Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sexta-feira, 17 de novembro de 2023
- BRILHAR
- UMA PALAVRA
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E o sol:
¿Está certo,
mas não se desgoste,
não pinte as coisas tão pretas.
E eu? Você pensa
que brilhar
é fácil?
Prove, pra ver!
Mas quando se começa
é preciso prosseguir
e a gente vai e brilha pra valer!¿
Vladimir Maiakóvisk (1893-1930)
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Juízo Final - Nelson Cavaquinho (1973)
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O sol....há de brilhar mais uma vez
A luz....há de chegar nos corações
O mal....será queimada a semente
O amor...será eterno novamente
É o Juízo Final, a história do bem e do mal
Quero ter olhos pra ver, a maldade desaparecer
O amor...será eterno novamente
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Gente
Caetano Veloso
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Gente olha pro céu, gente quer saber o um
Gente é o lugar de se perguntar o um
Das estrelas se perguntarem se tantas são
Cada estrela se espanta à própria explosão
Gente é muito bom, gente deve ser o bom
Tem de respeitar, tem de se cuidar do bom
Está certo dizer que estrelas estão no olhar
De alguém que o amor te elegeu pra amar
Marina, Bethânia
Renata, Dolores
Suzana, Leilinha, Dedé
Gente viva, brilhando, estrelas na noite
Gente quer comer, gente quer ser feliz
Gente quer respirar ar pelo nariz
Não, meu nego, não traia nunca essa força, não
Essa força que mora em seu coração
Gente lavando roupa, amassando pão
Gente pobre arrancando a vida com a mão
No coração da mata, gente quer prosseguir
Quer durar, quer crescer, gente quer luzir
Rodrigo, Roberto, Caetano
Moreno, Francisco, Gilberto, João
Gente é pra brilhar
Não pra morrer de fome
Gente deste planeta do céu de anil
Gente, não entendo, gente, nada nos viu
Gente espelho de estrelas, reflexo do esplendor
Se as estrelas são tantas, só mesmo o amor
Maurício, Lucila, Gildásio
Ivonete, Agripino, Gracinha, Zezé
Gente espelho da vida, doce mistério
Gente espelho da vida, doce mistério
Gente espelho da vida, doce mistério
Vida, doce mistério
Vida, doce mistério
Vida, doce mistério
Vida, doce mistério
Vida, doce mistério
Composição: Caetano Veloso.
https://www.letras.mus.br/caetano-veloso/44729/
"Não deixe a sua língua falar o que a sua cabeça pode vir a pagar." Provérbio italiano.
"Non lasciare che la tua lingua dica ciò che la tua testa potrebbe pagare."
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José de Souza Martins* - O agronegócio e o Enem
Valor Econômico
Estamos apenas no meio do caminho da constituição da propriedade privada da terra no Brasil e da sua harmonização com o que é próprio da dinâmica do capital
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O texto de José de Souza Martins aborda a polêmica gerada por questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) relacionadas ao agronegócio. Ele menciona a reclamação de representantes desse setor sobre as questões da prova, sugerindo que elas não correspondem à visão que o agronegócio tem de si mesmo.
Martins argumenta que a queixa do agronegócio é um equívoco, pois a educação visa ao conhecimento crítico, inclusive sobre temas como o agronegócio. Ele também destaca a necessidade de revisão pública da história desse setor econômico, apontando as complexidades históricas da propriedade da terra no Brasil, marcadas por tensões e crises em contraste com os princípios do capitalismo.
O autor faz referência ao nascimento anômalo do capitalismo no Brasil, originado da negação do trabalho escravo, e discute como isso influenciou a propriedade da terra. Ele aborda a questão agrária e agrícola no país, incluindo medidas adotadas durante o regime militar em relação à reforma agrária.
Além disso, Martins sugere que as perguntas do Enem sobre o agronegócio poderiam levar os candidatos a refletir não apenas sobre a importância desse setor, mas também sobre as contradições sociais e a necessidade de uma reforma agrária para garantir a função social da propriedade, conforme estabelecido na Constituição.
No geral, o texto enfatiza a complexidade histórica e econômica do agronegócio no Brasil e a importância de compreender suas nuances para além de uma visão simplista.
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Porta-vozes de setores do agronegócio fizeram queixas e reclamações contra questões contidas na primeira fase da prova nacional do Enem. Aquela parte da prova que é feita para averiguar quem dos participantes tem formação e capacidade de interpretação de textos que os habilitem a ingressar no curso superior. É fato estranho que porta-vozes de setores do agronegócio tenham manifestado desconforto em relação a questões da prova do Enem que supostamente não correspondem à ideia que os vinculados a esse ramo da economia têm de si mesmos e do que é próprio dele.
Não sendo o agronegócio necessariamente aquilo que os agronegocistas supõem que seja, é mais do que compreensível que seja ele incluído por educadores como tema de um exame desse tipo. Como comentou o jornalista Octavio Guedes, na GloboNews, as perguntas tiveram por objetivo avaliar a competência de interpretação de texto de referência. A problematização foi feita pelo autor desse texto e não pelos educadores responsáveis pelo exame. Nem pelo governo.
A queixa do agronegócio pressupõe equivocadamente o direito de censura contra o conhecimento crítico. Educação é um ramo especializado na produção e distribuição do conhecimento, mesmo sobre vaca e soja. A queixa é um tiro pela culatra.
Nela, o agronegócio pede uma revisão pública de sua história. No capitalismo brasileiro, a economia da propriedade da terra é historicamente marcada por tensões e crises de gênese e de transição em confronto com o que é próprio do capitalismo. Isto é, da economia fundada na reprodução ampliada do capital e não na persistência imobilista da forma rentista da propriedade fundiária que temos.
A demanda do agronegócio conduz ao que um sociólogo define como efeito bumerangue da afirmação desinformada. A manifestação do agronegócio pede esclarecimento e o esclarecimento passará necessariamente pelas anomalias do processo histórico de formação aqui da grande propriedade rural em conexão com a formação do capitalismo e suas peculiaridades entre nós. Aqui o capitalismo não teve o percurso que foi característico dos verdadeiros países capitalistas, como a Inglaterra, a França, a Alemanha. E mesmo os Estados Unidos.
Aqui o capitalismo nasceu da sua negação: o trabalho escravo. E foi determinação mediadora da crise da escravidão que entre nós nasceu a propriedade privada da terra em 1850, na mesma semana em que o mesmo Parlamento aprovou o fim do tráfico negreiro. Pelo direito de propriedade ali definido, o Estado transferiu ao particular o seu direito de domínio para que no lugar do escravo fosse a terra usada como suporte de empréstimos hipotecários de que careciam os fazendeiros.
Os impasses desse nascimento anômalo são pesadelo que entre nós se manifesta na questão agrária e se desdobra na questão agrícola. O regime militar de 1964 tomou medidas para sujeitar o vício escravista do direito de propriedade fundiária a uma revisão cíclica, de reforma agrária, à luz dos valores e premissas que a respeito nos vem desde a Lei de Sesmarias de 1375. A Constituição de 1946, então vigente, no artigo 147, estabeleceu que o “uso da propriedade está condicionado ao bem-estar social”. Com base na lei caberia ao Estado “promover a justa distribuição da propriedade, com igual oportunidade para todos”.
A margem discursiva da questão do agronegócio no exame do Enem tanto levaria o candidato a sentir-se desafiado a justificar esse ramo da economia, quanto poderia levá-lo a indagar porque num país latifundista como o nosso há 100 milhões de pessoas vivendo em estado de insuficiência alimentar, 33 milhões delas na condição de famintas. Qual o sentido de semelhante fato?
O examinando mais informado e mais bem formado poderia concluir que há limitações sociais à reprodutibilidade do agronegócio latifundista, cuja voracidade territorial não pode prosperar sem que a reforma agrária seja completada no marco de uma reforma da agricultura. Isto é, do uso da terra para criar emprego e produção que faça do mercado interno uma mediação decisiva do capitalismo brasileiro. Isto é, pode ser que o agronegócio, como concebido no Brasil, esteja colidindo com a função social da propriedade definida na Constituição. Uma premissa histórica do direito fundiário brasileiro. A Lei de Sesmarias aplicada no Brasil desde o dia do Descobrimento até os direitos reconhecidos e definidos pelo regime militar de 1964.
O examinando atilado, em sua análise, não teria como não concluir que as inquietações do agronegócio com o exame do Enem indicam que estamos apenas no meio do caminho da constituição da propriedade privada da terra no Brasil e da sua harmonização com o que é próprio da dinâmica do capital.
*José de Souza Martins é sociólogo. Professor Emérito da Faculdade de Filosofia da USP. Professor da Cátedra Simón Bolivar, da Universidade de Cambridge, e fellow de Trinity Hall (1993-94). Pesquisador Emérito do CNPq. Membro da Academia Paulista de Letras. Entre outros livros, é autor de "As duas mortes de Francisca Júlia - A Semana de Arte Moderna antes da semana" (Editora Unesp, 2022).
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PARÁBOLA: Esopo e a Língua
Esopo era um escravo de rara inteligência que servia à casa de um conhecido chefe militar da
antiga Grécia. Certo dia, em que seu patrão conversava com outro companheiro sobre os
males e as virtudes do mundo, Esopo foi chamado a dar sua opinião sobre o assunto, ao que
respondeu seguramente: - Tenho a mais absoluta certeza de que a maior virtude da Terra está
à venda no mercado. - Como? Perguntou o amo surpreso. Tens certeza do que está falando?
Como podes afirmar tal coisa? - Não só afirmo, como, se meu amo permitir, irei até lá e trarei
a maior virtude da Terra. Com a devida autorização do amo, saiu Esopo e, dali a alguns
minutos voltou carregando um pequeno embrulho. Ao abrir o pacote, o velho chefe encontrou
vários pedaços de língua, e, enfurecido, deu ao escravo uma
chance para explicar-se. - Meu amo, não vos enganei, retrucou Esopo. A língua é, realmente,
a maior das virtudes. Com ela podemos consolar, ensinar, esclarecer, aliviar e conduzir. Pela
língua os ensinos dos filósofos são divulgados, os conceitos religiosos são espalhados, as
obras dos poetas se tornam conhecidas de todos. - Acaso podeis negar essas verdades, meu
amo? - Boa, meu caro, retrucou o amigo do amo. Já que és desembaraçado, que tal trazer-me
agora o pior vício do mundo. - É perfeitamente possível, senhor, e com nova autorização de
meu amo, irei novamente ao mercado e de lá trarei o pior vício de toda terra. Concedida a
permissão, Esopo saiu novamente e dali a minutos voltava com outro pacote semelhante ao
primeiro. Ao abri-lo, os amigos encontraram novamente pedaços de língua. Desapontados,
interrogaram o escravo e obtiveram dele surpreendente resposta: - Por que vos admirais de
minha escolha? Do mesmo modo que a língua, bem utilizada, se converte numa sublime
virtude, quando relegada a planos inferiores se transforma no pior dos vícios. Através dela
tecem-se as intrigas e as violências verbais. Através dela, as verdades mais santas, por ela
mesma ensinadas, podem ser corrompidas e apresentadas como anedotas vulgares e sem
sentido. Através da língua, estabelecem-se as discussões infrutíferas, os desentendimentos
prolongados e as confusões populares que levam ao desequilíbrio social. Acaso podeis refutar
o que digo? indagou Esopo. Impressionados com a inteligência invulgar do serviçal, ambos
os senhores calaram-se, comovidos, e o velho chefe, no mesmo instante, reconhecendo o
disparate que era ter um homem tão sábio como escravo, deu-lhe a liberdade. Esopo aceitou a
libertação e tornou-se, mais tarde, um contador de fábulas muito conhecido da antiguidade e
cujas histórias até hoje se espalham por todo mundo.
-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o- Clareia e adoça tua palavra, para que o teu verbo não acuse nem fira,
ainda mesmo na hora da consagração da verdade. Fala pouco. Pensa muito. Sobretudo, faze o
bem. A palavra sem ação não esclarece a ninguém.
Redação do Momento Espírita, com base em texto da Apostila Subsídios para a organização
de um curso de expositores da Doutrina Espírita, 1998, ed. Feb. Em 27.08.2010.
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Nara Leão - QUERO QUE VÁ TUDO PRO INFERNO - Erasmo Carlos-Roberto Carlos
luciano hortencio
Nara Leão - QUERO QUE VÁ TUDO PRO INFERNO - Erasmo Carlos-Roberto Carlos.
Album: Nara Leão - Personalidade.
Ano de 1989.
Versão boleraço para o clássico jovemguardista de Roberto & Erasmo Carlos, de 1965, do álbum em que Nara Leão homenageou o rei da MPB, treze anos mais tarde. Samuel Machado Filho.
Música
1 músicas
Quero Que Vá Tudo Pro Inferno
Nara Leão
Quero Que Vá Tudo Pro Inferno
https://youtu.be/2eirF3KD_7o
https://www.youtube.com/watch?v=2eirF3KD_7o
Gente é Para Brilhar, de Vladimir Maiakóvisk (1893-1930)
"Gente é pra brilhar
que tudo o mais vá prá o inferno,
este é o meu slogan
e o do sol."
O POEMA
A tarde ardia em cem sóis
O verão rolava em julho.
O calor se enrolava
no ar e nos lençóis
da datcha onde eu estava,
Na colina de Púchkino, corcunda,
o monte Akula,
e ao pé do monte
a aldeia enruga
a casca dos telhados.
E atrás da aldeia,
um buraco
e no buraco, todo dia,
o mesmo ato:
o sol descia
lento e exato
E de manhã
outra vez
por toda a parte
lá estava o sol
escarlate.
Dia após dia
isto
começou a irritar-me
terrivelmente.
Um dia me enfureço a tal ponto
que, de pavor, tudo empalidece.
E grito ao sol, de pronto:
¿Desce!
Chega de vadiar nessa fornalha!
E grito ao sol:
¿Parasita!
Você aí, a flanar pelos ares,
e eu aqui, cheio de tinta,
com a cara nos cartazes!
E grito ao sol:
¿Espere!
Ouça, topete de ouro,
e se em lugar
desse ocaso
de paxá
você baixar em casa
para um chá?
Que mosca me mordeu!
É o meu fim!
Para mim
sem perder tempo
o sol
alargando os raios-passos
avança pelo campo.
Não quero mostra medo.
Recuo para o quarto.
Seus olhos brilham no jardim.
Avançam mais.
Pelas janelas,
pelas portas,
pelas frestas
a massa
solar vem abaixo
e invade a minha casa.
Recobrando o fôlego,
me diz o sol com a voz de baixo:
¿Pela primeira vez recolho o fogo,
desde que o mundo foi criado.
Você me chamou?
Apanhe o chá,
pegue a compota, poeta!
Lágrimas na ponta dos olhos
- o calor me fazia desvairar, eu lhe mostro
o samovar:
¿Pois bem,
sente-se, astro!
Quem me mandou berrar ao sol
insolências sem conta?
Contrafeito
me sento numa ponta
do banco e espero a conta
com um frio no peito.
Mas uma estranha claridade
fluía sobre o quarto
e esquecendo os cuidados
começo
pouco a pouco
a palestrar com o astro.
Falo
disso e daquilo,
como me cansa a Rosta²,
etc.
E o sol:
¿Está certo,
mas não se desgoste,
não pinte as coisas tão pretas.
E eu? Você pensa
que brilhar
é fácil?
Prove, pra ver!
Mas quando se começa
é preciso prosseguir
e a gente vai e brilha pra valer!¿
Conversamos até a noite
ou até o que, antes, eram trevas.
Como falar, ali, de sombras?
Ficamos íntimos,
os dois.
Logo,
com desassombro
estou batendo no seu ombro.
E o sol, por fim:
¿Somos amigos
pra sempre, eu de você,
você de mim.
Vamos, poeta,
cantar,
luzir
no lixo cinza do universo.
Eu verterei o meu sol
e você o seu
com seus versos.
¿O muro das sombras,
prisão das trevas,
desaba sob o obus
dos nossos sóis de duas bocas.
Confusão de poesia e luz,
chamas por toda a parte.
Se o sol se cansa
e a noite lenta
quer ir pra cama,
marmota sonolenta,
eu, de repente,
inflamo a minha flama
e o dia fulge novamente.
Brilhar para sempre,
brilhar como um farol,
brilhar com brilho eterno,
Gente é pra brilhar
que tudo o mais vá prá o inferno,
este é o meu slogan
e o do sol.
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O POEMA
A tarde ardia em cem sóis
O verão rolava em julho.
O calor se enrolava
no ar e nos lençóis
da datcha onde eu estava,
Na colina de Púchkino, corcunda,
o monte Akula,
e ao pé do monte
a aldeia enruga
a casca dos telhados.
E atrás da aldeia,
um buraco
e no buraco, todo dia,
o mesmo ato:
o sol descia
lento e exato
E de manhã
outra vez
por toda a parte
lá estava o sol
escarlate.
Dia após dia
isto
começou a irritar-me
terrivelmente.
Um dia me enfureço a tal ponto
que, de pavor, tudo empalidece.
E grito ao sol, de pronto:
¿Desce!
Chega de vadiar nessa fornalha!
E grito ao sol:
¿Parasita!
Você aí, a flanar pelos ares,
e eu aqui, cheio de tinta,
com a cara nos cartazes!
E grito ao sol:
¿Espere!
Ouça, topete de ouro,
e se em lugar
desse ocaso
de paxá
você baixar em casa
para um chá?
Que mosca me mordeu!
É o meu fim!
Para mim
sem perder tempo
o sol
alargando os raios-passos
avança pelo campo.
Não quero mostra medo.
Recuo para o quarto.
Seus olhos brilham no jardim.
Avançam mais.
Pelas janelas,
pelas portas,
pelas frestas
a massa
solar vem abaixo
e invade a minha casa.
Recobrando o fôlego,
me diz o sol com a voz de baixo:
¿Pela primeira vez recolho o fogo,
desde que o mundo foi criado.
Você me chamou?
Apanhe o chá,
pegue a compota, poeta!
Lágrimas na ponta dos olhos
- o calor me fazia desvairar, eu lhe mostro
o samovar:
¿Pois bem,
sente-se, astro!
Quem me mandou berrar ao sol
insolências sem conta?
Contrafeito
me sento numa ponta
do banco e espero a conta
com um frio no peito.
Mas uma estranha claridade
fluía sobre o quarto
e esquecendo os cuidados
começo
pouco a pouco
a palestrar com o astro.
Falo
disso e daquilo,
como me cansa a Rosta²,
etc.
E o sol:
¿Está certo,
mas não se desgoste,
não pinte as coisas tão pretas.
E eu? Você pensa
que brilhar
é fácil?
Prove, pra ver!
Mas quando se começa
é preciso prosseguir
e a gente vai e brilha pra valer!¿
Conversamos até a noite
ou até o que, antes, eram trevas.
Como falar, ali, de sombras?
Ficamos íntimos,
os dois.
Logo,
com desassombro
estou batendo no seu ombro.
E o sol, por fim:
¿Somos amigos
pra sempre, eu de você,
você de mim.
Vamos, poeta,
cantar,
luzir
no lixo cinza do universo.
Eu verterei o meu sol
e você o seu
com seus versos.
¿O muro das sombras,
prisão das trevas,
desaba sob o obus
dos nossos sóis de duas bocas.
Confusão de poesia e luz,
chamas por toda a parte.
Se o sol se cansa
e a noite lenta
quer ir pra cama,
marmota sonolenta,
eu, de repente,
inflamo a minha flama
e o dia fulge novamente.
Brilhar para sempre,
brilhar como um farol,
brilhar com brilho eterno,
Gente é pra brilhar
que tudo o mais vá prá o inferno,
este é o meu slogan
e o do sol.
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FONTES DE ENERGIA
Sistema Interligado Nacional: como funciona e quais são os prós e contras do SIN
GLOSSÁRIO DO SETE
O que é o Sistema Interligado Nacional (SIN)?
Sua criação é consequência da resolução 351/98 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que autoriza o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a coordenar e controlar a geração e a transmissão desses sistemas interligados.22 de jun. de 2021
O Sistema Nacional de Informações (SISNI) é o conjunto de órgãos destinados à produção de informações em proveito da política de segurança e da política de desenvolvimento do país. Órgão central de informações e execução de repressão do Ministério do Exército, ligado diretamente ao gabinete do Ministro do Exército.
ORGANOGRAMA DO SISNI (Sistema Nacional de Informações)
Comissão da Verdade do Estado de São Paulo
http://comissaodaverdade.al.sp.gov.br › SISNI3
O SNI foi instituído pela Lei Nº 4.341, de 13 de junho de 1964. Seu Artigo 1º dizia: “É criado, como órgão da Presidência da República, o Serviço Nacional de Informações (SNI), o qual, para os assuntos atinentes à Segurança Nacional, operará também em proveito do Conselho de Segurança Nacional”.
Serviço Nacional de Informações - SNI - Governo Federal
www.gov.br
https://www.gov.br › servico-nacional-de-informacoes-sni
Serviço Nacional de Informações - Que República é essa?
Que República é essa?
http://querepublicaeessa.an.gov.br › temas › 69-acervo
31 de mai. de 2019 — O SNI foi extinto pela medida provisória n. 150, de 1990, passando suas atribuições à Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da ...
Nomenclatura é o conjunto de nomes e designações usados no âmbito de uma area específica do conhecimento. Também pode se referir a lista de verbetes que formam um glossário, dicionário, vocabulário, etc.
Significado de Nomenclatura (O que é, Conceito e Definição)
Dicionário
Definições de Oxford Languages · Saiba mais
informação
substantivo feminino
1.
conjunto de conhecimentos reunidos sobre determinado assunto ou pessoa.
2.
ato ou efeito de informar(-se); informe.
19 No muito falar há sempre grande risco de pecar,
mas quem sabe refrear a sua língua é sensato.
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Agora somos Enel
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A Enel, que originalmente significava Entidade Nacional de Eletricidade (Ente nazionale per l'energia elettrica), a princípio foi estabelecida como uma entidade pública no final de 1962, e depois transformada em uma sociedade anônima em 1992.
Enel – Wikipédia, a enciclopédia livre
A ANEEL — Agência Nacional de Energia Elétrica
www.gov.br
https://www.gov.br › ... › Institucional
13 de jan. de 2022 — A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), autarquia em regime especial vinculada ao Ministério de Minas e Energia, foi criada para ...
Dicionário
Definições de Oxford Languages · Saiba mais
anagrama
substantivo masculino
transposição de letras de palavra ou frase para formar outra palavra ou frase diferente ( Natércia, de Caterina ; amor, de Roma ; Célia, de Alice etc.).
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Aprenda anagramas!! #Matemática #anagramas #fuba #casa
Profdombrauskas
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Homônimos e Parônimos - Língua Portuguesa Enem
Educa Mais Brasil
https://www.educamaisbrasil.com.br › lingua-portuguesa
12 de jun. de 2019 — Homônimos e parônimos são aquelas palavras que possuem diferentes significados, mas a pronúncia (som) e a escrita são iguais ou semelhantes.
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Imagem 3 - O "Sete", 14ª edição. Pág. 16
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NOTAS
“CADA UM NA SUA” nas NOMENCLATURAS
SIN é apenas um dos 6 anagramas para a famigerada sigla SNI.
ANEL E ANEEL são tão somente Homônimos e parônimos - são aquelas palavras que possuem diferentes significados, mas a pronúncia (som) e a escrita são iguais ou semelhantes.
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Uma Palavra
Chico Buarque
Palavra prima
Uma palavra só, a crua palavra
Que quer dizer
Tudo
Anterior ao entendimento, palavra
Palavra viva
Palavra com temperatura, palavra
Que se produz
Muda
Feita de luz mais que de vento, palavra
Palavra dócil
Palavra d'agua pra qualquer moldura
Que se acomoda em balde, em verso, em mágoa
Qualquer feição de se manter palavra
Palavra minha
Matéria, minha criatura, palavra
Que me conduz
Mudo
E que me escreve desatento, palavra
Talvez à noite
Quase-palavra que um de nós murmura
Que ela mistura as letras que eu invento
Outras pronúncias do prazer, palavra
Palavra boa
Não de fazer literatura, palavra
Mas de habitar
Fundo
O coração do pensamento, palavra
Composição: Chico Buarque.
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Dicionário
Definições de Oxford Languages · Saiba mais
famigerado
adjetivo
1.
que tem muita fama; célebre, notável, famígero.
Semelhantes
insigne
abalizado
afamado
alto
apregoado
assinalado
baita
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