13
100
– 13 = 87
87
100
= 13 + 87
13.
MARKHEIM
ROBERT
LOUIS STEVENSON (1850 – 1894 | Escócia)
Robert
Louis Stevenson
Principalmente no século XIX, o crime, mais que um
problema jurídico,
era um tema de discussão filosófico-teológica,
ético-estética (vide
Dostoiévski}. É o caso desta história, do mesmo
autor de O Médico e o
Monstro e A Ilha do Tesouro, um dos relatos mais
marcantes da história da
literatura. Observe-se o clima alucinado e
alucinante que, pouco a pouco e
com uma maestria exemplar, envolve o personagem e o
próprio conto.
- É verdade - disse Markheim. - De certo modo, me
deixei dominar pelo mal.
Mas é o que acontece sempre: os próprios santos, ao
simples contato com as
coisas do mundo, tornam-se menos escrupulosos e
descem ao nível das pessoas
que os rodeiam.
- Vou lhe fazer uma única pergunta e, conforme for a
sua resposta, lhe direi
qual o seu horóscopo moral. O senhor degradou-se ao
praticar certas coisas. É
possível que tenha tido razão para assim proceder.
De qualquer maneira, o
mesmo acontece com todos os homens. Concordo com
isto. Mas por acaso existe
algum detalhe, por mais insignificante que seja, com
o qual tenha dado provas de
vigiar estreitamente a sua conduta, ou pelo
contrário, sempre se deu rédea solta,
sempre, em todas as coisas?
- Algum detalhe? - repetiu Markheim, com um acento
de ansiedade. - Não! -
acrescentou com desespero. - Nenhum!
- Pois então - disse o estranho visitante -
contente-se em ser o que é porque
nunca irá se modificar; as palavras do seu papel no
palco da vida estão
irrevogavelmente escritas.
87.
NABUCODONOSSOR
DOROTHY
L. SAYERS (1893 -1957 | Inglaterra)
Credo
ou caos
Por
Dorothy L. Sayers[1]
E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e
da justiça e do juízo. Do pecado, porque não creem em mim; Da justiça, porque
vou para meu Pai, e não me vereis mais; E do juízo, porque já o príncipe deste
mundo está julgado.
João 16:8–11
8 E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado,
da justiça e do juízo: 9 do pecado, porque não crêem em mim; 10 da justiça,
porque vou para meu Pai, e não me vereis mais, 11 e do juízo, porque o príncipe
deste mundo já está julgado.
Estátua
de bronze de Dorothy L. Sayers , por John Doubleday . Localizado na Newland
Street, Witham, Inglaterra.
Os anos 30 foram a época de ouro do conto policial.
Dorothy Leigh
Sayers, que vinha da seriedade do mundo acadêmico,
formada em Línguas
Modernas, e uma scholar em clássicos já era
conhecida por seus romances
que alternavam dois detetives históricos no gênero,
e bastante diferentes
entre si: Lorde Peter Winsey e Montague Egg. Segundo
Ruth Rendell, "ela é
dotada de uma grande fertilidade inventiva,
engenhosidade e um excelente
olho para o detalhe". Sayers organizou uma das
melhores antologias do
gênero, The Omnibus of Crime. Ela considerava sua
tradução da Divina
Comédia de Dante seu melhor trabalho, mas acabou
mesmo ficando na
história da literatura policial. Em tempo, o conto
que se vai ler é de 1936.
Você, seguramente, já jogou
"Nabucodonossor", a menos, é claro, que seja
uma daquelas pessoas tão desligadas que nunca ouviu
falar de nenhum jogo além
de ioiô, ou, seja lá qual for, a última mania.
"Nabucodonossor" é tão fora de
moda que hoje só os muitos sofisticados ainda o
jogam. Voltou à moda na
mesma época que as charadas, das quais, na verdade,
é apenas uma variação.
Acho que se chama "Nabucodonossor" porque
seria muito difícil encontrar um
nome mais complicado que esse para se jogar.
Você escolhe um nome (e, a menos que o grupo seja
muito paciente, é
melhor que seja um nome bem curto) de uma personagem
bastante conhecida.
Job, por exemplo. Então faz a mímica de alguém cujo
nome comece com J, em
seguida o de alguém começando por O, depois B e
finalmente faz a mímica de
Job. Os espectadores adivinham que se trata de
"Job" e aplaudem. E isso é tudo.
Pessoas com imaginação e espírito alegre são capazes
de se divertir muito com
100.
BALAIO
MARÇAL
AQUINO (1958 - | Brasil)
Marçal
Aquino: um escritor viciado em literatura
Uma grata revelação de contista da nova geração, o
paulista Marçal
Aquino, na linha do modernista Antônio de Alcântara
Machado, mas
aproximando-se do pós-modernismo de um Raymond
Carver, é um contista
da marginalidade atual, ou seja, do brasileiro
abandonado à sua própria
sorte e da violência na periferia urbana (paulista,
mas internacional). São
contos secos, sem a glamorização dos
"humilhados e ofendidos", e
recusando-se o autor a cair na facilidade
generalizada do psicologismo. É
autor de Miss Danúbio, O Amor e outros Objetos
Pontiagudos e Faroestes,
de onde tiramos este Balaio. O cineasta Beto Brandt
já realizou três longasmetragens
baseados em seus contos.
Magno, que estava ao meu lado, me entregou um dos
revólveres que
carregava, um 38. Éramos quatro contra os dois.
Como é que nós vamos resolver isso?, eu perguntei.
O preto trocou um olhar rápido com seu companheiro.
Por mim, a coisa já
está resolvida, ele disse. Você ouviu: a polícia vai
cuidar do Tiãozinho pra nós.
O branco sorriu: Mas se você quiser partir pra
festa, nós topamos. Vai ser um
estrago bem grande.
Eu sabia que bastava um movimento brusco e os dois
se levantariam atirando.
Então baixei o revólver com cuidado e disse: Ninguém
vai ganhar nada com isso.
Vamos fazer um trato: vocês dois saem deste bar sem
problema e nunca mais
aparecem por aqui.
O preto ainda tripudiou, perguntando para o branco:
O que você acha?
Ele continuava sorrindo: Me parece justo. Assim
ninguém abusa de ninguém.
Eu avisei aos rapazes que os dois iriam sair e que a
gente não faria nada. E
caminhei até a porta, para abri-Ia.
Os dois iam sair e provavelmente nunca mais botariam
o pé naquele bairro.
Mas eram profissionais. E com esse tipo de gente
convém não facilitar. Por isso,
a um passo da porta, eu parei e alcancei o
interruptor, desligando as luzes do bar.
O tiroteio durou meio minuto, se tanto. Quando
reacendi as luzes, o preto
estava com a cabeça tombada numa poça de sangue
sobre a mesa. O branco
caíra para trás, arrastando junto sua cadeira. Eu me
aproximei e notei que,
apesar de estar com um ferimento feio acima do olho
direito, ele ainda gemia.
Mirei na cabeça e puxei o gatilho, mas as balas do
revólver tinham acabado. Um
dos rapazes me empurrou para o lado e completou o
serviço.
Magno perguntou: O que vamos fazer com eles?
O de sempre, eu falei.
Olhei o sangue espalhado pelo bar. Eu não queria que
o Josué tivesse motivo
pra se queixar da gente.
Vamos lá, eu disse. Depois ainda temos que voltar
aqui pra fazer uma boa
faxina.
Mario
Sergio Cortella • A Sorte Segue a Coragem
Moreira
da Silva - ACERTEI NO MILHAR (Etelvina) - Geraldo Pereira-Wilson Batista - Ano
de 1940
Etelvina (o que é, Morengueira?)
Acertei no milhar!
Ganhei quinhentos contos (milhas), não vou mais
trabalhar
você dê toda roupa velha aos pobres
e a mobília podemos quebrar
(breque)
"Isso é pra já, vamos quebrar. Pam, pam, bum,
etc..."
Etelvina vai ter outra lua-de-mel
você vai ser madame
vai morar num grande hotel
eu vou comprar um nome não sei onde
de Marquês Morengueira de Visconde
um professor de francês mon amour
eu vou mudar seu nome pra Madame Pompadour
Até que enfim agora sou feliz
vou passear a Europa toda até Paris
e nossos filhos, oh, que inferno
eu vou pô-los num colégio interno
me telefone pro Mané do armazém
porque não quero ficar devendo nada a ninguém
e vou comprar um avião azul
para percorrer a América do Sul
mas de repente, derrepenguente
Etelvina me acordou está na hora do batente
mas de repente, derrepenguente
- Se acorda, vargulino! Saia pela porta de trás que
na frente tem gente.
Foi um sonho, minha gente!
Composição: Geraldo Pereira / Wilson Batista
A
sorte do homem
É muito bom
É muito bom
Cem milhões no banco é muito bom
É muito bom
É muito bom
Caramba acertei na loteria
Ganhei cem milhões de dólar na moral
Agora estou aqui na minha rede balançando
Estou bebendo minha cerveja na moral
É muito bom
É muito bom
Antes eu andava descalço na favela
Comia sopa de batata todo dia
Cem milhões no banco é muito bom
É muito bom
É muito bom
Caramba a minha Ferrari está estacionada ali
Estou tirando muita onda na moral
É muito bom
É muito bom
Antes eu via os mês colegas
Com tênis da Nike e roupa de marca
E eu com o meu chinelo havaianas
Todo rebentado costurado de arrame
Agora não quero nem saber de trabalha mas pra ninguém
não
Agora eu sou patrão
Agora estou andando de helicóptero
Não quero saber de engarrafamento não
É muito bom
É muito bom
É muito bom
É muito bom
Cem milhões no banco e muito bom
É muito bom
É muito bom
Caramba acertei na loteria
Ganhei cem milhões de tolas na moral
Agora estou aqui na minha rede balançando
Estou bebendo minha cerveja na moral
Antes eu andava descalço na favela
Comia sopa de batata todo dia
Agora eu acertei na loteria
É muito bom
É muito bom
Cem milhões no banco é muito bom
É muito bom
É muito bom
Caramba a minha Ferrari está estacionada ali
Estou tirando muita onda na moral
É muito bom
É muito bom
É muito bom
É muito bom
Cem milhões no banco é muito bom
É muito bom
É muito bom
Antes eu andava descalço na favela
Comia sopa de batata todo dia
Agora eu acertei na loteria
Caramba a minha Ferrari está estacionada ali
Estou tirando muita onda na moral
É muito bom
É muito bom
Além
do Espelho
João
Nogueira
Brasil
Brasil
Shaw’s Choice
George Bernard Shaw
Dramaturgo e romancista irlandês
George
Bernard Shaw (1856-1950) foi dramaturgo e romancista irlandês.
"Pigmalião", sua obra mais importante, foi adaptada para o cinema com
o título "My Fair Lady", sob a direção de George Cukor e a
participação de Andrey Hepburn. Em 1925, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura,
mas recusou, afirmando "Recusei o prêmio por estar suficientemente
rico".
Irlanda
Irlanda
Referências
https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/2014/01/23/o-escritor-robert-louis-stevenson-1390489043094_200x285.jpg
https://educacao.uol.com.br/biografias/robert-louis-stevenson.htm
file:///D:/Usu%C3%A1rio/Downloads/Os%20100%20Melhores%20Contos%20de%20Crime%20e%20Mist%C3%A9rio%20da%20Literatura%20Universal%20-%20Fl%C3%A1vio%20Moreira%20Da%20Costa.pdf
https://cdn-images-1.medium.com/max/1600/0*0RMPjLEr4zRBMwuH.
http://www.biblestudytools.com/aa/joao/passage/?q=joao+16:8-11
https://medium.com/@williamccruz/credo-ou-caos-ea50211df2a1
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/ca/Dorothy_L._Sayers.jpg/200px-Dorothy_L._Sayers.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dorothy_L._Sayers
http://tvbrasil.ebc.com.br/sites/default/files/atoms/image/maroal_aquino_medio.jpg
http://tvbrasil.ebc.com.br/impressoes-do-brasil/episodio/marcal-aquino-um-escritor-viciado-em-literatura
https://youtu.be/uVazu_XZ0bc
https://youtu.be/3RFU0-bjNO4
https://youtu.be/a5CEyKBV6ZI
https://youtu.be/xG7Yd0XMBb4
https://www.ebiografia.com/george_bernard_shaw/
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