficava no Riocentro, sede da conferência, e a segunda no Aterro do Flamengo, onde ocorreu o Fórum Global, evento paralelo que reuniu cerca de 25 mil pessoas, entre integrantes de movimentos sociais e organizações não-governamentais, membros da sociedade civil e acadêmicos.
A Globo escalou alguns de seus principais repórteres e comentaristas para a cobertura, entre eles: Ernesto Paglia, Mônica Waldvogel, Beatriz Thielmann, Ana Paula Padrão, Sandra Moreyra, Neide Duarte, André Luiz Azevedo, Paulo Henrique Amorim, Ilze Scamparini, Francisco José, Sandra Passarinho, Sônia Bridi, Leilane Neubarth, Pedro Bial, Maurício Kubrusly, Alexandre Garcia e Joelmir Beting.
No Riocentro, o repórter Carlos Nascimento comandou os trabalhos, direto de um estúdio montado no local. O então diretor da Central Globo de Jornalismo, Alberico de Sousa Cruz, havia decidido que o jornalista seria uma espécie de âncora móvel dos principais telejornais da emissora. Sergio Chapelin e Cid Moreira apresentavam o jornal no estúdio e Nascimento se deslocava para os locais dos eventos. Ao lado da jornalista Valéria Monteiro, ele apresentou ao vivo o Jornal Nacional, o Jornal Hoje e outros programas.
Ao vivo no Aterro do Flamengo, a repórter Fátima Bernardes apresentou a cobertura do Fórum Global.
FIGURAS ILUSTRES
No Aterro do Flamengo do Flamengo, os participantes discutiam os temas abordados no Riocentro e pressionavam os representantes dos países ricos a assumirem responsabilidades em relação à ecologia. No local, também ocorreram eventos culturais, como apresentações de dança, música, costumes regionais e cerimônias religiosas.
Nas duas semanas em que esteve em atividade, o Fórum Global foi visitado por figuras ilustres, como o presidente do Fundo das Nações Unidas para a Infância e Adolescência, James Grant, e o primeiro-ministro alemão Helmut Kohl. Merece destaque a presença do Dalai Lama do Tibete, que participou de uma cerimônia na manhã do dia 5, quando, com outros seis líderes espirituais, abençoou o Fórum. No dia anterior, o Dalai Lama concedeu uma entrevista exclusiva ao repórter Maurício Kubrusly e defendeu a política de não-violência para todos os povos de todas as religiões. A reportagem foi ao ar no Jornal Nacional.
Entrevista do repórter Maurício Kubrusly com o Dalai Lama durante a Rio-92, Jornal Nacional, 04/06/1992.
Entrevista do repórter Maurício Kubrusly com o Dalai Lama durante a Rio-92, Jornal Nacional, 04/06/1992.
BIODIVERSIDADE
Um dos temas mais polêmicos da Rio-92 foi o Tratado da Biodiversidade, que estabelecia medidas para preservar as espécies vivas do planeta. O documento assegurava a soberania dos países sobre os seus recursos naturais, que deveriam ser explorados de forma racional. O Brasil foi o primeiro a assinar, seguido por 152 outros países, como Alemanha, Itália, França, Canadá, Japão e Inglaterra. A principal resistência veio dos Estados Unidos.
A Floresta Amazônica, o ecossistema com a maior variedade de espécies animais e vegetais do planeta, conferia ao Brasil a condição de superpotência no assunto. A questão da biodiversidade e da Floresta Amazônica foi apresentada pelos repórteres Beatriz Thielmann e Marcos Losekann.
Ao vivo da Amazônia, o repórter Marcos Losekann mostrou o trabalho do Centro de Instrução de Guerra na Selva do Exército Brasileiro. Além do treinamento na floresta, os militares também realizavam ações de preservação do meio ambiente.
Reportagem de Marcos Losekann sobre a biodiversidade da Amazônia, Rio-92, 05/06/1992.
Reportagem de Marcos Losekann sobre a biodiversidade da Amazônia, Rio-92, 05/06/1992.
DIRETO DO FUNDO DO MAR
Outro destaque da cobertura foi a entrada ao vivo, no JN de 5 de junho, do repórter Francisco José do fundo do mar. O repórter conversou com o apresentador Carlos Nascimento sobre a poluição das águas e a iniciativa de um grupo de mergulhadores de minimizar o impacto desse problema. Francisco José mergulhou nas proximidades das Ilhas Maricás, no Rio de Janeiro, a 15 metros de profundidade.
O repórter Carlos Nascimento conversa com o repórter Francisco José - que está ao vivo, do fundo do mar - sobre a poluição das águas e a iniciativa de um grupo de mergulhadores para minimizar o impacto desse problema, Jornal Nacional, 05/06/1992.
O repórter Carlos Nascimento conversa com o repórter Francisco José - que está ao vivo, do fundo do mar - sobre a poluição das águas e a iniciativa de um grupo de mergulhadores para minimizar o impacto desse problema, Jornal Nacional, 05/06/1992.
DISCURSOS DOS CHEFES DE ESTADO
Antes de embarcar para o Brasil no dia 11, o presidente norte-americano George Bush fez um discurso reafirmando que não assinaria o acordo, pois os cuidados com o meio ambiente não eram mais importantes do que os empregos do povo americano.
O presidente dos Estados Unidos chegou à Rio-92 no dia 12, em meio a uma reunião histórica no plenário do Riocentro, quando 114 líderes dos mais diferentes regimes discursaram sobre o destino da Terra. O presidente Fernando Collor foi o primeiro, seguido, entre outros, pelo primeiro-ministro inglês John Major, o chanceler alemão Helmut Kohl, o presidente de Cuba, Fidel Castro, o presidente do México, Carlos Salinas, e o presidente da Argentina, Carlos Menem. A reportagem de Pedro Bial com os discursos dos chefes de Estado foi ao ar no JN.
Fidel Castro foi o mais aplaudido. Ele disse que a mais ameaçada das espécies era a humana e pediu que o dinheiro da corrida armamentista fosse usado para desenvolver o Terceiro Mundo e evitar a destruição do planeta. George Bush declarou, em seu discurso, que não estava no Brasil para pedir desculpas e afirmou que os esforços americanos para proteger a biodiversidade iam muito além do tratado que ele se recusava a assinar.
De Nova York, o repórter Carlos Dorneles informou que o desempenho de Bush na Rio-92 estava repercutindo mal na imprensa norte-americana. As redes de televisão e seus adversários na corrida eleitoral criticavam o presidente (que seria derrotado por Bill Clinton na eleição daquele ano). De Londres, a repórter Valéria Sffeir afirmou que, na Europa em geral, a situação era similar, com televisões e jornais europeus tratando o Brasil como herói e os Estados Unidos como vilões da conferência.
Reportagem de Pedro Bial sobre os discursos dos Chefes de Estado na Rio-92, Jornal Nacional, 12/06/1992.
Reportagem de Pedro Bial sobre os discursos dos Chefes de Estado na Rio-92, Jornal Nacional, 12/06/1992.
FONTES
MEMÓRIA GLOBO. Jornal Nacional – a notícia faz história. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2004.
https://memoriaglobo.globo.com/jornalismo/coberturas/rio-92/noticia/rio-92.ghtml
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O cancelamento de Sergio Sacani - Narrativas#169 com Madeleine Lacsko
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Comercial de Dilma - Independência de Banco Central pode fazer com que você passe fome (11/9/2014)
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Comercial de Marina - Chega de mentiras (13/09/2014)
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Character Matters | Biden-Harris 2024
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João Santana com a presidente Dilma e o ex-presidente Lula. Ele se tornou conselheiro informal do governo (Foto: Ricardo Stuckert)
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João Santana: mais que um marqueteiro
Por dez anos, ele uniu o poder de responsável pela imagem dos governos do PT com o de conselheiro de Dilma Rousseff
LEANDRO LOYOLA
29/02/2016 - 08h04 - Atualizado 29/02/2016 08h04
Na noite de 1o de setembro de 2014, toda a cúpula de comando da campanha de Dilma Rousseff à reeleição sentou-se à mesa para jantar no hotel Unique, em São Paulo, após o debate no SBT. Era claro a todos àquela altura que Marina Silva representava um perigo. Empurrada pela comoção da morte de Eduardo Campos, a candidata do PSB suplantara o tucano Aécio Neves e aparecia até mesmo à frente de Dilma nas simulações para o segundo turno. Na frente de Dilma, Lula, do ex-ministro Franklin Martins e do ministro Aloizio Mercadante, João Santana avisou que era preciso antecipar as dificuldades futuras. “Nessa toada, a gente perde no segundo turno”, disse. Era hora de atacar Marina com vigor, estancar sua subida. João ganhou carta branca. Trabalhou naquela noite e, no dia seguinte, tinha os comerciais para rachar o mito Marina. Dilma, Lula e o PT confiavam tanto em João Santana que as peças não seguiram o rito normal dos testes prévios em pesquisas qualitativas. Foram direto ao ar. Após dias de pancadaria forte das peças, Marina murchou.
>> O fim do feitiço
João Santana construiu, desde 2006, uma carreira muito maior que a do marqueteiro vencedor de eleições. Ganhou a confiança e atingiu a condição de dono da imagem do PT e do governo. Tornou-se conselheiro de uma presidente que não ouve quase ninguém. Dilma recorria a Santana quando havia alguma iniciativa de governo que precisava ser batizada ou embalada para o público. Em 2013, a reclusa Dilma passou a frequentar mais eventos e, sempre que podia, a tirar fotos com mulheres e crianças. Não era instinto, mas conselho de João Santana, para suavizar sua imagem para a campanha eleitoral. As conversas entre os dois eram frequentes até a reeleição. Nunca ocorreram no Palácio do Planalto, mas em almoços no Palácio da Alvorada, a residência oficial, resguardada de curiosidades. Em 2013 e 2014, periodicamente Santana ia a Brasília para conversas com Dilma no Alvorada.
>> Odebrecht pagou R$ 4 milhões a João Santana em 2014, diz PF
Tal proximidade não passa despercebida no mundo político. Entre as mensagens apreendidas pela Polícia Federal na semana passada, aparece um longo e-mail no qual o ex-ministro Mangabeira Unger pede ajuda a Santana para falar com Dilma. “Você tem como dar um empurrão para eu falar com a PR?”, diz Mangabeira. Em outra mensagem, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, repassa dados da CPMF e menciona uma campanha sobre as Olimpíadas. “João, tudo bem? Estou mandando material da CPMF”, diz Edinho. “A Presidenta pediu que eu ouvisse sua opinião sobre o que seria uma campanha para as Olimpíadas (...) Aguardo sua opinião.”
Uma enrascada da qual o PT não conseguiu se livrar abriu todo esse espaço a João Santana. Duda Mendonça, o marqueteiro de Lula e do PT, foi abraçado pelo escândalo do mensalão em 2005. Teve de confessar ter recebido dinheiro de caixa dois no exterior. Escapou da prisão, mas saiu de cena. Convidado pelos então ministros Antonio Palocci e Gilberto Carvalho para substituí-lo, João Santana aportou em Brasília e articulou uma bem-sucedida reviravolta publicitária, na qual o governo Lula e as conquistas sociais eram umbilicalmente associadas. Deu certo.
Quem quer um marqueteiro técnico, que analisa números e pesquisas para planejar estratégias, não deve procurar João Santana. Ele é um profissional mais instintivo, com facilidade para captar uma ideia e criar slogans, nomes, uma embalagem. São de sua lavra, por exemplo, nomes como Minha Casa Minha Vida e Mais Médicos, dois dos mais conhecidos programas do governo petista.
A expansão de sua influência no PT – e, agora sabe-se, a proximidade com a construtora Odebrecht – levou Santana a fazer campanhas no exterior. Começou com a eleição de Mauricio Funes, em El Salvador, em 2009. Depois disso, elegeu mais cinco presidentes estrangeiros: Danilo Medina, na República Dominicana, em 2012; Hugo Chávez, na Venezuela, em 2012; José Eduardo dos Santos, em Angola, em 2012; e Nicolás Maduro, na Venezuela, em 2013. Perdeu uma eleição, no Panamá, com José Domingos Arias. Depois da campanha de 2014, João Santana sumiu do Brasil. Não voltou nem para a segunda posse de Dilma. Enviou o discurso, escrito com Sandra Brandão, reduzido no Palácio do Planalto por estar um pouco longo. João só reapareceu em 2015, para fazer o programa do PT, em março, aquele que foi recebido com panelaços em algumas capitais enquanto Dilma e Lula recitavam na TV os textos escritos por ele.
>> Leia toda a cobertura sobre Odebrecht
TAGS
DUDA MENDONÇA
JOÃO SANTANA
https://epoca.globo.com/tempo/noticia/2016/02/joao-santana-mais-que-um-marqueteiro.html
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Oração Ao Tempo (Remixed Original Album)
Caetano Veloso
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Oração Ao Tempo
Caetano Veloso
Letra
Significado
És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo, tempo, tempo, tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo, tempo, tempo, tempo
Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo, tempo, tempo, tempo
Entro num acordo contigo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo, tempo, tempo, tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo, tempo, tempo, tempo
Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo, tempo, tempo, tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo, tempo, tempo, tempo
Quando o tempo for propício
Tempo, tempo, tempo, tempo
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo, tempo, tempo, tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo, tempo, tempo, tempo
O que usaremos pra isso
Fique guardado em sigilo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Apenas contigo e migo
Tempo, tempo, tempo, tempo
E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Não serei nem terás sido
Tempo, tempo, tempo, tempo
Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo, tempo, tempo, tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Portanto, peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo, tempo, tempo, tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Composição: Caetano Veloso.
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Mulheres na História #119: VALENTINA TERESHKOVA, a primeira mulher a ir ao espaço
Canal História e Tu
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"Nunca é demais ressaltar que entre todos os seres vivos, o ser humano é o que possui qualidades que merecem destaque. Entre elas, a linguagem prima pelo seu límpido agir quando valoriza o expressar das emoções e sentimentos. Um conselho: nunca conclua nada ouvindo só um lado, o Outro também tem algo a dizer. O sigilo tem sua verdadeira comunicação na hora certa. Só esperamos que ninguém tenha o dissabor de errar a hora. Pense nisso."
Côn. Dr. Manuel Quitério de Azevedo
Professor do Seminário Arquidiocesano de Diamantina e da PUC-MG
Membro da Academia de Letras e Artes de Diamantina
Membro da Academia Marial – Aparecida – SP
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Cegueira Moral (Nova edição)
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Sinopse
Cegueira Moral (Nova edição)
Uma análise brilhante do novo mal que assola nossa época e nos anestesia perante o sofrimento alheio.
Em nossos dias, a maldade e a miopia ética se escondem naquilo que consideramos comum e banal na vida cotidiana. A violência e os desastres se tornaram tão constantes e são de tal modo naturalizados que estamos calejados de tanta desumanidade. E esse é apenas um dos sintomas dessa cegueira moral que caracteriza nossas sociedades. Com originalidade — e como um diálogo epistolar entre amigos —, esse mal contemporâneo é analisado por Zygmunt Bauman e pelo filósofo e cientista político Leonidas Donskis. Uma leitura fundamental e de grande interesse para todos aqueles que se preocupam com as mudanças mais profundas que, silenciosamente, moldam a vida dos homens na modernidade líquida
Ah, os nossos dias! Esse vasto cenário onde a maldade e a miopia ética se escondem nas dobras do cotidiano, camufladas naquilo que consideramos corriqueiro e banal. O espetáculo de violência e desastres tornou-se tão comum que nossa pele, antes sensível, agora se encontra calejada, insensível à desumanidade que nos circunda. E esse entorpecimento é apenas um dos muitos sintomas da cegueira moral que assola nossas sociedades modernas.
Em uma análise que se distingue pela originalidade e pela profundidade, Zygmunt Bauman e o filósofo e cientista político Leonidas Donskis nos convidam a um diálogo epistolar, como velhos amigos que discutem as inquietações do tempo presente. Em suas páginas, dissecam o mal contemporâneo com a precisão de cirurgiões da alma, revelando as entranhas das mudanças profundas que, silenciosamente, moldam a vida na modernidade líquida.
Esta leitura é, sem dúvida, fundamental e de imenso interesse para todos aqueles que se preocupam com as transformações silenciosas e insidiosas que permeiam nossa existência. Afinal, compreender os fluxos da modernidade líquida é essencial para navegar as águas turbulentas do presente, onde a moralidade se dissolve e se reconstrói em formas inesperadas.
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Foto de Vanitas Vanitatum. Omnia Vanitas do Stock | Adobe Stock
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#3 | Um Café com Machado de Assis (parte 1)
Carceller, café com leite e umas cositas más
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A frase "FIDELIDADE, SIGILO E ÉTICA" SACANAS E PICARETAS UNIDOS JAMAIS SERÃO GUARDIÃES DA MORALIDADE" parece uma declaração forte sobre a importância dos valores éticos e morais, destacando que aqueles que agem de forma desonesta ou inescrupulosa não podem ser considerados verdadeiros guardiões da moralidade.
Aqui está uma análise detalhada da frase:
FIDELIDADE, SIGILO E ÉTICA: Esses são princípios fundamentais que guiam comportamentos moralmente corretos. Fidelidade refere-se à lealdade e ao compromisso com a verdade e com os outros. Sigilo implica a capacidade de guardar informações confidenciais e respeitar a privacidade. Ética envolve seguir princípios morais e valores que definem o comportamento certo e justo.
SACANAS E PICARETAS: Esses termos são usados para descrever pessoas desonestas ou trapaceiras. Sacanas são indivíduos que agem de forma maliciosa ou enganadora, enquanto picaretas são conhecidos por praticar fraudes ou enganar os outros para benefício próprio.
UNIDOS JAMAIS SERÃO GUARDIÃES DA MORALIDADE: A frase sugere que, independentemente de quantas pessoas desonestas se unam, elas nunca serão capazes de defender ou representar a verdadeira moralidade. Isso porque a moralidade exige integridade e princípios éticos, qualidades que sacanas e picaretas não possuem.
Em resumo, a frase sublinha a ideia de que apenas aqueles que realmente aderem a valores como fidelidade, sigilo e ética podem ser considerados verdadeiros defensores da moralidade. A união de pessoas desonestas não pode substituir a necessidade de comportamentos éticos para manter a integridade moral.
REESCREVER NO ESTILO IRÔNICO E CÁUSTICO DE MACHADO DE DIALONGANDO METALINGUISTICAMENTE COM O ECLESIASTES, LIVRO DE CABECEIRA DO 'BRUXO DO COSME VELHO', AINDA QUE TIDO COMO ATEU E SUPOSTAMENTE TENHA RECUSADO O CONFORTO ESPIRITUAL EM SUA PASSAGEM DESTA TERRA DE FORMA DEFINITIVA, AINDA SEGUNDO AS FONTES QUE O ASSISTIAM DA SALA CONTÍGUA ONDE SE DESENROLAVA SEU DESENLACE DESTA VIDA POR NÃO TER A FÉ DOS CATÓLICOS.
ChatGPT
Ah, a fidelidade, o sigilo e a ética! Três palavras que, nas bocas dos sacanas e picaretas, soam como sinos rachados em meio ao caos de uma feira medieval. É curioso pensar que tais caracteres, cuja moralidade é tão maleável quanto a cera derretida, ousariam se considerar guardiões de qualquer virtude, quanto mais da moralidade. Mas, como nos ensina o sábio Eclesiastes, "tudo é vaidade e correr atrás do vento".
Sim, meus caros leitores, o bruxo do Cosme Velho, com sua ironia afiada e seu ceticismo bem temperado, certamente encontraria neste espetáculo de falsidade uma fonte inesgotável de sátira. E aqui estamos nós, a observar o desfile destes falsos moralistas, unidos em sua busca incessante por autopromoção e engano, acreditando piamente serem os novos arautos da virtude. Vejam só, que ironia tão saborosa!
Imaginemos, por um instante, o grande Machado de Assis, nosso querido Bruxo, a rir-se desta comédia humana. Ele, que em vida preferiu a companhia dos livros à dos clérigos, certamente perceberia o absurdo de sacanas e picaretas clamarem a posse da moralidade. E se, na sua derradeira hora, ele recusou os confortos espirituais, talvez tenha sido porque já vislumbrava a grande ironia da existência – aquela que nem os mais zelosos defensores da fé poderiam dissipar.
Ah, Eclesiastes! Livro de cabeceira do Bruxo, espelho de nossa vã filosofia. "Tudo é vaidade", proclama o pregador, e não há verdade mais clara quando olhamos para a pretensão dos desonestos em se travestirem de santos. Assim, sacanas e picaretas, unidos em sua mediocridade, jamais serão os guardiões da moralidade. Porque, no final das contas, a moral não se deixa enganar pelas aparências – ela requer substância, algo que esses personagens nunca possuirão.
Portanto, deixemos que se unam, que bradem suas mentiras aos quatro ventos. A moralidade verdadeira não se perturba, pois ela conhece bem a diferença entre a essência e a mera encenação. E nós, leitores astutos, continuamos a rir junto com o velho Machado, sabendo que, no grande teatro da vida, a última palavra sempre pertence à verdade.
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Decadência de Dois Grandes Homens eBook Kindle
por Machado de Assis (Autor) Formato: eBook Kindle
Este eBook foi convertido ao formato digital por uma comunidade de voluntários. Você pode encontra-lo gratuitamente online. A compra da edição Kindle inclui os custos da entrega sem fio.
LITERATURA BRASILEIRA
Textos literários em meio eletrônico
Decadência de dois grandes homens, de Machado de Assis
Edição referência: http://www2.uol.com.br/machadodeassis
Publicado originalmente em Jornal das Famílias 1873
Os antigos freqüentadores do Café Carceller hão de recordar-se de um velho que ali ia
todas as manhãs às oito horas, almoçava, lia os jornais, fumava um charuto, dormia cerca
de meia hora e saía. Estando de passagem no Rio de Janeiro, aonde viera para tratar
questões políticas com os ministros, atirei-me ao prazer de estudar todos os originais que
encontrava, e não tenho dúvida em confessar que até então só tinha encontrado cópias.
O velho apareceu a tempo; tratei de analisar o tipo.
Era meu costume — costume das montanhas mineiras — acordar cedo e almoçar cedo.
Ia fazê-lo ao Carceller, justamente à hora do velho, dos empregados públicos e dos
escreventes de cartório. Sentava-me à mesa que enfrentava com a do velho, e que era a
penúltima do lado esquerdo contando do fundo para a rua. Era ele homem de seus
cinqüenta anos, barbas brancas, olhos encovados, cor amarela, algum abdome, mãos
ossudas e compridas. Comia vagarosamente algumas fatias de pão-de-ló e uma chávena
de chocolate. Durante o almoço não lia; mas apenas acabado o chocolate, acendia um
charuto que tirava do bolso, que era sempre do mesmo tamanho, e que no fim de certo
tempo tinha a virtude de o fazer adormecer e deixar cair das mãos o jornal que estivesse
lendo. Encostava então a cabeça à parede, e dormia plácido e risonho como se algum
sonho agradável lhe estivesse dançando no espírito; às vezes abria os olhos,
contemplava o vácuo, e continuava a dormir tranqüilamente.
Indaguei do caixeiro quem era aquele freguês.
— Não sei, respondeu; almoça aqui há quatro anos, todos os dias, à mesma hora.
— Tem ele por aqui algum conhecido?
— Nenhum; aparece só e retira-se só.
Aguçava-me a curiosidade. Ninguém conhecia o velho; era mais uma razão para
conhecê-lo eu. Procurei travar conversa com o desconhecido, e aproveitei uma ocasião
em que ele acabava de engolir o chocolate e procurava com os olhos algum jornal.
— Aqui está este, disse-lhe eu, indo levar-lhe.
— Obrigado, respondeu-me o homem sem levantar os olhos e abrindo a folha.
Não obtendo mais nada, quis travar conversa por outro modo.
— Traz hoje um magnífico artigo sobre a guerra.
— Ah! disse o velho com indiferença.
Nada mais.
Voltei ao meu lugar disposto a esperar que o velho lesse, dormisse e acordasse.
Paciência de curioso, que ninguém a tem maior, nem mais fria. Ao cabo do tempo do
costume tinha o homem lido, fumado e dormido. Acordou, pagou o almoço e saiu.
Acompanhei-o imediatamente; mas o homem tendo chegado à esquina, voltou e foi até à
outra esquina, aonde se demorou, seguiu por uma rua, tomou a parar e a voltar, a ponto
que eu desisti de saber onde iria ele ter, tanto mais que nesse dia devia entender-me com
um dos membros do governo, e não podia perder a ocasião.
Quando no dia seguinte, eram 15 de março, voltei ao Carceller, encontrei lá com o meu
homem, assentado no lugar do costume; estava acabando de almoçar, almocei também;
mas desta vez guardou-me o misterioso velho uma surpresa; em vez de pedir um jornal e
fumar um charuto, encostou a cara nas mãos e começou a olhar para mim.
— Bom, disse eu; está amansado. Naturalmente vai dizer-me alguma coisa. Mas o
homem nada disse e continuou a olhar para mim. A expressão dos olhos, que de ordinário
era morta e triste, nessa ocasião tinha um quê de terror. Supondo que ele quisesse dizerme alguma coisa, fui o primeiro a dirigir-lhe a palavra.
— Não lê hoje os jornais?
— Não, respondeu-me ele com voz sombria; estou pensando...
— Em quê?
O velho fez um movimento nervoso com a cabeça e disse:
— São chegados os idos de março!
Estremeci ouvindo esta singular resposta, e o velho, como se não visse o movimento,
continuou:
— Compreende, não? É hoje um tristíssimo aniversário.
— A morte de César? perguntei eu rindo.
— Sim, respondeu o velho com voz cavernosa.
Não tinha que ver; era algum homem maníaco; mas que haveria de comum entre ele e o
vencedor das Gálias? A curiosidade cresceu; e aproveitei a disposição em que o velho
estava de travar conhecimento. Levantei-me e fui sentar-me à mesa dele.
— Mas que tem o senhor com a morte de César?
— O que tenho com a morte daquele grande homem? Tudo.
— Como assim?
O velho abriu a boca e ia responder, mas a palavra ficou-lhe no ar e o homem voltou à
taciturnidade habitual. Ocupei esse tempo em contemplá-lo mais detidamente e de perto.
Olhava ele para a mesa, com as mãos postas debaixo das orelhas; os músculos do rosto
estremeciam de quando em quando, e os olhos rolavam dentro das órbitas como favas
nadando em prato de molho. No fim de algum tempo olhou para mim, e eu aproveitei a
ocasião para dizer-lhe:
— Quer um charuto?
— Obrigado; eu só fumo dos meus; são charutos opiados, grande recurso para quem
quer esquecer um grande crime. Quer um?
— Não tenho crimes.
— Não importa; colherá prazer em fumá-lo.
Aceitei o charuto, e guardei-o.
— Consente que o guarde?
— Pois não, respondeu ele.
Outro silêncio mais prolongado. Vi que o homem não estava para conversa; a fronte se
lhe entristecia cada vez mais como a Tijuca quando está para cair temporal. Ao cabo de
alguns minutos, disse-lhe eu:
— Simpatizo muito com o senhor, quer que eu seja seu amigo?
Luziram os olhos do homem.
— Meu amigo? disse ele; oh! por que não? preciso de um, mas de um amigo verdadeiro.
Estendeu-me a mão, que eu lhe apertei com afeto.
— Como se chama? perguntei eu.
Sorriu o velho, soltou das cavernas do peito um longo e magoadíssimo suspiro, e
respondeu-me:
— Jaime. E o senhor?
— Miranda, doutor em medicina.
— É brasileiro?
— Sim, senhor.
— Meu patrício então?
— Creio.
— Meu patrício!...
E dizendo isto o velho teve um sorriso tão infernal, tão sombrio, tão lúgubre, que eu tive
idéia de me ir embora. Reteve-me a curiosidade de chegar ao fim. Jaime não prestava
atenção ao que se passava ali; e exclamava de quando em quando:
— Os idos de março! os idos de março!
— Olhe, meu amigo sr. Jaime, quer ir dar um passeio comigo?
Aceitou sem dizer palavra. Quando nos achamos na rua perguntei-lhe se preferia algum
lugar.
Respondeu-me que não.
Andamos ao acaso; eu procurava travar conversa a fim de distrair o homem dos idos de
março; e consegui a pouco e pouco que se tornasse mais conversador. Era então
apreciável. Não falava sem gesticular com o braço esquerdo, com a mão fechada, e o
dedo polegar aberto. Contava anedotas de mulheres e mostrava-se grande apreciador do
sexo amável; era exímio na descrição da beleza feminina. A conversa passou à história, e
Jaime exaltou os tempos antigos, a virtude romana, as páginas de Plutarco, Tito Lívio e
Suetônio. Sabia o Tácito de cor e dormia com Virgílio, disse ele. Seria um doido, mas
conversava com muito juízo.
Sobre a tarde tive fome e convidei-o a jantar.
— Comerei pouco, respondeu Jaime; estou indisposto. Ai! os idos de março!
Jantamos em hotel, e eu quis acompanhá-lo a casa, que era na Rua da Misericórdia.
Consentiu nisso com verdadeira explosão de alegria. A casa dizia com o dono. Duas
estantes, um globo, vários alfarrábios espalhados no chão, uma parte sobre uma mesa, e
uma cama antiga.
Eram seis horas da tarde quando entramos. Jaime tremia quando chegou à porta da sala.
— Que tem? perguntei-lhe eu.
— Nada, nada.
Mal entrávamos na sala, pulou da mesa, onde se achava acocorado, um enorme gato
preto. Não fugiu; saltou aos ombros de Jaime. Este tremeu todo e procurou aquietar o
animal passando-lhe a mão pelo lombo.
— Sossega, Júlio! dizia ele, enquanto eu com o olhar inspecionava o albergue do homem
e procurava cadeira onde me sentasse.
O gato pulou depois à mesa e fitou em mim dois grandes olhos verdes, fulminantes,
interrogadores; compreendi o susto do velho. O gato era modelo na espécie; tinha certo ar
de ferocidade da onça, de que era miniatura acabada. Era todo preto, pernas compridas,
longas barbas; gordo e alto, tendo uma extensa cauda que brincava no ar dando saltos
caprichosos. Tive sempre antipatia aos gatos; aquele causava-me horror. Parecia-me que
ia saltar sobre mim e esganar-me com as largas patas.
— Mande o seu gato embora, disse eu a Jaime.
— Não faz mal, respondeu-me o velho. Júlio César, não é verdade que tu não fazes mal a
este senhor?
O gato voltou-se para ele; e Jaime beijou repetidas vezes a cabeça do gato. Do susto
passara à efusão. Compreendi que seria pueril assustar-me quando o animal era tão
manso, ainda que não compreendi o medo do velho quando entrou. Haveria alguma coisa
entre aquele homem e aquele bicho? Não pude explicá-lo. Jaime acariciou o gato
enquanto eu por me distrair lia o título das obras que estavam nas estantes. Um dos livros
tinha no lombo este título: Metempsicose.
— Acredita na metempsicose? perguntei eu.
O velho, que estava ocupado em tirar o paletó e vestir um chambre de chita amarela,
interrompeu aquele serviço, para dizer-me:
— Se acredito? Em que queria o senhor que eu acreditasse?
— Um homem instruído, como o senhor, não devia crer em tolices desta ordem, respondi
abrindo a livro.
Jaime acabou de vestir o chambre, e veio a mim.
— Meu caro senhor, disse ele; não zombe assim da verdade; nem zombe nunca de
filosofia nenhuma. Toda a filosofia pode ser verdadeira; a ignorância dos homens é que
faz de uma ou de outra crença da moda. Contudo para mim, que as conheci todas, só
uma é a verdadeira, e é essa a que alude o senhor com tanto desdém.
— Mas...
— Não me interrompa, disse ele; quero convencê-lo.
Levou-me a uma poltrona de couro e obrigou-me a sentar ali. Depois foi sentar-se ao pé
da mesa, em frente a mim e começou a desenvolver a sua teoria, que eu ouvi sem
pestanejar. Jaime tinha a palavra fácil, ardente, impetuosa; animavam-se-lhe os olhos,
tremia-lhe o lábio, e a mão, a famosa mão esquerda, agitava no ar o dedo polegar aberto
e curvo como um ponto de interrogação.
Ouvi o discurso do homem, e não ousei contestar-lhe. Era evidentemente um doido; e
ninguém discute com homem doido. Jaime acabou de falar e caiu numa espécie de
prostração. Cerrou os olhos e ficou insensível alguns minutos. O gato saltou à mesa,
entre mim e ele, e começou a passar a mão pela cara de Jaime, o que o fez despertar
daquele abatimento.
— Júlio! Júlio! exclamava ele beijando o gato; será hoje? será hoje?
Júlio não parecia entender a pergunta; alteou o lombo, descreveu com a cauda algumas
figuras geométricas no ar, deu dois saltos e pulou ao chão.
Jaime acendeu um lampião, enquanto eu me levantava para me ir embora.
— Não se vá, meu amigo, disse-me Jaime; peço-lhe um favor.
— Qual?
— Fique comigo até a meia-noite.
— Não posso.
— Por quê? não imagina que favor me faria!
— Tem medo?
— Hoje tenho: são os idos de março.
Consenti em ficar.
— Não me dirá, perguntei eu, que tem o senhor com os idos de março?
— Que tenho? disse Jaime com os olhos em fogo. Não sabe quem sou?
— Pouco sei.
— Não sabe nada.
Jaime inclinou-se sobre a mesa e disse-me ao ouvido:
— Sou Marco Bruto!
Por mais extravagante que estas palavras pareçam ao frio leitor, confesso que me
causaram profunda sensação. Recuei a cadeira e contemplei a cabeça do velho.
Pareceu-me que a iluminava a virtude romana. Os olhos tinham fulgores de padre
conscrito; o lábio parecia estar fazendo uma oração à liberdade. Durante alguns minutos
saboreou ele silenciosamente a minha silenciosa admiração. Depois, sentando-se outra
vez:
— Marco Bruto sou, disse, ainda que esta revelação lhe cause espanto. Sou aquele que
encabeçou a momentânea vitória da liberdade, o assassino (em que me pese o nome!), o
assassino do divino Júlio.
E voltando os olhos para o gato, que estava sobre uma cadeira, entrou a contemplá-lo
com urna expressão de arrependimento e dor. O gato fitou nele os olhos verdes,
redondos, e nesta contemplação recíproca ficaram até que eu para obter maior explicação
do que presenciava, perguntei ao velho:
— Mas, sr. Bruto, se é aquele grande homem que assassinou César por que receia os
idos de março? César não voltou cá.
— A causa do meu receio ninguém a sabe; mas eu lhe direi francamente, pois é o único
homem que tem mostrado interesse por mim. Receio os idos de março, porque...
Estacou; enorme trovão rolou nos ares e pareceu abalar a casa até os alicerces. O velho
ergueu os braços e os olhos para o teto e fez mentalmente uma prece a algum deus do
paganismo.
— Será a hora? perguntou ele baixinho.
— De quê? perguntei.
— Do castigo. Ouça, mancebo; o senhor é filho de um século sem fé nem filosofia; não
conhece o que é a cólera dos deuses. Também eu nasci neste século; mas trouxe comigo
as virtudes da minha primeira aparição na terra: corpo de Jaime, alma de Bruto.
— Então já morreu antes de ser Jaime?
— Sem dúvida; é sabido que morri; ainda que eu desejasse negá-lo, aí estaria a História
para dizer o contrário. Morri; séculos depois, voltei ao mundo com esta forma que vê;
agora voltarei a outra forma e...
Aqui o velho começou a chorar. Consolei-o como pude, enquanto o gato, trepando à
mesa, veio acariciá-lo com uma afeição bem contrária à índole de uma onça. O velho
agradeceu as minhas consolações, e as carícias de Júlio. Aproveitei a ocasião para lhe
dizer que efetivamente eu imaginava que o ilustre Bruto devia ter aquela figura.
O velho sorriu.
— Estou mais gordo, disse ele; naquele tempo eu era magro. Coisa natural; homem gordo
não faz revolução. Bem o compreendia César quando dizia que não temia a Antônio e
Dolabela, mas sim àqueles dois sujeitos amarelos e magros e éramos Cássio e eu...
— Pensa então o senhor que...
— Penso que homem gordo não faz revolução. O abdome é naturalmente amigo da
ordem; o estômago pode destruir um império; mas há de ser antes de jantar. Quando
Catilina encabeçou a célebre conjuração a quem foi procurar? Foi procurar a gente que
não tinha um sestércio de seu; a turba dos clientes, que vivia de espórtulas, não os que
viviam pomposamente em Túsculo ou Baïas.
Achei curiosa a doutrina e disse a propósito algumas palavras que nos distraíram do
assunto principal.
O genro de Catão continuou:
— Não lhe contarei, pois sabe a História, a conjuração dos idos de março. Apenas lhe
direi que eu entrara naquela sinceramente, porquanto, como muito bem disse um poeta
inglês, que depois me meteu em cena, eu matei César, não por ódio a César, mas por
amor da República.
— Apoiado!
— O senhor é deputado? perguntou o velho sorrindo.
— Não, senhor.
— Pensei. Aproveito a ocasião para dizer-lhe que a tática parlamentar de tomar tempo
com discursos até o fim das sessões não é nova.
— Ah!
— Foi inventada por meu ilustre sogro, o incomparável Catão, quando César, voltando
vencedor da Espanha, queria o triunfo e o consulado. A assembléia inclinava-se a favor
do pretendente; Catão não teve outro meio: subiu à tribuna e falou até a noite, falou sem
parar um minuto. Os ouvintes ficaram estafados com a arenga, e César vendo que não
podia ceder a um homem daquele calibre, dispensou o triunfo, e veio pleitear o consulado.
— De maneira que hoje quando um orador toma o tempo até o fim da hora?...
— Está na altura de Catão.
— Tomo nota.
— Ah! meu rico senhor, a vida é uma eterna repetição. Todos inventam o inventado.
— Tem razão.
— Matamos o divino Júlio, e mal lhe posso dizer o assombro que se seguiu ao nosso
crime... Crime lhe chamo porque reconheço hoje que o era; mas sou obrigado a dizer que
o ilustre César ofendera a majestade romana. Eu não fui o inventor da conjuração; toda a
gente estava inspirada dos meus desejos. Eu não podia entrar no senado que não
achasse essa cartinha: “ ou então: “. De toda a parte me instigaram. Uniram-se todos os
ódios ao meu, e o mundo presenciou aquela tremenda catástrofe...
Jaime ou Bruto, que eu realmente não sei como lhe chame, concentrou um pouco o seu
espírito; depois levantou-se, foi à porta, espiou, deu uma carreirinha e veio sentar-se
defronte de mim.
— Há de ter lido que a sombra de César me apareceu depois duas vezes, sendo que, da
segunda, veio silenciosa e silenciosa foi. É um erro. Da segunda vez foi que eu ouvi
tremendo segredo que lhe vou revelar. Não o disse a ninguém por medo, e medo do que
se dissesse de mim. Vá, abra os ouvidos...
Nesse momento o gato começou a dar saltos vertiginosos.
— Que diabo é isto? disse eu.
— Não sei; creio que está com fome. São horas de cearmos.
Jaime-Bruto foi buscar a ceia do gato, e trouxe para a mesa um assado frio, pão, queijo
inglês, e vinho italiano e figos secos.
— Os vinhos italianos são uma recordação de minha vida anterior, disse ele. Quanto aos
figos, se não são de Túsculo, ao menos os fazem lembrar.
Comemos tranqüilamente; eram então oito horas, e o velho estava ansioso que batessem
as doze. Ao cabo de meia hora acendeu ele um charuto, e eu o mesmo que ele me havia
dado de manhã, e continuamos a falar de César.
— Apareceu-me a sombra, disse ele, e desenrolou um libelo dos males que eu havia feito
à República com a morte dele, e ao mesmo tempo acrescentou que o meu crime nada
salvara, pois era inevitável a decadência da República. Como eu respondesse um pouco
irritado, a sombra soltou estas fatídicas palavras: “
Tirei o charuto da boca, e contemplei a cara do meu interlocutor. Era impossível que não
estivesse próximo um acesso de loucura; mas o olhar do homem conservava a mesma
inteligência e serenidade. Ele respirava a fumaça com delícias e olhava, ora para o teto,
ora para o gato.
— É um doido manso, pensei eu, e continuei a fumar enquanto o velho continuou:
— Compreende o senhor por que motivo receio esses malditos idos de março, aniversário
do meu crime.
Atirou fora o charuto.
— Não fuma? perguntei eu.
— Destes não fumo hoje.
— Quer dos meus?
— Aceito.
Dei-lhe um charuto, que ele acendeu, e eu continuei a fumar o dele, que me fazia sentir
delícias inefáveis. Ia-se-me o corpo ficando mole; estendi-me na poltrona e prestei
ouvidos ao anfitrião.
Este passeava vagarosamente, gesticulando, rindo sem motivo, outras vezes chorando,
tudo como quem tem alguma mania na cabeça.
— Não me dirá, perguntei eu, se é neste gato que está a alma de Júlio?
— Sem dúvida, é neste bicho que se meteu a alma daquele grande homem, o primeiro do
universo.
O gato não pareceu reparar nessa adulação póstuma do nobre Bruto, e foi colocar-se no
sofá em ação de querer dormir. Pus os olhos no animal, e admirei o que eram os destinos
humanos. César estava reduzido à condição de animal doméstico! Aquele gato, que
estava ali diante de mim, tinha escrito os Comentários, subjugado os Gauleses, vencido
Pompeu, destruído a República. Saciava-se agora com uma simples ceia, quando outrora
queria dominar todo o universo.
Jaime veio tirar-me das minhas cogitações.
— Poderia eu ter alguma dúvida acerca da identidade deste animal, disse ele; mas tudo
me prova que é ele o meu divino Júlio.
— Como?
— Apareceu-me aqui uma noite sem que a porta estivesse aberta e começou a olhar para
mim. Quis pô-lo fora; impossível. Então lembrou-me a ameaça da sombra. — “, disse eu,
chamando o gato; e imediatamente começou ele a fazer-me festas. Era fado ou ocasião:
mais tarde ou mais cedo o meu túmulo é o ventre deste nobre animal.
— Acho que não tem razão de crer...
— Ah! meu caro doutor... é razão e mais que razão. Quer ver? Júlio César!
O gato, apenas ouviu este nome, pulou do sofá e começou a dar saltos mortais por cima
de um Niágara imaginário, a ponto de me obrigar a sair da cadeira e ir para o sofá.
— Aquieta-te, Júlio! disse o velho.
O gato sossegou; trepou para uma poltrona e ali arranjou como a seu gosto.
Quanto a mim, sentindo no corpo um delicioso torpor, estendi-me no sofá e continuei a
pasmar ouvindo a narração do meu Jaime-Bruto.Durou esta ainda uma boa meia hora;
falou-me o homem das coisas da República, da timidez de Cícero, da versatilidade do
povo, da magnanimidade de César, da política de Otávio. Elogiou muito a antiga esposa
de quem conservava eternas saudades; e por fim calou-se.
Nenhum rumor, o trovão não trouxera chuva; as patrulhas andavam por longe; nenhum
caminhante feria as pedras da rua. Eram mais de dez horas. O meu anfitrião, sentado na
cadeira de couro, olhava para mim, abrindo dois grandes olhos e eis que estes começam
a crescer lentamente, e já ao fim de alguns minutos pareciam no tamanho e na cor as
lanternas dos bondes de Botafogo. Depois, começaram a diminuir até ficarem muito
abaixo do tamanho natural. A cara foi-se-lhe alongando e tomando proporções de focinho;
caíram as barbas; achatou-se o nariz; diminuiu o corpo, assim como as mãos; as roupas
desapareceram; as carnes tomaram uma cor escura; saiu-lhe uma extensa cauda, e eis o
ilustre Bruto, a saltar sobre a mesa, com as formas e as visagens de um rato.
Senti os cabelos eriçados; tremia-me o corpo; batia-me o coração.
No mesmo instante, o gato saltou à mesa e avançou para ele. Fitaram-se alguns
instantes, o que me trouxe à memória aqueles versos de Lucano, que o sr. Castilho José
nos deu magistralmente assim:
Nos altos, frente a frente, os dois caudilhos,
Sôfregos de ir-se às mãos, já se acamparam.
Após curto silêncio, o gato avançou para o rato; o rato pulou ao chão, e o gato atrás dele.
Subiu o rato ao sofá, e o gato também. Onde Bruto se escondesse, lá se metia César, às
vezes o primeiro encarava de frente o segundo, mas este não se assustava com isso, e
avançava sempre. Gemidos e roncos ferozes eram a orquestra desta dança infernal.
Exausto de uma luta impossível, o rato deixou-se cair arquejante, e o gato pôs-lhe a pata
em cima.
Que pena descreveria o olhar triunfante de César quando viu debaixo de si o miserando
Bruto? Não conheço nada em poesia ou pintura — nem sequer na música chamada
imitativa —, nada conheço que produza a impressão que me produziu aquele grupo e
aquele olhar. De uma rivalidade secular, que lutou à luz do sol e da História, passava-se
ali o último ato, dentro de uma sala obscura, tendo por espectador único um provinciano
curioso.
O gato tirou a pata de cima do rato; este deu alguns passos; o gato tomou a pegá-lo;
repetiu a cena uma porção de vezes; e se isto era natural de um gato, não era digno de
César. Acreditando que me ouvissem, exclamei:
— Não o tortures mais!
O gato olhou para mim e pareceu compreender-me; efetivamente atirou-se ao rato com
uma ânsia de quem esperava há muito aquela ocasião. Vi — que horror! — vi o corpo do
nobre Bruto passar todo ao estômago do divino César, vi isto, e não lhe pude valer,
porque eu tinha a presunção de que as armas da terra nada podiam contra aquela lei do
destino.
O gato não sobreviveu à vingança. Apenas comeu o rato, caiu trêmulo, miou alguns
minutos e faleceu.
Nada mais restava daqueles dois homens de Plutarco.
Contemplei o quadro algum tempo; e fiz tais reflexões acerca das evoluções históricas e
das grandezas humanas, que bem podia escrever um livro que faria a admiração dos
povos.
De repente, duas luzes surgiram dos restos miserandos daquele par da Antigüidade; duas
luzes azuis, que subiram lentamente até o teto; o teto abriu-se e eu vi distintamente o
firmamento estrelado. As luzes subiram no espaço.
Força desconhecida me levantou também do sofá, e eu acompanhei as luzes até meio
caminho. Depois seguiram elas, e eu fiquei no espaço, contemplando a cidade iluminada,
tranqüila e silenciosa. Fui transportado ao oceano, onde vi uma concha à minha espera,
uma verdadeira concha mitológica. Entrei nela e comecei a andar na direção do oeste.
Prossegui esta amável peregrinação de um modo verdadeiramente mágico. De repente
senti que o meu nariz crescia desmesuradamente; admirei o sucesso, mas uma voz
secreta me dizia que os narizes são sujeitos a transformações inopinadas — razão pela
qual não me admirei quando o meu apêndice nasal assumiu sucessivamente a figura de
um chapéu, de um revólver e de uma jaboticaba. Voltei à cidade; e entrei nas ruas
espantado, porque as casas me pareciam todas voltadas com os alicerces para cima,
coisa sumamente contrária à lei das casas, que devem ter os alicerces embaixo. Todos
me apertavam a mão e perguntavam se eu conhecia a ilha das chuvas, e como eu
respondesse que não, fui levado à dita ilha que era a Praça da Constituição e mais o seu
jardim pomposamente iluminado.
Nesta preocupação andei até que fui levado outra vez à casa onde se passara a tragédia
referida acima. A sala estava só; nem vestígio dos dois homens ilustres. O lampião estava
a expiar. Sai aterrado e desci as escadas até chegar à porta onde achei a chave. Não
dormi nessa noite; a madrugada veio surpreender-me com os olhos abertos,
contemplando de memória o miserando caso da véspera.
Fui almoçar ao Carceller.
Qual não foi o meu espanto quando lá encontrei vivo e são aquele que eu supunha na
eternidade?
— Venha cá, venha cá! disse ele. Por que saiu ontem de casa sem falar?
— Mas... o senhor... pois César não o engoliu?
— Não. Esperei a hora fatal, e apenas ela passou, dei gritos de alegria e quis acordá-lo;
mas o senhor dormia tão profundamente que achei melhor ir fazer o mesmo.
— Céus! pois eu...
— Efeitos do charuto que lhe dei. Teve belos sonhos, não?
— Todos, não; sonhei que o gato o engolia...
— Ainda não... Agradeço-lhe a companhia; agora esperarei o ano que vem. Quer
almoçar?
Almocei com o homem; no fim do almoço ofereceu-me ele um charuto, que eu recusei
dizendo:
— Nada, meu caro; vi coisas terríveis esta noite...
— Falta de costume...
— Talvez.
Saí triste. Procurava um homem original e achei um maluco. Os de juízo são todos
copiados uns dos outros. Consta-me até que aquele mesmo homem de Plutarco, freguês
do Carceller, curado por um hábil médico, está agora tão comum como os outros. Acabou
a originalidade com a maluquice. Tu quoque, Brute?
Núcleo de Pesquisas em Informática, Literatura e Lingüística
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vanitas vanitatum et omnia vanitas
Lexicógrafa responsável: Débora Ribeiro
Significado de Vanitas vanitatum et omnia vanitas
expressão
Vaidade das vaidades, tudo é vaidade, frase bíblica encontrada no livro de Eclesiastes, capítulo I, versículo 2, que enfatiza a pequenez das coisas diante da imensidão do mundo.
Etimologia (origem de vanitas vanitatum et omnia vanitas). Da citação latina vanitas vanitatum et omnia vanitas, "vaidade das vaidades é tudo vaidades".
Informações relevantes
Passagem inteira em português que contém esta frase traduzida, retirada do Livro de Eclesiastes, capítulo I, versículos do 1 ao 3.
"Palavras do pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém. Vaidade de vaidades, diz o pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade. Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?"
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