Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
terça-feira, 2 de fevereiro de 2021
As palavras democracia e demônio têm algo em comum?
As semelhanças que Paulo aponta entre as palavras democracia, demônio e demonstrar existem apenas na superfície. São casuais, meras coincidências, sem nenhuma sustentação etimológica. Vamos dar uma olhada na origem de cada um desses vocábulos.
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Democracia, como pouca gente ignora, é um termo nascido no grego demokratía pela junção de demos (“povo”) e kratía (“força, poder”). Antes de desembarcar no português fez uma escala no latim tardio democratia e, provavelmente, também no francês démocratie, palavra existente desde o século XIV (o primeiro registro da nossa data de 1671).
A raiz das palavras demo e demônio, dois dos muitos nomes do diabo, também deve ser buscada na Grécia, mas o termo em questão aqui não é demos e sim daimon (“divindade, gênio”). Seu sentido entre os gregos antigos, bem diferente do atual, era o de espírito que atuava como mensageiro entre deuses e homens. A acepção de “espírito do mal, diabo” colou-se à palavra latina daemon na era cristã.
Já no verbo demonstrar, que o português foi buscar no latim demonstrare (“fazer ver, dar a conhecer, indicar, comprovar”), o caráter fortuito da semelhança com os termos democracia e demônio fica evidente quando se sabe que foi formado pela junção da preposição de com o verbo monstrare, de onde tiramos nosso “mostrar”, que aliás é seu sinônimo. O prefixo neste caso apenas reforça o sentido original, indicando o ato de mostrar de forma cabal, decisiva.
Quanto à acepção política de “protestar publicamente” que Paulo encontrou no alemão, e que também está presente no inglês demonstrate, trata-se de uma extensão de sentido tardia (ocorrida em inglês em meados do século XIX) baseada na ideia de “fazer ver, dar a conhecer” ao público o apoio que tem uma ideia: demonstration, nesse caso, é aquilo que por um processo de evolução semântica praticamente idêntico nós chamamos de manifestação. O fato de ser necessária alguma participação do povo (demo) para haver uma verdadeira demonstration não passa de coincidência.
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Por Sérgio Rodrigues Atualizado em 31 jul 2020, 06h17 - Publicado em 9 Maio 2013, 16h58
https://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/as-palavras-democracia-e-demonio-tem-algo-em-comum/
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"Pois esse diabo sambando é mais mulher"
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Dorival Caymmi
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Lá vem a bahiana
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Intro: A13
D6/9
La vem a baiana de saia rodada sandalia bordada
Em7 Em7/9 G6/B
vem me convidar para sambar mas eu nao vou
A7/9
la vem a baiana coberta de contas pisando nas pontas
A7/4 A7 D6/9
dizendo que eu sou o seu ioio mas eu nao vou
D7/9
la vem a baiana mostrando os encantos falando nos santos
B7 Em7/9 G6/B
dizendo que è filha do Senhor do bonfin
D6/9 A7/9
mas pra cima de mim
Em7/9
pode jogar seu quebranto que eu nao vou
Gm7
pode invocar o seu santo que eu nao vou
A7/4/9 Gm7 D6/9
pode esperar sentada baiana que eu nao vou
B7 Em7/9 G6/B A13 A7/5+
nao vou porque nao posso resistir a tentaçao se ela sambar
D6/9 B7/9m Em7/9 G6/B
eu vou sofrer e mesmo esse diabo sambando è mais mulher
Gm7 D6/9 A7/9
e se eu deixar ela faz o que bem quer
D6/9 B7 Em7/9 G#° A13
nao vou nao vou nao vou nem amarrado porque sei se ela sambar
A7/9 D6/9
hum hum hum hum... hum hum hum hum
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https://www.cifras.com.br/cifra/dorival-caymmi/la-vem-a-bahiana
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Lá Vem A Baiana
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João Gilberto
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Live At Umbria Jazz
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Lá vem a baiana
De saia rendada, sandália enfeitada
Vem me convidar para sambar
Mas eu não vou
Lá vem a baiana
Coberta de contas, pisando nas pontas
Achando que eu sou o seu ioiô
Mas eu não sou
Lá vem a baiana
Mostrando os encantos, falando dos santos
Dizendo que é filha do Senhor do Bonfim
Mas pra cima de mim
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Pode jogar seu quebranto que eu não vou
Pode invocar o seu santo que eu não vou
Pode esperar sentada, baiana, que eu não vou
Não vou porque não posso resistir a tentação
Se ela sambar, eu vou sofrer
Pois esse diabo sambando é mais mulher
E se eu deixar ela faz o que bem quer
Não vou, não vou, não vou
Nem amarrado, porque sei
Se ela sambar, eu vou sofrer
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https://www.vagalume.com.br/joao-gilberto/la-vem-a-baiana.html
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