OPERAÇÃO RESTA UM
33ª Fase da Operação Lava Jato
33ª Fase da Operação Lava Jato
Acompanhe ao vivo a coletiva da
força-tarefa da Lava Jato sobre a operação de hoje.
A
delegada Renata da Silva Rodrigues revelou que o vídeo de Sérgio Guerra,
divulgado, foi crucial para a deflagração da Operação Resta Um.
"Esse
vídeo foi entregue pelo dono da sala comercial que é amigo ou sócio de Fernando
Baiano. Ele gravou a reunião e foi instado a entregar o vídeo. Estava
intacto."
"Os
investigados negavam que houvesse ocorrido uma reunião nesse sentido. O vídeo
mostra de forma clara o encontro de lobistas, operadores financeiros com
agentes públicos e parlamentares. Demonstra a atuação direta para obstruir as
investigações."
Reveja o vídeo da reunião em que
Sérgio Guerra pediu os R$ 10 milhões a executivos da Queiroz Galvão. A gravação
é uma das provas que fundamentam a Operação Resta Um.
Queiroz
Galvão é suspeita de pagamento sistemático de propina, segundo força-tarefa da
Lava Jato
Ricardo
Brandt, Fábio Serapião, Fausto Macedo, Julia Affonso e Mateus Coutinho
02
Agosto 2016 | 07h20
A
Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 2, a Operação Resta Um, etapa 33
da Lava Jato. Cerca de 150 policiais cumprem 32 mandados. O alvo é a
construtora Queiroz Galvão, suspeita de ter pago R$ 10 milhões ao ex-presidente
do PSDB Sérgio Guerra, que morreu em 2014. Os executivos da construtora Ildefonso
Colares e Othon Zanoide foram presos.
São
23 mandados de busca e apreensão, 2 de prisão preventiva, 1 de prisão
temporária e 5 de condução coercitiva em cidades de São Paulo, Rio de Janeiro,
Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco e Minas Gerais.
Os
executivos da Queiroz Galvão são investigados, segundo a PF, ‘pela prática
sistemática de pagamentos indevidos a diretores e funcionários da Petrobrás’.
Na
33.ª fase da Operação da Lava Jato, são cumpridos pela Polícia Federal mandados
com a finalidade de obter provas adicionais de crimes de organização criminosa,
cartel, fraudes licitatórias, corrupção e lavagem de dinheiro, relacionados a
contratos firmados pela empreiteira Queiroz Galvão com a Petrobrás. Os alvos
são dirigentes e funcionários da Queiroz Galvão e do consórcio Quip S/A, do
qual a empreiteira mencionada era acionista líder.
As
investigações indicam que a Queiroz Galvão formou, com outras empresas, um
cartel de empreiteiras que participou ativamente de ajustes para fraudar
licitações da Petrobras. Esse cartel maximizou os lucros das empresas privadas
e gerou prejuízos bilionários para a estatal. Além dos ajustes e fraude a
licitações, as evidências colhidas nas investigações revelam que houve
corrupção, com o pagamento de propina a funcionários da Petrobras.
Segundo
a Lava Jato, executivos da Queiroz Galvão pagaram valores indevidos em favor de
altos funcionários das diretorias de Serviços e de Abastecimento. Em sua parte
já rastreada e comprovada, as propinas se aproximam da cifra de R$ 10 milhões.
Esses crimes estão comprovados por farta prova documental que corroborou o
depoimento de, pelo menos, cinco colaboradores, sendo três deles dirigentes de
empreiteiras.
Para
além disso, a investigação também objetiva se aprofundar sobre os fortes indícios
existentes de que milhões de dólares em propinas foram transferidos em
operações feitas por meio de contas secretas no exterior. As evidências apontam
que os pagamentos foram feitos tanto pela Queiroz Galvão quanto pelo consórcio
Quip. A hipótese tem por base depoimentos de colaboradores e comprovantes de
repasses milionários feitos pelo trust Quadris, vinculado ao Quip, para
diversas contas, favorecendo funcionários da Petrobras.
Por
fim, as medidas deflagradas buscam colher provas adicionais do delito de
obstrução à investigação de organização criminosa pela então realizada Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em 2009. Há indícios, que incluem
a palavra de colaboradores e um vídeo, de que 10 milhões de reais em propina
foram pagos pela Queiroz Galvão com o objetivo de evitar que as apurações da
CPI tivessem sucesso em descobrir os crimes que já haviam sido praticados até
então.
A
procuradora da República Jerusa Viecili destacou a importância para a
investigação dos acordos de colaboração e de leniência firmados pelo Ministério
Público, “pois iluminam o caminho a percorrer para a obtenção de provas, quando
não são acompanhados já pela apresentação de evidências consistentes dos crimes
praticados”. Afirmou ainda que chama a atenção “a ousadia da empresa
investigada, traduzida pela atuação profissional e sofisticada no pagamento de
propinas em contratos públicos durante longo período de tempo, mediante a
utilização de expedientes complexos de lavagem de dinheiro, inclusive no
exterior”.
O
Grupo Queiroz Galvão foi identificado, durante a Lava Jato, como o terceiro com
maior volume de contratos celebrados com a Petrobras, alcançando um total
superior a R$ 20 bilhões. O histórico de envolvimento do grupo com grandes
esquemas de corrupção não é inédito, já figurado nas operações Monte Carlo,
Castelo de Areia e Navalha, e tendo sido as duas últimas anuladas nos tribunais
superiores. Segundo o procurador Diogo Castor, a banalização das anulações de
provas representa um alento para os criminosos que já tiveram participação em
esquemas criminosos provados. “Infelizmente se essas operações tivessem um
mínimo de efetividade, talvez a Lava Jato nem precisasse existir” assinalou.
Já
o coordenador da força-tarefa Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, ressaltou
a gravidade da obstrução dos trabalhos de apuração de 2009, porque “a
investigação da CPI era como um guardião da Petrobras. As evidências indicam
que o ladrão roubou a casa e, em seguida, matou o vigia”. Sublinhou, ainda, na
mesma linha de Castor que “a corrupção que colhemos é fruto da impunidade dos
crimes passados. Esses crimes investigados hoje são filhos de um sistema de
justiça criminal disfuncional, o qual falhou em punir casos pretéritos em que
as mesmas empresas da Lava Jato eram investigadas” Para o procurador, “sairemos
da Lava Jato sem aprender a lição se não aprovarmos reformas nesse sistema,
como as 10 medidas contra a corrupção”.
“Precisamos
disso para que os crimes sejam alcançados pela ação da Justiça como regra, e
não como exceção”, completou o procurador.
GOIÁS
• 02 mandados de busca em Goiânia
• 02 mandados de condução coercitiva em Goiânia
• 02 mandados de busca em Goiânia
• 02 mandados de condução coercitiva em Goiânia
MINAS
GERAIS
• 02 mandados de busca em Belo Horizonte
• 01 mandado de busca em Santa Rosa da Serra
• 02 mandados de condução coercitiva em Belo Horizonte
• 02 mandados de busca em Belo Horizonte
• 01 mandado de busca em Santa Rosa da Serra
• 02 mandados de condução coercitiva em Belo Horizonte
PERNAMBUCO
• 01 mandado de busca em Recife
• 01 mandado de condução coercitiva em Recife
• 01 mandado de busca em Recife
• 01 mandado de condução coercitiva em Recife
RIO
GRANDE DO SUL
• 02 mandados de busca em Rio Grande
• 02 mandados de busca em Rio Grande
SÃO
PAULO
• 02 mandados de busca em São Paulo
• 01 mandado de busca em Barueri
• 02 mandados de busca em São Paulo
• 01 mandado de busca em Barueri
RIO
DE JANEIRO
• 11 mandados de busca no Rio de Janeiro
• 01 mandado de busca em Angra dos Reis
• 02 mandados de prisão preventiva no Rio de Janeiro
• 01 mandado de prisão temporária no Rio de Janeiro
• 01 mandado de condução coercitiva no Rio de Janeiro
• 11 mandados de busca no Rio de Janeiro
• 01 mandado de busca em Angra dos Reis
• 02 mandados de prisão preventiva no Rio de Janeiro
• 01 mandado de prisão temporária no Rio de Janeiro
• 01 mandado de condução coercitiva no Rio de Janeiro
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