domingo, 30 de junho de 2024

I - ITARARÉ

No meio de indicIado pela Polícia Federal (PF) tinha indIcado pelo União Brasil (UB) ------------ ----------- No Meio do Caminho Carlos Drummond de Andrade Letra Significado No meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho Tinha uma pedra No meio do caminho tinha uma pedra Nunca me esquecerei desse acontecimento Na vida de minhas retinas tão fatigadas Nunca me esquecerei que no meio do caminho Tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra
----------- Revista Time dedica capa para Joe Biden com a palavra 'pânico' A canção "Itararé" de José Luis Rodrigues Calazans, gravada em 1930 por Jararaca, é uma embolada que reflete um momento histórico e cultural do Brasil. A letra da música faz referências diretas à Revolução de 1930, um evento marcante na história política brasileira que resultou na ascensão de Getúlio Vargas ao poder. A Revolução de 1930 foi um movimento armado liderado por Vargas que colocou fim à República Velha, dominada pela política do café com leite, um revezamento de poder entre as elites de São Paulo e Minas Gerais. Análise da Letra A letra de "Itararé" narra a jornada de um homem que, após uma desavença conjugal, deixa sua terra natal em Bagé, Rio Grande do Sul, e se junta aos combatentes na cidade de Itararé, um ponto estratégico durante a Revolução de 1930. A cidade de Itararé, situada no estado de São Paulo, ficou famosa pela batalha que nunca ocorreu, pois a revolução foi vitoriosa antes que o confronto se iniciasse. Estrofes e Temas Principais Deslocamento e Desafios: O narrador relata sua viagem forçada e as dificuldades encontradas no caminho, simbolizando a determinação dos revolucionários. "Sou fio do Rio Grande / Da cidade de Bagé / Fiz uma marcha forçada / Vim parar em Itararé" Preparação e Ambiente: Descreve a atmosfera de preparação para a batalha, com a presença de armamentos e alimentos típicos da cultura gaúcha, como churrasco, mate e café. "Itararé, Itararé / Tava tudo em pé do fogo, / Churrasco, mate, café" União e Liderança: Menciona a presença de figuras militares de diferentes patentes e a participação de civis, mostrando a ampla mobilização em torno da causa. "Tudo ali se reunia / Generá e coroné / Cabo, sargento e sordado / Pai, criança e muié" Liderança de Juarez Távora: Referência ao general Juarez Távora, um dos líderes revolucionários, destacando sua atuação no Nordeste e seu impacto na revolução. "Generá Juarez Távora / Montado num corcé / Dominando todo o Norte / Provou o que o Norte é" Objetivo Revolucionário: O objetivo dos revolucionários de tomar o Catete, sede do governo federal, refletindo o desejo de mudança política. "Vamos tomar o Catete / Porque o povo requer" Contexto Histórico A Revolução de 1930 foi um divisor de águas na história brasileira. Getúlio Vargas, com o apoio de diversos setores da sociedade, incluindo militares, políticos dissidentes e a classe média, conseguiu destituir o presidente Washington Luís e impedir a posse de Júlio Prestes, o presidente eleito em 1930. A revolução marcou o fim da Primeira República e o início da Era Vargas, caracterizada por profundas reformas políticas, econômicas e sociais. Importância Cultural A música "Itararé" é uma expressão cultural que captura o espírito da época e os sentimentos dos participantes da revolução. A embolada, um gênero musical popular do nordeste brasileiro, é utilizada aqui para narrar eventos históricos de forma ritmada e envolvente, preservando a memória e o folclore associados ao movimento revolucionário. Conclusão "Itararé" de Jararaca é mais do que uma simples canção; é um documento histórico que oferece um vislumbre das emoções e das condições enfrentadas pelos revolucionários de 1930. Através de sua letra e melodia, a música perpetua a memória de um período crucial na história do Brasil, destacando a coragem e a determinação daqueles que lutaram por mudanças políticas e sociais no país. ---------- Jararaca - ITARARÉ - José Luis Rodrigues Calazans - gravação de 1930 luciano hortencio 31.968 visualizações 25 de nov. de 2014 Jararaca - ITARARÉ - José Luis Rodrigues Calazans. Gravação de 1930. http://www.jornalggn.com.br/blog/luci... Quando vim de minha terra Vim brigado com a muié Invêis di vim a cavalo Eu vim mesmo de a pé Sou fio do Rio Grande Da cidade de Bagé Fiz uma marcha forçada Vim parar em Itararé Itararé, Itararé Tava tudo em pé do fogo, Churrasco, mate, café (bis) Espingarda, carabina Revolver, laço e cuité Metralhadora e facão (...............) arioplano e granada. Carro forte, Chevrolet Cavalaria e trincheira Tudo tinha em Itararé Itararé, Itararé Tava tudo em pé do fogo, Churrasco, mate, café (bis) Tudo ali se reunia Generá e coroné Cabo, sargento e sordado Pai, criança e muié A gente andava deitado E dormia mesmo em pé. Tinha cobra na picada Mas chegamo em Itararé Itararé, Itararé Tava tudo em pé do fogo, Churrasco, mate, café (bis) Generá Juarez Távora Montado num corcé Dominando todo o Norte Provou o que o Norte é De Sergipe ao Amazonas O chefe batendo pé Quando ia pra Bahia Nós ia pra Itararé Itararé, Itararé Tava tudo em pé do fogo, Churrasco, mate, café (bis) Que batuta os nossos chefes Todos os dias estão em pé Que nunca temeram a morte Dizendo por São José Vamos tomar o Catete Porque o povo requer Agora você me diga Se é assim mesmo ou não é Itararé, Itararé Tava tudo em pé do fogo, Churrasco, mate, café (bis) Quando vim de minha terra Vim brigado com a muié Invêis di vim a cavalo Eu vim mesmo de a pé Sou filho do Rio Grande Da cidade de Bagé Fiz uma marcha forçada Vim parar em Itararé Samuel Machado Filho: Embolada em gravação lançada pela Columbia em outubro de 1930, disco 7039-A, matriz 380911. https://youtu.be/i8qaEIvX9kE ----------
----------- _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ O artigo de Luiz Carlos Azedo, publicado no Correio Braziliense, oferece uma análise detalhada sobre os desafios enfrentados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu atual mandato. Após 546 dias no poder, Lula encontra um cenário político muito diferente de seus governos anteriores, enfrentando um Congresso conservador, oposição de massas liderada por Jair Bolsonaro e governadores adversários em estados chave como São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Paraná. Desafios Políticos de Lula Congresso Conservador: Lula se depara com um Congresso que frequentemente se opõe a ele, tornando a governabilidade mais difícil. Oposição de Massas: Bolsonaro, mesmo inelegível, continua a exercer influência significativa, buscando eleger o maior número possível de prefeitos aliados nas próximas eleições municipais. Governadores Adversários: Em estados importantes, Lula enfrenta governadores que não são aliados, o que complica ainda mais sua administração. Estratégias e Adaptações Para não sucumbir a esses desafios, Lula tem adotado algumas estratégias: Apoio em Eleições Locais: Para evitar conflitos com aliados poderosos, Lula tem apoiado candidatos de outros partidos em cidades chave, como Guilherme Boulos (PSol) em São Paulo e Eduardo Paes (PSD) no Rio de Janeiro. Possível Ajuste Ministerial: Após as eleições municipais, Lula poderá considerar um balanço geral do ambiente político e realizar mudanças significativas em sua equipe ministerial. Influências Externas e a Reeleição de Biden A análise também destaca a importância das eleições presidenciais dos Estados Unidos para Lula. A reeleição de Joe Biden seria positiva para o governo brasileiro, enquanto uma vitória de Donald Trump poderia representar uma ameaça, dada a provável aliança com Bolsonaro. Encontros Políticos e Diagnósticos O artigo menciona reuniões organizadas por Gilberto Kassab, presidente do PSD, onde políticos de várias tendências discutem a conjuntura política. As conclusões dessas reuniões apontam que: O Congresso inverteu a relação de dependência com o Executivo. O ministério de Lula é politicamente fragmentado. A narrativa do governo está descolada das redes sociais. O cenário internacional está repleto de incertezas econômicas e políticas. Reflexões Finais O artigo conclui com uma reflexão sobre a necessidade de adaptação às novas realidades do mundo, citando o clássico "As Mil e Uma Noites" e "O Príncipe" de Nicolau Maquiavel. Lula precisará usar suas virtudes políticas para se manter no poder diante das mudanças conjunturais, um tema central também discutido em reuniões políticas que sinalizam a necessidade de um governo mais conectado com as redes sociais e adaptado às novas dinâmicas do Congresso e do cenário internacional. Considerações Em resumo, o texto de Luiz Carlos Azedo destaca a complexidade do cenário político enfrentado por Lula e a necessidade de estratégias adaptativas para continuar governando eficazmente. O panorama apresentado reforça a importância de uma liderança política que sabe navegar entre alianças, oposição e influências externas, especialmente em tempos de grande polarização e incertezas globais. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
"...ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), indiciado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de desvio de verbas de emendas do Orçamento da União." domingo, 30 de junho de 2024 Luiz Carlos Azedo - Para não sucumbir, Lula precisa adaptar-se à nova realidade Correio Braziliense Joe Biden, aos 81 anos, após perder o debate com Trump, resiste às pressões para desistir da reeleição. Repete o roteiro dos que não querem se retirar antes de o sol se pôr O presidente Luiz Inácio Lula da Silva completa hoje 546 dias de governo, 34 dias a menos do que o período em que esteve preso em Curitiba. São, portanto, 78 semanas, quase 18 meses e pouco menos do que um ano e meio de poder. Ao contrário de seus governos anteriores, divide o protagonismo político da nação com um Congresso conservador, que muitas vezes lhe dá uma invertida; um ex-presidente capaz de lhe fazer oposição de massas, o que antes era uma quase exclusividade do petismo; e governadores adversários — em São Paulo, Tarcísio de Freitas (PR); Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); e Paraná, Ratinho Jr. (PSD). A menos de 100 dias das eleições municipais, que se caracterizam por fortes disputas locais, o que se vê é uma tendência de polarização nas grandes cidades, protagonizada por Jair Bolsonaro, que está inelegível e precisa manter seu poder de influência elegendo o maior número possível de prefeitos aliados. Ao contrário, Lula pisa em ovos para não confrontar interesses locais de aliados poderosos, o que significa abrir mão de candidaturas petistas em muitas cidades, algumas de muita projeção nacional, como São Paulo — onde apoia Guilherme Boulos (PSol) — e Rio de Janeiro — vai de Eduardo Paes (PSD), o atual prefeito, que busca a reeleição. Se no âmbito nacional a polarização o beneficia, nas eleições municipais o atrapalha. Será inevitável um balanço geral do ambiente político após as eleições e um ajuste de rota do governo, talvez até uma mexida forte na equipe ministerial, o que Lula tenta evitar —, mesmo em casos como o do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), indiciado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de desvio de verbas de emendas do Orçamento da União. Quando Lula decidir se disputará ou não a reeleição, lá pelos mil dias de governo, um dos fatores que pesarão na balança será o resultado das eleições presidenciais dos Estados Unidos. Não por acaso, já manifestou apoio incondicional à reeleição do presidente Joe Biden. As eleições americanas são para Lula o que os manuais de planejamento estratégico chamam de externalidade, uma variável que não depende do seu governo. Se Biden for reeleito, será positiva (oportunidade) e o assessor especial para relações internacionais Celso Amorim poderá continuar flertando com o antiamericanismo. Porém, será negativa (ameaça) caso Donald Trump continue favorito e vença a eleição, porque seu apoio ao candidato de Bolsonaro será inequívoco e ostensivo. A águia americana tem asas longas e voa longe, mas seu rumo dependerá desse resultado. O debate eleitoral entre Biden e Trump mostrou que as eleições americanas representam uma ameaça para o governo Lula. O atual presidente dos EUA, que isolou o líder russo Vladmir Putin em praticamente todo o Ocidente e tenta conter o avanço da China na economia global, era um homem acuado, hesitante, com falhas de raciocínio e frases desconexas ou incompletas. Mesmo com todas as mentiras de Trump, seu desempenho deixou em pânico os democratas e acendeu uma luz amarela nas chancelarias de seus aliados. Além disso, as pesquisas dão resiliente vantagem para Trump. Lula precisa considerar esse cenário. Fortuna e virtude O The New York Times, em editorial, traduziu as preocupações do establishment norte-americano: “Para servir este país, o presidente Biden deveria deixar a corrida”. Aos 81 anos, porém, ele não jogou a toalha e resistiu às pressões para abandonar a reeleição. Repete o roteiro dos que não querem se retirar antes de o sol se pôr: “Sei que não sou mais um jovem. Não caminho com tanta facilidade, não falo com tanta fluidez, não debato tão bem quanto antes, mas sei o que sei: como dizer a verdade”, disse no dia seguinte, na Carolina do Norte. “Dou a vocês minha palavra. Não voltaria a me candidatar se não acreditasse, com todo o meu coração e minha alma, que posso fazer esse trabalho”, completou. Trump, com 78 anos, é apenas três anos mais jovem, mas aparenta muito vigor físico e rapidez de raciocínio, ainda que minta muito, tenha ideias estapafúrdias e agenda reacionária. “Aquele que não sabe adaptar-se às realidades do mundo sucumbe infalivelmente aos perigos que não soube evitar. Aquele que não prevê a consequência dos seus atos não pode conservar os favores do século”, diz o Grão Vizir para sua filha, a princesa Sherazade, em “O pescador e o gênio”, do clássico da literatura árabe As mil e uma noites. A obra anônima reúne contos populares do Oriente Médio e do Sul da Ásia, entre os quais as histórias de Aladim e a lâmpada mágica e de Ali Baba e os 40 ladrões. Uma vez por mês, num domingo à noite, o ex-prefeito Gilberto Kassab, presidente do PSD, reúne um grupo de políticos de diversas tendências para jantar em sua casa, entre os quais velhas raposas do Congresso. Nessas reuniões, discute-se conjuntura e se fazem diagnósticos, que dias depois começam a circular em conversas com outros políticos e jornalistas. No último encontro, chegou-se a quatro conclusões: o governo Lula lida com um Congresso rico e poderoso, que inverteu a relação de dependência com o Executivo; seu ministério é um arquipélago político, no qual cada ministro cuida do seu quintal; a narrativa do governo está descolada das redes sociais, que hoje formam a opinião política da sociedade; e o cenário internacional carrega incertezas econômicas e políticas com as quais Lula não está sabendo lidar. Como aquele príncipe que já não pode contar com muita fortuna diante da mudança de conjuntura, Lula dependerá muito mais das próprias virtudes para manter-se no poder. A propósito, O Príncipe, de Nicolau Maquiavel, clássico dos clássicos da política e publicado em 1532, está entre os livros mais vendidos da semana. Trata, fundamentalmente, de como chegar, exercer e manter o poder. Vale a pena a edição comentada por Napoleão Bonaparte e Cristina da Suécia. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ------------ https://www.youtube.com/shorts/EzDWu5iHavI?app=desktop ----------- A FRANÇA E A INGLATERRA INISTEM EM CONTRARIAR O LEMA "AONDE A VACA VAI O BOI VAI ATRÁS" ChatGPT O ditado "aonde a vaca vai o boi vai atrás" geralmente implica que um país segue o exemplo de outro em determinadas decisões ou políticas. No caso da França e do Reino Unido, historicamente, eles têm tradições políticas, sistemas eleitorais e contextos sociais bastante distintos, o que muitas vezes os leva a adotar abordagens diferentes mesmo diante de desafios semelhantes. Por exemplo, nas eleições mencionadas, ambos os países têm sistemas eleitorais e políticos únicos. Enquanto a França utiliza um sistema distrital com a possibilidade de dois turnos nas eleições legislativas, o Reino Unido adota um sistema "first past the post" para suas eleições parlamentares. Essas diferenças refletem as características únicas de suas democracias e as preferências políticas de seus eleitores. Além disso, as decisões internas de antecipar eleições, como descrito no texto anterior, também destacam como esses países podem agir de maneira independente em relação às suas próprias leis e tradições políticas, sem necessariamente seguir um ao outro. Portanto, apesar de serem países próximos geograficamente e com algumas interações históricas significativas, França e Reino Unido muitas vezes optam por caminhos diferentes em termos políticos e eleitorais, mostrando que cada um segue sua própria trajetória conforme as circunstâncias e as demandas internas.
----------- Arquivos Arlindo Fernandes de Oliveira - Fundação Astrojildo Pereira ---------- Eleições na França e no Reino Unido Arlindo Fernandes de Oliveira Regimes democráticos estáveis convivem com eleições regulares e previsíveis, com calendário previsto nas leis. Entretanto, dois países com maior tradição democrática do Ocidente realizam eleições neste domingo (dia 30 de junho, a França, em 1º turno, o 2º será no dia 6 de julho) e no próximo dia 4 (o Reino Unido, em turno único), em contexto opostos seja no que diz respeito aos resultados, seja quanto à sua previsibilidade. Ambos os pleitos foram antecipados, em relação do calendário eleitoral da legislação de regência, e sua antecipação ocorreu dentro de regras previstas nessa legislação: na França, o Presidente, Chefe de Estado, tem esse poder (depois de decorrido um ano após a última eleição), e, no Reino Unido, o Primeiro-Ministro tem a prerrogativa. Ambos anteciparam a eleição em meses (UK) ou em mais de um ano (França) diante das dificuldades políticas que enfrentaram. As eleições são nacionais no sentido de que se realizam em todo o País, mas não no sentido da forma de disputa concreta. A França e no Reino Unido adotam o sistema eleitoral distrital, com diversas distinções entre um e outro país. Nesse sistema, ocorrem tantas eleições quantos distritos houver. Ou seja, há 577 eleições na França, neste domingo, cada uma definindo um deputado da Assembleia Nacional; e, no Reino Unido, há 650 pleitos, em número igual de distritos, neste caso um único turno. Quer dizer, no Reino Unido prevalece a maioria relativa dos eleitores de cada distrito; quem tiver mais votos no distrito está eleito (sistema first past the post), ainda que obtenha apenas poucos votos mais do que o segundo colocado, e que a soma dos votos dos adversários seja maior do que sua votação. Na França é mais complicado para um candidato ser eleito em primeiro turno: ele tem que receber mais votos do que a soma dos votos de seus adversários com os votos em branco e os nulos e, além disso, receber a votação de 25% do total de eleitores inscritos na circunscrição, exigência que se torna mais difícil de alcançar quanto o comparecimento às eleições é mais baixo. O voto não é obrigatório, nem na França nem no Reino Unido, o que traz outro complicador para a análise. Estima-se alta abstenção no Reino Unido e comparecimento expressivo (dois terços do eleitorado) na França. Os trabalhistas de Keir Starmer No Reino Unido as pesquisas indicam a provável vitória do Partido Trabalhista, liderado pelo advogado, que representa um distrito da região de Essex, Keir Starmer, um moderado que substitui a Jeremy Corbyn, ligado à esquerda, na liderança do Labour, partido que está há 14 anos na oposição a diversos gabinetes conservadores. Apontado pela mídia como pouco carismático por não entusiasmar muito o eleitorado, o trabalhista é assessorado por uma economista do Banco da Inglaterra, a quem se atribui um programa econômico à moda “Tony Blair”. Ele responde aos críticos dizendo ser “candidato a Primeiro-Ministro, e não a diretor de circo”. Por falar em diretor de circo, o previsível fracasso de Partido Conservador ampliou o espaço a extrema direita, liderada pelo histriônico Nigel Farage, conhecido por sua campanha em favor do Brexit, e por liderar esse segmento político, tendo por instrumento diversas siglas (Ukip, em primeiro, lugar, depois outro, e agora o Partido da Reforma). As pesquisas apontam a possibilidade de que o Partido Trabalhista alcance mais do que 400 cadeiras na Casa dos Comuns, uma maioria bastante expressiva. A ver. França Cenário bastante distinto é o francês, seja nas perspectivas de resultados do pleito seja quanto à previsibilidade desse resultado, em face do sistema eleitoral. Como dito, adota-se o sistema distrital, aqui com a possibilidade, que em regra acontece, de dois turnos, que eles chamam de ballotage. Quanto aos resultados porque as pesquisas indicam a liderança do Ressemblement nacional, o RN, de extrema direita, com alguma possibilidade de alcançar a maioria absoluta na Câmara dos Deputados, a Assembleia Nacional. O sistema semiparlamentarista, ou semipresidencialista, da França, só exige que o primeiro-ministro tenha a confiança, a maioria, na Assembleia, câmara baixa do Parlamento, e não do Senado. Ocorre que na França o resultado final é difícil de prever por conta das regras eleitorais, por conta de um sistema peculiar para definir quem irá ao segundo turno. Diversamente da regra brasileira, por exemplo, que é a mais comum, em que os dois mais votados vão ao segundo turno, na França pode ocorrer de três candidatos, ou até mais, irem ao segundo turno, o que complica o cenário. Para ir ao segundo turno, o ballotage, o candidato precisa ter o apoio de um oitavo (12,5%) dos eleitores inscritos em sua circunscrição: aqui é o pulo do gato, não é de 12,5% dos votos válidos, mas do total de eleitores do distrito. Ainda assim, é possível que três, ou até mais, candidatos em um dado distrito alcance a votação necessária para participar do segundo turno. Avalia-se que um distrito em que os candidatos das três formações políticas mais fortes façam campanha, o macronismo, as esquerdas e a extrema direita, pode favorecer a eleição, mesmo sem maioria absoluta, do candidato da Frente Nacional Ou seja, como o cenário político eleitoral revela três formações com maior apoio (o RN, de extrema-direita, a Nova Frente Popular, das esquerdas, e o Ensemble, liderado pelo Presidente Macron), pode ocorrer (e se estima que ocorrerá em mais de 150 distritos) a chamada “triangulação”, ou seja, a participação de três candidatos no segundo turno, quando o mais votado é eleito, sem exigência de maioria absoluta. A tradição francesa tem sido, até o momento, de que o candidato melhor posicionado que vai ao segundo turno contra a extrema direita receber o apoio dos demais. Nesse caso, mesmo habilitado legalmente, o terceiro candidato mais votado, seja de esquerda ou de centro, abre mão em favor de seu adversário melhor colocado para derrotar a Frente Nacional. Esse acordo pode ocorrer de forma mais frágil, no chamado “caso a caso”, um acordo em cada distrito, seja em face de um acordo político nacional entre as direções partidárias. Ocorre que desta vez não se sabe se os macronistas, situados neste pleito ao centro, votarão nos candidatos da Nova Frente Popular, em caso de seu favoritismo contra a RN, e também não se sabe se os eleitores das esquerdas, especialmente aqueles lidados à França Insubmissa, de Melenchon, votarão em um macronista no segundo turno, tendo em vista a questão democrática, uma vez que a liderança desse partido equivale Macron com a extrema direita, quanto à política econômica. Isso somente se decidirá após conhecidos os resultados do primeiro turno. O que já se sabe é que lideranças do Partido “Ecologistas” (que integra a Nova Frente Popular), e dos Partidos Socialista e Comunista, também da NFP, tendem a votar em que se oponha à extrema direita no segundo turno. E que dois terços dos eleitores macronistas, especialmente da maior formação da coligação de centristas, a Renaissance, liderada pelo próprio Macron, tendem a votar no candidato das esquerdas no segundo turno, diante da extrema direita. É o que apontam algumas pesquisas. Aí é que reside alguma esperança. A ver." ChatGPT Este texto aborda as eleições na França e no Reino Unido, destacando suas peculiaridades políticas e eleitorais. Na França, as eleições ocorrem em dois turnos, onde é possível que mais de dois candidatos avancem para o segundo turno, conhecido como "ballotage". Isso se deve ao sistema eleitoral distrital francês, que exige que um candidato obtenha o apoio de pelo menos 12,5% dos eleitores inscritos em sua circunscrição para participar do segundo turno. Já no Reino Unido, utiliza-se o sistema "first past the post", onde o candidato com mais votos em cada distrito é eleito, mesmo que não alcance a maioria absoluta. As eleições britânicas são previstas para um único turno, e as pesquisas indicam uma provável vitória do Partido Trabalhista, liderado por Keir Starmer, sobre o Partido Conservador. Ambos os países enfrentam desafios políticos e suas eleições foram antecipadas dentro das regras legais vigentes. Na França, há incertezas quanto ao resultado final devido à possibilidade de triangulação no segundo turno, enquanto no Reino Unido, espera-se uma maioria expressiva do Partido Trabalhista, segundo as pesquisas. Essas eleições são cruciais para definir os rumos políticos dessas nações, refletindo também as dinâmicas internas dos partidos e suas estratégias para lidar com questões como o Brexit, no caso britânico, e o crescimento da extrema direita na França. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ -----------
------------ Literatura Poesia Poema No Meio do Caminho de Carlos Drummond de Andrade (análise e significado) Equipe Editorial Equipe Editorial Criado e revisado pelos nossos editores O poema No Meio do Caminho é uma das obras-primas de autoria do escritor brasileiro Carlos Drummond de Andrade. Os versos, publicados em 1928 na Revista de Antropofagia, abordam os obstáculos (pedras) que as pessoas encontram na vida. No Meio do Caminho No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra. Análise do poema No Meio do Caminho As pedras mencionadas nesta poesia podem ser classificadas como obstáculos ou problemas que as pessoas encontram na vida, descrita neste caso como um "caminho". Essas pedras podem impedir a pessoa de seguir o seu percurso, ou seja, os problemas podem impedir de avançar na vida. Os versos "nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas" transmitem uma sensação de cansaço por parte do autor, e do acontecimento que ficará sempre na memória do poeta. Assim, as pedras mencionadas também podem indicar um acontecimento relevante e marcante para a vida de uma pessoa. As críticas ao poema Assim que publicado, o poema No Meio do Caminho foi profundamente criticado pela sua simplicidade e repetição. Com o passar do tempo, os versos foram sendo compreendidos pelo público e pela crítica. Atualmente o poema é uma espécie de cartão postal da obra de Carlos Drummond de Andrade. Para alguns, No Meio do Caminho é considerado como o produto de um gênio, para outros é descrito um poema monótono e sem sentido. É possível afirmar que as críticas e ofensas feitas ao autor foram pedras no meio do seu caminho. Interpretação biográfica Uma das teorias sobre a gênese do poema No Meio do Caminho remonta para a própria biografia de Carlos Drummond de Andrade. Drummond se casou em 26 de fevereiro de 1926 com a amada Dolores Dutra de Morais. Um ano depois nasceu o primeiro filho do casal: Carlos Flávio. Por uma tragédia do destino, o menino sobreviveu apenas por meia hora. Entre janeiro e fevereiro de 1927 foi encomendado ao escritor um poema para o primeiro número da Revista de Antropofagia. Drummond, imerso na sua tragédia pessoal, mandou então o tal polêmico poema No Meio do Caminho. A publicação da revista saiu no ano a seguir, em 1928, consagrando o trabalho poético do autor. O teórico Gilberto Mendonça Teles sublinha o fato da palavra pedra conter as mesmas letras da palavra perda (trata-se da presença da hipértese, uma figura de linguagem). O poema teria sido então uma espécie de túmulo para o filho e também uma lição de como o Drummond escolheu processar esse triste acontecimento pessoal. O poema se opõe ao parnasianismo No Meio do Caminho é uma criação de Drummond que dialoga com o soneto Nel mezzo del camin..., escrito pelo poeta parnasiano Olavo Bilac (1865-1918). O soneto de Olavo Bilac também usa o recurso da repetição, embora siga uma estética muito mais elaborada, com uma linguagem enfeitada e uma estrutura muito calculada. A criação de Drummond é uma espécie de deboche a poesia parnasiana. O poeta modernista faz uso de uma linguagem simples, cotidiana, clara, através de uma estrutura sem rima, musicalidade ou métrica. O objetivo de Drummond é produzir uma poesia mais pura, mais voltada para a essência. Muitos teóricos interpretam que a pedra no meio do caminho de Drummond eram os parnasianos, que impediam o desenvolvimento de uma arte acessível e inovadora. Tanto Drummond quanto Olavo Bilac criaram os seus poemas inspirados na mais famosa criação do italiano Dante Alighieri (1265-1321). A frase “No meio do caminho” é um verso presente no canto I da importante Divina Comédia, escrita em 1317. Sobre a publicação do poema O poema No Meio do Caminho foi publicado pela primeira vez em julho de 1928, no número 3 da Revista de Antropofagia dirigida por Oswald de Andrade e causou polêmica tendo recebido duras críticas. Muitas das críticas eram se deviam ao fato do poeta utilizar a redundância e repetição: a expressão "tinha uma pedra" é usada em 7 dos 10 versos do poema. O poema, mais tarde, veio a integrar o livro Alguma poesia (1930), o primeiro publicado pelo poeta e já caracteristicamente drummoniano: com uma linguagem simples, coloquial, um discurso acessível e despojado. Ouça o poema No Meio do Caminho Que tal ouvir os clássicos versos de Drummond declamados? Descubra Carlos Drummond de Andrade Nascido em 31 de outubro 1902 em Itabira, interior de Minas Gerais, Carlos Drummond de Andrade foi um dos maiores nomes da poesia brasileira. Sua primeira infância foi passada no interior, em Itabira, ao lado dos pais, os proprietários rurais Carlos de Paula Andrade e Julieta Augusta Drummond de Andrade. Muitos anos mais tarde, Drummond viria a dar o segundo nome da filha em homenagem a sua mãe. Carlos Drummond de Andrade e a filha única, Maria Julieta. Carlos Drummond de Andrade e a filha, Maria Julieta Drummond de Andrade. Aos 14 anos, Drummond foi para Belo Horizonte onde ficou em um colégio interno. Quatro anos mais tarde foi a vez de se mudar para Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, em busca de melhores oportunidades de ensino. O jovem poeta acabou por se formar no curso de Farmácia da Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte embora tenha desde 1921 investido na sua carreira jornalística e literária. Lançou em 1925 A Revista, publicação essencial do modernismo mineiro. Publicou no Diário de Minas onde mais tarde veio a ser redator. Mais tarde veio a se tornar funcionário público. No serviço público atuou, a princípio, como auxiliar de gabinete da Secretaria do Interior. Depois assumiu a chefia do gabinete do Ministério da Educação. Entre 1945 e 1962 atuou como funcionário do Serviço Histórico e Artístico Nacional. Sendo um dos nomes mais conhecidos do modernismo brasileiro, Carlos Drummond de Andrade marcou a literatura brasileira por expressar de maneira inspiradora as profundas inquietações que atormentam o ser humano. Na vida pessoal o poeta casou com Dolores Dutra de Morais e foi pai de Maria Julieta Drummond de Andrade e de Carlos Flávio Drummond de Andrade. O poeta faleceu no Rio de Janeiro em 1987. Há quem diga que a sua morte tenha sido de alguma forma influenciada pelo falecimento da filha, que morreu apenas doze dias antes do pai. Obras publicadas No Meio do Caminho, 1928 Alguma Poesia, 1930 Poema da Sete Faces, 1930 Cidadezinha Qualquer e Quadrilha, 1930 Brejo das Almas, 1934 Sentimento do Mundo, 1940 Poesias e José, 1942 Confissões de Minas (ensaios e crônicas), 1942 A Rosa do Povo, 1945 Poesia até Agora, 1948 Claro Enigma, 1951 Contos de Aprendiz (prosa), 1951 Viola de Bolso, 1952 Passeios na Ilha (ensaios e crônicas), 1952 Fazendeiro do Ar, 1953 Ciclo, 1957 Fala, Amendoeira (prosa), 1957 Poemas, 1959 A Vida Passada a Limpo, 1959 Lições de Coisas, 1962 A Bolsa e a Vida, 1962 Boitempo, 1968 Cadeira de Balanço, 1970 Menino Antigo, 1973 As Impurezas do Branco, 1973 Discurso da Primavera e Outras Sombras, 1978 O Corpo, 1984 Amar se Aprende Amando, 1985 Elegia a Um Tucano Morto, 1987 ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ---------- Quadrilha Carlos Drummond de Andrade Letra Significado João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ---------------- Oliver Stuenkel fala sobre o mundo desde o fim. Com Reinaldo Azevedo e Walfrido Warde. Reconversa 54 Reinaldo Azevedo Estreou em 25 de jun. de 2024 SÃO PAULO Um bate-papo fascinante com o professor, escritor e especialista em relações internacionais Oliver Stuenkel. Alemão, escolheu as lentes do Brasil para ver o mundo. Raramente, e ele diz por quê, vivemos dias tão perigosos. Acabou a fantasia do mundo unipolar, e ainda inexiste um caminho seguro, com canais claros, para articular os vários interesses em curso. Stuenkel avalia o lugar do nosso país nessa nova ordem, ou desordem, global e nos coloca frente a frente com os escombros da sonhada “pax americana”, onde se inserem a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e os desastres na Faixa de Gaza. Se há saída? Bem, mesmo quando se abriu a Caixa de Pandora, e todos os males de lá escaparam, restou, no fundo, a esperança. Imperdível.

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