terça-feira, 14 de novembro de 2023

A CORUJA E A ÁGUIA

“….Contraste elementar entre tolerância e intolerância…” ----------
--------- A Coruja e a Águia: Fábula Utopia projetada -----------
------------ Vinícius Müller* - Para salvar a democracia, mais democracia Resenha de O horizonte democrático: o hiperpluralismo e a renovação do liberalismo político, de Alessandro Ferrara A democracia está numa encruzilhada? Segundo Alessandro Ferrara, sim. O autor italiano, professor de filosofia política na Universidade de Roma Tor Vergata, apresenta em seu novo livro, O horizonte democrático: o hiperpluralismo e a renovação do liberalismo político (Editora da Unicamp e FAP – Fundação Astrojildo Pereira, 2023), uma abordagem que, embora prescinda da história para seu entendimento mais imediato a partir da filosofia política – especialmente de John Rawls, de quem Ferrara se declara um seguidor –, pode e deve usar a história como sua aliada para entender, afinal, o que fez, “paradoxalmente, na conjuntura histórica, quando se tornou um horizonte compartilhado por quase metade da humanidade e poderia se tornar o horizonte comum para quase todas as sociedades do planeta, [a democracia] foi atravessada, naqueles lugares onde existia há mais tempo, por inquietantes processos de desmocratização ou reelitização, muitas vezes vítima do populismo e do descontentamento, e em qualquer caso é obrigada a operar em condições sociais, culturais e econômicas muito mais inóspitas que em qualquer época de seu passado recente” (p. 271). Essa conjuntura, que, de certa forma, dá a perspectiva dessa encruzilhada, é o encontro de trajetórias que, embora caras à filosofia política – e seus pensadores e formuladores, como é caso do professor italiano –, podem dar sentido ou ajudar no desenho dessa moldura. Aliás, moldura que parece ser necessária à leitura da obra. Nesse sentido, há uma tridimensionalidade que se encontra em algum ponto da história da democracia. É longa a tradição no pensamento político contemporâneo que busca associar à democracia aquilo que dá suporte ou significado aos valores do liberalismo. Embora apresente variações ao longo do tempo, fundamentos como direito a voto, garantias individuais, liberdade de expressão e eleições periódicas, ainda que insuficientes, formam uma matriz daquilo que entendemos ser a democracia moderna. Ao menos desde o século XVII e a partir da experiência britânica que, no século seguinte, ganhou a companhia das duas grandes revoluções contemporâneas, a dos Estados Unidos da América e a francesa, ambas no último quartel dos Setecentos. Foi nessa quadra da história, de aproximadamente um século, mas cuja trajetória já conta com mais de 300 anos, que se definiram tais fundamentos que se tornariam algo como uma receita ou, para muitos, um procedimento que dividiria povos e nações entre democratas e não democratas. Ou, ainda mais, entre liberais e iliberais. Nessa longa história, ao menos três realidades se enfrentaram. Uma delas aponta para uma não linearidade no avanço de tais elementos que, em tese, sustentam a democracia em sua versão liberal. De modo objetivo e algo simplificado, liberdade, propriedade e direitos individuais não alcançaram a mesma velocidade de expansão quando vistos em sua amplitude ou, para seguir terminologia institucionalista, em sua capacidade de ser inclusivos. Ou seja, há uma combinação, visível ao longa dessa trajetória, entre a expansão dos valores que montam à matriz democrático-liberal e, concomitantemente, uma hierarquização que define quem é incluído antes e quem é incluído depois. E entre um e outro, a expansão dependeu menos da natureza de seus elementos do que da pressão exercida pelos “não incluídos”. A questão central aqui, e que serve para emoldurar a tese de Ferrara, é que esse hiato entre a “expansão” e a “pressão” cria a possibilidade de coexistência entre elementos que confirmam os valores democrático-liberais e outros que os negam. Ou ao menos os colocam sob suspeita. Essa situação não é novidade para quem observa atentamente a história. Contudo, ela também não avançou de forma previsível e linear nem dentro dos países, nem entre eles. No primeiro caso, foi responsável por certo mal-estar que, para nós, brasileiros, em particular, e latino-americanos, em geral, se manifestou em inúmeras situações em que o avanço da democracia ampliava o “espaço” para que seus elementos centrais e liberais fossem, por dentro, minados. O cenário brasileiro em meados da década de 1930, assim como na primeira metade da década de 60 do mesmo século, pode ser entendido a partir dessa abordagem. Assim como as tentações não democráticas à esquerda (castrismo) e à direita (ditaduras militares) na América Latina do século XX. Contudo, mais relevante é reforçar que em ambos, tanto nos anos 1930 quanto nos anos 1960, a solução foi dada pela saída autoritária. Já entre os países, cristalizou-se no século XIX – principalmente naquilo que entendemos ser o Ocidente – que, embora passíveis de fraturas internas devido aos variados padrões de expansão e inclusão, os valores democráticos liberais seriam irresistivelmente ampliados a partir da irradiação cujo vetor era do Ocidente para o Oriente e, entre os ocidentais, das lideranças aos liderados. Dessa forma, a ameaça a tal expansão e padronização ocorreu apenas na medida em que tivemos uma breve fratura na liderança entre o mundo sob os valores britânicos e aquele sob os valores norte-americanos. Ambos representantes legítimos e originais da democracia liberal. A Alemanha seria o caso exemplar tanto da fratura temporária como da cura pela expansão dos valores democráticos e liberais. Da ascensão do nazismo e da divisão do país e de sua capital ao longo do século XX, o país se tornou, após o último “inimigo” da democracia liberal ser derrotado em 1989, a nação mais democrática do mundo. Não custa lembrar, era o “Fim da História”. Contudo, uma terceira dimensão, acertadamente indicada por Ferrara, de alguma forma atropelou tal expansão e aquilo que, aparentemente, era a vitória da democracia liberal. A expansão econômica em escala global, patrocinada por uma equivocada, segundo Ferrara, adaptação do pensamento de Hobbes, se ingenuamente foi percebida em seus dias iniciais como parceira da democracia liberal, pode ter – seguindo a mesma chave explicativa do hiato entre a expansão intrínseca dos valores da democracia liberal e sua tendência reativa de estacionar antes que sua capacidade de inclusão alcance seu potencial máximo – gerado um desequilíbrio que colocou novamente a democracia em uma encruzilhada. A expansão dos valores da democracia liberal – o hiperpluralismo ou, em versão menos sofisticada de Moises Naim, o Fim do Poder – combinou com os resultados desiguais da inclusão dos indivíduos no processo de ampliação do espaço econômico da globalização. Desiguais, pois não seguiram o que parecia fácil de prever, ou seja, que avançariam do Ocidente ao Oriente, da liderança aos liderados. Ao contrário, fizeram com que os asiáticos ascendessem. Coreia do Sul, China e, em certa medida, Índia seriam os vitoriosos desse processo. Também porque, dentro dos países, tal processo criou novas fraturas entre os incluídos e os excluídos. Ou seja, ao misturar elementos da democracia em sua versão liberal com elementos econômicos, como consumo, o equilíbrio entre eles se desfez exatamente nos países que, historicamente, carregam tais valores como elementos de sua matriz institucional. Por isso, proliferam hipóteses sobre o fim da democracia, sua crise e a redução de seu alcance. A obra de Alessandro Ferrara acerta, nesse caso, em várias dimensões. Ao buscar no equilíbrio proposto por John Rawls em suas teses sobre justiça e, principalmente, sobre a inviabilidade de uma democracia cuja definição de bem e justiça seja única, não só conceitualiza o que chama de hiperpluralismo como o transforma em elemento intrínseco da democracia. Ao fazer isso, nega o elemento exógeno da política e a protege de uma colonização por parte de elementos oriundos de outros campos e, portanto, detentores de outras razões e racionalidades, principalmente econômicas. E, assim, identifica que, se o pluralismo é, de fato, um elemento da democracia liberal, esta deve buscar tanto na proteção quanto na expansão desse elemento sua fortaleza. A questão é como fazer isso em um mundo cercado de tentações não democráticas e/ou não liberais. Ferrara nos dá pistas que, se bem entendidas, se transformam num tapete vermelho: reconhecer, assim como Jonh Rawls fazia, que os desequilíbrios que porventura são criados internamente à democracia liberal não são atacados com menos democracia e menos liberalismo. Ao contrário, são atacados com mais democracia e liberalismo. Ou seja, humildemente, a democracia liberal e seus defensores não precisam abandonar a defesa de seus valores fundamentais para evitar o risco de ser engolidos pelas suas próprias fraturas. Ao contrário, devem descortinar as fraturas, reconhecendo que elas podem ser “consertadas” a partir da expansão ainda mais rápida dos valores que as fundamentam. O hiperpluralismo deixa de ser ameaça e passa a ser a solução. Encontrar intersecções com elementos de outras molduras, como as religiosas, assim como tenta fazer Ferrara nos capítulos 3 e 5 (“Pluralismo reflexivo e volta conjectural”, e “Cuius Regilio, eius publica. Sobre democracias múltiplas”, respectivamente), é uma das soluções não só por sua utilidade, mas porque reforçaria a pluralidade intrínseca da democracia liberal. Ou seja, no lugar de certo fatalismo que nos ronda em forma de decretação do fim da democracia, apresentamos uma renovação de nossas crenças acerca da superioridade da democracia em sua versão liberal. Foi assim que superamos o absolutismo e todas as propostas iliberais e autoritárias que já nos ameaçaram no passado. Alessandro Ferrara nos dá, com um bom equilíbrio entre a crítica e a humildade e entre a filosofia e a política, um bom guia para enfrentarmos as ameaças contemporâneas à democracia que nos espreitam na atual esquina da história. *Vinícius Müller, doutor em História Econômica e professor do Insper ___________________________________________________________________________________ -----------
___________________________________________________________________________________ O texto é uma resenha do livro "O horizonte democrático: o hiperpluralismo e a renovação do liberalismo político," de Alessandro Ferrara, escrita por Vinícius Müller. O autor destaca a abordagem do autor italiano sobre a situação atual da democracia, apontando para uma encruzilhada. Ferrara argumenta que, apesar de a democracia ser um horizonte compartilhado por grande parte da humanidade, ela tem enfrentado processos de desmocratização, especialmente em lugares onde existe há mais tempo. O autor explora a tridimensionalidade na história da democracia, destacando a associação entre democracia e valores liberais ao longo do tempo. Ele menciona a expansão desses valores, como direito a voto, liberdade de expressão e eleições periódicas, formando a matriz da democracia moderna. Contudo, ressalta que essa expansão não foi linear e, muitas vezes, houve uma hierarquização na inclusão desses elementos. Ferrara também aborda a influência da expansão econômica global na democracia, ressaltando a desigualdade na inclusão dos indivíduos nesse processo. Ele destaca a importância de reconhecer os desequilíbrios internos à democracia liberal e sugere que a solução está na expansão mais rápida dos valores que a fundamentam. A resenha enfatiza a contribuição de Ferrara ao proporcionar uma abordagem renovada para enfrentar as ameaças contemporâneas à democracia. O autor, Vinícius Müller, conclui que Ferrara oferece um guia equilibrado entre a crítica e a humildade, filosofia e política, para lidar com os desafios atuais da democracia. ________________________________________________________________________________________ ----------
------------ A coruja e a águia — fábula, texto de Monteiro Lobato A águia e a coruja, ilustração de J. J. Grandville. —- —- A coruja e a águiaMonteiro Lobato — Coruja e águia , depois de muita briga resolveram fazer as pazes. — Basta de guerra — disse a coruja. — O mundo é grande, e tolice maior que o mundo é andarmos a comer os filhotes uma da outra. — Perfeitamente — respondeu a águia. — Também eu não quero outra coisa. — Nesse caso combinemos isso: de ora em diante não comerás nunca os meus filhotes. — Muito bem. Mas como posso distinguir os teus filhotes? — Coisa fácil. Sempre que encontrares uns borrachos lindos, bem feitinhos de corpo, alegres, cheios de uma graça especial, que não existe em filhote de nenhuma outra ave, já sabes, são os meus. — Está feito! — concluiu a águia. —-
---------- —- Ilustração francesa. —- —-------------- Dias depois, andando à caça, a águia encontrou um ninho com três monstrengos dentro, que piavam de bico muito aberto. — Horríveis bichos! — disse ela. — Vê-se logo que não são os filhos da coruja. E comeu-os. Mas eram os filhos da coruja. Ao regressar à toca a triste mãe chorou amargamente o desastre e foi justar contas com a rainha das aves. — Quê? — disse esta admirda. — Eram teus filhos aqueles monstrenguinhos? Pois, olha não se pareciam nada com o retrato que deles me fizeste… —- —- Para retrato de filho ninguém acredite em pintor pai. Lá diz o ditado: quem o feio ama, bonito lhe parece. — — Em: Fábulas, Monteiro Lobato, São Paulo, Brasiliense, s/d, 20ª edição. — ——————– Esta fábula de Monteiro Lobato é uma das dezenas de varições feitas através dos séculos da fábulas de Esopo, escritor grego, que viveu no século VI AC. Suas fábulas foram reunidas e atribuídas a ele, por Demétrius em 325 AC. Desde então tornaram-se clássicos da cultura ocidental e muitos escritores como Monteiro Lobato, re-escreveram e ficaram famosos por recriarem estas histórias, o que mostra a universalidade dos textos, das emoções descritas e da moral neles exemplificada. Entre os mais famosos escritores que recriaram as Fábulas de Esopo estão Fedro e La Fontaine. — —- — ---------
---------- José Bento Monteiro Lobato, (Taubaté, SP, 1882 – 1948). Escritor, contista, dedicou-se à literatura infantil. Foi um dos fundadores da Companhia Editora Nacional. Chamava-se José Renato Monteiro Lobato e alterou o nome posteriormente para José Bento. ---------
----------- O topônimo Taubaté originou-se do tupi “Tab-a-etê”, taba verdadeira, residência do chefe ou, segundo outros, “Tauha-b-etê”, muito barro ou argila. São Paulo | Taubaté | História & Fotos - IBGE Cidades IBGE https://peregrinacultural.com/2011/04/12/a-coruja-e-a-aguia-fabula-texto-de-monteiro-lobato/ ____________________________________________________________________________________ -----------
------------ Stefan Zweig (1881-1942) projetou no Brasil um polo oposto à belicosidade europeia (foto de 1925)Foto: akg-images/picture-alliance ---------- LITERATURABRASIL A morte de Stefan Zweig, para quem Brasil era país do futuro Edison Veiga 23/02/202223 de fevereiro de 2022 Intelectual austríaco foi interlocutor de personalidades como Einstein e Freud. Depois de vislumbrar uma utopia brasileira, Zweig suicidou-se com a esposa em Petrópolis, em fevereiro de 1942, desiludido com a humanidade. https://p.dw.com/p/47ULt Autor austríaco Stefan Zweig (1881-1942) Stefan Zweig (1881-1942) projetou no Brasil um polo oposto à belicosidade europeia (foto de 1925)Foto: akg-images/picture-alliance Na noite de 22 de fevereiro de 1942, Stefan Zweig escreveu uma pequena carta, na qual elogiava o Brasil e lamentava o cenário de destruição vivido pela Europa – "que se auto-aniquila", em suas palavras –, em plena Segunda Guerra Mundial. Também redigiu outras 22 cartas, que deveriam ser remetidas a parentes e amigos próximos. Então, junto com a esposa, Lotte, tomou uma overdose de barbitúricos. No dia seguinte, ambos foram encontrados mortos em sua casa em Petrópolis. O escritor austríaco de origem judaica tinha 60 anos e era uma celebridade internacional: um dos maiores best-sellers do período entre-guerras. Seis meses antes do suicídio, Zweig havia lançado o livro Brasil, país do futuro, obra controversa em que afirma seu amor pela terra que o acolheu – e acabaria rendendo um verdadeiro epíteto para a própria nação. Especialistas em sua vida e obra ouvidos pela DW Brasil contextualizam a ligação de Zweig com o Brasil, antes mesmo da mudança para o país – e essa admiração pelo país explica por que ele escolheu Petrópolis para seu autoexílio, além de ter motivado o tema daquele livro que é considerado sua obra máxima. Diretora da Casa Stefan Zweig (CSZ), instituição cultural e memorialística que funciona na mesma casa onde Zweig morou com a mulher, em Petrópolis, a jornalista e tradutora Kristina Michahelles ressalta que o encantamento do escritor pelo país nasceu em sua primeira passagem pelo Brasil, em agosto de 1936: "Zweig se encantou com o país no qual projetou sua utopia de uma sociedade que poderia viver em paz e harmonia, em contraposição ao que ocorria em sua Europa amada." Bagagem internacional de um cosmopolita Inveterado viajante, o escritor já havia rodado o mundo. Conhecia locais tão distantes de sua Viena natal como a Índia, Cuba e os Estados Unidos. Com o avanço do nazismo em sua terra natal, acabou se vendo forçado a um exílio. Buscou primeiro a Inglaterra. Depois, temendo uma aproximação das tropas hitleristas, mudou-se para os Estados Unidos. Foi quando decidiu visitar novamente ao Brasil. "Passou cinco meses viajando [pelo país] para recolher material sobre o que chamou de o seu ‘livro brasileiro'", conta Michahelles. Em 1941, mudou-se para Petrópolis com a esposa, que antes havia sido sua secretária, Charlotte Altmann, conhecida como Lotte. "Há algumas suposições por que Zweig resolveu residir no Brasil, em vez de permanecer nos Estados Unidos, o país sonhado pela grande maioria dos intelectuais refugiados [na época]", comenta a especialista. "Em primeiro lugar, ele adorara o Brasil e sempre desprezara o american way of life e aquilo que chamou de a "prosperity" americana. Depois […], nos Estados Unidos já reinavam Thomas Mann e outros grandes expoentes da literatura alemã. E a primeira mulher de Zweig, Friderike, estava exilada lá. É de se supor que Lotte não gostaria de ficar à sombra da rival", enumera Michahelles. Autor de Morte no paraíso, a tragédia de Stefan Zweig e Stefan Zweig: No país do futuro, o jornalista Alberto Dines (1932-2018) dizia que o austríaco havia se encantado com o Brasil por várias razões, principalmente pela convivência harmoniosa entre pessoas de diferentes origens e etnias. "Também teria influenciado na escolha do escritor o fato de o Brasil estar muito longe da Europa, do nazismo e do grande conflito mundial", completa o historiador Fábio Koifman, professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). ----------
----------- Foto de autor Stefan Zweig e esposa Lotte AltmannFoto de autor Stefan Zweig e esposa Lotte Altmann Stefan Zweig e Lotte Altmann em foto de 1938Foto: picture-alliance/akg-images ----------- A primeira visita: semente do pacifismo Mas o pontapé inicial dessa relação apaixonada do escritor com o Brasil teria sido sua primeira vinda ao país, em 1936. Deveria ser uma viagem à Argentina, mas ele acabou aceitando um convite para participar de um congresso em terras brasileiras. A recepção não poderia ter sido mais calorosa. "Seus livros eram muito conhecidos aqui e foram organizadas inúmeras homenagens. Tal recepção o deixou muito impressionado", diz a historiadora Carol Colffield, pesquisadora na Universidade de São Paulo (USP). -----------
---------- Stefan Zweig criou a frase "Brasil, um país do futuro" 03:34 ----------- O então ministro das Relações Exteriores, José Carlos de Macedo Soares, ofereceu-lhe um banquete. O próprio presidente Getúlio Vargas o recebeu para uma audiência privada. E a entrevista coletiva dada por ele reuniu tantos jornalistas que foi preciso reacomodá-los de última hora. "Ele chegou a fazer uma transmissão para [o programa radiofônico oficial] A Voz do Brasil", acrescenta a historiadora. "Foi dessa viagem que saiu o projeto de fazer um livro sobre o Brasil." Professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o historiador Vinícius Liebel salienta que a relação entre o escritor e país vai se desenvolvendo de tal forma que, mesmo que Zweig nunca deixe "sua vida de peregrino", "vivendo períodos em hotéis, visitando cidades para divulgar sua obra e ideias", tudo caminha para que seu refúgio final fosse em terras brasileiras – no caso, Petrópolis. Nas palavras do historiador, é como se a cidade da região serrana do Rio se tornasse o paraíso "que se projetava rumo a um tempo que ainda não existia, mas que se contrapunha a seu próprio tempo". "Um retiro perfeito para um esgotado cidadão do mundo de ontem", conta Liebel. Tudo a ver com o escritor que, em sua obra, pintou entusiasmadamente o Brasil como "o país do futuro": que fosse nessas terras o seu último futuro enquanto ser humano. Decepção com a humanidade O Brasil foi uma escolha consciente de Zweig, alguém que tinha trânsito fácil entre intelectuais de todo o mundo. "Ele era um homem extremamente bem conectado, parecia conhecer todo mundo", salienta Colffield. "Foi amigo de Pirandello [dramaturgo italiano], Rodin [escultor francês], Einstein [cientista alemão], de Freud [neurologista austríaco, o criador da psicanálise]…" Especialistas acreditam que ele via no Brasil uma possibilidade de vida sem as perseguições das quais, por ser judeu, ele era vítima em solo europeu. Nas palavras da letróloga Mariana Holms, pesquisadora na USP e integrante do Grupo de Estudo Stefan Zweig, "a utopia prevaleceu" na imagem do Brasil que "ele formou para si". "Zweig agarrou-se ao contraste elementar entre tolerância e intolerância, ao ver comunidades diversas coexistindo nos cenários brasileiros que visitou, enquanto na Alemanha, Áustria e nos demais países ocupados por Hitler, pessoas pertencentes a grupos e comunidades diferentes do padrão estabelecido pela ideologia nazista eram perseguidas, deportadas e aniquiladas." "A coexistência com aparência de harmonia foi tomada como um oásis e uma promessa de futuro para a civilização decaída. O presente de preconceitos e de violenta desigualdade, herdada da era colonial brasileira, foi ofuscado e também relativizado no livro [Brasil, país do futuro]", analisa a pesquisadora. Se essa ideia de Brasil tolerante teria motivado sua migração derradeira, é lícito entender que possa ter sido a decepção com esse próprio imaginário o que motivou seu suicídio. Para o biógrafo Alberto Dines, o maior motivador concreto dessa morte teriam sido as notícias dos primeiros afundamentos de navios mercantes brasileiros na costa do país, no contexto da Segunda Guerra. "A percepção do escritor seria de que a guerra da qual ele fugiu estaria chegando próxima", explica Koifman. Colffield lembra que a mensagem da carta de suicídio demonstra uma grande "falta de esperança em relação ao mundo": "Ele era um pacifista. Chegou a comentar que, naquela guerra, era impossível ser contra a guerra. Parecia uma solução sem saída." 24 fotos 1 | 2424 fotos Edison VeigaEdison Veiga Edison Veiga Repórter @edisonveiga https://www.dw.com/pt-br/a-morte-de-stefan-zweig-para-quem-brasil-era-o-pa%C3%ADs-do-futuro/a-60890317 ___________________________________________________________________________________ ----------- ---------- Milei X Massa: o momento cômico do debate O Antagonista ___________________________________________________________________________________ ---------- ------------- Lula mente e incita ódio contra Israel O Antagonista ___________________________________________________________________________________ ----------
------------ "Você não pode chamar o Estado de assassino" ----------- Reflexões sobre a Presidência de Lula e a Responsabilidade Institucional O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em outubro de 2022, assumiu a liderança do Brasil a partir de janeiro de 2023. Independentemente da origem dos votos que o conduziram ao cargo, tornou-se o presidente de todos os brasileiros, sucedendo seu antecessor até dezembro de 2022. Este artigo examinará a responsabilidade institucional do chefe de Estado, destacando a necessidade de liderança inclusiva em um país diverso como o Brasil. Introdução: Cidadãos brasileiros, independentemente de suas origens árabes ou judias, agora compartilham o mesmo presidente da República. A liberdade de escolha nas urnas é um princípio democrático fundamental, e aqueles que não votaram em Lula não foram obrigados a fazê-lo. No entanto, a presidência impõe a responsabilidade de governar para todos, e qualquer desvio dessa premissa pode resultar em crime de responsabilidade. Este artigo discutirá a importância da representação abrangente no exercício do poder e a necessidade de liderança que transcenda preferências partidárias. O Brasil, ao eleger seu presidente, confere a responsabilidade de liderar para toda a nação. O compromisso com a diversidade é fundamental, refletindo a riqueza cultural e étnica do país. O texto destaca que a não observância desse princípio pode ser caracterizada como crime de responsabilidade, sinalizando a importância da presidência ser um farol de unidade. A discussão se estende à marquetagem política, destacando que esta deve ser exclusivamente de Estado para garantir a integridade das instituições. Além disso, o artigo aborda a aceitabilidade de manifestações públicas de apoio ou crítica ao presidente, enfatizando que, no âmbito privado, tais expressões são admitidas, mas de preferência direcionadas a questões já superadas, como é simbolizado pela expressão "Coruja que gaba o toco, pau nela." Considerações Finais: Este artigo buscou analisar a importância da presidência de Lula em representar todos os brasileiros, independentemente de suas origens ou preferências políticas. A responsabilidade institucional é destacada como um princípio fundamental, ressaltando a necessidade de uma liderança inclusiva em um país tão diverso quanto o Brasil. Conclusões: A condução da presidência deve ser pautada pela responsabilidade de liderar para todos, e desvios desse compromisso podem resultar em consequências legais. A análise destaca a relevância de uma marquetagem política exclusivamente de Estado e a aceitabilidade de manifestações públicas de apoio ou crítica ao presidente em ambientes privados. O desafio reside em equilibrar a diversidade de uma nação com a responsabilidade de governar para todos os cidadãos. Referências e Bibliografia: Referências e Bibliografia sugeridas para enriquecer o texto nas áreas de Direito Constitucional, Direito Penal e Ciência Política: Direito Constitucional: BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo. São Paulo: Saraiva, 2018. ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Fundamentais. São Paulo: Malheiros, 2008. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2018. Direito Penal: BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral. São Paulo: Saraiva, 2018. NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2019. GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal - Parte Geral. Niterói: Impetus, 2018. Ciência Política: BOBBIO, Norberto. Teoria Geral da Política. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1999. DAHL, Robert. Poliarquia: Participação e Oposição. São Paulo: Editora da USP, 1997. MACHIAVELLI, Niccolò. O Príncipe. São Paulo: Martin Claret, 2016. Estas referências abordam temas relacionados à democracia, direitos fundamentais, responsabilidade institucional e teorias políticas, proporcionando uma base sólida para a discussão proposta no texto. Certifique-se de consultar as edições mais recentes das obras para garantir a atualização das informações. Referências e Bibliografia adicionais em Filosofia, Política e Ética: Filosofia: ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Martin Claret, 2018. PLATÃO. A República. São Paulo: Martin Claret, 2008. KANT, Immanuel. Crítica da Razão Prática. São Paulo: Martin Claret, 2002. Política: FAORO, Raimundo. Os Donos do Poder: Formação do Patronato Político Brasileiro. São Paulo: Globo, 2001. WEBER, Max. A Política como Vocação. São Paulo: Martin Claret, 2019. ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012. Ética: MACINTYRE, Alasdair. Depois da Virtude. Bauru: EDUSC, 2001. RICOEUR, Paul. A Metáfora Viva. São Paulo: Loyola, 2005. RAWLS, John. Uma Teoria da Justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2008. Essas referências adicionais abrangem obras clássicas e contemporâneas em filosofia, política e ética, contribuindo para uma compreensão mais ampla dos fundamentos teóricos por trás das questões abordadas no texto. Recomenda-se verificar as edições mais recentes para incorporar as últimas interpretações e análises críticas dessas obras. ___________________________________________________________________________________ ------------- ----------- WW - 13/11/2023 CNN Brasil ___________________________________________________________________________________ ----------
----------- “….Contraste elementar entre tolerância e intolerância…” Utopia projetada ----------- A expressão "Contraste elementar entre tolerância e intolerância" encapsula a dualidade intrínseca entre duas forças sociais antagônicas. A tolerância, enquanto princípio fundamental, representa a capacidade de aceitar e respeitar as diferenças, construindo uma sociedade inclusiva e diversificada. Por outro lado, a intolerância, caracterizada pela rejeição das divergências, é uma força que fragmenta e limita o potencial harmonioso da convivência humana. Nesse contraste, vislumbra-se uma utopia projetada, uma aspiração coletiva por um mundo onde a tolerância não seja apenas um ideal, mas uma realidade concreta. Uma utopia que transcenda barreiras culturais, religiosas e políticas, promovendo um ambiente propício ao florescimento da compreensão mútua e à coexistência pacífica. Este contraste entre tolerância e intolerância é, portanto, a semente de uma utopia imaginada, um convite à reflexão sobre o tipo de sociedade que poderíamos construir se optássemos pela tolerância como alicerce para nossas interações humanas. ___________________________________________________________________________________ ---------
----------- Rubens Barbosa* - Os EUA e a questão palestina O Estado de S. Paulo A pressão da opinião pública, no contexto eleitoral que se aproxima, deverá fortalecer o apoio, desta vez decisivo, para a criação do Estado Palestino Desde a decisão da ONU, em 1947, pela criação dos Estados de Israel e da Palestina até a crise atual, uma retrospectiva objetiva da política externa americana em relação às crises no Oriente Médio mostra que, ao ignorar as violações do Direito Internacional – ocupação do território palestino, assentamentos ilegais na Cisjordânia, isolamento da Faixa de Gaza, tentativa de anexar o que resta da Palestina e outras considerações geopolíticas –, Washington não contribuiu nem para o encaminhamento de decisões para garantir a segurança de Israel nem para a busca da paz pela desocupação do território palestino e a criação do segundo Estado definido na partilha. Agora, pela primeira vez, de forma pública e privada, os EUA estão insistindo fortemente numa solução política. Os entendimentos em 1978 (Camp David) e em 1983 (Oslo) estavam na direção correta, mas a política dos dois Estados não contou com o apoio decisivo de Washington. Embora isolado no “inabalável” apoio político, econômico e militar a Israel, os EUA aparentemente estão chegando ao limite de tolerância em relação à ação militar contra o Hamas, em razão do dano colateral contra a população civil. Na linha enunciada pelo presidente Joe Biden, o assessor de Segurança Nacional do EUA, Jake Sullivan, admitiu candidamente gestões privadas de Washington junto do primeiro-ministro Netanyahu em cinco questões cruciais: cautela na invasão terrestre; proteção da população civil; negociação, via Catar, para liberação dos reféns em mãos do Hamas; assentamentos ilegais de colonos israelitas na Cisjordânia; e a criação do Estado Palestino. Sullivan deixou implícito, na entrevista, que o primeiro-ministro israelense não estava dando atenção às gestões dos EUA. Confirmando isso, Netanyahu, em entrevista pública, disse que não iria autorizar o cessar-fogo, apesar de toda a pressão humanitária. No final da semana passada, o secretário de Estado Antony Blinken voltou pela terceira vez a Israel para convencer o governo de Netanyahu a minimizar o risco da população civil e a concordar com uma pausa humanitária para aliviar a pressão da opinião pública contra a escalada militar de Israel. Visivelmente constrangido, nada pôde anunciar e teve de ouvir das autoridades israelenses que só haveria uma pausa humanitária se o Hamas liberasse previamente todos os reféns. Israel anunciou que terá responsabilidade sobre a segurança em Gaza no pós-guerra, enquanto os EUA dizem que os palestinos deverão retomar o controle sobre a região. A evolução da crise em Gaza, com a possível escalda das operações militares ampliando o conflito para toda a região, não pode ser descartada. As manifestações de força dos EUA, de caráter dissuasório, para impedir ataque a Israel por outros grupos radicais de influência do Irã e de outros países, funcionaram. Os pronunciamentos do líder do Hezbollah e dos presidentes dos países do Oriente Médio, reunidos na Arábia Saudita, foram o reconhecimento explícito disso, ao evitar subir o tom das ameaças contra Israel. A ninguém (EUA, Irã, China, Rússia), neste momento, interessa que o conflito saia de controle. O fator que hoje está mais presente nas considerações de todos os países – e até certo ponto mesmo em Israel – é a crescente reação da opinião pública em todos os países árabes e em alguns países ocidentais, em razão da importância da participação de imigrantes de origem muçulmana nas populações locais (Inglaterra e França). O antissemitismo e a islamofobia estão aumentando. Nos EUA, as demonstrações de apoio à questão palestina se sucedem em universidades e lugares públicos e os jovens filiados ao Partido Democrata se afastam de Biden e protestam contra a política dos EUA para a região, exigindo a criação do Estado Palestino. A questão do Oriente Médio será um elemento com força na campanha eleitoral de 2024 e a administração Biden começa a dar sinais de que terá de mudar de política, se quiser contar com os votos dos jovens e da crescente comunidade muçulmana nos EUA. Em termos regionais, a situação dos EUA evoluiu da gradual perda de importância política no Oriente Médio, ocorrida nos últimos anos, para o total envolvimento político e militar na região. Isolados no apoio a Israel e desenvolvendo uma política para evitar novos ataques ao país, no fim da operação militar os EUA estarão em posição de força para liderar uma fórmula política que encontre uma solução para a desocupação da Faixa de Gaza e o recuo dos assentamentos ilegais na Cisjordânia, fortalecendo, ainda, a Autoridade Palestina, parte legítima para participar dessa negociação. O processo negociador não será breve, mas poderá ser facilitado pela mudança do governo em Tel Aviv, com a substituição do primeiro-ministro Netanyahu por uma coligação de centro-direita, e não de extrema direita, como é hoje. A pressão da opinião pública global e interna nos EUA, no contexto eleitoral que se aproxima, deverá fortalecer o apoio, desta vez decisivo, para a criação do Estado Palestino, mesmo com a oposição de grupos radicais em Israel. Não haverá alternativa política para Washington. Essa é a única forma de garantir a segurança de Israel e a paz na região. Além da força eleitoral de Biden em 2024. *Presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (IRICE), é membro da Academia Paulista de Letras _______________________________________________________________________________ ----------
---------- 100% das seções totalizadas: confira como ficou o quadro eleitoral após o 2º turno Último estado a concluir a totalização foi o Amazonas, na madrugada desta segunda-feira (31), às 00h18 31/10/2022 00:35 - Atualizado em 31/10/2022 17:06 Foto: LR Moreira/Secom/TSE - Abertura da urna eletrônica para técnicos da Polícia Federal - 24.0... O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluiu a totalização de todos os votos do segundo turno das Eleições Gerais 2022 às 00h18 desta segunda-feira (31). Do total de 156.454.011 eleitores aptos a votar, 124.252.796 compareceram às urnas, número equivalente a 79,41%. Os votos válidos totalizaram 118.552.353. A abstenção alcançou 32.200.558, representando 20,59%. Os votos nulos foram 3.930.765, o que corresponde a 3,16% do total de votos. Já os votos em branco somaram 1.769.678 (1,43%). No total, foram apuradas 472.075 seções eleitorais, a última delas no Amazonas. Os números estão disponíveis na página Resultados. Confira também no aplicativo Resultados (baixe nas lojas on-line App Store e Google Play) ou no Portal do TSE. Presidência da República Ainda na noite de domingo (30), foi definida matematicamente a disputa em segundo turno para presidente da República. Luiz Inácio Lula da Silva, da Coligação Brasil da Esperança, foi eleito pela maioria dos votos. Com a totalização da apuração de todas as seções, Lula obteve 60.345.999 votos (50,90% dos votos válidos) e Jair Bolsonaro (Coligação Pelo Bem do Brasil) recebeu 58.206.354 votos (49,10% dos votos válidos). Governadores e eleições suplementares Em 12 estados do país, a definição do novo governador também ficou para o segundo turno. Além disso, oito municípios também realizaram eleições suplementares para prefeito, convocadas porque candidatos eleitos no pleito municipal de 2020 tiveram o mandato ou o registro cassado pela Justiça Eleitoral. A marcação das eleições suplementares segue regras instituídas pela Resolução-TSE nº 23.280, de 22 de junho de 2010. Anualmente, o TSE designa o calendário das novas eleições. Assim, a cada ano são publicadas resoluções com as datas passíveis de realização de pleitos suplementares. Este ano, ainda ocorrerão mais duas eleições suplementares, 27 de novembro e 11 de dezembro. JL/LC, DM ____________________________________________________________________________________
--------- Aquele eleito no segundo turno, respaldado pelos que preconizam a tolerância e condenam veementemente a intolerância, encontra-se diante de um desafio complexo. Em sua busca por unir diferentes facções da sociedade, ele prometia ser um agente de conciliação, alguém capaz de transcender divisões ideológicas e promover a coexistência pacífica. Contudo, a realidade pós-eleição revela uma dinâmica preocupante. O líder eleito, ao invés de se manter fiel à plataforma que o elegeu, parece ceder a pressões de grupos que, uma vez no poder, agem com intolerância e sectarismo. Os defensores da tolerância, que depositaram sua confiança no líder para representar uma visão inclusiva da sociedade, encontram-se agora descontentes diante da aparente renúncia a esses princípios. O líder eleito, ao se tornar refém de apoiadores intolerantes, corre o risco de minar a confiança daqueles que acreditavam em sua capacidade de construir pontes e superar divisões. Este paradoxo político evidencia a complexidade de equilibrar interesses diversos e manter-se verdadeiro aos valores inicialmente proclamados durante a campanha eleitoral. ____________________________________________________________________________________ ---------
----------- Onda de calor: consumo de energia no Brasil bate recorde Foi primeira vez na história que carga superou marca de 100 mil MW Publicado em 14/11/2023 - 13:26 Por Ana Cristina Campos - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro ouvir: O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) registrou nessa segunda-feira (13) novo recorde na demanda instantânea de carga do Sistema Interligado Nacional (SIN): às 14h40, foi atingido o patamar de 100.955 megawatts (MW). Foi a primeira vez na história do SIN que a carga superou a marca de 100 mil MW. O recorde anterior era de 97.659 MW, medido em 26 de setembro deste ano. No momento em que o novo patamar foi registrado, o atendimento à carga era feito por 61.647 MW de geração hidráulica (61,1%), 10.628 MW de geração térmica (10,5%), 9.276 MW de geração eólica (9,2%), 8.506 MW de geração solar centralizada (8,4%) e 10.898 MW de geração solar proveniente de micro e mini geração distribuída - MMGD (10,8%). A principal razão para esse comportamento da carga é a significativa elevação de temperatura verificada em grande parte do Brasil. O Rio de Janeiro registrou, às 9h15 desta terça-feira (14), a maior sensação térmica desde 2014, de 58,5 graus Celsius (°C). A medição foi feita pela estação do serviço municipal de meteorologia Alerta Rio em Guaratiba, na zona oeste da cidade. No momento, os termômetros marcavam 35,5°C. A onda de calor chegou em uma época do ano em que, normalmente, a estação chuvosa já está estabelecida e em que as nuvens funcionam como uma espécie de controle das temperaturas. A ausência dessa defesa, segundo a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Anete Fernandes, potencializa os efeitos do fenômeno climático. Rio de Janeiro (RJ), 14/11/2023 – População enfrenta forte onda de calor no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil Rio de Janeiro (RJ), 14/11/2023 – População enfrenta forte onda de calor no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil - Tomaz Silva/Agência Brasil Ar-condicionado ou ventilador? ____________________________________________________________________________________________ Os ventiladores consomem menos energia que os aparelhos de ar condicionado. Cabe ressaltar que os aparelhos de ar condicionado oferecem o conforto térmico e a estabilidade na climatização do ambiente, enquanto os ventiladores apenas circulam o ar, mas não refrigeram. Ar-condicionado Antes de comprar, calcule o efeito na economia de energia, pela etiqueta do Inmetro que está colada no equipamento, informando o consumo anual de energia por ano, em kilowatt-hora (kWh/ano). Para saber o consumo, multiplique a energia consumida pelo aparelho em kWh pela tarifa de energia praticada na sua região. Por exemplo: a tarifa residencial no valor de R$ 0,754 por kWh. Assim, se o ar-condicionado consome, por exemplo, 600 kWh por ano, o gasto anual será 600 x 0,754, que resultará em R$ 452,4 por ano. Na dúvida entre dois modelos, compare o consumo de ambos e dê preferência ao que consome menos energia. Eventualmente, se esse produto for um pouco mais caro, pode ser que a diferença de preço se pague ao longo dos meses pela economia na conta de luz. Evite o abre e fecha de portas dos ambientes refrigerados e só deixe o aparelho ligado enquanto você estiver no ambiente. Feche as janelas e isole bem o ambiente para que o ar frio não escape. Cortinas e toldos diminuem a incidência do calor do sol no ambiente, o que também contribui para o isolamento térmico. Ventilador No chão, no teto ou na parede são sempre uma opção mais em conta para refrescar os ambientes. Observe a quantidade de vento que o ventilador é capaz de produzir. Na etiqueta do Inmetro, você é informado quanto à vazão do ventilador. Assim, se dois modelos consomem a mesma quantidade de energia, opte por aquele de maior vazão, porque certamente será capaz de ventilar mais do que o outro. O índice de eficiência energética constante na etiqueta traz essa relação entre vazão (quantidade de vento) e energia consumida: assim, opte pelos produtos de maior eficiência. Seja qual for o modelo do ventilador, é importante fazer a limpeza e manutenção para facilitar a circulação do ar. Os parafusos devem estar sempre firmes, as hélices balanceadas e, no caso do modelo de teto, verifique se a lâmpada é a indicada pelo fabricante. Dimensione adequadamente o aparelho para o tamanho do ambiente e só deixe ligado enquanto você estiver no espaço. ---------
----------- Onda de calor atinge vários estados brasileiros Onda de calor atinge vários estados brasileiros - Arte/ABR Matéria ampliada às 14h08 para inclusão das informações de comparação de ar-condicionado e ventilador. Edição: Graça Adjuto Onda de Calor Energia Consumo Recorde https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-11/onda-de-calor-consumo-de-energia-no-brasil-bate-recorde _______________________________________________________________________________________

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