Sigamos...
Numa
boa: a gente vai desaparecendo igual ao Carlitos vai desaparecendo no fim de
uma estrada...Deixe, deixe, meu amor.
Caso
da Amor
Uma estrada é deserta por dois motivos: por abandono
ou por desprezo. Esta que eu ando nela agora é por abandono. Chega que os
espinheiros a estão abafando as margens. Esta estrada melhora muito de eu ir
sozinho nela. Eu ando por aqui desde pequeno. E sinto que ela bota sentido em
mim. Eu acho que ela manja que eu fui para a escola e estou voltando agora para
revê-la. Ela não tem indiferença pelo meu passado. Eu sinto mesmo que ela me
reconhece agora, tantos anos depois. Eu sinto que ela melhora de eu ir sozinho
sobre seu corpo.
De minha parte eu achei ela bem acabadinha. Sobre suas pedras agora raramente um cavalo passeia. E quando vem um, ela o segura com carinho. Eu sinto mesmo hoje que a estrada é carente de pessoas e de bichos... Eu estou imaginando que a estrada pensa que eu também sou como ela: uma coisa bem esquecida. Pode ser. Nem cachorro passa mais por nós. Mas eu ensino para ela como se deve comportar na solidão... Numa boa: a gente vai desaparecendo igual ao Carlitos vai desaparecendo no fim de uma estrada...Deixe, deixe, meu amor.
Manoel de Barros
De minha parte eu achei ela bem acabadinha. Sobre suas pedras agora raramente um cavalo passeia. E quando vem um, ela o segura com carinho. Eu sinto mesmo hoje que a estrada é carente de pessoas e de bichos... Eu estou imaginando que a estrada pensa que eu também sou como ela: uma coisa bem esquecida. Pode ser. Nem cachorro passa mais por nós. Mas eu ensino para ela como se deve comportar na solidão... Numa boa: a gente vai desaparecendo igual ao Carlitos vai desaparecendo no fim de uma estrada...Deixe, deixe, meu amor.
Manoel de Barros
Prosa
e Segredos: “O poeta é um ente que lambe as palavras e se alucina” – Pílula 26
O "Prosa e Segredos, Ontem, Hoje e Sempre, com
Bosco Martins", pós-produção/texto e edição de Allison Ishy e pós-produção/edição
de vinhetas e pílulas de Roque Martins, divulga o documentário “O poeta é um
ente que lambe as palavras e se alucina”, pílula 26, de Arlindo Fernandez de
Almeida, sobre um dos maiores poetas brasileiros, Manoel de Barros.
https://www.youtube.com/watch?v=-UynIjLhQuk
Tempos
Modernos, 1936 - Cena Final (versão brasileira)
Tempos Modernos – filme de Charlie Chaplin, 1936 –
versão brasileira, Herbert Richers (direitos da MK2). Canção Smile
Modern
Times (1936) Smile - Charles Chaplin e Paulette Goddard
Tempos Modernos (uma forte critica ao capitalismo e
ao mundo moderno industrializado) é um filme de 1936 do cineasta Charles
Chaplin. Apresenta também o amor lírico e ingênuo entre um vagabundo e uma
menina de rua. Impossível não se emocionar com a belíssima cena final que
mostramos agora.
Referências
http://olharparaver.blogspot.com/2010/12/caso-de-amor.htmlhttps://youtu.be/-UynIjLhQuk
https://www.youtube.com/watch?v=-UynIjLhQukhttps://youtu.be/0AQG7Lxw8vU
https://www.youtube.com/watch?v=0AQG7Lxw8vUhttps://youtu.be/1Rf0q6DDXN0
https://www.youtube.com/watch?v=1Rf0q6DDXN0
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