terça-feira, 9 de agosto de 2016

Primeira Medalha de Ouro

Deus é brasileiro...


...E a primeira medalha de ouro é da Cidade de Deus.


Assista no sítio a seguir:




     

Edição do dia 08/08/2016
08/08/2016 21h35 - Atualizado em 08/08/2016 21h36
Em todas as lutas ela conseguiu wazari, maior pontuação depois do ippon.
Rafaela derrotou a adversária que a eliminou na Olimpíada de Londres.


O primeiro ouro brasileiro chegou na segunda-feira (8), terceiro dia de Olimpíada. Uma lutadora carioca, com uma história tipicamente brasileira, de garra e superação, entrou para o grupo dos heróis olímpicos. A judoca Rafaela Silva, a Rafa, como todos gritavam no ginásio, conquistou nesta segunda nossa primeira medalha de ouro nos Jogos do Rio.
Para onde ela olhava? Seria o ouro ali na frente? Ou era a Cidade de Deus, ali atrás, na memória dela, a menina da comunidade carioca?
Era o juiz autorizar o início da luta e ela só tinha olhos e mãos para o quimono alheio. Foram cinco combates para a rainha do wazari. Em todos os confrontos ela conseguiu o tal wazari, a valiosa pontuação.

24 anos, cara de brava, a agressividade na medida certa. E quem o destino pôs em frente ela? Hedvig Karakas da Hungria, a adversária que a eliminou na Olimpíada de Londres, há quatro anos. Na época, Rafaela foi desclassificada por ter levado a mão à perna de Karakas, e a regra não permite. Chorou ali, chorou depois. Vítima de preconceito racial nas redes sociais. Um ano depois, campeã mundial no Rio de Janeiro. Nesta segunda, tchau, Karakas. Vitória incontestável.
E aí, o que foi aquela semifinal? Contra a romena Corina Caprioriu, o equilíbrio total levou a luta par o tempo extra. Coração na boca: quem fizer o primeiro ponto leva. Rafaela! Não, o juiz voltou atrás. Foram os mais longos três minutos. Agora sim.
Na final contra Sumiya Dorjsuren, da Mongólia, ela foi impecável. Dominou o combate. Campeã olímpica.
“Em Londres, me criticaram: eu era uma vergonha para a minha família. Hoje eu pude fazer todos os brasileiros felizes com essa medalha aqui dentro da minha casa. Eu só posso falar que o macaco que tinha que estar na jaula em Londres hoje é campeão olímpico dentro de casa. Hoje eu não fui uma vergonha para a minha família”, desabafou a campeã.
Ser a única entre as sete judocas da seleção nascida no Rio, a poucos quilômetro da arena, é só uma das facetas de Rafaela Silva. Origem humilde, sobrenome simples e a primeira brasileira a ser campeão mundial adulta e agora campeã olímpica.

No pódio, sai a lutadora e olhar determinado. Ali é a moça que acaricia o ouro e se deixa emocionar. Rafaela Silva nunca esteve tão em casa.







Assista no sítio a seguir:





Edição do dia 08/08/2016
08/08/2016 21h01 - Atualizado em 08/08/2016 21h01
Rafaela foi a primeira mulher a ganhar título mundial de judô pelo Brasil.
Na comunidade pobre, Rafaela queria vaga no futebol, mas só tinha judô.


Rafaela Silva conquistou a medalha de ouro em casa, pertinho de onde nasceu, a Cidade de Deus.
Não é de hoje que ela traz alegrias e que precisa lutar para superar obstáculos. Rafaela Silva tem 24 anos e conhece bem os desafios de viver numa comunidade pobre. Na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, Rafaela nasceu e passou boa parte da infância.
Sabe como o judô entrou na vida da atleta? Aos 7 anos, Rafaela era muito briguenta. Foi por isso que a família decidiu procurar um esporte que pudesse direcionar melhor toda essa energia.
Ela procurou a associação de moradores do bairro e queria jogar futebol, mas só havia treinos para os homens. E aí, veio a decisão que mudou a vida dela. Competir no judô.

Rafaela levou para a carreira valores que aprendeu com a família. Valores olímpicos.

“Respeitar as pessoas, ter disciplina e ser sempre humilde”, diz a mãe Zenilda Silva.
Rafaela foi descoberta pelo mestre do judô Geraldo Bernardes, que ajudou a revelar vários talentos no Brasil.

“Rafaela era um diamante bruto quando eu a conheci com 8 anos de idade, vinda de uma favela, de uma comunidade carente”, contou Bernardes.
Com apoio da equipe de treinadores e da família, Rafaela foi em frente. Vida de atleta não é fácil. Mas quem que nasce pra ser guerreiro não foge à luta.
No Instituto Reação, na Zona Oeste do Rio, onde o talento da Rafaela Silva foi descoberto, todos comemoraram muito. A secretária Rosana Ribeiro, que acompanha Rafaela desde pequena, disse que sabia que era o dia dela.
“Logo na primeira luta dela, assim que ela entrou, nós observamos a determinação, a garra com que ela entrou, a gente teve certeza que ela ia medalhar”, afirmou.
São 300 crianças treinando no Instituto Reação. Tauã é uma dessas crianças.
“Poxa, eu chorei muito de emoção. Agora eu estou feliz da vida porque ela foi campeã olímpica dentro de casa, aqui no Rio de Janeiro. Eu quero ser ouro também”, disse.



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