segunda-feira, 3 de abril de 2017

Força, Garra e Brocados de Professor Cardoso

“Não sei se é pior a emenda que o soneto.” Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso

SEGUNDA, 03/04/2017, 07:00
Eleição indireta pelo Congresso causaria ainda mais confusão, diz FHC
Em entrevista exclusiva ao Jornal da CBN, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que uma eleição indireta pelo Congresso, em caso de cassação da chapa Dilma-Temer, poderia atrapalhar ainda mais o país. O tucano defendeu uma 'reflexão mais em termos de Brasil do que em interesses pessoais e partidários.' FHC defendeu ainda uma reforma política que reduza o número e dificulte a criação de partidos. Ouça a conversa com Mílton Jung:


Ex-presidente FHC vem lançando memórias de seus oito anos de mandato em volumes do livro 'Diários da presidência'
Crédito: Wilson Dias/Agência Brasil

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso afirmou, em entrevista exclusiva ao Jornal da CBN, que a realização de uma eleição indireta pelo Congresso em caso de vacância da presidência iria gerar ainda 'mais confusão.' O mecanismo é previsto na Constituição, mas seria usado apenas em caso de cassação da chapa Dilma-Temer, que será julgada pelo TSE a partir desta terça-feira.
FHC lembra que o escolhido pelos parlamentares ficaria apenas um ano no cargo. E seria justamente em ano de eleição. Sobre a separação da chapa, que tem sido ventilada nos bastidores de Brasília, o ex-presidente disse que é uma questão para a Justiça. No entanto, ele afirma que o 'Brasil está há muito tempo de pernas pro ar, mas começa a assentar um pouco. Levar muito tempo em um julgamento que põe em risco a situação vigente tem consequências negativas.' Sobre cassação ou absolvição, ele diz que não sabe se 'é pior a emenda ou o soneto. Temos que pensar que temos 13 milhões de desempregados.'
Perguntado por Mílton Jung sobre a relação entre caixa 2 e corrupção, FHC afirmou que são coisas diferentes:
'Caixa 2 é delito, é crime. Agora, a penalização não é igual à da corrupção. A corrupção se caracteriza pelo facilitário por políticos e autoridades, para burlar dinheiro público e favorecer terceiros. Outra coisa é caixa 2, que pode ser crime também. Mesmo que o caixa 2 não implique em corrupção, implica necessariamente em falsidade ideológica, já que não foi declarado à Justiça.'
Fernando Henrique ainda fez uma defesa incisiva de um modelo de reforma política que reduza o número de partidos e dificulte a criação de novos. 'O sistema partidário eleitoral montado não tem mais a confiabilidade da população. Isso está visível. Houve uma fragmentação partidária enorme. São trinta e poucos partidos, isso é inviável. A maioria não é partido. São letras, são siglas. Eles vão buscar dinheiro no fundo partidário e negociar tempo de televisão.'
Ele diz que 'não há dinheiro que dê conta de trinta e poucos partidos. Tem que ter uma cláusula de barreira. Chegou a hora de fazermos uma reconstrução política e moral no Brasil.' FHC defendeu ainda a proibição de coligações na eleição proporcional e acatou a ideia de um novo 'Plano Moral', em alusão ao Plano Real, que conduziu nos anos 1990.
Pensando em 2018, ele evita cravar seu apoio a um nome específico dentro do PSDB. Sem saber os resultados da Lava-jato e tendo em mente a citação dos principais nomes tucanos no Congresso, FHC diz que é preciso ver 'quem para em pé e quem não para em pé.'
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso está lançando o terceiro volume da série de livros 'Diários da presidência'. Dessa vez, ele trata do período entre 1999 e 2000 e fala sobre o período da crise cambial e da relação com Itamar Franco, enquanto foi governador de Minas Gerais. O trabalho tem mais de 800 páginas, e FHC explica que gravava quase todos os dias o seu diário enquanto esteve no Planalto.
Com isso, criou uma grande quantidade de documentações e gravações. 'Foi sendo pouco a pouco desgravado' por uma assessora que trabalha com ele há 40 anos, explicou. E FHC afirma: 'é um documento para a história.' O próximo volume deve sair no ano que vem e abordar os acontecimentos de 2001 e 2002.



Respondendo à pergunta do repórter Milton Ferretti Jung Júnior (Porto Alegre, 1963) da CBN, segunda-feira, 03/04/2017, véspera da data anunciada para o início do julgamento da chapa Dilma/Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidida por Gilmar Ferreira Mendes (Diamantino, 30 de dezembro de 1955), ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso, também conhecido como FHC (Rio de Janeiro, 18 de junho de 1931), e atual membro do Supremo Tribunal Federal, indicado no governo de FHC.

Esta resposta pode ser ouvida na gravação a partir dos 14:50 minutos, ao final de uma entrevista de 17:58 minutos desde o início.

Na mesma entrevista, questionado pelo repórter, referiu-se às menções em suas gravações ao ex-presidente Itamar Augusto Cautiero Franco GCC (Mar territorial brasileiro, 28 de junho de 1930 – São Paulo, 2 de julho de 2011), que desagradaram amigos, segundo o próprio entrevistado, do ex-presidente Itamar, em cuja presidência se deu a implantação do Plano Real que estabilizou a inflação no Brasil naquele período.

Neste ponto alegou, a uma provocação do repórter, que Itamar não entendia de matemática, deixando de mencionar que, mais que Itamar, ele também não era um especialista em matemática econômica. Como ministro de Itamar cumpria apenas função executiva cujo poder de decisão, constitucionalmente, e politicamente, era atribuição do presidente da República.

Cabe lembrar que apesar de não ter suposta especialidade em economia, Itamar Franco estava naquele momento em maiores condições de entender as propostas de técnicos que receberam atribuições para propor medidas sob a coordenação de quem havia recebido delegação para submeter ao crivo de quem de fato detinha o poder de decisão e poder para isto, ou seja, o presidente Itamar Franco.

O aforismo usado pelo mesmo FHC em outro contexto dessa entrevista calçou como luvas no tópico em comento. E nunca uma emenda saíra pior que um soneto.

No que tange ao que se referia especificamente com o brocado, parece que o ex-presidente da República Professor Cardoso, pode estar com a barba de molho, para permanecermos no campo dos adágios.

Senão vejamos em fatos contemporâneos e pretéritos a seguir.


Direito Penal: Dosimetria da Pena - Sistema Trifásico

De professor para professor:


Aula 7 1 Dosimetria da Pena

Quem pariu Matheus que o embale, diria o Professor Cardoso, em mais um de seus exclusivos anexins.

A LEI DE MURICI

Segundo o professor Péricles, “O Muricizeiro é uma espécie rústica que se desenvolve muito bem em solos arenosos com poucos nutrientes. Por isso, o seu fruto, o murici, é típico do sertão nordestino.

Aliás, o Muricizeiro permanece florido, e muito bonito, mesmo na seca mais tenebrosa, daí nasceu o provérbio popular de que, quanto mais florido o muricizeiro, mais difícil é a vida do sertanejo.”

Ainda de acordo com o professor Péricles, “Até hoje, naquela parte do país chama-se de “lei de murici” a ideia de que, no perigo, cada um que trate de salvar a própria pele.”


Emenda é coisa nossa, ou cosa nostra.

Relembrem-se:

Delator da Lava Jato ‘desenterra’ emenda da reeleição no governo FHC
Pedro Corrêa, ex-deputado do PP, condenado no Mensalão e no escândalo de propinas na Petrobrás, relata 'disputa por propinas' e 'compra de mais de cinquenta parlamentares' para aprovação de emenda

Mateus Coutinho, Julia Affonso, Ricardo Brandt e Fausto Macedo
01 Junho 2016 | 05h00


“Não pode haver ofensa mais grave do que a daquele que trai o mandato parlamentar e a sagrada confiança que o povo nele deposita para obter ganho próprio.” Sérgio Fernando Moro (Maringá, 1º de agosto de 1972), no corpo da sentença de condenação do ex-presidente da Câmara Federal, ex-deputado Eduardo Cosentino da Cunha (Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1958) 

Aos acusados os prolóquios, ao juízo a sentença, sempre nos autos.
 Desde a sentença condenatória de Joaquim José da Silva Xavier (Fazenda do Pombal, batizado em 12 de novembro de 1746 — Rio de Janeiro, 21 de abril de 1792), com delação ou não de Joaquim Silvério dos Reis Montenegro Leiria Grutes (Monte Real, 1756 — São Luís, *17 de fevereiro de 1819), aos impeachments dos ex-presidentes Fernando Collor de Mello (Rio de Janeiro, 12 de agosto de 1949) e Dilma Vana Rousseff (Belo Horizonte, 14 de dezembro de 1947).

Moro condena Eduardo Cunha a 15 anos de prisão
Juiz da Lava Jato atribui os crimes de corrupção, de lavagem e de evasão fraudulenta de divisas ao ex-presidente da Câmara

Mateus Coutinho, Julia Affonso, Ricardo Brandt e Luiz Vassallo
30 Março 2017 | 12h04



Veja a íntegra da sentença que condenou Cunha a 15 anos de prisão
Publicado: 30, março 2017 às 12:46


Soneto Fúnebre de um Sambista

Composição: Eurico Campos E Luiz Antônio
Interprete: Linda Batista


Quero morrer no Carnaval,
Na Avenida Central,
Sambando,
O povo na rua cantando
O derradeiro samba
Que eu fizer chorando.

Quero morrer fantasiado de palhaço
Que sempre fui sem ter vestido a fantasia.
Eu, que vivia ouvindo risos de fracasso,
Quero morrer ouvindo risos de alegria!


Quero Morrer no Carnaval - Linda Batista



Referências

 http://cbn.globoradio.globo.com/programas/jornal-da-cbn/2017/04/03/ELEICAO-INDIRETA-PELO-CONGRESSO-CAUSARIA-AINDA-MAIS-CONFUSAO-DIZ-FHC.htm
http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/delator-da-lava-jato-desenterra-emenda-da-reeleicao-no-governo-fhc/

http://profpericles.blogspot.com.br/2016/03/a-lei-de-murici.html 

http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/moro-condena-eduardo-cunha-a-15-anos-de-prisao/

http://paranaportal.uol.com.br/operacao-lava-jato/veja-a-integra-da-sentenca-que-condenou-cunha-a-15-anos-de-prisao/


Nenhum comentário:

Postar um comentário