Estado é crítico na somatória necessária para que o democrata ganhe a
eleição presidencial.
Por G1
05/11/2020
12h59 Atualizado há uma hora
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Joe Biden depende do Arizona para chegar aos 270 votos no colégio
eleitoral — Foto: Reuters/Kevin Lamarque
As projeções
da Associated Press indicam que Biden está muito perto ter 270 votos no colégio
eleitoral e assim ser considerado eleito presidente. Pelas contas da agência,
no começo da tarde desta quinta-feira (5), faltariam só 6 votos de Nevada para
ele chegar lá.
Porém ainda
não é tanto assim segundo os cálculos de outros veículos de comunicação, como o
"New York Times" e as redes NBC e CNN, que ainda não consideram
definitiva a vitória democrata no Arizona, que tem o peso de 11 votos.
A AP
explica que na madrugada de quarta-feira projetou Biden vencedor no Arizona
porque ele tinha 5 pontos percentuais a mais que Trump (130 mil votos) e 80% do
total haviam sido apurados.
"As
cédulas restantes a serem contadas, incluindo votos pelo correio no condado de
Maricopa, onde Biden teve um forte desempenho, não seriam suficientes para
Trump alcançar o ex-vice-presidente", aponta a agência.
Uma mudança
demográfica nos últimos anos, incluindo a população latina em rápido
crescimento e um crescimento de novos residentes - alguns fugindo do alto custo
de vida na vizinha Califórnia - tornaram o estado, histórico reduto
republicano, mais favorável para os democratas.
Muitos dos
ganhos democratas foram impulsionados pela mudança política do condado de
Maricopa, que abriga Phoenix e seus subúrbios. Foi aí que, para a AP,
Biden selou sua vitória. O condado de Maricopa responde por 60% dos
votos do estado, e Biden obteve enormes margens ali. Quando a AP deu a vitória
a Biden, ele liderava com 9 pontos percentuais nessa região.
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Eleição nos EUA: quais as chances de Biden e Trump vencerem
RAIO X DE UMA AMÉRICA
FRATURADA
O Assunto
RENATA LO PRETE
Eleição nos EUA: retrato de
um país dividido
Por G1 •
Eleição nos EUA:
as gigantes das redes sociais realmente 'jogam contra' os republicanos?
James Clayton
Repórter de tecnologia da BBC nos EUA
28 outubro 2020
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CRÉDITO,GETTY IMAGES
Legenda da foto,
Muitos americanos
conservadores dizem acreditar que Facebook e Twitter são parciais e praticam
moderação injusta contra eles. Mas até que ponto isso é verdade?
Quarta-feira
(28/10) promete ser mais um dia estressante para Facebook, Google e Twitter.
Seus principais executivos serão
questionados por senadores no Congresso dos Estados Unidos sobre se estão
abusando de seu poder.
Para os republicanos, esta é a
oportunidade que estavam esperando.
Duas semanas atrás, o Twitter impediu
que usuários postassem links para uma reportagem investigativa do jornal New
York Post criticando Joe Biden.
Em seguida, a rede social pediu
desculpas por não ter explicado por que fizera isso antes de descartar uma
regra que havia usado para justificar a ação.
Para muitos republicanos, essa foi a
gota d'água — evidência incontestável de que as mídias sociais são tendenciosa
e atuam deliberadamente contra os conservadores.
A acusação é que o Vale do Silício
(apelido da região em San Francisco, no Estado americano da Califórnia, onde
estão sediadas diversas empresas de tecnologia) é basicamente liberal e um mau
árbitro do que é aceitável em suas plataformas.
Nesse caso, republicanos como o
senador Ted Cruz acreditavam que o Twitter teria agido de forma diferente se a
história fosse sobre o presidente Donald Trump.
A acusação
Quando os conservadores acusam as
empresas de mídia social de parcialidade, geralmente se referem ao que
consideram moderação injusta.
É a ideia de que suas postagens são
excessivamente censuradas e/ou suprimidas.
Mas é difícil provar definitivamente
que as redes sociais são tendenciosas.
Por um lado, empresas como Facebook e
Twitter mantém várias informações sob sete chaves — eles não compartilham todos
os seus dados ou revelam exatamente como seus algoritmos funcionam.
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CRÉDITO,GETTY IMAGES
Legenda da foto,
Fundador e CEO do
Twitter, Jack Dorsey vai testemunhar nesta quarta-feira (28 de outubro)
Como resultado, quando os republicanos
reclamam, geralmente é "acusação anedótica (sem evidência
científica)". Ou seja, um único exemplo usado para provar uma tendência
maior.
Eles argumentam que o Twitter
"escondeu" um tuíte do presidente Trump dizendo "quando a
pilhagem começa, o tiroteio começa" durante os protestos em Minneapolis.
Mas não escondeu um tuíte de aiatolás iranianos pedindo resistência armada em
Israel.
Isso — de acordo com muitos à direita
— prova os dois pesos e duas medidas do Twitter.
Esses exemplos foram citados
repetidamente durante uma audiência no Congresso em julho, onde os chefes do
Google, Facebook, Apple e Amazon foram interrogados.
"Vou direto ao assunto",
disse o congressista republicano Jim Jordan. "A Big Tech quer pegar os
conservadores."
Os CEOs das gigantes de tecnologia
negam essa acusação.
Mas, de fato, várias dessas empresas
adotaram recentemente uma abordagem muito mais ativa em relação à moderação.
Ao fazer isso, estão lutando com os
tipos de problemas que os editores de jornais enfrentam todos os dias: o que
deve e o que não deve ser publicado?
O que pensam os
americanos
Uma pesquisa do instituto Pew Research
Center em agosto indicou que 90% dos republicanos acreditavam que sites de
redes sociais censuravam pontos de vista políticos. Cerca de 59% dos democratas
defendem a mesma opinião.
Então, eles têm razão?
Uma das críticas dos republicanos às
mídias sociais é que seus algoritmos eliminam o conteúdo conservador. Mas isso
não é confirmado pelos dados do Facebook.
Os dados do CrowdTangle, uma
ferramenta de insights públicos de propriedade do Facebook, reúne as postagens
mais populares de cada dia nesta rede social. Em qualquer dia, os 10 principais
posts políticos mais populares são dominados por comentaristas de direita como
Dan Bongino e Ben Shapiro, junto com os posts da Fox News e do presidente
Trump.
A página de Trump no Facebook tem 32
milhões de seguidores, quase 10 vezes mais do que seu adversário na eleição do
próximo mês, Joe Biden, do Partido Democrata.
Se a acusação é de que o Facebook
suprime o conteúdo da direita, não parece fazer isso muito bem.
Então, o conteúdo de direita está de
fato sendo favorecido em relação ao conteúdo de esquerda?
Não é tão simples assim.
"Acho que é um erro olhar para
isso como um viés de direita versus esquerda", disse Siva Vaidhyanathan,
professor de estudos de mídia da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos.
"A tendência é em direção a conteúdos
que geram emoções fortes."
Ele diz que embora "algumas
postagens de extrema direita" tenham se espalhado amplamente nas redes
sociais nos Estados Unidos, sua popularidade não é prova de que as plataformas
sofrem de viés estrutural.
"No México, você pode ver um
arranjo completamente diferente do que é promovido", acrescenta.
Mas, se você observar o que está sendo
censurado, poderá ver por que mais pessoas da direita podem ter mais problemas
com moderação do que as da esquerda.
Por exemplo, poucos democratas afirmam
que o voto por correspondência é fraudado.
O presidente Trump e muitos
republicanos, sim.
O Facebook tem uma política de rotular
alegações sobre fraude eleitoral. A empresa argumenta que está tentando
combater a desinformação que pode minar a fé no sistema eleitoral dos EUA.
Mesmo assim, os republicanos são
afetados de forma desproporcional.
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CRÉDITO,DREW ANGERER
Legenda da foto,
Mark Zuckerberg
foi criticado por alguns por se recusar a remover algumas das postagens de
Trump
Tome-se como exemplo o movimento Black
Lives Matter.
O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg,
declarou abertamente que apoia a iniciativa. A página Black Lives Matter no
Facebook tem pouco mais de 740 mil seguidores.
No entanto, outra página do Facebook
chamada Blue Lives Matter possui cerca de 2,3 milhões de seguidores. Tem como
objetivo apoiar os policiais e resistir a uma narrativa
"antipolicial".
O grupo foi criticado por se apropriar
da sigla BLM — e acusado de racismo, algo que o fundador do grupo, Christopher
Berg, nega.
Berg diz acreditar que o Facebook é
tendencioso contra vozes conservadoras. Isso pode ser verdade considerando a
popularidade da página?
"Não devemos observar a contagem
de seguidores e o alcance. Em vez disso, temos que olhar para as coisas nos
bastidores, que os indivíduos podem impactar... coisas como desmonetizar uma
página", diz ele.
Isso ocorre quando o Facebook julga
que uma página violou suas regras e a impede de ganhar dinheiro com anúncios e
assinaturas, por exemplo.
Berg diz acreditar que este é um tipo
de preconceito menos perceptível, e as páginas de direita são mais suscetíveis.
Mas sua suspeita é difícil de provar.
O Facebook não publica uma lista de páginas nas quais realizou ações.
E quanto ao
Twitter?
O Twitter é uma plataforma muito
diferente do Facebook.
Apenas uma pequena minoria de seus
usuários publica regularmente conteúdo próprio.
E um estudo do Pew na semana passada
descobriu que 70% dos usuários adultos altamente prolíficos dos EUA eram
democratas.
Isso faz o Twitter parecer um lugar
mais liberal, mas, mais uma vez, é difícil provar que é tendencioso contra os
conservadores.
E no caso da
pandemia de covid-19?
É verdade que o Twitter influenciou os
tuítes de Trump mais do que os de Biden. Por exemplo, ao bloquear uma postagem
de Trump sugerindo que a gripe era mais perigosa do que a covid-19.
Mas, ao mesmo tempo, estudos sugerem
que Trump tem muito mais probabilidade de espalhar desinformação em torno da
doença causada pelo novo coronavírus.
Na verdade, uma pesquisa da
Universidade Cornell sugeriu que o presidente era o maior impulsionador da
desinformação da covid-19.
Portanto, talvez não surpreenda que
ele seja alvo dos moderadores do Twitter de forma "desproporcional".
O dilema da mídia
social
É exatamente por isso que as empresas
de mídia social preferem não ter que moderar suas plataformas. Assim que se
começa a decidir o que pode e o que não pode ser publicado, escolhas políticas
são feitas.
Na verdade, alguns republicanos tratam
qualquer tipo de moderação como um ataque à liberdade de expressão.
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CRÉDITO,GETTY IMAGES
Legenda da foto,
Presidente dos
EUA está ameaçando remover algumas das proteções legais da mídia social
Uma ordem executiva assinada pelo
presidente Trump em março dizia: "Não podemos permitir que um número
limitado de plataformas online escolha o discurso que os americanos podem
acessar e transmitir na internet".
Em outras palavras, a decisão de
arbitrar pode ser vista como filosoficamente anticonservadora.
Trump também disse que removerá a
Seção 230 do Communications Decency Act. Essa lei protege as empresas de mídia
social de serem responsabilizadas pelas coisas que as pessoas postam — mas também
as protege das consequências de moderar ou censurar vozes conservadoras. Para
as empresas, o fim dessa lei poderia devastar o setor.
E à medida que as grandes empresas de
tecnologia sigam adotando uma abordagem mais intervencionista — seja contra
QAnon (teoria de conspiração de extrema direita), discurso de ódio ou qualquer
outra atividade proibida —, acusações de parcialidade vão continuar sendo
feitas.
Assim como elas são difíceis de
provar, também são muito difíceis de refutar.
É aqui que as empresas de mídia social
se encontram.
Claro que negam agir de maneira
tendenciosa.
Mas a maioria dos americanos não
acredita nelas.
28 outubro 2020
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-54709378
https://youtu.be/fDio3_1AaJ8?list=PLgOxuG-6X_gWGwf06COyomOCzLRZYoUaT
Milton Nascimento
- Canção Da América
https://www.youtube.com/watch?v=fDio3_1AaJ8&list=PLgOxuG-6X_gWGwf06COyomOCzLRZYoUaT
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