Quando genitálias camuflam...
...golpismos de despudorados
Peixe Vivo
Carequinha/Altamiro Carrilho
Como pode o peixe vivo
Viver fora da água fria?
Como poderei viver?
Como poderei viver?
Sem a tua, sem a tua?
Sem a tua companhia
Como pode o Juscelino
Viver longe de Brasília?
JK ta lá e cá
JK ta cá e lá
Juscelino bom menino
Que não cansa de voar
Lá vai ele
Peixe Vivo
Carequinha/Altamiro Carrilho
Como pode o peixe vivo
Viver fora da água fria?
Como poderei viver?
Como poderei viver?
Sem a tua, sem a tua?
Sem a tua companhia
Como pode o Juscelino
Viver longe de Brasília?
JK ta lá e cá
JK ta cá e lá
Juscelino bom menino
Que não cansa de voar
Lá vai ele
Discurso de Jango na Central do
Brasil em 1964
Peixe Vivo
Peixe Vivo - Palavra Cantada
Por Um Nonô Diamantino
Como
pode o peixe vivo
Viver fora da água fria
Como pode o peixe vivo
Viver fora da água fria
Como poderei viver
Como poderei viver
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia
Os pastores desta aldeia
Fazem prece noite e dia
Os pastores desta aldeia
Fazem prece noite e dia
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia
Viver fora da água fria
Como pode o peixe vivo
Viver fora da água fria
Como poderei viver
Como poderei viver
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia
Os pastores desta aldeia
Fazem prece noite e dia
Os pastores desta aldeia
Fazem prece noite e dia
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia
Peixe Morto
Povo Unido – Palavra Calada
Por um Diamantino Mourão
Como
pode o povo unido
Viver sem democracia
Como
poderei viver
Como
poderei viver
Sem
a tua hierarquia
Sem
a tua, sem a tua
Sem
a tua hierarquia
Os
soldados desta vila
Fazem
marcha noite e dia
Os
soldados desta vila
Fazem
marcha noite e dia
Sem
a tua, sem a tua
Sem
a tua hierarquia
Sem
a tua, sem a tua
Sem
a tua hierarquia
Memorial da Democracia
O Real Itamar Uma Biografia Ivanir
Yazebeck
PP. 86-91
Caroneiros das circunstâncias...
...Rodando sempre em boa companhia
Biografia de ex-presidente Itamar
Franco o engrandece até na intriga...
...FHC tenta mais uma vez pegar
carona.
A mais famosa frase cunhada por
Ortega y Gasset, ele que era um escritor que construía frases memoráveis a cada
página escrita, é: “Eu sou eu e a minha circunstância e se não a salvo, não
salvo a mim mesmo”, posta no intróito ao livro Meditaciones del
Quixote”. Depois da expressão “Penso, logo existo”, cunhada por Descartes, é a
mais sensacional síntese filosófica que um pensador tenha conseguido. Ela diz
muita coisa em filosofia, é a própria representação da razão
vital orteguiana, que veio para superar o unilateralismo idealista e
sepultar de vez um eventual resgate do realismo filosófico. Nivaldo Cordeiro
Mas a história tem outros agentes
que não são apenas guiados pela ganância do poder pelo poder.
Se Itamar não salvasse a sua
circunstância em 1964 e no episódio do carnaval de 1994 quando militares
tentaram bulir com seu ser, provavelmente não poderia, posteriormente aos
eventos citados, ajudar a salvar as circunstâncias de muitos que demonstraram, com ele vivo, e post mortem também,
os seus pobres seres que nunca estiveram à altura da grandeza do ex-presidente
garantidor do ser da democracia em nosso país apesar das circunstâncias que
aparentemente lhe desfavoreciam.
“Ao lado de Dona Itália, atenta,
semblante preocupado, na casa da Rua Sampaio, 376, o amigo e jornalista Ismair
Zaghetto lia para Itamar as notícias do Correio
da Manhã e do Jornal do Brasil de
14 de março de 1964. No dia anterior, uma aziaga sexta-feira, 13, acendera-se o
pavio que detonaria o golpe contra o regime, três semanas depois. Não apenas os
dois diários cariocas, mas toda a imprensa nacional destacou em manchetes
alarmantes o comício da Central do Brasil, no Rio de Janeiro. A plateia foi estimada
em 150 mil pessoas, justamente em frente à imponente sede do Ministério da
Guerra, cercada de tropas em defesa do patrimônio contra os mis exaltados que
urravam a cada palavra de ordem exigindo reformas políticas. A localização do
comício acentuava ainda mais a impressão de provocação deliberada aos brios
militares.”
ATO DO COMANDO SUPREMO DA REVOLUÇÃO
Nº 1, DE 10 DE ABRIL DE 1964
ATO
Nº 1- SUSPENDE DIREITOS POLITICOS.
O
Comando Supremo da Revolução resolve, nos têrmos do art. 10 do Ato
Institucional, de 9 de abril de 1964, suspender, pelo prazo de dez anos, os
direitos políticos dos seguintes cidadãos:
1.
Luiz Carlos Prestes
2. João Belchior Marques Goulart
3. Janio da Silva Quadros
4. Miguel Arrais de Alencar
5. Darci Ribeiro
6. Raul Riff
7. Waldir Pires
8. Gen. R/1 Luiz Gonzaga de Oliveira Leite
9. Gen. R/1 Sampson da Nóbrega Sampaio
10. Leonel de Moura Brizola
11. Clodsmith Riani
12. Clodomir Moraes
13. Hercules Correa dos Reis
14. Dante Pelacani
15. Oswaldo Pacheco da Silva
16. Samuel Wainer
17. Santos Vahlis
18. Lincoln Cordeiro Oest
19. Heber Maranhão
20. José Campelo Filho
21. Desembargador Osni Duarte Pereira
22. Ministro José de Aguiar Dias
23. Francisco Mangabeira
24. Jesus Soares Pereira
25. Hugo Regis dos Reis
26. Jairo José Farias
27. José Jofily
28. Celso Furtado
29. Marechal R/1 Osvino Ferreira Alves
30. Josué de Castro
31. João Pinheiro Neto
32. Antonio Garcia Filho
33. Djalma Maranhão
34. Huberto Menezes Pinheiro
35. Ubaldino Santos
36. Raphael Martinelli
37. Raimundo Castelo de Souza
38. Rubens Pinho Teixeira
39. Felipe Ramos Rodrigues
40. Alvaro Ventura
41. Antonio Pereira Netto
42. João Batista Gomes
43. Ademar Latrilha
44. Feliciano Honorato Wanderley
45. Othon Canedo Lopes
46. Paulo de Santana
47. Luiz Hugo Guimarães
48. Luiz Viegas da Mota Lima
49. Severino Schnaipp
50. Meçando Rachid
51. Newton Oliveira
52. Demistóclides Baptista
53. Roberto Morena
54. Benedicto Cerqueira
55. Humberto Melo Bastos
56. Hermes Caíres de Brito
57. Aluisio Palhano Pedreira Ferreira
58. Salvador Romano Lossaco
59. Olympio Fernandes de Mello
60. Waldir Gomes dos Santos
61. Amauri Silva
62. Almino Monteiro Alvares Afonso
63. José Guimarães Neiva Moreira
64. Clovis Ferro Costa
65. Silvio Leopoldo de Macambira Braga
66. Adahil Barreto Cavalcante
67. Abelardo de Araujo Jurema
68. Arthur Lima Cavalcante
69. Francisco Julião
70. José Lamartine Tavora
71. Murilo Costa Rego
72. Pelopidas Silveira
73. Barros Barreto
74. Waldemar Alves
75. Henrique Cordeiro Oest
76. Fernando de Sant'Ana
77. Helio Vitor Ramos
78. João Doria
79. Mario Soares Lima
80. Ramon de Oliveira Netto
81. Luiz Fernando Bocayuva Cunha
82. Luiz Gonzaga de Paiva Muniz
83. Adão Pereira Nunes
84. Eloy Angelo Coutinho Dutra
85. Marco Antonio
86. Max da Costa Santos
87. Roland Cavalcante Albuquerque Corbisier
88. Sergio Nunes de Magalhães Junior
89. José Aparecido de Oliveira
90. Plinio Soares de Arruda Sampaio
91. José Antonio Rogé Ferreira
92. Rubens Paiva
93. Paulo de Tarso Santos
94. Moysés Lupion
95. Milton Garcia Dutra
96. Ney Ortiz Borges
97. Paulo Mincaroni
98. Armando Temperani Pereira
99. Gilberto Mestrinho de Medeiros Raposo
100. José Anselmo dos Santos
2. João Belchior Marques Goulart
3. Janio da Silva Quadros
4. Miguel Arrais de Alencar
5. Darci Ribeiro
6. Raul Riff
7. Waldir Pires
8. Gen. R/1 Luiz Gonzaga de Oliveira Leite
9. Gen. R/1 Sampson da Nóbrega Sampaio
10. Leonel de Moura Brizola
11. Clodsmith Riani
12. Clodomir Moraes
13. Hercules Correa dos Reis
14. Dante Pelacani
15. Oswaldo Pacheco da Silva
16. Samuel Wainer
17. Santos Vahlis
18. Lincoln Cordeiro Oest
19. Heber Maranhão
20. José Campelo Filho
21. Desembargador Osni Duarte Pereira
22. Ministro José de Aguiar Dias
23. Francisco Mangabeira
24. Jesus Soares Pereira
25. Hugo Regis dos Reis
26. Jairo José Farias
27. José Jofily
28. Celso Furtado
29. Marechal R/1 Osvino Ferreira Alves
30. Josué de Castro
31. João Pinheiro Neto
32. Antonio Garcia Filho
33. Djalma Maranhão
34. Huberto Menezes Pinheiro
35. Ubaldino Santos
36. Raphael Martinelli
37. Raimundo Castelo de Souza
38. Rubens Pinho Teixeira
39. Felipe Ramos Rodrigues
40. Alvaro Ventura
41. Antonio Pereira Netto
42. João Batista Gomes
43. Ademar Latrilha
44. Feliciano Honorato Wanderley
45. Othon Canedo Lopes
46. Paulo de Santana
47. Luiz Hugo Guimarães
48. Luiz Viegas da Mota Lima
49. Severino Schnaipp
50. Meçando Rachid
51. Newton Oliveira
52. Demistóclides Baptista
53. Roberto Morena
54. Benedicto Cerqueira
55. Humberto Melo Bastos
56. Hermes Caíres de Brito
57. Aluisio Palhano Pedreira Ferreira
58. Salvador Romano Lossaco
59. Olympio Fernandes de Mello
60. Waldir Gomes dos Santos
61. Amauri Silva
62. Almino Monteiro Alvares Afonso
63. José Guimarães Neiva Moreira
64. Clovis Ferro Costa
65. Silvio Leopoldo de Macambira Braga
66. Adahil Barreto Cavalcante
67. Abelardo de Araujo Jurema
68. Arthur Lima Cavalcante
69. Francisco Julião
70. José Lamartine Tavora
71. Murilo Costa Rego
72. Pelopidas Silveira
73. Barros Barreto
74. Waldemar Alves
75. Henrique Cordeiro Oest
76. Fernando de Sant'Ana
77. Helio Vitor Ramos
78. João Doria
79. Mario Soares Lima
80. Ramon de Oliveira Netto
81. Luiz Fernando Bocayuva Cunha
82. Luiz Gonzaga de Paiva Muniz
83. Adão Pereira Nunes
84. Eloy Angelo Coutinho Dutra
85. Marco Antonio
86. Max da Costa Santos
87. Roland Cavalcante Albuquerque Corbisier
88. Sergio Nunes de Magalhães Junior
89. José Aparecido de Oliveira
90. Plinio Soares de Arruda Sampaio
91. José Antonio Rogé Ferreira
92. Rubens Paiva
93. Paulo de Tarso Santos
94. Moysés Lupion
95. Milton Garcia Dutra
96. Ney Ortiz Borges
97. Paulo Mincaroni
98. Armando Temperani Pereira
99. Gilberto Mestrinho de Medeiros Raposo
100. José Anselmo dos Santos
Rio
de Janeiro, GB., 10 de abril de 1964.
Arthur
da Costa e Silva , General-de-Exército
Francisco de Assis Correia de Mello , TenenteBrigadeiro
Augusto Hamann Rademaker Grunewald , Vice-Almirante.
Francisco de Assis Correia de Mello , TenenteBrigadeiro
Augusto Hamann Rademaker Grunewald , Vice-Almirante.
Este
texto não substitui o original publicado no Diário Oficial da União - Seção 1
de 10/04/1964
Publicação:
Diário
Oficial da União - Seção 1 - 10/4/1964, Página 3217 (Publicação Original)
“A
intuição – ou visão de futuro de Itamar – foi fundamental para sua
sobrevivência política, não apenas naquele momento crucial, mas em toda a
trajetória política, desde o tempo em que se fez reconhecido pela capacidade de
trabalho e o “cuidado obsessivo ao lidar com as coisas públicas”.
FHC lembra em livro da genitália
que virou crise
Por
Josias de Souza
A foto no camarote da Marquês do
Sapucaí com Lilian Ramos com uma genitália desnuda e o presidente Itamar Franco
ao lado rendeu polêmica na imprensa e Congresso depois daquele Carnaval de 1994
Num
instante em que o valor do político brasileiro é medido pela quantidade de
mochilas que ele recebeu da Odebrecht num cabaré, é interessante recordar que
houve no Brasil um presidente atípico. Chamava-se Itamar Franco. A exemplo de
Michel Temer, foi uma espécie de interlúdio entre um impeachment e a eleição
seguinte. Balançou no cargo. Quase caiu. Mas o escândalo que estremeceu sua
autoridade foi causado não por propinas ou desvios milionários de verbas
públicas, mas por uma calcinha. Ou, por outra, o cargo de Itamar esteve por um
fio em função da falta de uma calcinha. Fernando Henrique Cardoso desenterrou o
caso no seu novo livro, o terceiro volume da série Diários da Presidência, que
acaba de chegar às prateleiras.
A
encrenca nasceu no Carnaval de 1994. Acompanhado de um séquito de auxiliares,
Itamar foi ao Sambódromo, no Rio de Janeiro. Desimpedido, derreteu-se por
Lilian Ramos, uma modelo que exibira suas formas no desfile da Escola de Samba
Grande Rio. Olha daqui, repara dali, a foliã foi parar no camarote
presidencial, ao lado de Itamar. Vestia apenas um camisão que lhe recobria as
formas do torso ao início das coxas. No mais, estava como viera ao mundo.
Desavisado, Itamar deixou-se fotografar, de baixo para cima, ao lado da
genitalha desnuda de sua acompanhante. As imagens correram o noticiário.
Seguiu-se em Brasília um estrépito mais forte do que o barulho de todas as
baterias que haviam soado no Sambódromo do Rio
Ministro
da Fazenda de Itamar, FHC conta que foi procurado pelo general Romildo Canhim,
então ministro da Administração. Falando em nome dos comandantes militares,
Canhim queria saber se o interlocutor toparia permanecer à frente da pasta onde
se costurava o Plano Real na hipótese de Itamar ser afastado da Presidência da
República. “Eu disse ao Canhim que não, que nem um dia”, escreveu o grão-tucano
no seu livro. As memórias de FHC resultam de uma coleção de segredos e
impressões que ele ditou para um gravador ao longo dos oito anos de sua
presidência. No caso da crise da calcinha FHC foi econômico nas palavras.
Absteve-se de revelar os detalhes.
O
episódio veio à luz pela primeira vez no final de 1994, nas páginas do livro “A
História Real, trama de uma sucessão”, escrito por mim e pelo repórter Gilberto
Dimenstein. A obra resultou de um projeto que visava contar aos bastidores da
sucessão presidencial em que FHC, cavalgando o Plano Real, prevaleceu sobre
Lula pela primeira vez. Entre janeiro de 1994 e a abertura das urnas, fizemos
124 entrevistas. A maioria dos entrevistados concordou em falar sob a condição
de que as informações só fossem publicadas depois das eleições presidenciais.
Conversei
com o general Romildo Canhim (1933-2006) por mais de três horas. Nessa
conversa, ele relatou o que sucedera nas pegadas da aventura carnavalesca de
Itamar. Antes de procurar FHC, Canhim tivera uma longa conversa com o então
ministro do Exército, general Zenildo de Lucena. Ouvira um relato sobre a
inquietação dos quarteis com as cenas do Sambódromo. Preocupados, os ministros
militares haviam discutido a encrenca numa reunião sigilosa.
Pela
Constituição, o presidente da República é o “comandante em chefe” das Forças
Armadas. E os ministros fardados avaliavam que, depois de ser flagrado em
público ao lado de uma genitália sem camuflagem, esse preceito constitucional
parecia revogado.
Para
eles, a dignidade do cargo de presidente fora, por assim dizer, carnavalizada,
trincando o princípio da autoridade, tão caro para um militar quanto o ar que
ele respira. Os ministros discutiram a sério a hipótese de substituição do
presidente.
Os
militares mencionavam um “complicador”. Como se não bastasse o presidente ter
sido fotografado de mãos dadas com uma modelo sem calças, o então ministro da
Justiça, Maurício Corrêa, entornara no Sambódromo mais álcool do que seria
recomendável para uma pessoa na sua posição. Até as fotos, estáticas,
denunciavam um Corrêa trôpego, copo de uísque na mão. Tramou-se negociar com
Itamar a sua renúncia, abrindo espaço para uma solução constitucional.
O
plano esbarrou na recusa de FHC de permanecer no cargo sem Itamar e na má
qualidade das opções de substituto. Percorrendo a linha sucessória, a eventual
renúncia de Itamar levaria, nessa ordem, aos presidentes da Câmara e do Senado,
deputado Inocêncio Oliveira e senador Humberto Lucena. Que os militares
consideraram desqualificados. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Octávio
Gallotti, terceiro na linha de sucessão, era visto como um personagem fraco,
sem pulso. A turma do quepe concluiu que a República nunca estivera em mãos tão
débeis. Avaliou-se que o resultado da troca não compensaria o desgaste de uma
articulação para a saída de Itamar.
Entretanto,
os comandantes militares decidiram que Itamar precisava lhes fornecer algo que
pudessem exibir à tropa. O escalpo de Maurício Corrêa pareceu-lhes uma
compensação adequada. Enxergaram em FHC a melhor pessoa para informar ao
presidente sobre a conveniência de levar à bandeja a cabeça do ministro da
Justiça, seu velho amigo. Acionado pelo general Romildo Canhin, FHC
encontrou-se com Itamar fora da agenda, na Base Aérea de Brasília.
Ao
farejar o cheiro de queimado, Itamar não opôs resistência à substituição do
titular da Justiça. Tinha inclusive o nome de um substituto no bolso do colete:
Alexandre Dupeyrat, um advogado que o assessorava no Planalto. Informados, os
militares serenaram os ânimos. Mandaram circular pelos quartéis a informação
sobre a queda iminente de Maurício Corrêa. Do Planalto, vazaram informações a
respeito da decisão do presidente de trocar o titular da Justiça.
Maurício
Corrêa ainda teria uma sobrevida de dois meses na Justiça. Itamar recusou-se a
demiti-lo com humilhação. Deixou o posto a pretexto de disputar o governo de
Brasília —candidatura que seria inviabilizada posteriormente. O caso da
calcinha, por folclórico, escorregou naturalmente das manchetes para o
esquecimento. Hoje, frequenta as páginas de livros como uma passagem pitoresca
de um Brasil que ainda não sabia que seus flagelos se tornariam mais se
tornariam mais superlativos do que o Collorgate, escândalo que levou o vice
Itamar à poltrona de presidente. A crise brasileira apaixonou-se pela
desinência ‘ão’. E foi plenamente correspondida no mensalão, no petrolão, na recessão…
Tudo isso mais o mochilão da Odebrecht, nova unidade monetária do país da
corrupção.
A armadilha da “pornostar”
“Um
dos poucos registros na imprensa dando ao fato sua real dimensão levava a
assinatura do colunista Ricardo Boechat, em O
Globo:”
“A apaixonada ligação de Itamar com a modelo Lilian Ramos, ontem, assemelhou-se a uma confissão de um cordeiro por uma onça. Ao franquear a extensão de seu telefone para que os repórteres ouvissem a conversa, que seu ingênuo interlocutor supunha privada, a moça mostrou que é profissional de larga experiência. E bota experiência nisso.”
“A apaixonada ligação de Itamar com a modelo Lilian Ramos, ontem, assemelhou-se a uma confissão de um cordeiro por uma onça. Ao franquear a extensão de seu telefone para que os repórteres ouvissem a conversa, que seu ingênuo interlocutor supunha privada, a moça mostrou que é profissional de larga experiência. E bota experiência nisso.”
“Em respeito ao presidente da República, mantemos o silêncio” – declarou o secretário-geral da CNBB, dom Celso Queiroz.
A igreja católica não embarcaria
mais uma vez em canoa furada.
Comício da Central do Brasil 1964
O começo do fim
22 de agosto de 1976, Resende, Rio de Janeiro
Os 40 anos da morte de Juscelino Kubitschek
O começo do fim
22 de agosto de 1976, Resende, Rio de Janeiro
Os 40 anos da morte de Juscelino Kubitschek
Referência
Yazbeck, Ivanir O Real Itamar: uma biografia / Ivanir Yazbeck. - Belo Horizonte: Editora Gutenberg, 2011
http://www.ebc.com.br/cidadania/2014/03/discurso-de-jango-na-central-do-brasil-em-1964
http://www.ebc.com.br/cidadania/2014/03/discurso-de-jango-na-central-do-brasil-em-1964
https://www.google.com.br/search?q=jo%C3%A3o+goulart+e+maria+thereza+no+palanque+do+Com%C3%ADcio+da+Central+do+Brasil+em+1964&newwindow=1&rlz=1C1PRFB_enBR559BR559&espv=2&tbm=isch&imgil=00tDSwuKfzTlvM%253A%253BQDS1ZG5xFbePlM%253Bhttp%25253A%25252F%25252Fm.memorialdademocracia.com.br%25252Fcard%25252Fcomicio-da-central-300-mil-apoiam-reformas&source=iu&pf=m&fir=00tDSwuKfzTlvM%253A%252CQDS1ZG5xFbePlM%252C_&usg=__WMo_2XUEYgPg6vETAp2LkJFhFQM%3D&biw=1067&bih=513&ved=0ahUKEwiKuaDZ2fXSAhXGWpAKHQF4AeMQyjcIJw&ei=UIHYWIrRBMa1wQSB8IWYDg#imgrc=00tDSwuKfzTlvM:
http://nivaldocordeiro.net/blog/2013/06/11/ortega-y-gasset-e-as-circunstancias/
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/atocsr/1960-1969/atodocomandosupremodarevolucao-1-10-abril-1964-364826-publicacaooriginal-1-csr.html
http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2017/03/26/fhc-lembra-em-livro-da-genitalia-que-virou-crise/
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