Mario Quintana: Da vez primeira em
que me assassinaram,...
Da
vez primeira em que me assassinaram,
Perdi
um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois,
a cada vez que me mataram,
Foram
levando qualquer coisa minha.
Hoje,
dos meus cadáveres eu sou
O
mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde
um toco de Vela amarelada,
Como
único bem que me ficou.
Sujeito oculto x Sujeito
indeterminado x Oração sem sujeito
Betty
Vibranovski
Qual o sujeito das orações abaixo?
Não
consigo parar de ler este livro.
Roubaram
minha bolsa.
Havia
dez pessoas na reunião.
Sujeito oculto
Sujeito
oculto é o sujeito que está implícito na oração, ou seja, o sujeito não está
expresso, mas é facilmente identificável pelo contexto ou pela desinência
verbal. Por isso, esse tipo de sujeito é conhecido como oculto,
implícito, elíptico, subentendido ou desinencial.
Não
consigo parar de ler este livro. [Sujeito: “eu”, que se deduz pela desinência
do verbo.]
Perdi
um jeito de sorrir.
O
menino aproximou-se e contou uma longa história. [O sujeito, “o menino”,
está expresso na primeira oração e elíptico na segunda: e (ele) contou uma
longa história.]
Perdi
um jeito de sorrir que eu tinha. [O sujeito, “eu”, está expresso na segunda oração
e elíptico na primeira: que (eu) tinha.]
Sujeito indeterminado
Apesar
de o verbo indicar que houve uma ação praticada por alguém, a identidade do
sujeito é indeterminada.
Indetermina-se
o sujeito normalmente por três motivos:
Por
não se saber sua identidade.
Por
querer torná-lo desconhecido.
Por
generalização.
Em
português, assinala-se a indeterminação do sujeito de três modos:
1)
Verbo na 3ª pessoa do plural sem sujeito explícito.
Normalmente
falam pelas costas por ser mais conveniente. [Alguém fala, não se diz quem.] // Roubaram
minha bolsa. [Alguém roubou, não se sabe quem.] // Da vez primeira em que me
assassinaram, // Depois, a cada vez que me mataram, // Foram levando qualquer
coisa minha. //
2)
Verbo ativo na 3ª pessoa do singular + partícula de indeterminação do sujeito
SE.
Vive-se
bem neste lugar.
3)
Verbo no infinitivo impessoal
Para
conquistar sua confiança, é necessário trabalhar arduamente. [ = Para
(alguém) conquistar sua confiança, é necessário (esse alguém) trabalhar
arduamente.]
Oração sem sujeito
As
orações sem sujeito são construídas com os verbos impessoais, os quais não
apresentam um sujeito promovendo a ação verbal. Tais verbos são usados na 3ª
pessoa do singular.
São
verbos impessoais:
1)
HAVER com sentido de existência, ocorrência ou tempo decorrido.
Havia
dez pessoas na reunião.
Houve
dois feridos no acidente.
Eu
não durmo bem há três noites.
2)
FAZER, PASSAR, FICAR e ESTAR, com referência ao tempo ou aspectos naturais.
Faz
dois anos que me formei.
Hoje
fez muito calor.
Ficou
escuro de repente.
Estava
frio naquele dia.
Passava
das cinco da tarde.
3)
Verbos que indicam fenômenos naturais: chover, ventar, nevar, trovejar,
relampejar, amanhecer, anoitecer.
Ventou
muito durante a noite.
Chovia
torrencialmente.
Usados
em sentido figurado, esses verbos têm sujeito e deixam de ser impessoais.
O
orador trovejava ameaças.
Chovem
notícias tristes nos jornais.
Fontes:
A
Gramática para Concursos Públicos, de Fernando Pestana.
Novíssima
Gramatica da Língua Portuguesa, de Domingos Paschoal
Cegalla.
Referências
https://www.pensador.com/frase/NjYwMTA/
https://portuguessemmisterio.com.br/2016/06/20/sujeito-oculto-x-sujeito-indeterminado-x-oracao-sem-sujeito/
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