Um apoio precitado
“Publicamente,
Obama sempre tentou demonstrar apreço pelo brasileiro.”
Boulos quer os
votos do PT, mas escondendo Lula e seu partido
Pode ser que a
boa relação entre o PT e o PSOL venha a ser abalada pelo segundo turno em São
Paulo
Por Alberto Carlos Almeida Atualizado
em 17 nov 2020, 14h57 - Publicado em 17 nov 2020, 11h52
https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/10/Debate-Prefeitura-Band-SaoPaulo_2.jpg?quality=70&strip=info&resize=680,453
Guilherme
Boulos (PSOL) durante o debate eleitoral para a prefeitura de São Paulo
- Kaio Lakaio/VEJA
O Presidente do PSOL, Juliano
Medeiros, deu uma entrevista hoje afirmando que seu partido se credenciou nesta
eleição para liderar uma renovação da esquerda. O momento para falar isso foi o
pior possível, isto é, caso Boulos queira o apoio ostensivo e entusiasmado de
Lula e do PT. A entrevista sugere que o objetivo do PSOL é ocupar o espaço que
hoje é do PT.
Uma maneira de fazer isso é, no
município de São Paulo, tentar obter os votos do PT ao mesmo tempo em que
esconde o seu aliado. É o melhor dos mundos possíveis, que em geral nunca
ocorre na política: Lula e o PT estariam passando de graça seu capital político
e eleitoral para uma sigla que quer substituí-los. A entrevista de Juliano
Medeiros poderia ter evitado o tema da renovação da esquerda e ter enfatizado
apenas a união de PSOL e do PT para conquistar a maior cidade do país.
Ninguém precisa estar na reunião do
PSOL a fim de discutir a campanha de Boulos no segundo turno para saber o que
está ocorrendo, estão divididos quanto ao apoio do PT e de outros políticos e
partidos. É claro que apoio todo mundo aceita, esse não é o problema. A questão
é quem vai aparecer pedindo voto para Boulos, em que circunstâncias e com qual
destaque. É típico em uma reunião como esta a seguinte frase: “se fulano entrar
por uma porta eu saio por outra”, no caso do PSOL poderá até vir com o
complemento, “inclusive este foi processado pela Lava Jato”.
O PSOL passou a campanha pregando o
voto útil do eleitor do PT, queria os votos do PT, mas não quer o apoio
explícito e ostensivo do partido. Inclusive, há a mídia insuflando isto ao
afirmar que o PT quer apoiar Boulos de corpo e alma para depois dominar o
governo. Este argumento também deve circular na reunião psolista. O resultado
imediato é que a campanha já está parada desde domingo, e tende a permanecer
assim. Como afirmou Lula sobre o PSOL, para aprender a nadar tem que entrar na
água. Bem-vindo ao alto mar.
Fonte: ALBERTO
CARLOS ALMEIDA
Por Alberto Carlos AlmeidaOpinião
política baseada em fatos
No link:
https://veja.abril.com.br/blog/alberto-carlos-almeida/boulos-quer-os-votos-do-pt-mas-escondendo-lula-e-seu-partido/
STJ rejeita
recurso de Lula no caso do triplex do Guarujá
Decisão da 5ª
Turma
Tomada por
unanimidade
Defesa alegava
suspeição de Moro
https://static.poder360.com.br/2020/11/Lula-3-868x644.jpg
Defesa
de Lula pediu a nulidade da condenação e alegou a suspeição do ex-juiz Sérgio
MoroSérgio Lima/Poder360 18.fev.2020
PODER360
17.nov.2020 (terça-feira) - 16h51
A 5ª Turma do STJ (Superior Tribunal
de Justiça) negou nesta 3ª feira (17.nov.2020) recurso do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva contra condenação no caso do triplex no Guarujá (SP).
No julgamento, por unanimidade, o
colegiado seguiu voto proferido pelo relator, ministro Felix Fischer,
rejeitando o recurso.
O ministro Joel Paciornik declarou-se
impedido para julgar a questão e não participou do julgamento.
Em abril de 2019, o colegiado reduziu
a pena do ex-presidente de 12 anos e 1 mês para 8 anos e 10 meses de prisão. No
entanto, a defesa entrou com mais 1 recurso para alegar obscuridades e
contradições na decisão.
A defesa de Lula pediu a nulidade da
condenação e alegou a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro para proferir a sentença
e dos procuradores da Operação Lava Jato para fazer as acusações contra o
ex-presidente.
Com informações da Agência
Brasil.
https://www.poder360.com.br/lava-jato/stj-rejeita-recurso-de-lula-no-caso-do-triplex-do-guaruja-sp/
Lula se recusa a
comentar citações sobre ele em livro de Barack Obama
Reinaldo Azevedo
Colunista do UOL
17/11/2020 16h11
O ex-presidente
brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva se recusou a comentar as declarações sobre
ele publicadas no novo livro do ex-presidente dos EUA Barack Obama.
Lula foi procurado pela Folha por meio
de seu instituto. A resposta, recebida via assessoria de imprensa, foi a de que
o ex-presidente não vai comentar o caso.
Em um trecho de "Uma Terra
Prometida", lançado nesta terça (17), Obama faz comentários sobre Lula:
"O presidente brasileiro, por
exemplo, Luiz Inácio Lula da Silva, tinha visitado o Salão Oval em março,
causando boa impressão. Ex-líder sindical grisalho e cativante, com uma
passagem pela prisão por protestar contra o governo militar, e eleito em 2002,
tinha iniciado uma série de reformas pragmáticas que fizeram as taxas de
crescimento do Brasil dispararem, ampliando sua classe média e assegurando
moradia e educação para milhões de cidadãos mais pobres. Constava também que
tinha os escrúpulos de um chefão do Tammany Hall, e circulavam boatos de
clientelismo governamental, negócios por baixo do pano e propinas na casa dos
bilhões", escreve o ex-presidente americano. (...) Leia íntegra na
Folha.... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/reinaldo-azevedo/2020/11/17/lula-se-recusa-a-comentar-citacoes-sobre-ele-em-livro-de-barack-obama.htm?cmpid=copiaecolahttps://noticias.uol.com.br/colunas/reinaldo-azevedo/2020/11/17/lula-se-recusa-a-comentar-citacoes-sobre-ele-em-livro-de-barack-obama.htm?cmpid=copiaecola
https://noticias.uol.com.br/colunas/reinaldo-azevedo/2020/11/17/lula-se-recusa-a-comentar-citacoes-sobre-ele-em-livro-de-barack-obama.htm
Em livro, Obama
relata reza ao pé do Cristo e rumores de propina bilionária no governo Lula
Mariana Sanches -
@mariana_sanches
Da BBC News Brasil em
Washington
17 novembro 2020
https://ichef.bbci.co.uk/news/800/cpsprodpb/1B3C/production/_115527960_gettyimages-110492320.jpg
CRÉDITO,GETTY IMAGES
Legenda da foto,
Obama, então
presidente dos EUA, durante visita ao Brasil em 2011
Foi por meio de um telefone celular de
um assessor, em Brasília, que o então presidente dos Estados Unidos, Barack
Obama lançou, em 2011, a primeira ofensiva militar de seu governo, contra o
regime do coronel Muamar Khadafi, na Líbia. "Você está autorizado",
disse Obama ao então chefe do Estado-Maior, o almirante Mike Mullen, pelo
telefone, em uma sala no Palácio do Planalto — ato que detonaria seis meses de
ataques dos EUA que levariam à queda e à morte de Khadafi.
A cena é ilustrativa de como o Brasil
surge em "Uma Terra Prometida", primeiro volume de suas memórias
presidenciais, lançado mundialmente nesta terça, dia 17. Nas 764 páginas da publicação,
o país aparece ora como um cenário, ora como um ator coadjuvante nas
negociações internacionais pelas quais Obama conduz o leitor, em uma obra na
qual também revela intimidades de sua vida em família.
Obama descreve Lula como
"cativante" e ambíguo em seus escrúpulos políticos, relata como via a
articulação internacional do Brasil com países como a China — e como essa
cooperação ameaçou os planos americanos em temas como as mudanças climáticas —
e conta da satisfação de pai de ter levado as filhas a uma visita ao Cristo
Redentor no Rio de Janeiro, enquanto parece questionar sua própria importância,
como o primeiro presidente negro dos EUA, para algumas centenas de brasileiros
negros e pobres que o viram acenar brevemente em uma visita à favela de Cidade
de Deus.
O livro é lançado a pouco mais de dois
meses da posse do democrata Joe Biden como o novo presidente americano, em
sucessão ao republicano Donald Trump. Biden foi vice de Obama durante seus dois
mandatos, e foi destacado pelo então presidente como seu principal emissário na
América Latina. Fiel aliado a Trump, o governo brasileiro de Jair Bolsonaro
ainda não parabenizou Biden pela vitória nas eleições há duas semanas.
Ataque à Líbia
ordenado de sala do Planalto
E apesar da propalada proximidade
entre Trump e Bolsonaro, Obama foi o último presidente americano a visitar o
Brasil, entre 19 e 20 de março de 2011, no primeiro ano do governo de Dilma
Rousseff. O país foi a primeira parada de uma viagem de quatro dias por três
países latinos, que tinha o objetivo de "melhorar a imagem dos Estados
Unidos na América Latina". Aproveitando uma curta janela de férias
escolares de suas duas filhas, Sasha e Malia, o presidente americano veio ao
país acompanhado por ambas, pela mulher (a primeira-dama Michelle) e pela sogra
(Marian Robinson).
"Aquela era minha primeira visita
à América do Sul como presidente e meu primeiro encontro com a presidente
recém-eleita, Dilma Rousseff. Economista e ex-chefe de gabinete de seu carismático
antecessor, Lula da Silva, Rousseff estava interessada, entre outras coisas, em
incrementar as relações comerciais com os Estados Unidos", afirma Obama,
no livro lançado no Brasil pela editora Companhia das Letras.
https://ichef.bbci.co.uk/news/800/cpsprodpb/695C/production/_115527962_gettyimages-110495684.jpg
CRÉDITO,GETTY IMAGES
Legenda da foto,
No livro de
memórias, Obama relata visita que fez ao Cristo Redentor com a família
A situação da Líbia, no entanto, tirou
em parte o foco de Obama na viagem. "Ela (Dilma) e seus ministros receberam
calorosamente nossa delegação quando chegamos ao palácio presidencial, uma
estrutura leve e modernista com colunas em forma de asas e enormes paredes de
vidro. Durante várias horas conversamos sobre os meios de promover maior
cooperação bilateral em matéria de energia, comércio e mudanças climáticas.
Mas, com as crescentes especulações em todo o mundo sobre quando e como teriam
início os ataques contra a Líbia, ficou difícil ignorar a tensão. Pedi
desculpas a Rousseff pelo eventual incômodo que a situação estava
causando", relembra Obama. Segundo ele, Dilma teria respondido em
português: "Vamos dar um jeito. Espero que esse seja o menor dos seus
problemas".
"O fato de que o Brasil na
maioria das ocasiões tentava evitar tomar partido nas disputas internacionais —
e se abstivera no voto do Conselho de Segurança sobre a intervenção na Líbia —
só piorava as coisas", analisa Obama, sobre a situação de ordenar um
ataque a um país estrangeiro sem estar nos EUA naquele momento.
Sob a gestão de Bolsonaro, o Brasil
rompeu com sua tradição diplomática de não-intervenção em assuntos domésticos
alheios e se alinhou aos americanos em suas investidas militares. O maior e
mais recente exemplo disso foi o controverso ataque americano no Iraque que
resultou na morte do general iraniano Qasen Soleimani, em janeiro desse ano.
"Nós não aceitamos o terrorismo. Não interessa o lugar do mundo em que ele
venha a acontecer", afirmou Bolsonaro, que não é citado por Obama no
livro, até porque o democrata deixou a Casa Branca dois anos antes que o atual
presidente brasileiro chegasse ao Planalto.
Obama também não menciona a crise
enfrentada com Dilma, dois anos após sua visita em Brasília, quando o ex-agente
da Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês) Edward Snowden
veio a público denunciar um esquema de espionagem americano contra líderes de
Estado que incluía a mandatária brasileira e sua equipe. Na ocasião, Dilma que
tinha um jantar marcado com Obama na Casa Branca, desmarcou sua visita aos EUA.
E recebeu pessoalmente um pedido de desculpas em Brasília do então vice Biden.
O imbróglio deve ficar para o segundo volume das memórias, ainda sem data para
publicação.
https://ichef.bbci.co.uk/news/800/cpsprodpb/6E25/production/_115379182_gettyimages-1229382249.jpg
CRÉDITO,GETTY IMAGES
Legenda da foto,
Obama disse que
Joe Biden (que ele cumprimenta com o cotovelo nesta foto) tem 'todas as
qualidades de que precisamos em um presidente agora'
'Escrúpulos de um
chefão de Tammany Hall'
A presença do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva no livro é bem mais marcante que a de Dilma. Publicamente,
Obama sempre tentou demonstrar apreço pelo brasileiro. Em 2009, em Londres,
durante um almoço entre líderes do G-20 (grupo de países desenvolvidos e em
desenvolvimento), Obama afirmou que Lula era "o cara" e que o então
presidente brasileiro era o "político mais popular do mundo". Lula
estava em seu sétimo ano na presidência e sua taxa de popularidade estava acima
dos 80%. "É porque ele é boa pinta", ainda brincou o presidente
americano, no mesmo evento.
Nas páginas de "Uma Terra
Prometida", a descrição do mandatário brasileiro surge de maneira mais
nuançada. Ao falar sobre a então consistente articulação dos BRICS, bloco
composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, uma das apostas da
gestão petista em política externa, Obama afirma que Lula "tinha visitado
o Salão Oval em março, causando boa impressão".
A descrição do americano segue:
"Ex-líder sindical grisalho e cativante, com uma passagem pela prisão por
protestar contra o governo militar, e eleito em 2002, tinha iniciado uma série
de reformas pragmáticas que fizeram as taxas de crescimento do Brasil
dispararem, ampliando sua classe média e assegurando moradia e educação para
milhões de cidadãos mais pobres. Constava também que tinha os escrúpulos de um
chefão do Tammany Hall, e circulavam boatos de clientelismo governamental,
negócios por baixo do pano e propinas na casa dos bilhões".
Tammany Hall era o nome dado à maquina
política democrata que dominou a cidade de Nova York por 200 anos, até meados
do século passado, e cuja atuação virou sinônimo de corrupção, mas também de
benevolência a imigrantes. Em outro trecho do livro, ao falar sobre o líder
russo, Vladimir Putin, Obama recorre mais uma vez à imagem dos políticos da
Tammany Hall, a quem descreve da seguinte maneira: "homens durões,
calejados, frios, que se restringiam ao que sabiam, nunca iam além de suas
experiências estreitas e consideravam os apadrinhamentos, as propinas, as
extorsões, as fraudes e os ocasionais atos de violência ferramentas legítimas
do ofício".
Obama não explica a que se refere quando
fala em "propinas na casa dos bilhões", mas quando ele e Lula se
conheceram o presidente brasileiro havia sobrevivido ao primeiro grande
escândalo de corrupção a atingir seu governo: o caso mensalão, que estourou em
2005. As cifras envolvidas no esquema de compra de apoio parlamentar no
Congresso eram muito mais modestas do que aquelas que surgiriam após as
investigações da Operação Lava Jato, em 2014, quando Lula já havia deixado o
poder. Obama sairia da Casa Branca menos de dois anos mais tarde.
Conflitos com o
Brasil no meio ambiente
https://ichef.bbci.co.uk/news/800/cpsprodpb/2A86/production/_114168801_b2cc9a11-8bf1-45d5-a1ff-4981bb2ad031.jpg
CRÉDITO,EPA
Legenda da foto,
Aquecimento global
e a preservação ambiental devem se tornar temas a contrapor Brasil e EUA em
2021; na foto, bombeiro apaga incêndio no Pantanal
O aquecimento global e a preservação
ambiental devem se tornar temas a contrapor Brasil e EUA em 2021, quando a nova
gestão democrata começar. Ainda durante a campanha, Biden mencionou mais de uma
vez o desejo de liderar a formação de um fundo de US$ 20 bilhões para ajudar o
Brasil a conservar a floresta Amazônica e chegou a mencionar
"consequências econômicas" ao país, caso a devastação vista nos
últimos dois anos não fosse interrompida. A declaração foi interpretada como
uma ameaça por Bolsonaro, que afirmou que a soberania nacional "não está à
venda" e, recentemente, sem mencionar o nome de Biden, disse que, diante
de barreiras econômicas, "quando acaba a saliva, tem que haver
pólvora".
Embora em tom mais cordial, Brasil e
EUA estiveram em lados opostos em relação ao meio ambiente durante o governo
Obama. Em 2009, às vésperas da rodada de negociação climática em Copenhague que
deveria atualizar o Protocolo de Kyoto, o presidente americano dizia sofrer
pressão dos europeus para avançar nos cortes de emissões de gás carbônico por
um lado, enquanto via crescer resistências domésticas contra esse tipo de
política, vista como prejudicial para a economia americana, atingida por uma
dura recessão em 2008. Essas tensões eram o embrião para as ideias
político-econômicas que seriam abraçadas por Trump anos mais tarde, catapultado
à Casa Branca por sua defesa de medidas protecionistas e negacionistas ao
aquecimento global.
"O problema era que o Protocolo
de Kyoto interpretara as 'responsabilidades diferenciadas' de tal forma que
potências emergentes como a China, a Índia e o Brasil não teriam obrigações
vinculantes de reduzir suas emissões. Isso podia ser compreensível quando o
protocolo fora redigido, doze anos antes, quando a economia mundial ainda não
havia sido totalmente transformada pela globalização. Mas em meio a uma
recessão brutal, com os americanos já sofrendo com a transferência constante
dos empregos para fora do país, um tratado que impusesse restrições ambientais
a fábricas locais sem solicitar uma ação similar das que operavam em Xangai ou
em Bangalore simplesmente não teria apoio", afirmou Obama, que conta ter se
empenhado pessoalmente para fazer avançar uma proposta que ficasse a meio
caminho das restrições desejadas pelos europeus e da ausência de metas
defendida pelos BRICS. A China havia ultrapassado os americanos em emissões de
CO2 em 2005.
Segundo Obama, ele chegou a invadir
uma reunião entre o mandatário chinês e os líderes de Brasil, Índia e África do
Sul para forçar um entendimento "Me virei para Hillary. 'Quando foi a
última vez que você entrou de penetra numa festa?' Ela riu. 'Já faz algum
tempo', respondeu, parecendo a garota muito certinha que resolve aprontar
alguma. No final de um corredor comprido, encontramos o que procurávamos: uma
sala com paredes envidraçadas, onde cabia apenas uma mesa de reuniões, em torno
da qual estavam o premiê Wen (Jiabao), o primeiro-ministro (indiano Manmoham)
Singh e os presidente Lula e (Jacob) Zuma, junto com alguns de seus
ministros", escreve Obama.
Para o ex-presidente americano, a
negociação de Copenhague, considerada frustrante por vários analistas, lançou
as bases para que os países celebrassem, sete anos mais tarde, o Acordo de
Paris, com metas mais ambiciosas para a diminuição do aquecimento terrestre.
A questão racial
e a prece diante do Cristo
É de sua passagem pela favela da
Cidade de Deus, na visita ao Brasil em 2011, que Obama tira uma das reflexões
mais relevantes para o cenário doméstico americano atual.
Em 2020, o país foi tomado pelos
maiores protestos por justiça racial registrados desde o movimento pelos
direitos civis na década de 1960. O estopim do movimento foi a morte de George
Floyd, um homem negro e desarmado que perdeu a vida asfixiado por um policial
branco que se ajoelhou em seu pescoço durante uma abordagem policial. "Eu
compreendia também que a presença no Brasil era importante, em especial para os
brasileiros de ascendência africana, que representavam pouco mais da metade da
população do país e, como os negros nos Estados Unidos, sofriam o mesmo tipo de
pobreza e de racismo profundamente enraizado — ainda que com frequência
negado", afirma Obama.
https://ichef.bbci.co.uk/news/800/cpsprodpb/13164/production/_112808187_gettyimages-1217490272-594x594.jpg
CRÉDITO,GETTY IMAGES
Legenda da foto,
A morte de George
Floyd gerou uma onda de protestos no mundo todo
Em 2011, ele conta ter sido impedido
pelo Serviço Secreto americano de caminhar pelas ruas da Cidade de Deus, mas
afirma que convenceu os agentes de segurança a permitir que ele cumprimentasse
a multidão que se formara do lado de fora do programa social que ele fora
visitar. "De pé no meio de uma rua estreita, acenei para os rostos negros,
pardos e bronzeados; os residentes, muitos deles crianças, se amontoavam nos
telhados e nas pequenas varandas, ou se apertavam contra as barricadas da
polícia", relembra.
Na sequência, Obama diz ter ouvido de
uma assessora que sua presença teria mudado a vida daquelas pessoas. "Eu
me perguntava se aquilo era verdade. Era isso o que eu dizia a mim mesmo ao
iniciar minha jornada política, e usei como parte da justificativa que dei a
Michelle para concorrer à presidência — que a eleição e a liderança de um
presidente negro faria mudar a autoimagem e a visão de mundo de crianças e jovens
de todos os lugares. E, no entanto, eu sabia que o eventual impacto que minha
rápida presença pudesse exercer sobre aquelas crianças nas favelas (...) em
nada compensaria a pobreza asfixiante que enfrentavam todos os dias (...) Para
mim, o impacto que eu exercera até então na vida das crianças pobres e de suas
famílias havia sido insignificante — mesmo em meu próprio país", diz.
As reflexões filosóficas de um líder
político mundial se misturam às angústias típicas de um pai atarefado, que vê
os filhos crescerem à certa distância. Obama relata que, no Brasil, sentiu
aumentar "minha sensação — já bem frequente nos últimos tempos — de que
minhas filhas vinham crescendo mais rápido do que eu esperava".
Sobrevoando a cidade do Rio, Obama
interrompe o folhear de revistas das filhas, que ouviam música em seus ipods,
para mostrar o Cristo Redentor pela janela do helicóptero. Ele planejara
levá-las a uma visita ao monumento, quase cancelada pela névoa no Corcovado.
Obama tem a impressão de que as filhas parecem indiferentes ao passeio, mas
subitamente as condições climáticas melhoram e ele ganha esse momento em
família.
"Enquanto galgávamos uma série de
degraus, com os pescoços esticados para trás na tentativa de apreciar a vista,
senti a mão de Sasha agarrar meu braço. Malia passou o braço em volta da minha
cintura. 'Temos que rezar ou alguma coisa assim?', perguntou Sasha."
"Por que não?", respondi.
Então nos juntamos, as cabeças curvadas em silêncio, e eu soube que ao menos
uma de minhas preces naquela noite havia sido atendida".
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-54971941
Conversa com Bial - Programa Com Barack Obama,16/11/2020.
“- Muito obrigado
ana!
- valeu meu
parceiro Kevi jonny! tamo junto bebê!”
Dói Demais (part.
Anna Catarina)
Kevi Jonny
No Link:
Tinha tudo pra dar certo
Nós dois
Que pena, cê nunca me deu um oi
Cê me deixou apaixonado
E pior que cê nem fez nada
Não quero ser precitado
Mas, eu sou seu namorado
E sem você saber
Já beijei até sua boca
Tirei a sua roupa
Mas perai, deixa eu acordar
E dói demais, saber que é só ilusão
Não passa de uma vontade do meu coração
Eu namoro com você e você não
E dói demais, saber que é só ilusão
Não passa de uma vontade do meu coração
Eu namoro com você e você não
Tinha tudo pra dar certo
Nós dois
Que pena, cê nunca me deu um oi
Cê me deixou apaixonado
E pior que cê nem fez nada
Não quero ser precipitado
Mas, eu sou seu namorado
E sem você saber
Já beijei até sua boca
Tirei a sua roupa
Mas perai, deixa eu acordar
E dói demais, saber que é só ilusão
Não passa de uma vontade do meu coração
Eu namoro com você e você não
E dói demais, saber que é só ilusão
Não passa de uma vontade do meu coração
Eu namoro com você e você não
Composição: Cristian Bell.
https://www.letras.mus.br/kevi-jonny/doi-demais-part-anna-catarina/
Nenhum comentário:
Postar um comentário