Os
sábios da subjetividade
...
Depois daquele dia em que eu fui sabedor...
...Um pouco sábio demais...
‘(...)
Chico Buarque, por sua vez, disse que as revelações mostram o quanto se armou
por baixo dos panos para eleger o atual governo, com o apoio dos grandes órgãos
de comunicação que fizeram do juiz Moro um herói. “Quero prestar minha
homenagem e solidariedade aos jornalistas do Intercept, especialmente a Glenn,
pelas ameaças que vem sofrendo de Bolsonaro de pegar uma ‘cana’ e do ministro
Moro de ser deportado”,
afirmou. (...)’
Por Ana Luiza
Albuquerque
Folha: ‘Não vou fugir desse país’, afirma Glenn Greenwald em ato a seu favor no Rio
Folha: ‘Não vou fugir desse país’, afirma Glenn Greenwald em ato a seu favor no Rio
Amando
Sobre Os Jornais
Maria Bethânia
Amando noites afora
Fazendo a cama sobre os jornais
Um pouco jogados fora
Um pouco sábios demais
Esparramados no mundo
Molhamos o mundo com delícias
As nossas peles retintas de notícias
Amando noites a fio
Tramando coisas sobre os jornais
Fazendo entornar um rio
E arder os canaviais
Das páginas flageladas
Sorrimos, mãos dadas e inocentes
Lavamos os nossos sexos nas enchentes
Amando noites a fundo
Tendo jornais como cobertor
Podendo abalar o mundo
No embalo do nosso amor
No ardor de tantos abraços
Caíram palácios, ruiu um império
Os nossos olhos vidrados de mistério
Composição: Chico Buarque
A
volta dos que não foram
Do copy desk ao
CtrlC CtrlV
Passando pelo copidesque
Para desembocar no bom e velho copia, corta e cola
cansado de guerra
Os sábios
da subjetividade, por RODRIGUES NELSON
A Nova Política e o Velho Jornalismo
Situação e Oposição virando de Ponta Cabeça
O que sempre foi pelo velho na Velha Política
apresenta-se como o que é pelo novo na Nova Política.
Os que brandiam o discurso “da nova objetividade
concreta” do Novo Jornalismo, voltam-se para a velha subjetividade abstrata do
Velho Jornalismo.
Caso
1
– Jornalista Manuela D’Ávila, ex-candidata a vice-presidência da República.
Caso
2
– Jurista Cardozo, ex-ministro da justiça do mais recente governo impedido, e
advogado geral incumbido da defesa da ex-presidente afastada por crime de
responsabilidade.
Recomeçava
a velha imprensa.
E se
fosse você?
Manuela
D’Ávila
Nota à imprensa
15:38 - 26 de jul de 2019
https://twitter.com/manueladavila/status/1154883803262963714
E se fosse você?
José Eduardo Cardozo
RECURSOS –
Com
a anexação ao inquérito da PF, advogados de réus da Lava Jato tendem a recorrer
à Justiça Federal de Brasília em busca de evidências.
“Isso vai dar muita discussão judicial em vários processos.
Cada réu e seus advogados que se julgarem atingidos têm a possibilidade de
pleitear perícia”, disse o advogado José Eduardo Cardozo, que foi ministro da
Justiça de 2011 a 2016, na gestão Dilma (PT).
“Tudo indica que as mensagens são verdadeiras e mostram
situações delicadíssimas do ponto de vista processual. Que podem ser arguidas
em vários processos como ensejadoras de nulidade. O princípio da imparcialidade
é fundamental no julgamento”, afirmou Cardozo.
Rubens Valentemente Laudatário
José Eduardo Cardozo prevê muita discussão judicial nos
processos calçando no pré
C.N., “que vem de longe há muito tempo”, Sobriamente
Conciso não embarca na onda:
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Moro não quebrou
nenhum sigilo, apenas foi informado de que havia outros celulares acessados e
avisou às pessoas. O sigilo se refere ao conteúdo das mensagens, por
óbvio. (C.N.)
Cardozão confraternizando com a coleguinha ex-deputada ao
mode subjetivista
Haverá uma guerra jurídica sobre o destino de mensagens
apreendidas da Lava Jato
Posted on 28 de julho de 2019, 11:40 by Tribuna
da Internet
José
Eduardo Cardozo prevê muita discussão judicial nos processos
Rubens Valente
Folha
Folha
A investigação da Polícia Federal sobre o grupo liderado
por Walter Delgatti Neto, 30 anos, hacker que reconheceu ter copiado conversas
de procuradores da Lava Jato, deu origem a uma disputa jurídica que deverá se
estender nos tribunais: qual o destino a ser dado às mensagens e quem poderá
ter acesso a elas?
As conversas, copiadas por Delgatti de contas dos
procuradores no aplicativo de mensagens Telegram, foram apreendidas pela PF na
Operação Spoofing, deflagrada na última terça-feira (23).
IMPRESTÁVEIS – Moro antecipou que pretende destruir
as conversas, sob o argumento de que são imprestáveis, como disse na quinta
(25) ao presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), João Otávio de
Noronha.
Embora não caiba a Moro essa decisão, e sim ao juiz
Vallisney, a pretensão já foi atacada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil),
que peticionou na sexta-feira para que o juiz se abstenha de destruir as
provas. A entidade ponderou que a sugestão de Moro “atenta contra a
competência” do Supremo, que poderá “ser chamado a apreciar os fatos”.
No mesmo dia, PT e PDT foram ao STF pedir a preservação
do material. O PDT argumenta que “a destruição das provas colhidas na
investigação é irreversível, no que não poderão mais ser repetidas, causando
embaraço às investigações, à defesa dos investigados e à busca pela verdade
real no processo penal que será instaurado após a conclusão do inquérito”.
RECURSOS – Com a anexação ao inquérito da PF,
advogados de réus da Lava Jato tendem a recorrer à Justiça Federal de Brasília
em busca de evidências.
“Isso vai dar muita discussão judicial em vários
processos. Cada réu e seus advogados que se julgarem atingidos têm a
possibilidade de pleitear perícia”, disse o advogado José Eduardo Cardozo, que
foi ministro da Justiça de 2011 a 2016, na gestão Dilma (PT).
“Tudo indica que as mensagens são verdadeiras e mostram
situações delicadíssimas do ponto de vista processual. Que podem ser arguidas
em vários processos como ensejadoras de nulidade. O princípio da imparcialidade
é fundamental no julgamento”, afirmou Cardozo.
OUTRAS DÚVIDAS – Na hipótese de o juiz federal
Vallisney manter a integridade das provas, surgiriam outras dúvidas práticas.
Por exemplo, se os advogados terão direito a cópias integrais ou apenas
parciais, que digam respeito apenas aos seus clientes. Para isso, seria
necessário saber o que as conversas contêm e separá-las caso a caso.
A resposta demanda uma perícia criminal, a partir da qual
também seria possível saber se as conversas são as mesmas obtidas pelo site The
Intercept Brasil.
“Como regra geral, o perito precisa ser provocado.
Quem provoca deve dizer o que pretende fazer. Se houver um comando judicial
para que a perícia avalie o conteúdo das mensagens, isso será feito”, disse o
presidente da APCF (Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais), Marcos
Camargo.
SIGILO TOTAL – Para Edvandir Paiva, presidente da
ADPF (Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal), uma das
providências mais sérias no caso é impedir que as conversas apreendidas
circulem fora do processo. “Elas têm que ser mantidas em absoluto sigilo. Não
faz sentido você fazer uma operação contra invasão de privacidade e depois dar
acesso às mensagens.”
Ao mesmo tempo, segundo Paiva, não cabe discutir nesse
momento destruição de provas, pois é esperado que antes ocorra uma ampla
discussão jurídica sobre a conveniência do uso do material.
“Pode até se pensar em descarte das mensagens, mas
isso só lá na frente, depois de todo o processamento da causa”, disse Paiva.
ACESSO DE MORO – Além do destino das provas, outro
tema que gira em torno de Moro é o acesso privilegiado que ele teve a dados da
investigação.
Ao longo da semana, ele telefonou a diversas autoridades
para dizer que elas haviam sido alvo dos hacker, o que poderia caracterizar
violação de sigilo por parte de Moro. O gesto pegou mal dentro da Polícia
Federal.
“Não conseguimos ver a necessidade de um ministro da
Justiça conhecer detalhes de uma investigação. Moro é alvo do grupo, então ele
devia se manter afastado”, disse Paiva, o presidente da associação de delegados
da PF. “Se ele [Moro] entendia que as autoridades deveriam ser alertadas sobre
o hacker, o caminho mais correto teria sido pedir ao juiz compartilhamento das
informações, talvez até pela Advocacia-Geral da União. Tudo passando pelo juiz
federal Vallisney.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Moro não quebrou nenhum sigilo, apenas foi informado de que havia outros celulares acessados e avisou às pessoas. O sigilo se refere ao conteúdo das mensagens, por óbvio. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Moro não quebrou nenhum sigilo, apenas foi informado de que havia outros celulares acessados e avisou às pessoas. O sigilo se refere ao conteúdo das mensagens, por óbvio. (C.N.)
Começava
a nova imprensa.
Recomeçava a velha imprensa.
Primeiro,
foi só o Diário Carioca;
Blog Sujo
pouco
depois, os outros, por imitação, o acompanharam.
os outros
Rapidamente,
os nossos jornais foram atacados de uma doença grave: — a objetividade.
mídias sociais: – a subjetividade
Daí
para o “idiota da objetividade” seria um passo.
“sábio da subjetividade”
Certa
vez, encontrei-me com o Moacir Werneck de Castro.
José Eduardo Cardozo
Gosto
muito dele e o saudei com a mais larga e cálida efusão.
Gostava
E o
Moacir, com seu perfil de lord Byron, disse para mim, risonhamente: — “Eu sou
um idiota da objetividade”.
Cardozo: - “Eu sou um sábio da subjetividade”.
Também Roberto Campos, mais tarde, em discurso, diria:
— “Eu sou um idiota da objetividade”.
Também Manuela D’Ávila: - “Eu sou uma sábia da subjetividade”.
Na
verdade, tanto Roberto como Moacir são dois líricos.
Cardozo como Manuela
Eis
o que eu queria dizer: — o idiota da objetividade inunda as mesas de redação e
seu autor foi, mais uma vez, Pompeu de Sousa.
- o sábio da subjetividade, mais uma vez, Nelson Rodrigues
Aliás,
devo dizer que o copy desk e o idiota da objetividade são gêmeos e um explica o
outro.
CtrlC CtrlV e o sábio da subjetividade
CtrlC CtrlV e o sábio da subjetividade
Rapidamente,
os nossos jornais foram atacados de uma doença grave: — a objetividade.
nossas mídias foram atacadas de uma doença grave: - a
subjetividade.
Os
idiotas da objetividade, por NELSON RODRIGUES
Publicado em 28/02/2018 12:05
Nesse momento crucial quando se define os rumos da
sociedade brasileira, o Notícias Agrícolas recorre ao falecido jornalista
Nelson Rodrigues para orientar a todos que se preocupam com os destinos do
Brasil. Seu texto, "Os idiotas da objetividade", vem a calhar.
Acompanhem...
Os idiotas da objetividade, publicado no livro A
cabra vadia:
“Sou da imprensa anterior ao copy desk. Tinha
treze anos quando me iniciei no jornal, como repórter de polícia. Na
redação não havia nada da aridez atual e pelo contrário: — era uma cova de
delícias. O sujeito ganhava mal ou simplesmente não ganhava. Para comer,
dependia de um vale utópico de cinco ou dez mil-réis. Mas tinha a compensação
da glória. Quem redigia um atropelamento julgava-se um estilista. E a própria
vaidade o remunerava. Cada qual era um pavão enfático. Escrevia na
véspera e no dia seguinte via-se impresso, sem o retoque de uma vírgula. Havia
uma volúpia autoral inenarrável. E nenhum estilo era profanado por uma emenda,
jamais.
Durante várias gerações foi assim e sempre assim. De
repente, explodiu o copy desk. Houve um impacto medonho. Qualquer um
na redação, seja repórter de setor ou editorialista, tem uma sagrada
vaidade estilística. E o copy desk não respeitava ninguém. Se lá
aparecesse um Proust, seria reescrito do mesmo jeito. Sim, o copy desk
instalou-se como a figura demoníaca da redação. Falei no demônio e pode parecer
que foi o Príncipe das Trevas que criou a nova moda. Não, o abominável Pai da
Mentira não é o autor do copy desk. Quem o lançou e promoveu foi
Pompeu de Sousa. Era ainda o Diário Carioca, do Senador, do Danton. Não quero
ser injusto, mesmo porque o Pompeu é meu amigo. Ele teve um pretexto, digamos
assim, histórico, para tentar a inovação. Havia na imprensa uma massa de
analfabetos. Saíam as coisas mais incríveis. Lembro-me de que alguém, num crime
passional, terminou assim a matéria: — “E nem um goivinho ornava a cova
dela”. Dirão vocês que esse fecho de ouro é puramente folclórico. Não sei e
talvez. Mas saía coisa parecida. E o Pompeu trouxe para cá o que se fazia nos
Estados Unidos — o copy desk.
Começava a nova imprensa. Primeiro, foi só o Diário
Carioca; pouco depois, os outros, por imitação, o acompanharam.
Rapidamente, os nossos jornais foram atacados de uma doença grave: — a
objetividade. Daí para o “idiota da objetividade” seria um passo. Certa vez,
encontrei-me com o Moacir Werneck de Castro. Gosto muito dele e o saudei com a
mais larga e cálida efusão. E o Moacir, com seu perfil de lord Byron, disse
para mim, risonhamente: — “Eu sou um idiota da objetividade”.
Também Roberto Campos, mais tarde, em discurso, diria:
— “Eu sou um idiota da objetividade”. Na verdade, tanto Roberto como
Moacir são dois líricos. Eis o que eu queria dizer: — o idiota da objetividade
inunda as mesas de redação e seu autor foi, mais uma vez, Pompeu de Sousa.
Aliás, devo dizer que o copy desk e o idiota da objetividade são gêmeos e um
explica o outro.
E toda a imprensa passou a usar a palavra “objetividade” como um simples brinquedo auditivo. A crônica esportiva via times e jogadores “objetivos”. Equipes e jogadores eram condenados por falta de objetividade. Um exemplo da nova linguagem foi o atentado de Toneleros. Toda a nação tremeu. Era óbvio que o crime trazia, em seu ventre, uma tragédia nacional. Podia ser até a guerra civil. Em menos de 24 horas o Brasil se preparou para matar ou para morrer. E como noticiou o Diário Carioca o acontecimento? Era uma catástrofe. O jornal deu-lhe esse tom de catástrofe? Não e nunca. O Diário Carioca nada concedeu à emoção nem ao espanto. Podia ter posto na manchete, e ao menos na manchete, um ponto de exclamação. Foi de uma casta, exemplar objetividade. Tom estrita e secamente informativo. Tratou o drama histórico como se fosse o atropelamento do Zezinho, ali da esquina.
E toda a imprensa passou a usar a palavra “objetividade” como um simples brinquedo auditivo. A crônica esportiva via times e jogadores “objetivos”. Equipes e jogadores eram condenados por falta de objetividade. Um exemplo da nova linguagem foi o atentado de Toneleros. Toda a nação tremeu. Era óbvio que o crime trazia, em seu ventre, uma tragédia nacional. Podia ser até a guerra civil. Em menos de 24 horas o Brasil se preparou para matar ou para morrer. E como noticiou o Diário Carioca o acontecimento? Era uma catástrofe. O jornal deu-lhe esse tom de catástrofe? Não e nunca. O Diário Carioca nada concedeu à emoção nem ao espanto. Podia ter posto na manchete, e ao menos na manchete, um ponto de exclamação. Foi de uma casta, exemplar objetividade. Tom estrita e secamente informativo. Tratou o drama histórico como se fosse o atropelamento do Zezinho, ali da esquina.
Era, repito, a implacável objetividade. E, depois,
Getúlio deu um tiro no peito. Ali estava o Brasil, novamente, cara a cara
com a guerra civil. E que fez o Diário Carioca?. A aragem da tragédia soprou
nas suas páginas? Jamais. No princípio do século, mataram o rei e o príncipe
herdeiro de Portugal. (Segundo me diz o luso Álvaro Nascimento, o rei tinha o
olho perdida-mente azul.) Aqui, o nosso Correio da Manhã abria cinco manchetes.
Os tipos enormes eram um soco visual. E rezava a quinta manchete: “HORRÍVEL
EMOÇÃO!”. Vejam vocês: — “HORRÍVEL EMOÇÃO!”.
O Diário Carioca não pingou uma lágrima sobre
o corpo de Getúlio. Era a monstruosa e alienada objetividade. As
duas coisas pareciam não ter nenhuma conexão: — o fato e a sua cobertura.
Estava um povo inteiro a se desgrenhar, a chorar lágrimas de pedra. E a
reportagem, sem entranhas, ignorava a pavorosa emoção popular. Outro
exemplo seria ainda o assassinato de Kennedy. Na velha imprensa as manchetes
choravam com o leitor. A partir do copy desk, sumiu a emoção dos títulos e
subtítulos. E que pobre cadáver foi Kennedy na primeira página, por exemplo, do
Jornal do Brasil. A manchete humilhava a catástrofe. O mesmo e impessoal
tom informativo. Estava lá o cadáver ainda quente. Uma bala arrancara o seu
queixo forte, plástico, vital. Nenhum espanto da manchete. Havia um abismo
entre o Jornal do Brasil e a tragédia, entre o Jornal do
Brasil e a cara mutilada. Pode-se falar na desumanização da manchete.
O Jornal do Brasil, sob o reinado do copy
desk, lembra-me aquela página célebre de ficção. Era uma lavadeira
que se viu, de repente, no meio de uma baderna horrorosa. Tiro e bordoada
em quantidade. A lavadeira veio espiar a briga. Lá adiante, numa colina, viu um
baixinho olhando por um binóculo. Ali estava Napoleão e ali estava Waterloo.
Mas a santa mulher ignorou um e outro; e veio para dentro ensaboar a sua roupa
suja. Eis o que eu queria dizer: — a primeira página do Jornal do Brasil
tem a mesma alienação da lavadeira diante dos napoleões e das batalhas. E
o pior é que, pouco a pouco, o copy desk vem fazendo do leitor um outro
idiota da objetividade. A aridez de um se transmite ao outro. Eu me pergunto
se, um dia, não seremos nós 80 milhões de copy desks? Oitenta milhões de
impotentes do sentimento. Ontem,falava eu do pânico de um médico famoso.
Segundo o clínico, a juventude está desinteressada do amor ou por outra:
— esquece antes de amar, sente tédio antes do desejo. Juventude copy
desk, talvez.
Dirá alguém que o jovem é capaz de um sentimento forte.
Tem vida ideológica, ódio político. Não sei se contei que vi, um dia, um
rapaz dizer que dava um tiro no Roberto Campos. Mas o ódio político não é um
sentimento, uma paixão, nem mesmo ódio. É uma pura, vil, obtusa palavra de
ordem. (Nelson Rodrigues).
O
que é copidesque?
28 de julho de 2016 Beatriz Simões Editorial
Creio que todo autor, quando ingressa no universo
editorial, deve se perguntar “O que é copidesque?” ao escutar do editor “seu
livro está no copidesque”.
Acredita-se que o copidesque surgiu com os monges
copistas no século XV. Ao copiar os textos, os monges alteravam palavras que
pareciam estranhas no trecho, pois acreditavam que o copista anterior poderia
ter cometido um erro ao fazer seu trabalho. Por isso, textos clássicos como a Bíblia
possuem tantas variações em seu conteúdo.
Atualmente, o copidesque possui grau de interferência de
médio a alto no original. Nesse processo, o profissional tem mais autonomia
para reescrever trechos confusos; adaptar o texto para o meio em que será publicado
(jornal, livro, revista, blogs, etc.); verificar se as fontes das citações
estão completas e de acordo com a ABNT; apontar, se souber, incoerências nas
informações divulgadas que deverão ser verificadas pelo autor, entre outras
tarefas.
Nem todos os profissionais da área editorial realizam
esse trabalho, pois exige um conhecimento avançado de gramática e gêneros
textuais. Além disso, algumas editoras também possuem regras próprias: o manual
do que pode e do que não pode ser alterado nas obras da empresa.
O escritor pode se sentir desconfortável ao saber que seu
livro foi submetido a um copidesque, mas não deve. O objetivo do copidesque é
resolver questões que o autor possa não ter visto no momento da escrita. A
preocupação do escritor é contar sua história; a tarefa do copidesque é não
deixar que existam lacunas na narrativa, ambiguidades, falta de informações
essenciais e outros problemas que possam prejudicar a compreensão da história.
É um trabalho exaustivo, mas extremamente gratificante
quando o livro fica pronto e entra em circulação. Quanto melhor for o
copidesque realizado, mais fáceis ficarão as etapas seguintes, como a revisão
de provas, que veremos em outro post.
Fonte da imagem: pixabay/UzbekIL
Os
Poetas
Byron
é o quarto da seção Os Poetas.
When we two parted
When we
two parted
In silence and tears,
Half-broken hearted
To sever for
years,
Pale grew thy cheek
and cold,
Colder thy kiss;
Truly that
hour foretold
Sorrow to this
2
The dew of the
morning
Sunk chill on
my brow
It felt like the
warning
Of what I feel
now.
Thy vows
are all broken,
And light is thy
fame;
I hear thy name
spoken,
And share in its
shame.
3
They name thee
before me,
A knell to
mine ear;
A shudder
comes o’er me
Why wert
thou so dear?
They know not I knew
thee,
Who knew thee too
well:
Long, long shall
I rue thee,
Too deeply to tell.
4
In secret we met
In silence
I grieve,
That thy heart could
forget,
Thy spirit deceive.
If I should meet thee
After long years,
How should I greet
thee!
With silence and tears.
vocabulário
1 - separar
2 - terminar um relacionamento
3- (past of foretell)
predizer
4- frio
5 - promessas, votos
6- humilhação
7 - tremor
8 - considerar, dar valor
9- lamentar, arrepender
10 -afligir-se, sofrer
estudo
do poema
(grupo 2, turma LEJ)
PROSODY, RHETORIC AND GENERAL ELEMENTS TO THE POEM:
The poem is written
in 1st and 3rd person
The source of the
poem is the expression of feelings due the end of a love story.
Rhyme scheme:
ABABCDCD
Use of inversion:
pale grew thy cheek and cold / they know not I knew you
Metaphor elements:
The dew of the morning / Sunk chill on my brow
personification:
truly that hour foretold
COMENTÁRIOS:
Escolhemos o poema acima por se tratar de um típico poema
romântico escrito por um típico escritor romântico, Lord Byro. Nele o eu-
lírico expressa seus sentimentos de amor e melancolia, que são típicas
características do Romantismo, pelo fim de um relacionamento. Num primeiro
momento, percebemos um profundo sentimento de perda, mas logo em seguida, o
eu-lírico expressa ódio, não apenas por ter sido deixado por sua amada, como
também por ter sido trocado por outros.
Quanto à estrutura do poema, ele contém quatro estrofes
com oito versos em cada. Também há quatro tipos de rimas em cada estrofe. Nos
quatro primeiros versos de cada estrofe, os versos ímpares tem uma rima, e os
versos pares tem outra rima, e esse método é usado pelo poeta nos quatro
últimos versos de cada estrofe com uma rima para cada par de versos.
O primeiro verso já é o título do poema, o que pode
significar que o escritor não quis ou não conseguiu encontrar um titulo para
ele. Como já foi mencionado, primeiro o poema é sobre o fim de um
relacionamento, de uma historia de amor entre um homem e uma mulher. Depois, o
poema todo é uma expressão de sentimento de ódio que o eu-lirico externa em
relação a sua amada porque ela o deixou. Esses sentimentos são facilmente
identificados pelo fato de haver a predominância da 1ª pessoa tanto do singular
quanto do plural, o que demonstra essa pessoalidade refletida pela raiva e o
desespero; de onde podemos inferir ser uma autobiografia ou não, essa mulher
pode ser ou não uma mulher real ou talvez apenas uma forma de ridicularizar
alguém em resposta a um fim de um relacionamento.
É importante enfatizar o contraste entre os versos
“ In silence and tears” e “ With silence and tears”, parecidos na
forma, mas com significados diferentes quando analisados a partir de uma
leitura profunda dos versos anteriores a eles. No primeiro temos a tristeza
pelo fim do relacionamento, e no segundo a alegria por ele ter acabado.
O frio é um elemento metafórico muito importante no
começo da segunda estrofe: “The dew of the morning/ Sunk chill on my Brow”
nesses versos temos o sentimento de insegurança em relação a esse amor
representado pelo frio; já nos versos “A knell to mine ear” e “A shudder
comes o’er me” há um despertar para a realidade de que realmente chegou o fim
desse amor; aqui o eu-lirico não mais vai se abater por esse amor devido a
tantas vergonha que ele tem passado e que estão bem descritas nos versos “And
light is thy fame”, “And share in its shame”, “They name thee before me”, “A
knell6 to mine ear” onde vemos que mais homens devem estar
amando essa mulher que o pertenceu em algum momento.
Na ultima estrofe, os dois primeiros versos tem duas
palavras que podem parecer sinônimas, mas tem significados contrastivos: em “In
secret we met”, temos a paixão de dois amantes em seus encontros secretos onde
um completava o outra. Já em “In silence I grieve”, temos a imagem de alguém
sozinho, enfrentado, secretamente, a dor do fim, sem compartilhar com ninguém.
Os últimos dois versos seguintes “That thy heart could forget, Thy spirit
deceive”mostram a surpresa diante do desenrolar dessa relação, que teve um fim
triste, pois ele se sente esquecido e enganado. No entanto, surpreendentemente,
no final do ultimo verso, ele parece dar a volta por cima, e nos
versos “after long years, How should I greet thee! With silence and
tears.” afirma que se encontrá-la um dia, irá cumprimentá-la por esse
relacionamento não ter dado certo, e esse cumprimento será com a mesma
intensidade vivenciada quando eles se deixaram: em silencio e em lágrimas.
De
volta à história pré-antiga
A História Antiga compreende um vasto período
da história da humanidade que se inicia com o aparecimento da escrita
cuneiforme e vai até a tomada do Império Romano pelos bárbaros.
“Os
dias de hoje não fazem a atualidade. O passado tomou muito de volta, raso de
cabeça e grosso na atitude. A ele são bem capazes de recorrer os interessados
em virar a mesa do seu desmascaramento.” Janio de Freitas:
Nada de destruição
- Folha de S. Paulo
A
CRÍTICA DE ZYGMUNT BAUMAN À PÓS-MODERNIDADE
publicado em recortes por Vinicius
Siqueira
Zygmunt Bauman é um dos sociólogos mais aclamados da
atualidade. Suas críticas e seus livros rendem milhares de reflexões acerca da
condição humana na pós-modernidade. Qual é o ponto essencial disso tudo? Há um
ponto essencial? Por que Zygmunt Bauman é tão importante para nossa época?
© obvious: http://obviousmag.org/archives/2014/01/a_critica_de_zygmunt_bauman_a_pos-modernidade.html#ixzz5v0YkilLg
Follow us: @obvious on Twitter | obviousmagazine on Facebook
Antônimo
de objetividade
24 antônimos de objetividade para 4 sentidos da
palavra. O contrário de objetividade é:
1. abstração, subjetividade.
2. parcialidade, facciosismo, arbitrariedade.
3. paixão.
4. arbítrio, devaneio, facção, despotismo,
partidarismo, proselitismo, fanatismo, cegueira, abuso, paixão, desatenção, partido, alheamento, injustiça, desigualdade, iniquidade, capricho, sectarismo.
Antônimo
de idiota
36 antônimos de idiota para 3 sentidos da
palavra. O contrário de idiota é:
1. arguto, atilado, atinado, perspicaz, esperto, sagaz, espertalhão, ardiloso, astuto, astucioso, manhoso, buliçoso, ativo, vivo, pícaro, fino, baseado, industrioso, argucioso, finório, sabido, pirata.
2. inteligente, lúcido, sábio, erudito, gênio, sabedor.
3. prático, versado, experiente, conhecedor, entendedor, perito, experimentado, matraqueado.
...
Depois daquele dia em que eu fui sabedor...
Sentimentos
Paulinho da Viola
Sentimentos em meu peito eu tenho demais
A alegria que eu tinha nunca mais
Depois daquele dia em que eu fui sabedor
Que a mulher que eu mais amava
Nunca me teve amor
Hoje ela pensa que estou apaixonado
Mas é mentira está dando um golpe errado
Agora estou resolvido
A não amar a mais ninguém
Porque sem ser amado não convém
Composição: Paulinho da Viola
Referências
http://www.tribunadainternet.com.br/nao-vou-fugir-desse-pais-afirma-glenn-greenwald-em-ato-a-seu-favor-no-rio-de-janeiro/
https://youtu.be/2Vz9laZtaIs
https://www.letras.mus.br/maria-bethania/164669/
https://pbs.twimg.com/media/EAb4rprX4AANPLy.jpg
https://twitter.com/manueladavila/status/1154883803262963714
https://abrilexame.files.wordpress.com/2016/09/size_960_16_9_cardozo-cpi10.jpg
http://www.tribunadainternet.com.br/havera-uma-guerra-juridica-sobre-o-destino-de-mensagens-apreendidas-da-lava-jato/
https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/politica-economia/208889-os-idiotas-da-objetividade-por-nelson-rodrigues.html#.XT36zPJKj4Y
http://editoralabrador.com.br/blog/wp-content/uploads/20160728_O-que-e-copidesque.jpg
http://editoralabrador.com.br/blog/o-que-e-copidesque/
http://www.letras.ufrj.br/veralima/romantismo/poetas/byron.html
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