Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
segunda-feira, 27 de novembro de 2023
OBLIVION
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Composição: Franco Migliacci / Domenico Modugno.
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Oblibon (Bandoneon Solista)
Astor Piazzolla
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Fernando Gabeira - Alzheimer, a doença para não esquecer
O Globo
Mesmo sem uma abundância científica de evidências, é possível formular um programa amplo de prevenção
Na semana passada, visitei uma pessoa muito importante na minha vida. Mente brilhante e curiosa, não me reconhecia mais nem conseguia contar com facilidade até dez. Alzheimer.
Saí da clínica disposto a fazer mais que visitá-la com frequência nesta longa jornada pelo oblívio. Escolho essa palavra porque “Oblivion” é o título de uma das músicas mais tristes que conheço, tocada por Astor Piazzolla.
Desde o fim do século passado, pensei em fazer algo a respeito da doença de Alzheimer. Era deputado quando soube que o governo francês produzira um longo relatório sobre o tema. Recebi apenas uma síntese. Mas era o bastante para me preocupar. É um tipo de doença que sobrecarrega as famílias, sobretudo as mais pobres, que precisam de ajuda para cuidar dos entes queridos.
Encontrei-me numa solenidade com José Serra, que era ministro da Saúde, e disse:
— Serra, você já ouviu falar de Alzheimer?
Brincando com sua fama de hipocondríaco, Serra respondeu:
— Já e tenho um medo danado.
Na década dos 1990, nunca chegamos a fazer uma reunião sobre o tema. Uma outra doença, a aids, entrou na ordem do dia. Trabalhei nela apresentando com Sarney no Senado o projeto do coquetel gratuito para os pacientes. Serra, como ministro, fez a batalha internacional pela liberação das patentes, algo muito justo, no meu entender.
A doença de Alzheimer é diferente de outras. Ninguém sai vivo dela. Talvez por isso a gente se conforme. Mas hoje, depois de três décadas, não limitaria mais a política somente ao apoio às famílias, algo que continua sendo essencial. Há vários problemas precursores, como o leve déficit cognitivo. Talvez facilitar os testes genéticos que levam ao diagnóstico seja um passo importante.
Certamente, o capítulo mais importante é a prevenção. Mesmo que não tenhamos abundância científica de evidências, é possível formular um programa amplo de prevenção. Não sou favorável ao terrorismo alimentar que circula na internet. No entanto parece claro que certo tipo de alimentação favorece a criação de uma teia de obstáculos que bloqueia a comunicação entre os neurônios. O excesso de carboidratos e alimentos superprocessados deveria ser analisado.
Existem hoje alguns programas para prevenir e reverter o declínio cognitivo. Já conhecia os de prevenção e agora tive contato com o livro de Dale Bredesen, que afirma ter revertido o declínio cognitivo em inúmeros casos.
Não é minha tarefa estudar e escolher terapias. O que posso fazer na planície é sugerir fórmulas de política pública. Já temos, felizmente, um Instituto do Cérebro, graças ao grande Paulo Niemeyer. Mas o Alzheimer e outras doenças cognitivas pedem uma abordagem especial.
Uma entidade com verbas públicas e privadas poderia estudar todas as dimensões da doença, sugerir políticas adequadas, criar cursos de formação de acompanhantes, produzir cartilhas para que idosos e os próprios familiares valorizem os sintomas e façam exames.
Não pensem que escrevo apenas pensando nos entes queridos levados pelo esquecimento. As previsões internacionais dizem que a doença de Alzheimer pode atingir entre 15% e 20% da população de idosos. Isso significa superocupar os sistemas de saúde, ameaçar inclusive a unidade de famílias frustradas por não poderem cuidar dos doentes, em meio às ocupações cotidianas.
Não é, portanto, uma preocupação isolada. O cinema tem tratado de forma direta, como no filme “Meu pai”, com Anthony Hopkins, e muitas outras obras já foram escritas. O que tem de ser superado é a ideia de que não se pode prevenir, até que possamos negar, no futuro, a própria ideia de que não se pode reverter e curar.
Quando encontrar gente com mandato, farei a mesma pergunta que fiz a Serra na década de 1990.
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Letras de Oblivion
Él es Oblivion, fe del jamás y el no,
fe brutal de olvidar por la eternidad.
Él es Oblivion, ley de la ingratitud,
hechicero astral.
Matón de la desmemoria
y el sin recuerdos es Oblivion rey.
Es como un pozo en pasión de enterrar
que florece al sangrar
los estigmas del corazón.
Luz degollada de un tiempo tan feliz
hoy Oblivion vas a borrarme(olvidarme) a mí.
Él, reto agotador, vuelve a cero igual
lo real, lo mejor, lo fatal.
Él te hipnotiza con dolorosa miel
del ausente amor,
para ultimar, ebrio, amargo y vil,
el sagrado ayer, Oblivion rey.
(Es como un pozo en pasión de enterrar
que florece al sangrar
los estigmas del corazón.
Luz degollada de un tiempo tan feliz)
hoy Oblivion vas a borrarme(olvidarme) a mí.
(Oblivion rey... )" TRADUZIR ESTE TEXTO DO ESPANHOL PARA O PORTUGUÊS
Letra: Horacio Ferrer, Argentina
A tradução do texto de "Letras de Oblivion" do espanhol para o português:
"Ele é Oblivion, fé do nunca e do não,
fé brutal de esquecer pela eternidade.
Ele é Oblivion, lei da ingratidão,
feiticeiro astral.
Carrasco do esquecimento
e do sem lembranças é Oblivion rei.
É como um poço na paixão de enterrar
que floresce ao sangrar
os estigmas do coração.
Luz degolada de um tempo tão feliz
hoje, Oblivion, vais me apagar (esquecer).
Ele, desafio exaustivo, volta a zero igual
o real, o melhor, o fatal.
Ele te hipnotiza com doloroso mel
do amor ausente,
para encerrar, ébrio, amargo e vil,
o sagrado ontem, Oblivion rei.
(É como um poço na paixão de enterrar
que floresce ao sangrar
os estigmas do coração.
Luz degolada de um tempo tão feliz)
hoje, Oblivion, vais me apagar (esquecer).
(Oblivion rei...)"
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Letra: Horacio Ferrer, Argentina
http://www.hermanotango.com.ar/Letras%20291012/OBLIVION.htm
Otras interpretaciónes que me gustan:
http://www.youtube.com/watch?v=m-ZCKn1mKcU
http://www.youtube.com/watch?v=qq2a0_g0j5k
https://lyricstranslate.com
Astor Piazzolla - Oblivion (Richard Galliano & Yamandu Costa)
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