Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sábado, 25 de novembro de 2023
O SENHOR DÁ SEMPRE
“Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos,
quanto mais dará o Pai Celestial o Espírito Santo aqueles que lho pedirem?” — Jesus. (LUCAS, CAPÍTULO 11, VERSÍCULO 13.)
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Pão Nosso - Capítulo 63 O Senhor dá sempre - por Juliana
Divulgar Doutrina Espírita
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Um pai terrestre, não obstante o carinho cego com que muitas vezes
envolve o coração, sempre sabe cercar o filho de dádivas proveitosas.
Por que motivo o Pai Celestial, cheio de sabedoria e amor, permaneceria
surdo e imóvel perante as nossas súplicas?
O devotamento paternal do Supremo Senhor nos rodeia em toda parte.
Importa, contudo, não viciarmos o entendimento.
Lembremo-nos de que a Providência Divina opera invariavelmente para o
bem infinito.
Liberta a atmosfera asfixiante com os recursos da tempestade.
Defende a flor com espinhos.
Protege a plantação útil com adubos desagradáveis.
Sustenta a verdura dos vales com a dureza das rochas.
Assim também, nos círculos de lutas planetárias, acontecimentos que nos
parecem desastrosos, à atividade particular, representam escoras ao nosso
equilíbrio e ao nosso êxito, enquanto que fenômenos interpretados como
calamidades na ordem coletiva constituem enormes benefícios públicos.
Roga, pois, ao Senhor a bênção da Luz Divina para o teu coração e para a
tua inteligência, a fim de que te não percas no labirinto dos problemas;
contudo, não te esqueças de que, na maioria das ocasiões, o socorro inicial do
Céu nos vem ao caminho comum, através de angústias e desenganos.
Aguarda, porém, confiante, a passagem dos dias. O tempo é o nosso
explicador silencioso e te revelará ao coração a bondade infinita do Pai que nos
restaura a saúde da alma, por intermédio do espinho da desilusão ou do
amargoso elixir do sofrimento.
63
O SENHOR DÁ SEMPRE
http://limiarespirita.com.br/livros/pao_nosso.pdf
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“Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos,
quanto mais dará o Pai Celestial o Espírito Santo aqueles que lho pedirem?”
"Essa passagem bíblica é uma reflexão sobre a bondade e a generosidade do Pai Celestial em dar o Espírito Santo àqueles que O buscam. Ela destaca a ideia de que, se mesmo pessoas comuns são capazes de dar coisas boas aos seus filhos, quanto mais Deus, que é infinitamente bom, dará o Espírito Santo para aqueles que O buscam sinceramente.
Essa passagem pode ser encontrada no Evangelho de Lucas, capítulo 11, versículo 13, e também em uma versão semelhante no Evangelho de Mateus, capítulo 7, versículo 11. Esses versículos enfatizam a confiança na generosidade divina ao buscar a orientação espiritual e o auxílio de Deus, comparando essa bondade àquela que os pais terrenos têm pelos seus filhos."
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"11 Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?"
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"Esse versículo, presente no Evangelho de Mateus (7:11), realça a bondade e a generosidade de Deus em dar coisas boas àqueles que O buscam por meio da oração e da fé. A comparação é feita entre a capacidade dos pais terrenos, mesmo sendo falhos, de proporcionar coisas boas aos seus filhos, e a magnitude da generosidade do Pai Celestial. O argumento de Jesus é que se mesmo pessoas imperfeitas conseguem dar coisas boas, quanto mais Deus, que é perfeito em amor e bondade, estará disposto a dar coisas boas àqueles que O procuram sinceramente."
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AS QUATRO ESTAÇÕES - Antonio Vivaldi - Camerata Florianópolis
Camerata Florianópolis
28,8 mil inscritos
621.718 visualizações 1 de set. de 2018
Le Quattro Stagioni, Opus 8
"Il cimento dell'armonia e dell'inventione"
Antonio Vivaldi (Veneza, 4 de março de 1678 — Viena, 28 de julho de 1741)
Camerata Florianópolis
Regência: Jeferson Della Rocca
Violino solista: Moises Bonella Cunha
Gravado ao vivo no CIC, pelo Estúdio Móvel - Eduardo Serafim
Concerto No. 1 em Mi maior, op. 8, RV 269, "La primavera" (Primavera)
1. Allegro 2. Largo 3. Allegro Pastorale
Concerto No. 2 em Sol menor, op. 8, RV 315, "L'estate" (Verão)
1. Allegro non molto 2. Adagio e piano - Presto e Forte 3. Presto
Concerto No. 3 em Fá Maior, op. 8, RV 293, "L'autunno" (Outono)
1. Allegro 2. Adagio molto 3. Allegro
Concerto No. 4 em Fá menor, op. 8, RV 297, "L'inverno" (Inverno)
1. Allegro non molto 2. Largo 3. Allegro
Na “Primavera”, Antonio Vivaldi abre o Primeiro Movimento (Allegro) com um festivo tutti que anuncia a Chegada da Primavera, e com a mesma, já no primeiro solo em três violinos, o feliz canto dos pássaros que festejam a nova estação. Um novo tema apresentado pela orquestra sugere o murmúrio das fontes que, com o suspirar dos Zéfiros, correm docemente. O segundo solo de violino indica a tempestade, onde os raios e trovões, vem cobrindo o ar em um manto negro. Mas, apesar da tormenta, o violino solista mostra no tema seguinte que enquanto isto, sem se importar, ficam os passarinhos, retornando ao seu encanto canoro. O Segundo Movimento (Largo) nos instiga a imaginar os prados floridos e amenos, onde ao som do doce murmúrio de árvores e folhas, dorme o camponês, enquanto, ao lado, ladra o seu fiel cão. O Movimento 3(Allegro), em forma de dança pastoral, representa uma festiva reunião, onde ao som alegre das gaitas camponesas, dançam as ninfas e os pastores, sob o ansiado céu de primavera, a surgir, brilhante.
“Sob a dura estação, com sol a pino, extenuam-se tanto os homens como os animais e o pinheiro arde”, neste contexto se dá início ao Primeiro Movimento (Allegro nom molto –Allegro) do “Verão”. Num primeiro solo de violino e violoncello, não é difícil perceber a intenção do autor em imitar o canto do cuco e, com ele, também o canto da pomba e o rouxinol. Um novo tema orquestral representa o doce sopro do Zéfiro, mas apesar disso, o vento boreal move-se desafiante ao lado dele. Um último solo de violino, expressa o triste choro do pastor, pois, apesar de tudo, ele teme a borrasca feroz e o seu destino. No Segundo Movimento (Adagio), o mesmo pastor estica seu corpo, procurando repouso, apesar do medo dos trovões furiosos e das abelhas e vespas ao seu redor. Mas, no difícil Terceiro Movimento (Presto), eis que seus temores se confirmam, o céu grandioso troveja, fulminante, quebrando os troncos do trigo, dizimando os grãos.
No “Outono”, pode-se sentir já no primeiro tutti e conseqüente solo de violino do Primeiro Movimento (Allegro), novamente um ambiente alegre, onde, segundo os sonetos de Vivaldi, o camponês celebra com festas e cantos a feliz colheita, com intenso prazer. O mesmo está tão aceso pelos licores de Baco (solo 2) que acaba com sono a sua alegria. Com um solo de Cravo no Segundo Movimento (Adagio molto), uma linda ária, temperada com doçura, faz com que se encerrem as festas e os cantos; e a estação convida todos para um suavíssimo sono, como todos bem queiram. Terceiro movimento (Allegro) – No dia seguinte, o caçador sai à caça com trompas, espingardas e cães ferozes. Através de rápida passagem em tercinas do violino solista, podemos sentir a fuga da preza com os caçadores seguindo suas pegadas. Já esgotada e temerosa com o grande alvoroço de rifles e cães, a presa é ferida, tenta fugir, mas é atingida e morre.
Os primeiros trinados do Movimento 1(Allegro non molto), do Inverno, nos repassam a imagem de alguém tremendo sem parar sobre a neve, castigado ainda pelo severo soprar do vento cortante, anunciado já pelo primeiro solo de violino, gerando um clima de tensão que culmina no tutti orquestral, que passa a sensação do correr batendo os pés a todo o instante e no último solo do movimento, o bater dos dentes em um frio intenso. O aconchego de ficar ao fogo, quieto e satisfeito, enquanto a chuva do lado de fora a tudo banha, pode ser perfeitamente sentido não somente pelo doce e expressivo solo de violino do Movimento 2 (Largo), mas também pelo pizziccatto da orquestra imitando a chuva. O Movimento 3(Allegro), é o único movimento rápido da obra que já começa com um solo de violino, sugerindo o caminhar sobre o gelo, a passos lentos, com medo de cair com a tentativa. O tutti seguinte expressa o caminhar com mais decisão e cair sobre a terra, novamente, ir sobre o gelo e correr forte, sem que o gelo se rompa. O tema seguinte em andamento lento e posterior a tempo num confronto entre violino e orquestra, finaliza com vigor a música, ou como Vivaldi desejou, “sentir sair do céu o vento Siroco, o boreal e todos os ventos em pé de guerra. Este é o inverno, ainda assim, há nele alegria”.
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Oração do Caminhante`(Eurípedes Barsanulfo)
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'As horas correm.
Lá embaixo, a cidade já se levantou, preguiçosa.
O jovem continua a leitura página-a-página. As lições caem-lhe no Espírito ávido com naturalidade. Sem os atropelos da dúvida.
A segunda parte do livro arranca-lhe incontidas lágrimas de emoção.
Jamais sentira em autor algum a alta significação do Amor e da Sabedoria de Deus.
"Jamais vi alguém cantar as glórias da Criação com tamanha profundidade e beleza."
Estas palavras de Eurípedes numerosas vezes repetidas, expressam-lhe o grande respeito devotado à obra de Léon Denis.
Na Literatura Religiosa, que folheava frequentemente, nunca, até então, encontrara um cérebro que expressasse a magnificência da Obra Divina, com o brilho e a profundidade desse autor.
Com a força suave e a beleza da poesia, o filósofo estrutura novo e racional sentido para os atributos de Deus.
Quando desceu o morro verdejante, Eurípedes revivia os primeiros arrebatamentos, que a literatura espírita lhe proporcionava e que se repetiriam, no futuro, pelas mãos fraternas de "tio Sinhô".
NOTA - Depoimentos de: José Rezende da Cunha e Edalides M. Rezende - S. Carlos, SP; Viúva Jovino Gonçalves de Araújo - Santa Maria, MG; Ranulfo G. Cunha - Santa Maria, MG; e Amália Ferreira de Mello (arquivo pessoal), desencarnada em Sacramento, MG.
EURÍPEDES O HOMEM E A MISSÃO
CORINA NOVELINO
pp. 77
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Resumo da doutrina de Sócrates e de Platão.
I. O homem é uma alma encarnada. Antes da sua encarnação, existia unida aos tipos primordiais das ideias do verdadeiro, do bem e do belo; separa-se deles, encarnando, e, recordando o seu passado, é mais ou menos atormentada pelo desejo de voltar a ele.
Não se pode enunciar mais claramente a distinção e independência entre o princípio inteligente e o princípio material. É, além disso, a doutrina da preexistência da alma; da vaga intuição que ela guarda de um outro mundo, a que aspira; da sua sobrevivência ao corpo; da sua saída do mundo espiritual, para encarnar, e da sua volta a esse mesmo mundo, após a morte. É, finalmente, o gérmen da doutrina dos Anjos decaídos.
II. A alma se transvia e perturba, quando se serve do corpo para considerar qualquer objeto; tem vertigem, como se estivesse ébria, porque se prende a coisas que estão, por sua natureza, sujeitas a mudanças; ao passo que, quando contempla a sua própria essência, dirige-se para o que é puro, eterno, imortal, e, sendo ela dessa natureza, permanece aí ligada, por tanto tempo quanto possa. Cessam então os seus transviamentos, pois que está unida ao que é imutável e a esse estado da alma é que se chama sabedoria.
Assim, ilude a si mesmo o homem que considera as coisas de modo terra a terra, do ponto de vista material. Para as apreciar com justeza, tem de as ver do alto, isto é, do ponto de vista espiritual. Aquele, pois, que está de posse da verdadeira sabedoria, tem de isolar do corpo a alma, para ver com os olhos do Espírito. É o que ensina o Espiritismo. (Cap. II, n.º 5.)
III. Enquanto tivermos o nosso corpo e a alma se achar mergulhada nessa corrupção, nunca possuiremos o objeto dos nossos desejos: a verdade. Com efeito, o corpo nos suscita mil obstáculos pela necessidade em que nos achamos de cuidar dele. Ao demais, ele nos enche de desejos, de apetites, de temores, de mil quimeras e de mil tolices, de maneira que, com ele, impossível se nos torna ser ajuizados, sequer por um instante. Mas, se não nos é possível conhecer puramente coisa alguma, enquanto a alma nos está ligada ao corpo, de duas uma: ou jamais conheceremos a verdade, ou só a conheceremos após a morte. Libertos da loucura do corpo, conversaremos então, lícito é esperá-lo, com homens igualmente libertos e conheceremos, por nós mesmos, a essência das coisas. Essa a razão por que os verdadeiros filósofos se exercitam em morrer e a morte não se lhes afigura, de modo nenhum, temível.
Está aí o princípio das faculdades da alma obscurecidas por motivo dos órgãos corporais e o da expansão dessas faculdades depois da morte. Mas trata-se apenas de almas já depuradas; o mesmo não se dá com as almas impuras. (O Céu e o Inferno, 1ª Parte, cap. II; 2ª Parte, cap. I.)
IV. A alma impura, nesse estado, se encontra oprimida e se vê de novo arrastada para o mundo visível, pelo horror do que é invisível e imaterial. Erra, então, diz-se, em torno dos monumentos e dos túmulos, junto aos quais já se têm visto tenebrosos fantasmas, quais devem ser as imagens das almas que deixaram o corpo sem estarem ainda inteiramente puras, que ainda conservam alguma coisa da forma material, o que faz que a vista humana possa percebê-las. Não são as almas dos bons; são, porém, as dos maus, que se veem forçadas a vagar por esses lugares, onde arrastam consigo a pena da primeira vida que tiveram e onde continuam a vagar até que os apetites inerentes à forma material de que se revestiram as reconduzam a um corpo. Então, sem dúvida, retomam os mesmos costumes que durante a primeira vida constituíam objeto de suas predileções.
Não somente o princípio da reencarnação se acha aí claramente expresso, mas também o estado das almas que se mantêm sob o jugo da matéria é descrito qual o mostra o Espiritismo nas evocações. Mais ainda: no tópico acima se diz que a reencarnação num corpo material é consequência da impureza da alma, enquanto as almas purificadas se encontram isentas de reencarnar. Outra coisa não diz o Espiritismo, acrescentando apenas que a alma, que boas resoluções tomou na erraticidade e que possui conhecimentos adquiridos, traz, ao renascer, menos defeitos, mais virtudes e ideias intuitivas do que tinha na sua existência precedente. Assim, cada existência lhe marca um progresso intelectual e moral. (O Céu e o Inferno, 2ª Parte: Exemplos.)
V. Após a nossa morte, o gênio (daimon, demônio), que nos fora designado durante a vida, leva-nos a um lugar onde se reúnem todos os que têm de ser conduzidos ao Hades, para serem julgados. As almas, depois de haverem estado no Hades o tempo necessário, são reconduzidas a esta vida em múltiplos e longos períodos.
É a doutrina dos Anjos guardiães, ou Espíritos protetores, e das reencarnações sucessivas, em seguida a intervalos mais ou menos longos de erraticidade.
VI. Os demônios ocupam o espaço que separa o céu da Terra; constituem o laço que une o Grande Todo a si mesmo. Não entrando nunca a divindade em comunicação direta com o homem, é por intermédio dos demônios que os deuses entram em comércio e se entretêm com ele, quer durante a vigília, quer durante o sono.
A palavra daimon, da qual fizeram o termo demônio, não era, na antiguidade, tomada à má parte, como nos tempos modernos. Não designava exclusivamente seres malfazejos, mas todos os Espíritos, em geral, dentre os quais se destacavam os Espíritos superiores, chamados deuses, e os menos elevados, ou demônios propriamente ditos, que comunicavam diretamente com os homens. Também o Espiritismo diz que os Espíritos povoam o espaço; que Deus só se comunica com os homens por intermédio dos Espíritos puros, que são os incumbidos de lhe transmitir as vontades; que os Espíritos se comunicam com eles durante a vigília e durante o sono. Ponde, em lugar da palavra demônio, a palavra Espírito e tereis a doutrina espírita; ponde a palavra anjo e tereis a doutrina cristã.
VII. A preocupação constante do filósofo (tal como o compreendiam Sócrates e Platão) é a de tomar o maior cuidado com a alma, menos pelo que respeita a esta vida, que não dura mais que um instante, do que tendo em vista a eternidade. Desde que a alma é imortal, não será prudente viver visando à eternidade?
O Cristianismo e o Espiritismo ensinam a mesma coisa.
VIII. Se a alma é imaterial, tem de passar, após essa vida, a um mundo igualmente invisível e imaterial, do mesmo modo que o corpo, decompondo-se, volta à matéria. Muito importa, no entanto, distinguir bem a alma pura, verdadeiramente imaterial, que se alimente, como Deus, de ciência e pensamentos, da alma mais ou menos maculada de impurezas materiais, que a impedem de elevar-se para o divino e a retêm nos lugares da sua estada na Terra.
Sócrates e Platão, como se vê, compreendiam perfeitamente os diferentes graus de desmaterialização da alma. Insistem na diversidade de situação que resulta para elas da sua maior ou menor pureza. O que eles diziam, por intuição, o Espiritismo o prova com os inúmeros exemplos que nos põe sob as vistas. (O Céu e o Inferno, 2ª Parte.)
IX. Se a morte fosse a dissolução completa do homem, muito ganhariam com a morte os maus, pois se veriam livres, ao mesmo tempo, do corpo, da alma e dos vícios. Aquele que guarnecer a alma, não de ornatos estranhos, mas com os que lhe são próprios, só esse poderá aguardar tranquilamente a hora da sua partida para o outro mundo.
Equivale isso a dizer que o materialismo, com o proclamar para depois da morte o nada, anula toda responsabilidade moral ulterior, sendo, conseguintemente, um incentivo para o mal; que o mau tem tudo a ganhar do nada. Somente o homem que se despojou dos vícios e se enriqueceu de virtudes, pode esperar com tranquilidade o despertar na outra vida. Por meio de exemplos, que todos os dias nos apresenta, o Espiritismo mostra quão penoso é, para o mau, o passar desta à outra vida, a entrada na vida futura. (O Céu e o Inferno, 2ª Parte, cap. I.)
X. O corpo conserva bem impressos os vestígios dos cuidados de que foi objeto e dos acidentes que sofreu. Dá-se o mesmo com a alma. Quando despida do corpo, ela guarda, evidentes, os traços do seu caráter, de suas afeições e as marcas que lhe deixaram todos os atos de sua vida. Assim, a maior desgraça que pode acontecer ao homem é ir para o outro mundo com a alma carregada de crimes. Vês, Cálicles, que nem tu, nem Pólux, nem Górgias podereis provar que devamos levar outra vida que nos seja útil quando estejamos do outro lado. De tantas opiniões diversas, a única que permanece inabalável é a de que mais vale receber do que cometer uma injustiça e que, acima de tudo, devemos cuidar, não de parecer, mas de ser homem de bem. (Colóquios de Sócrates com seus discípulos, na prisão.)
Depara-se-nos aqui outro ponto capital, confirmado hoje pela experiência: o de que a alma não depurada conserva as ideias, as tendências, o caráter e as paixões que teve na Terra. Não é inteiramente cristã esta máxima: mais vale receber do que cometer uma injustiça? O mesmo pensamento exprimiu Jesus, usando desta figura: “Se alguém vos bater numa face, apresentai-lhe a outra.” (Cap. XII, nos 7 e 8.)
XI. De duas uma: ou a morte é uma destruição absoluta, ou é passagem da alma para outro lugar. Se tudo tem de extinguir-se, a morte será como uma dessas raras noites que passamos sem sonho e sem nenhuma consciência de nós mesmos. Todavia, se a morte é apenas uma mudança de morada, a passagem para o lugar onde os mortos se têm de reunir, que felicidade a de encontrarmos lá aqueles a quem conhecemos! O meu maior prazer seria examinar de perto os habitantes dessa outra morada e distinguir lá, como aqui, os que são dignos dos que se julgam tais e não o são. Mas, é tempo de nos separarmos, eu para morrer, vós para viverdes. (Sócrates aos seus juízes.)
Segundo Sócrates, os que viveram na Terra se encontram após a morte e se reconhecem. Mostra o Espiritismo que continuam as relações que entre eles se estabeleceram, de tal maneira que a morte não é nem uma interrupção, nem a cessação da vida, mas uma transformação, sem solução de continuidade. Houvessem Sócrates e Platão conhecido os ensinos que o Cristo difundiu quinhentos anos mais tarde e os que agora o Espiritismo espalha, e não teriam falado de outro modo. Não há nisso, entretanto, o que surpreenda, se considerarmos que as grandes verdades são eternas e que os Espíritos adiantados hão de tê-las conhecido antes de virem à Terra, para onde as trouxeram; que Sócrates, Platão e os grandes filósofos daqueles tempos bem podem, depois, ter sido dos que segundaram o Cristo na sua missão divina, escolhidos para esse fim precisamente por se acharem, mais do que outros, em condições de lhe compreenderem as sublimes lições; que, finalmente, pode dar-se façam eles agora parte da plêiade dos Espíritos encarregados de ensinar aos homens as mesmas verdades.
XII. Nunca se deve retribuir com outra uma injustiça, nem fazer mal a ninguém, seja qual for o dano que nos hajam causado. Poucos, no entanto, serão os que admitam esse princípio, e os que se desentenderem a tal respeito nada mais farão, sem dúvida, do que se votarem uns aos outros mútuo desprezo.
Não está aí o princípio de caridade, que prescreve não se retribua o mal com o mal e se perdoe aos inimigos?
XIII. É pelos frutos que se conhece a árvore. Toda ação deve ser qualificada pelo que produz: qualificá-la de má, quando dela provenha mal; de boa, quando dê origem ao bem.
Esta máxima: “Pelos frutos é que se conhece a árvore”, se encontra muitas vezes repetida textualmente no Evangelho.
XIV. A riqueza é um grande perigo. Todo homem que ama a riqueza não ama a si mesmo, nem ao que é seu; ama a uma coisa que lhe é ainda mais estranha do que o que lhe pertence. (Cap. XVI.)
XV. As mais belas preces e os mais belos sacrifícios prazem menos à Divindade do que uma alma virtuosa que faz esforços por se lhe assemelhar. Grave coisa fora que os deuses dispensassem mais atenção às nossas oferendas, do que à nossa alma; se tal se desse, poderiam os mais culpados conseguir que eles se lhes tornassem propícios. Mas, não: verdadeiramente justos e retos só o são os que, por suas palavras e atos, cumprem seus deveres para com os deuses e para com os homens. (Cap. X, nos 7 e 8.)
XVI. Chamo homem vicioso a esse amante vulgar, que mais ama o corpo do que a alma. O amor está por toda parte em a natureza, que nos convida ao exercício da nossa inteligência; até no movimento dos astros o encontramos. É o amor que orna a natureza de seus ricos tapetes; ele se enfeita e fixa morada onde se lhe deparem flores e perfumes. É ainda o amor que dá paz aos homens, calma ao mar, silêncio aos ventos e sono à dor.
O amor, que há de unir os homens por um laço fraternal, é uma consequência dessa teoria de Platão sobre o amor universal, como lei da natureza. Tendo dito Sócrates que “o amor não é nem um deus, nem um mortal, mas um grande demônio”, isto é, um grande Espírito que preside ao amor universal, essa proposição lhe foi imputada como crime.
XVII. A virtude não pode ser ensinada; vem por dom de Deus aos que a possuem.
É quase a doutrina cristã sobre a graça; mas, se a virtude é um dom de Deus, é um favor e, então, pode perguntar-se por que não é concedida a todos. Por outro lado, se é um dom, carece de mérito para aquele que a possui. O Espiritismo é mais explícito, dizendo que aquele que possui a virtude a adquiriu por seus esforços, em existências sucessivas, despojando-se pouco a pouco de suas imperfeições. A graça é a força que Deus faculta ao homem de boa vontade para se expungir do mal e praticar o bem.
XVIII. É disposição natural em todos nós a de nos apercebermos muito menos dos nossos defeitos, do que dos de outrem.
Diz o Evangelho: “Vedes a palha que está no olho do vosso próximo e não vedes a trave que está no vosso.” (Cap. X, nos 9 e 10.)
XIX. Se os médicos são malsucedidos, tratando da maior parte das moléstias, é que tratam do corpo, sem tratarem da alma. Ora, não se achando o todo em bom estado, impossível é que uma parte dele passe bem.
O Espiritismo fornece a chave das relações existentes entre a alma e o corpo e prova que um reage incessantemente sobre o outro. Abre, assim, nova senda para a ciência. Com o lhe mostrar a verdadeira causa de certas afecções, faculta-lhe os meios de as combater. Quando a ciência levar em conta a ação do elemento espiritual na economia, menos frequentes serão os seus maus êxitos.
XX. Todos os homens, a partir da infância, muito mais fazem de mal, do que de bem.
Essa sentença de Sócrates fere a grave questão da predominância do mal na Terra, questão insolúvel sem o conhecimento da pluralidade dos mundos e da destinação do planeta terreno, habitado apenas por uma fração mínima da humanidade. Somente o Espiritismo resolve essa questão, que se encontra explanada aqui adiante, nos capítulos II, III e V.
XXI. Ajuizado serás, não supondo que sabes o que ignoras. Isso vai com vistas aos que criticam aquilo de que desconhecem até mesmo os primeiros termos.
Platão completa esse pensamento de Sócrates, dizendo: “Tentemos, primeiro, torná-los, se for possível, mais honestos nas palavras; se não o forem, não nos preocupemos com eles e não procuremos senão a verdade. Cuidemos de instruir-nos, mas não nos injuriemos.” É assim que devem proceder os espíritas com relação aos seus contraditores de boa ou má-fé. Revivesse hoje Platão e acharia as coisas quase como no seu tempo e poderia usar da mesma linguagem. Também Sócrates toparia criaturas que zombariam da sua crença nos Espíritos e que o qualificariam de louco, assim como ao seu discípulo Platão.
Foi por haver professado esses princípios que Sócrates se viu ridiculizado, depois acusado de impiedade e condenado a beber cicuta. Tão certo é que, levantando contra si os interesses e os preconceitos que elas ferem, as grandes verdades novas não se podem firmar sem luta e sem fazer mártires.
https://kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/887/o-evangelho-segundooespiritismo/2050/introducao
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Frases do Bem
40 frases de bom humor para viver de bem com a vida
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Segure o bom humor.
O seu bom humor é a sua
proteção.
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