Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
domingo, 26 de novembro de 2023
A PAZ
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Roupa Nova - A Paz (Heal The World) (Lyric Vídeo)
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O texto aborda o conflito entre Israel e Gaza, evidenciando que interpretar essa situação apenas como um embate entre dois lados opostos é simplista e superficial. Aponta que o confronto vai além de questões culturais e simbólicas, sendo manipulado por líderes políticos que se beneficiam da polarização para manter o poder. Destaca também a importância da busca pela paz e do reconhecimento mútuo dos direitos à terra tanto por judeus quanto por palestinos, enfatizando que a guerra não é a solução para a disputa. Além disso, destaca a necessidade de uma atuação diplomática dos Estados Unidos para promover a paz na região, ressaltando as ameaças à democracia representadas pelo nacionalismo populista e autoritário.
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Luiz Sérgio Henriques* - A paz imprevisível
O Estado de S. Paulo
O pogrom de outubro e a tragédia de Gaza evidenciam que, no caso destes dois grandes povos, só fanáticos ainda creem haver terra a tomar e guerra a vencer
Nada pior para um conflito como o que ora transcorre em Israel e em Gaza, carregado de dimensões simbólicas milenares, do que ser capturado pela lógica pedestre das guerras de cultura, tão raivosas quanto superficiais. Israel nelas aparece, monoliticamente, como o representante do imperialismo ocidental, um apêndice estranho e indesejado na região, contra quem toda e qualquer revolta se justifica, mesmo quando, como em 7 de outubro, pisoteia valores mínimos da civilização e reacende temores ancestrais de perseguição e aniquilamento. Pela mesma lógica, inversamente, o Hamas identifica-se com todo um povo e surge como protagonista de um tardio combate anticolonial, em torno do qual devem se juntar automaticamente os condenados da Terra.
Postas assim as coisas, cada um de nós não tem muito mais a fazer senão se afundar nas respectivas câmaras de eco e repetir indefinidamente as próprias verdades até que um dia, quem sabe, sobrevenha o cansaço e reapareça a necessidade de buscar alguma outra “causa justa”. Perdem-se nuances, omitem-se elementos significativos de um complexo consenso em construção, inclusive nos círculos dirigentes do Ocidente.
Por aqui, aliás, há bons sinais. Certamente, tarda uma decidida ação de paz pelos Estados Unidos, a potência capaz de conter ou influenciar Israel e, ao mesmo tempo, dialogar com o mundo árabe, suas ruas expressivas e seus dirigentes mais sensatos. No entanto, neste momento de trevas, tem sido animador ver o amadurecimento definitivo da ideia dos dois Estados, alicerçada não só numa necessária visão pragmática, como também no reconhecimento formal do direito à terra tanto por judeus quanto por palestinos.
Tem mais de um grão de verdade a proposição do presidente Biden segundo a qual, neste “ponto de inflexão da História”, há um contraponto entre democracias e autocracias. Trata-se, porém, de uma verdade parcial, provisória, até pelo fato de que, como o próprio Biden sabe em primeiríssima mão, as democracias permanecem assediadas internamente por atores disruptivos com capacidade para produzir fissuras em consolidadas tradições constitucionais. E, por ironia, nem mesmo a democracia israelense está livre deste assédio. Um político como Benjamin Netanyahu, não por acaso, é fator interno de restrição das liberdades e fator externo de guerras e invasões, ainda que nesta última circunstância tenha os extremistas palestinos como sócios dedicados.
De fato, com algumas exceções, como perto de nós a Venezuela, têm vindo da extrema direita global as ameaças mais graves aos regimes democrático-constitucionais que costumávamos considerar quase um fato da natureza. O culto do homem forte e providencial ressurgiu como a novidade em reação à globalização dos mercados feita de modo veloz e anárquico em algumas poucas décadas. O rótulo “nacional-populismo” define bem a situação recentemente criada: nativismo ideológico, fechamento de fronteiras econômicas, proteção real ou meramente demagógica aos trabalhadores locais, em troca de concentração de poder e asfixia dos pesos e contrapesos de uma democracia cada vez mais difícil.
Netanyahu é a manifestação israelense deste movimento reacionário global. Antes de 7 de outubro, havia um número impressionante de cidadãos nas ruas e praças de Israel, em manifestações que perduraram por meses a fio em defesa do Poder Judiciário. Por certo, a esquerda em sentido estrito, minoritária desde que a perspectiva de paz se enfraquecera, não tinha o controle dos protestos, dominados por preocupações com o destino de uma instituição absolutamente decisiva. E neles não estavam os árabes israelenses. Não importa muito, brotava ali o germe da renovação e da esperança, o repúdio de massas contra o autocrata em formação. Este germe e este repúdio se viram paralisados com o conflito, que, neste preciso sentido, responde ao nacionalismo agressivo de Netanyahu e seus aliados de extrema direita, particularmente os que representam a ocupação ilegal na Cisjordânia.
Guerras cumprem a função clássica de unir momentaneamente a população em torno da salvação nacional e de abafar o normal dissenso democrático que, de outro modo, se desenvolveria e teria o potencial de dar bons frutos. Na espessa névoa que logo produzem, prevalecem profissões de fé e alinhamentos pavlovianos, como se Israel só tivesse amigos à direita, a Palestina à esquerda. E como se um país inteiro se reduzisse à guerra ao terror e o outro, em formação, limitasse suas formas de luta e resistência a explosões bárbaras.
O caminho da paz, surpreendente e imprevisível, é um daqueles que só se fazem ao caminhar – e a História está mais cheia deles do que parece. Como muitos autores têm lembrado, a Guerra do Yom Kippur, em 1973, levaria ao acordo entre Begin e Al Sadat; e à Intifada de 1987 se seguiriam os Acordos de Oslo entre Rabin e Arafat. O pogrom de outubro e a tragédia cotidiana de Gaza escancaram a evidência de que, no caso destes dois grandes povos, só fanáticos ainda acreditam haver terra a tomar e guerra a vencer.
*Tradutor e ensaísta, é um dos organizadores das obras de Gramsci no Brasil
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Heal The World
Michael Jackson
There's a place in your heart
And I know that it is love
And this place could be
Much brighter than tomorrow
And if you really try
You'll find there's no need to cry
In this place you'll feel
There's no hurt or sorrow
There are ways to get there
If you care enough for the living
Make a little space
Make a better place
Heal the world
Make it a better place
For you and for me
And the entire human race
There are people dying
If you care enough for the living
Make it a better place
For you and for me
If you want to know why
There's love that cannot lie
Love is strong
It only cares of joyful giving
If we try, we shall see
In this bliss
We cannot feel fear or dread
We stop existing and start living
Then it feels that always
Love's enough for us growing
So make a better world
Make a better world
Heal the world
Make it a better place
For you and for me
And the entire human race
There are people dying
If you care enough for the living
Make a better place
For you and for me
And the dream we were conceived in
Will reveal a joyful face
And the world we once believed in
Will shine again in grace
Then why do we keep strangling life
Wound this Earth, crucify its soul
Though it's plain to see
This world is heavenly, be God's glow
We could fly so high
Let our spirits never die
In my heart I feel
You are all my brothers
Create a world with no fear
Together, we'll cry happy tears
See the nations turn their swords
Into plowshares
We could really get there
If you cared enough for the living
Make a little space
To make a better place
Heal the world
Make it a better place
For you and for me
And the entire human race
There are people dying
If you care enough for the living
Make a better place
For you and for me
Heal the world
Make it a better place
For you and for me
And the entire human race
There are people dying
If you care enough for the living
Make a better place
For you and for me
Heal the world
Make it a better place
For you and for me
And the entire human race
There are people dying
If you care enough for the living
Make a better place
For you and for me
There are people dying
If you care enough for the living
Make a better place
For you and for me
There are people dying
If you care enough for the living
Make a better place
For you and for me
You and for me
(Make a better place)
You and for me
(Make a better place)
You and for me
(Make a better place)
You and for me
(Heal the world we live in)
You and for me
(Save it for our children)
You and for me
(Heal the world we live in)
You and for me
(Save it for our children)
You and for me
(Heal the world we live in)
You and for me
(Save it for our children)
You and for me
(Heal the world we live in)
You and for me
(Save it for our children)
Composição: Marty Paich / Michael Jackson.
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O texto aborda o recente acordo de troca de reféns entre Israel e Gaza, evidenciando um momento de cessar-fogo após meses de conflito. Destaca a complexidade e os desafios para alcançar uma paz duradoura na região, ressaltando a necessidade de vontade política e de interlocutores interessados na criação de um Estado Palestino. Aponta a postura desafiadora de Netanyahu e do Hamas, indicando que a solução de dois Estados ainda está longe de ser concretizada devido à resistência dessas lideranças em reconhecer os direitos e a existência mútua dos Estados. A guerra mantém líderes no poder e alimenta revoltas sociais, dificultando o avanço em direção à paz na região.
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Nas entrelinhas: A paz na Palestina ainda terá um longo caminho
Publicado em 26/11/2023 - 10:35 Luiz Carlos Azedo
Catar, Egito, EUA, Israel, Memória, Militares, Palestina, Política, Política, Terrorismo, Violência
A guerra de Gaza mantém Netanyahu no poder, até a população se cansar. Também mantém o prestígio político, as fontes de financiamento e a revolta social que retroalimentam o Hamas
Após mais de um mês de negociações em sigilo, intermediadas por Catar e Estados Unidos, começou na sexta-feira a troca de reféns em poder do Hamas por prisioneiros palestinos em Israel. Foram libertadas inicialmente 24 pessoas, sendo 13 mulheres e crianças israelenses, 10 cidadãos tailandeses e 1 filipino em Gaza. Israel libertou 39 palestinos da Cisjordânia que já estavam presos, antes mesmo de a guerra começar, e iniciou a trégua de quatro dias na guerra de Gaza.
O grupo sob poder do Hamas em Gaza, desde os ataques terroristas de 7 de outubro, foi entregue à Cruz Vermelha, que coordenou a operação de travessia da fronteira entre Gaza e o Egito, pela cidade de Rafah. Recebidos por médicos e especialistas em comunicação com reféns, foram levados de volta ao território de Israel por helicópteros do exército. Os tailandeses e o filipino receberão atendimento médico antes de voltarem para seus países.
Nos próximos dias, outros reféns devem ser liberados, na base de três prisioneiros palestinos, menores de idade e mulheres, para cada refém israelense, num total que deve chegar a 150 palestinos por 50 israelense. A suspensão recíproca dos ataques, como resultado de negociações que duraram mais de 30 dias, é uma demonstração de que uma paz duradoura é possível se houver vontade política em torno de objetivos exequíveis. A criação do Estado Palestino exigirá negociações mais complexas e demoradas, mas continua sendo a condição para a paz definitiva.
O acordo de Paris para o fim da guerra do Vietnã, negociado entre o Vietnã do Norte e os Estados Unidos, resultou de quatro anos de negociações, após a ofensiva do Tet (Ano Novo Lunar) de 1968. Iniciadas em janeiro de 1969 e concluídas somente em 27 de janeiro de 1973, somente foram exitosas porque havia um ambiente interno nos Estados Unidos contra a guerra, uma correlação de forças internacional favorável, mesmo em meio à guerra fria, e a vontade política do conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos Henry Klissinger e do líder comunista Le Duc Tho. Ambos receberam o prêmio Nobel da Paz, mas o segundo recusou. Alegou que a paz não havia sido alcançada completamente.
Kissinger e Duc Tho foram artífices de negociações muito complexas. O primeiro cessar fogo ocorreu em 1972, quando os Estados Unidos se retiraram do Vietnã, em troca de libertação de 566 prisioneiros americanos preso em Hanoi. A segunda parte do acordo, a permanência dos governos do Norte e do Sul até as eleições, fracassou, porque as tropas do Vietnã do Norte permaneceram no Sul.
Em retaliação, o presidente Richard Nixon determinou o bombardeio de Hanoi e da cidade portuária de Haiphong, nas quais foram lançadas 100 mil bombas, o equivalente a cinco bombas nucleares. Mas as negociações continuaram e a reunificação do Vietnã acabou ocorrendo, após a autodissolução do exército do Vietnã do Sul.
Vontade política
Ao contrário do que aconteceu no Acordo de Paz de Paris, não há interlocutores em Israel e no Hamas interessados na paz duradoura, com a criação do Estado palestino, em troca de pleno reconhecimento do Estado de Israel, respectivamente. O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, já declarou que o cessar-fogo é uma “pausa breve” e os combatentes continuarão de “modo intensivo”, no mínimo dois meses. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou que as tropas do país continuarão em Gaza até “trazer de volta todos os reféns e liquidar o Hamas”.
Netanyahu pretende manter o controle definitivo sobre a Faixa de Gaza após as Forças de Defesa de Israel (FDI) eliminarem o Hamas. A libertação de reféns não deveria incentivar a continuação da guerra. O cessar-fogo deu ao Hamas mais tempo para se reorganizar e fazer mais exigências nas negociações para libertar os 190 que ainda permanecem em seu poder, o que vai aumentar a pressão das famílias e dos Estados Unidos sobre Netanyahu.
Hahaha Sinwar, comandante do Hamas em Gaza, tenta ganhar tempo com o argumento de que precisa ainda localizar os demais reféns, que estariam distribuídos entre diversas facções. Sinwar retornou a Gaza em 2011, libertado na troca de mil prisioneiros pelo soldado israelense Gilad Shalid, depois de 23 anos preso. Seis anos depois, foi eleito para chefiar o território, cargo que ocupa indefinidamente.
Os jovens palestinos libertados na sexta-feira foram recebidos como heróis e não escondiam a gratidão ao Hamas. Os 14 mil palestinos civis mortos, dos quais 10 mil são mulheres e, principalmente, crianças, são tratados como mártires da independência da Palestina, muito mais do que vítimas de uma guerra insana, iniciada por uma ação terrorista do Hamas.
A guerra manterá Netanyahu no poder, até a população se cansar. Também manterá o prestígio político, as fontes de financiamento e a revolta social que retroalimenta o Hamas. Defendida pelos Estados Unidos e pela União Europeia, a solução de dois Estados é a única possível para o conflito, mas está muito longe de ser alcançada. Netanyahu não aceita a criação do Estado palestino, assim como o Hamas, apoiado pelo Irã, não reconhece o Estado de Israel.
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Paz e Guerra: a Constituição é um contrato que vigora no intervalo entre a paz e a guerra.
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Revolta Da Armada No Rio De Janeiro Em 1894. Fotografia De Juan Gutierrez.
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Capa do livro Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto. Crédito da imagem: Editora Moderna.
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Ministro Ayres Britto: "A PEC aprovada no Senado me parece uma provocação."
Marco Antonio Villa
Síntese: A ideia da Constituição como um contrato social ressalta a função de estabelecer ordem em tempos de paz e prevenir conflitos. Pensadores, como Thomas Hobbes, destacaram a importância desse pacto para evitar o estado de guerra natural, garantindo a convivência pacífica, enquanto prepara a sociedade para lidar com crises, preservando a coesão social e a ordem em tempos de instabilidade.
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Guerra e Paz é um verdadeiro monumento da literatura universal. Tolstói descreve as guerras movidas por Napoleão contra as principais monarquias da Europa, dissecando as origens e as consequências dos conflitos e, principalmente, expondo as pessoas e as suas vulnerabilidades com uma aguda perceção psicológica.
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Revolta da Armada
História do Brasil - Manual do Enem
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Principais objetivos da revolta:
os revoltosos desejavam equiparar os direitos e salários do Exército e da Marinha, uma vez que se sentiam desvalorizados por receberem menos;
manter os militares no governo do Brasil;
destituir Floriano Peixoto e embarreirar o aumento do poder de certos setores da sociedade civil.
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Exercício de fixação
Passo 1 de 3
UEG-GO/2013
Leia o excerto abaixo.
O almirante, também, tinha grande confiança nos talentos guerreiros e de estadista de Floriano. A sua causa não ia lá muito bem. Perdera-a em primeira instância, estava gastando muito dinheiro... O governo precisava de oficiais de Marinha, quase todos estavam na revolta (BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. Rio de Janeiro: Record, 2009. p. 152).
O trecho citado tem como pano de fundo um importante episódio da História do Brasil, conhecido como:
A
Revolta da Armada, quando oficiais da Marinha Brasileira deram ordem para que o Rio de Janeiro fosse alvejado com tiros de canhões de navios de guerra.
B
Revolta da Chibata, quando marinheiros, liderados pelo Almirante Negro, se revoltaram contra os maus- tratos sofridos dentro dos navios.
C
Revolta de Canudos, quando a recém-fundada República brasileira teve de enfrentar os sertanejos liderados por Antônio Conselheiro.
D
Revolta do Contestado, quando o Exército Brasileiro usou o recém-inventado avião para enfrentar os camponeses da região de fronteira entre Santa Catarina e Paraná.
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"Com ajuda do FaceApp + IA do Photoshop fiz um Lima Barreto sorrindo, boêmio."
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"Policarpo Quaresma ama o Brasil. Ama porque é a terra mais fértil do mundo, porque tem a fauna e a flora mais lindas e exuberantes, porque é a cultura mais rica, a melhor comida, em variedade e sabores, porque possui as mulheres mais belas e, segundo ele, até mesmo... os melhores governantes. Funcionário público, fluente em tupi, estudioso da cultura indígena e grande apreciador das modinhas de violão ― para ele, o único estilo de música verdadeiramente nacional ―, Policarpo, como Dom Quixote de La Mancha, enfrenta moinhos de vento para provar a todos o seu ponto de vista, bradar ao mundo o amor por sua musa, não a Srta. Dulcineia de Toboso, mas a mui amada pátria brasileira. Mas, afinal, que fim poderia ter a aventura de Policarpo? Repleto de personagens fortes e carismáticos, o romance de Lima Barreto é, ao mesmo tempo, um ensaio sobre o idealismo, uma crítica profunda, mas permeada de comicidade, da realidade brasileira do fim do século XIX e início do XX e um retrato das mudanças pelas quais o Brasil passava naquele momento, como o despertar do feminismo. Lindo, inteligente, comovente! Um clássico da literatura nacional."
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Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto
Fonte:
BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. 17. ed. São Paulo: Ática, [s.d.]. (Bom Livro).
Texto proveniente de:
A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro
A Escola do Futuro da Universidade de São Paulo
Permitido o uso apenas para fins educacionais.
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"(...) Ricardo entrou, subiu rapidamente a oscilante escada do velho cortiço e logo que chegou
ao cubículo do comandante, gritou: "Com licença, comandante!"
Bustamante andava de mau humor. Aquele negócio de partir para o Paraná não lhe
agradava. Como é que havia de superintender a escrita do batalhão, no fervor de batalhas, nas
desordens de marchas e contramar- chas? Isso era uma tolice do comandante marchar; o chefe devia
ficar a resguardo, para providenciar e dirigir a escrituração.
Ele pensava nessas coisas, quando Ricardo pediu licença.
—Entre, disse ele.
O bravo coronel coçava a grande barba mosaica, tinha o dólmã desa- botoado e acabava de
calçar um dos pés de botina, para com mais decên- cia receber o inferior.
Ricardo expôs o seu pedido e esperou com paciência a resposta, que custou a vir. Por fim,
Inocêncio disse sacudindo a cabeça e olhando o inferior cheio de severidade:
—Vai-te embora, senão mando-te prender! Já!
E apontou com o dedo a porta da saída num gesto marcial e enérgico. O cabo não se
demorou mais. No pátio o instrutor coxo, veterano do Paraguai, continuava com solenidade a
encher a arruinada estalagem com as suas vozes de comando! Om-brôô... armas! Meia-ãã... volta...
volver!
118
Ricardo veio andando triste e desalentado, O mundo lhe parecia vazio de afeto e de amor.
Ele que sempre decantara nas suas modinhas a dedicação, o amor, as simpatias, via agora que tais
sentimentos não existiam. Tinha marchado atrás de coisas fora da realidade, de quimeras. Olhou o
céu alto. Estava tranqüilo e calmo. Olhou as árvores. As palmeiras cresciam com orgulho e
titanicamente pretendiam atingir o céu. Olhou as casas, as igrejas, os palácios e lembrou-se das
guerras, do sangue, das dores que tudo aquilo custara. E era assim que se fazia a vida, a história e o
heroísmo: com violência sobre os outros, com opressões e sofrimentos.
Logo, porém, recordou que era preciso salvar o amigo e que era necessário dar mais uns
passos. Quem poderia? Consultou sua memória. Viu um, viu outro e por fim lembrou-se da afilhada
de Quaresma, e foi procurá-la na Real Grandeza.
Chegou, narrou-lhe o fato e as suas sinistras apreensões. Ela estava só, pois o marido cada
vez mais trabalhava para aproveitar os despojos da vitória; não perdia um minuto, andando atrás de
um e de outro.
Olga lembrou-se bem do padrinho, do seu eterno sonhar, da sua ternura, da tenacidade que
punha em seguir as suas idéias, da sua candura de donzela romântica...
Durante um instante uma grande pena tomou-a toda inteira e tirou-lhe a vontade de agir.
Pareceu-lhe que era bastante a sua piedade e ela ia de algum modo dar lenitivo ao sofrimento do
padrinho; mas bem cedo o viu ensangüentado — ele, tão generoso, ele, tão bom, e pensou em salvá-lo.
—Mas que fazer, meu caro Senhor Ricardo, que fazer? Eu não conheço ninguém... Eu não
tenho relações... Minhas amigas... A Alice, a mulher do doutor Brandão, está fora... A Cassilda, a
filha do Castrioto, não pode... Não sei, meu Deus!
E acentuou estas últimas palavras com grande e lancinante desespero. Os dois ficaram
calados. A moça, que estava sentada, tomou a cabeça entre as mãos e as suas unhas longas e
aperoladas engastaram-se nos seus cabelos negros. Ricardo estava de pé e aparvalhado.
—Que hei de fazer, meu Deus? repetiu ela.
Pela primeira vez, ela sentiu que a vida tinha coisas desesperadoras. Possuía a mais forte
disposição de salvar seu padrinho: faria sacrifício de tudo, mas era impossível, impossível! Não
havia um meio; não havia um caminho. Ele tinha que ir para o posto de suplício, tinha que subir o
seu Calvário, sem esperança de ressurreição.
—Talvez seu marido, disse Ricardo.
Pensou um pouco, demorou-se mais no exame do caráter do esposo; mas, em breve, viu bem
que o seu egoísmo, a sua ambição e a sua ferocidade interesseira não permitiriam, que ele desse o
mínimo passo.
—Qual, esse...
Ricardo não sabia o que aconselhá-la e olhava sem pensamento os móveis e a montanha
negra e alta que se avistava da sala onde estavam. Queria encontrar um alvitre, um conselho; mas
nada!
A moça continuava a cravar os dedos nos seus cabelos negros e a olhar a mesa em que
repousavam os seus cotovelos. O silêncio era augusto.
Num dado momento, Ricardo teve uma grande alegria no olhar e disse:
—Se a senhora fosse lá...
Ela levantou a cabeça; os seus olhos se dilataram de espanto e o rosto lhe ficou rígido.
Pensou um pouco, um nada, e falou com firmeza:
—Vou.
119
Ricardo ficou só e sentou-se, Olga foi vestir-se.
Ele então pensou com admiração naquela moça que por simples amizade se dava a tão
arriscado sacrifício, que tinha a alma tão ao alcance dela mesma e a sentiu bem longe desse nosso
mundo, deste nosso egoísmo, dessa nossa baixeza e cobriu a sua imagem com um grande olhar de
reconhecimento.
Não tardou que ela ficasse pronta e ainda abotoava as luvas, na sala de jantar, quando o
marido entrou. Vinha radiante, com os seus grandes bigodes e o seu rosto redondo cheio de
satisfação de si mesmo. Nem fez menção de ter visto Ricardo e foi logo direto à mulher:
—Vais sair?
Ela, afogueada pela ânsia desesperada de salvar Quaresma, disse com certa vivacidade:
—Vou.
Armando ficou admirado de vê-la falar daquele modo. Voltou-se um instante para Ricardo,
quis interrogá-lo, mas logo, dirigindo-se à mulher, perguntou com autoridade:
—Onde vais?
A mulher não lhe respondeu logo e, por sua vez, o doutor interrogou o trovador:
—Que faz o senhor aqui?
Coração dos Outros não teve ânimo de responder; adivinhava uma cena violenta que ele
teria querido evitar; mas Olga adiantou-se:
—Vai acompanhar-me ao Itamarati, para salvar da morte meu padrinho. Já sabe?
O marido pareceu acalmar-se. Acreditou que, com meios suasórios, poderia evitar que a
mulher desse passo tão perigoso para os seus interesses e ambições. Falou docemente:
—Fazes mal.
—Por quê? perguntou ela com calor.
—Vais comprometer-me. Sabes que...
Ela não lhe respondeu logo e mirou-o um instante com os seus grandes olhos cheios de
escárnio; mirou-o um, dois minutos; depois, riu-se um pouco e disse:
—É isto! "Eu", porque "eu", porque "eu", é só "eu" para aqui, "eu" para ali... Não pensas
noutra coisa... A vida é feita para ti, todos só devem viver para ti... Muito engraçado! De forma que
eu (agora digo "eu" também) não tenho direito de me sacrificar, de provar a minha amizade, de ter
na minha vida um traço superior? É interessante! Não sou nada, nada! Sou alguma coisa como um
móvel, um adorno, não tenho relações, não tenho amizades, não tenho caráter? Ora!...
Ela falava, ora vagarosa e irônica, ora rapidamente e apaixonada; e o marido tinha diante de
suas palavras um grande espanto, Ele vivera sempre tão longe dela que não a julgara nunca capaz
de tais assomos. Então aquela menina? Então aquele bibelot? Quem lhe teria ensinado tais coisas?
Quis desarmá-la com uma ironia e disse risonho:
—Estás no teatro?
Ela lhe respondeu logo:
—Se é só no teatro que há grandes coisas, estou.
E acrescentou com força:
—É o que te digo: vou e vou, porque devo, porque quero, porque é do meu direito.
Apanhou a sombrinha, concertou o véu e saiu solene, firme, alta e nobre. O marido não
sabia o que fazer. Ficou assombrado e assombrado e silencioso viu-a sair pela porta fora.
120
Em breve, estava no palácio da Rua Larga. Ricardo não entrou: deixou que a moça o
fizesse e foi esperá-la no Campo de Sant'Ana,
Ela subiu. Havia um imenso burburinho, uma agitação de entradas e saídas. Toda a gente
queria mostrar-se a Floriano, queria cumprimentá-lo, queria dar mostras da sua dedicação, provar
os seus serviços, mostrando-se co-participante na sua vitória. Lançavam mão de todos os meios, de
todos os planos, de todos os processos. O ditador tão acessível antes, agora se esquivava. Havia
quem lhe quisesse beijar as mãos, como ao papa ou a um imperador; e ele já tinha nojo de tanta
subserviência. O califa não se supunha sagrado e aborrecia-se.
Olga falou aos contínuos, pedindo ser recebida pelo marechal. Foi inútil. A muito custo
conseguiu falar a um secretário ou ajudante-de-ordens. Quando ela lhe disse a que vinha, a
fisionomia terrosa do homem tornou-se de oca e sob as suas pálpebras correu um firme e rápido
lampejo de espada:
—Quem, Quaresma? disse ele. Um traidor! Um bandido!
Depois, arrependeu-se da veemência, fez com certa delicadeza:
—Não é possível, minha senhora. O marechal não a atenderá.
Ela nem lhe esperou o fim da frase. Ergueu-se orgulhosamente, deu-lhe as costas e teve
vergonha de ter ido pedir, de ter descido do seu orgulho e ter enxovalhado a grandeza moral do
padrinho com o seu pedido. Com tal gente, era melhor tê-lo deixado morrer só e heroicamente num
ilhéu qualquer, mas levando para o túmulo inteiramente intacto o seu orgulho, a sua doçura, a sua
personalidade moral, sem a mácula de um empenho que diminuísse a injustiça de sua morte, que
de algum modo fizesse crer aos seus algozes que eles tinham direito de matá-lo.
Saiu e andou. Olhou o céu, os ares, as árvores de Santa Teresa, e se lembrou que, por estas
terras, já tinham errado tribos selvagens, das quais um dos chefes se orgulhava de ter no sangue o
sangue de dez mil inimigos. Fora há quatro séculos. Olhou de novo o céu, os ares, as árvores de
Santa Teresa, as casas, as igrejas; viu os bondes passarem; uma locomotiva apitou; um carro,
puxado por uma linda parelha, atravessou-lhe na frente, quando já a entrar do campo... Tinha havido
grandes e inúmeras modificações. Que fora aquele parque? Talvez um charco. Tinha havido
grandes modificações nos aspectos, na fisionomia da terra, talvez no clima... Esperemos mais,
pensou ela; e seguiu serenamente ao encontro de Ricardo Coração dos Outros.
Todos os Santos (Rio de Janeiro), janeiro — março de 1911.
Final de “Triste Fim de Policarpo Quaresma”
Virtual Bookstore (www.elogica.com.br/virtualstore)
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Paula e Jaques Morelenbaum apresentam Clássicos da MPB | #EmCasaComSesc
Sesc São Paulo
34.772 visualizações Transmitido ao vivo em 22 de out. de 2020
No Música #EmCasaComSesc, Paula e Jaques Morelenbaum apresentam um repertório com sucessos de Tom Jobim, Sérgio Ricardo, João Donato, Chico Buarque e Caetano Veloso e outros clássicos da Música Popular Brasileira. O show é acompanhado por Lucas Nunes e Dora Morelenbaum, que também interpreta a recentemente lançada "Dó a dó", composta com Tom Veloso.
Paula e Jaques Morelenbaum são profundos conhecedores da Bossa Nova por terem em seus currículos a participação por dez anos na mítica "Nova Banda" que acompanhou Tom Jobim em turnês nacionais e internacionais. Após o fim desta, os dois continuaram explorando o repertório clássico de Jobim, bem como de outros mestres da MPB. Isso se refletiu nos trabalhos da dupla, recebidos com entusiasmo pela crítica e pelo público. Em 2001, suas carreiras ganharam reconhecimento internacional por meio da parceria com o compositor e pianista japonês Ryuichi Sakamoto.
Músico e arranjador, Jaques trabalhou em 15 álbuns de Caetano Veloso nos anos 1990 e 2000, além de ter colaborado com artistas como Sting, David Byrne, Gal Costa e Gilberto Gil. Paula, por sua vez, foi vocalista do grupo Céu da Boca e desenvolve carreira solo desde os anos 1990.
Classificação: Livre.
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Setlist:
00:00 Início
00:04 Modinha (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
04:00 Fotografia (Tom Jobim)
08:51 Coração Vagabundo (Caetano Veloso)
13:06 As Praias Desertas (Tom Jobim)
18:00 Sabiá (Tom Jobim / Chico Buarque)
21:24 Água de Beber (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
25:08 A Felicidade (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
30:02 Bim Bom (João Gilberto)
33:05 Falando de Amor (Tom Jobim)
37:57 Gabriela (Elomar)
42:57 Volta (Lupicínio Rodrigues)
47:22 Sol Negro (Caetano Veloso)
49:25 Dó a Dó (Dora Morelenbaum / Tom Veloso)
54:07 Zelão / Enquanto a Tristeza Não Vem (Sergio Ricardo)
58:05 Insensatez (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
1:03:08 A Rã (João Donato / Caetano Veloso)
1:07:26 O Morro Não Tem Vez (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
1:12:12 Chega de Saudade (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
1:16:00 Águas de Março (Tom Jobim)
https://www.youtube.com/watch?v=8xEymtNmFNo
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"Quando a paixão é muito forte, o maior risco é ser levado pela ilusão"
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Paulinho Pedra Azul - Vivo [1995] (Álbum Completo)
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14.504 visualizações 30 de nov. de 2016
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Paulinho Pedra Azul
Vivo
1995 Galeão
Ficha Técnica:
Branco - Cavaquinho
Bill Lucas - Percussão
Cadinho Ruas - Violão 7 cordas
Caxi Rajão - violão 6 cordas
Dado Prates - flauta, sax tenor, alto e soprano
Marcelo Drummond - Teclado e violão
Milton Ramos - baixo eletro-acústico e elétrico
Pingo Balona - Bateria
Zezinho Moura - Piano acústico e teclado
00:00 Bumba Meu Boi (Folclore do Nordeste de Minas)
01:18 Tropeiro de Cantiga (Paulinho Pedra Azul)
06:17 Velho Amigo (Célio Balona)
08:41 O Pedido (Elomar Figueira de Mello)
12:18 Sonhando Com Pedra Azul (Tadeu Franco/Paulinho Pedra Azul)
16:56 História Sem Fim (Flávio Henrique/Dado Prates)
20:20 Tua Presença (Paquito D'Rivera/Dado Prates/Paulinho Pedra Azul)
23:22 Os Mistérios da Paixão (Claudio Mourão/Paulinho Pedra Azul)
26:58 Fruta Boa (Milton Nascimento/Fernando Brant)
30:08 Inspiração (Flávio Henrique)
33:00 Manto Azul (Paulinho Pedra Azul)
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