terça-feira, 10 de novembro de 2020

Reserva Legal Proporcional

 

Você sabe a diferença entre princípio da legalidade e o da reserva legal? Que se entende por reserva legal proporcional?

 

 

Publicado por Luiz Flávio Gomes

 

Princípio da legalidade deve ser entendido em sentido amplo e em sentido estrito. Primeiro: (CF, art. , inc. II). Princípio da legalidade criminal significa que não há crime sem lei (CF, art. XXXIXCP, art. 1º). Conta hoje com várias dimensões de garantia. Dentre elas acham-se o princípio da reserva legal e o da anterioridade.

Princípio da reserva legal ou legalidade em sentido estrito: significa que em matéria penal somente o legislador pode intervir para prever crimes e penas ou medida de segurança (garantia da lex populi). Medida provisória, por exemplo, não pode criar crime ou pena. Mais: é cláusula pétrea.

Princípio da reserva legal proporcional (RE 635.659 – 21/8/15): a tutela penal, no entanto, pertence à “discrição legislativa”, porém, sempre subordinada ao princípio da proporcionalidade, que envolve a apreciação da necessidade e adequação da providência adotada. Quer compreender com mais detalhes esse assunto? Veja o vídeo que segue. Estamos juntos. Avante.




 

No link: 

https://youtu.be/ZLTc6FSQtnw

Princípio da legalidade é a mesma coisa que reserva legal?

 

https://www.youtube.com/watch?v=ZLTc6FSQtnw

 

Voc sabe a diferena entre princpio da legalidade e o da reserva legal Que se entende por reserva legal proporcional

 

Luiz Flávio Gomes

Por Um Brasil Ético

Criador do movimento de combate a corrupção, “Quero um Brasil Ético”. Professor, Jurista, Deputado Federal por São Paulo e Membro da CCJ. Foi Delegado, Promotor de Justiça e Juiz de Direito, exerceu também a advocacia. Fundou a Rede LFG, democratizando o ensino jurídico no Brasil. Diretor-presidente do Instituto de Mediação Luiz Flávio Gomes. Doutor em Direito Penal pela Faculdade de Direito da Universidade Complutense de Madri. Mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Publicou mais de 60 livros, sendo o seu mais recente “O Jogo Sujo da Corrupção”. Foi comentarista do Jornal da Cultura. Escreve para sites, jornais e revistas sobre temas da atualidade, especialmente sobre questões sociais e políticas, e seus desdobramentos jurídicos.

https://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/231706513/voce-sabe-a-diferenca-entre-principio-da-legalidade-e-o-da-reserva-legal-que-se-entende-por-reserva-legal-proporcional

 

 

 

 

 

 

 

 

Era preciso partir para o enfrentamento

 

Há 54 anos

 

Era fins de 1966

 

Tempo de escolhas amplas e estritas

 

 

“A Rádio Industrial de Juiz de Fora transmite direto do ginásio do Sport a apuração das eleições. Aqui é Francisco Caputo na boca da urna, com Gelco na boca e a facit calculando.”




 

No link: 

https://youtu.be/LDHfeezSeI0

Como operar na Facit de calcular

•7 de mar. de 2018

 

Tutorial máquina de calcular Facit

https://www.youtube.com/watch?v=LDHfeezSeI0&feature=youtu.be

 


Esta casa foi residència de Paulo A. Alves, dono dos Biscoitos Gelco.

 

Clique aqui para ver outra foto deste mesmo local.

 

Clique aqui para ver a propaganda do biscoito.


 

 


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFQ6Aing1ELjxYSY7Lj_RqmW3X6ow3LCJA6RXDYzay5sNMF1GlwOyEIlbJByrDO01QuAgE_X9cNmkwrA-ybDWkmg3yrwQXv_8y-NvkYW2MrwUL7CmfKSvCz2H8lpD0snMD0hoWQ9w3XMb_/s1600/biscoito+gelco.jpg

 

Patrocinador da apuração das eleições de Juiz de Fora durante muitos anos.

 

"Na boca da urna... com Gelco na boca". Essa era a famosa vinheta que antecedia a apuração das eleições em Juiz de Fora.

 

 

Patrocinado pelos biscoitos Gelco e pela fabricante nacional de máquinas de escrever, a famosa vinheta daquela emissora anunciava mais um boletim eleitoral. Era fins de 1966. A população estava de ouvido colado ao aparelho para acompanhar a disputa entre o candidato do MDB, Itamar Franco e Wandenkolk Moreira, da Arena, que concorriam ao cargo de prefeito de Juiz de Fora.

 

Dois estudantes se valiam da distração provocada pelo evento para pichar muros na Zona Sul. O protesto era contra o partido criado para dar sustentação política ao governo militar.

 

“Pau na Arena”, “Pau na Arena”, pichavam de peto em apoio a Itamar Franco que sagrou-se o vencedor, começando em 1967 a carreira política que o levaria vinte e cinco anos mais tarde à Presidência da República.

 

Os jovens pichadores Rogério de Campos Teixeira, então com dezenove anos, e Antônio Rezende Guedes, um ano mais velho, se interessaram  por política quando ainda jogavam bola na rua durante as disputas pelos times Nacional e Juventus. Percorreram trajetórias diferentes até seus caminhos se encontrarem na militância estudantil. Com o golpe militar, o que era apenas ideologia ganhou novos contornos. Era preciso partir para o enfrentamento.

Fonte:

Arbex, Daniela

Cova 312 / Daniela Arbex

Geração Editorial, 2015




 

https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcRWp8EC8lx0YeBX6gFKyAKQvyIHPORGjr-NEQ&usqp=CAU

Untitled




 

No link:

https://youtu.be/s_M0OeLSVWc

Elis Regina - Comunicação - Alemanha 1972

 

 

Elis canta Comunicação em um especial gravado na Alemanha em 1972.

 

https://www.youtube.com/watch?v=s_M0OeLSVWc

 

 

 

 

Comunicação




https://studiosol-a.akamaihd.net/uploadfile/letras/fotos/4/7/4/b/474b1b86b2e94d3eff92bbcaaef92b74-tb.jpg

Vanusa




 

No link:

https://youtu.be/cTSqSag8qxM

 

"Roda, roda, roda e avisa
Um minuto de comercial..."

Sigo um anúncio e vejo
Em formas de desejo, um sabonete
Em forma de sorvete, acordo e durmo
Na televisão!

Creme dental, saúde
Sigo num sorriso, o paraíso
Quase que jogado, impulsionado
Num comercial

Só tomava chá
Quase que forçado, vou tomar café
Ligo o aparelho, vejo o rei Pelé
Vamos então repetir o Gol!

E na lua sou
Mais um cosmonauta patrocinador
Chego atrasado, perco meu amor
Mais um anúncio sensacional

Ponho um aditivo
Dentro da panela, gasolina
Passo na janela da cozinha
Tem mais um fogão

Tocam a campainha
Mais uma pesquisa, eu respondo
Que enlouquecendo já sou fã
Do comercial!

Só tomava chá
Quase que forçado vou tomar café
Ligo o aparelho, vejo o rei Pelé
Vamos então repetir o Gol!

E na lua sou
Mais um cosmonauta patrocinador
Chego atrasado, perco meu amor
Mais um anúncio sensacional!

Ponho um aditivo
Dentro da panela, gasolina
Passo na janela da cozinha
Tem mais um fogão.

Tocam a campainha
Mais uma pesquisa, eu respondo
Que enlouquecendo já sou fã
Do comercial!

Só tomava chá
Quase que forçado vou tomar café
Ligo o aparelho, vejo o rei Pelé
Vamos então repetir o Gol!

Lalaiá laiá, Lalalalalalaiá laiá...
Gooool!!!
Lalaiá laiá, Lalalalalalaiá laiá...

"Roda, roda, roda e avisa,
um minuto de comercial..."

Composição: Edinho / Hélio Matheus

https://www.letras.mus.br/vanusa/444865/

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

TV Industrial é resgatada após tombamento do prédio

No ano em que sua fundação completa 55 anos, prédio sede continua abandonado, assim como o Morro do Imperador

 


 

Por Mauro Morais

06/04/2019 às 16h50- Atualizada 06/04/2019 às 16h57




 

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Detalhe dos azulejos em azul e branco na fachada delimitando os três pavimentos do prédio de autoria do engenheiro Armando Favato. (Foto: Fernando Priamo)

A pintura se perdeu, as paredes apresentam infiltrações, há rachaduras atravessando os azulejos da fachada, as janelas basculantes estão quebradas. Pelas frestas no portão empenado do imóvel, é possível ver entulhos em seu sujo interior. Numa lateral há um buraco bem no meio da parede, no mesmo lado onde uma janela aparece com o vidro estilhaçado. E não há vigilância no local. Propriedade da mesma Prefeitura que decretou seu tombamento, o prédio erguido para o funcionamento da TV Industrial é retrato de um abandono pelo qual o instrumento de preservação é contrário. Ainda que o tombamento, publicado no último dia 14, estabeleça a proteção da fachada e volumetria do imóvel, o que representa é, sobretudo, a tentativa de conservação de um projeto fundamental para a história recente da cidade. Não à toa, dentre as cinco justificativas para o gesto, estão “o valor histórico e cultural da edificação”, “que o referido edifício remete à chegada da TV em Juiz de Fora”, e “que a edificação constitui um símbolo do pioneirismo da cidade, uma obra moderna e inovadora”.

Projetado pelo engenheiro Armando Favato, o prédio de características modernas servia ao estúdio, auditório, redação, escritórios e torre de transmissão (duas vezes maior do que o monumento ao Cristo) da emissora de televisão inaugurada em 29 de julho de 1964. A Industrial ficava num pedestal. E mesmo não sendo a primeira iniciativa – já que a TV Mariano Procópio, dos Diários Associados, estreou em 1961 sem aguardar a concessão – a emissora instalada no alto do Morro do Imperador ganhou a longevidade e, também, a posteridade. “Tinha, no pano de fundo, uma rivalidade, uma briga por concessão. A TV Mariano Procópio acabou ficando na linha do experimento, puro e simplesmente, porque eles não conseguiram uma concessão efetiva para transformar em emissora, e o grupo dos Mendes (família dona da Industrial) conseguiu a concessão pela proximidade política deles com o grupo trabalhista nacional. O status da Mariano Procópio acabou ficando no teste e o status da TV Industrial foi o efetivo, o oficial, o consagrado”, avalia o professor e pesquisador Frederico Belcavello, que em sua dissertação de mestrado investigou a história do canal 10 local.




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Prédio modernista tem forma elíptica e helicoidal, refletindo cosmopolitismo associado à história de Juiz de Fora. (Foto: Fernando Priamo)

“A narrativa da Industrial ficou tão forte que, durante muitos anos, esqueceu-se completamente da TV Mariano Procópio, ficando no imaginário a ideia de que a Industrial era a pioneira. Ouvi, quando adolescente e durante a faculdade, a história de que a Industrial era a primeira emissora geradora do interior do Brasil. Depois isso foi questionado localmente e em outros lugares, como Bauru, que teve um movimento histórico que demonstra que eles tiveram TV em 1959. O fato de essa narrativa ter durado tanto tempo tem a ver com a força que o canal teve”, comenta Belcavello, professor do curso de Comunicação Social do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora e doutorando em linguística pela UFJF. Diretor, produtor, apresentador, roteirista e editor na extinta TV Visão, ele se interessou pelo assunto após os cinco anos, de 2003 a 2008, de atuação no canal local transmitido pela Net, frequentemente associado ao projeto que chegou ao fim em 1979, 15 anos após sua inauguração com show de Doris Monteiro.

Para Christina Ferraz Musse, professora do curso de Comunicação Social da UFJF e autora do livro “Memórias possíveis: personagens da televisão em Juiz de Fora”, em parceria com Cristiano José Rodrigues, a TV Industrial representa um marco por sua localização histórica. “É um momento da televisão brasileira tão diferente do momento atual. As emissoras locais tinham uma identidade tão profunda com a comunidade, com as coberturas de carnaval, programas de auditório, com um telejornalismo que era praticamente um rádio na TV. As pessoas que viviam na cidade tinham um espaço muito maior para serem vistas e ouvidas. Os intervalos comerciais eram muito referentes a elas. Tinham muitas pessoas da comunidade que iam se apresentar na TV Industrial, como, por exemplo, um colégio que fazia uma apresentação de uma peça de teatro, ou um cabeleireiro que ia demonstrar seu trabalho. São muitas as histórias curiosas”, pontua a pesquisadora carioca, radicada em Juiz de Fora desde 1980, quando a TV Industrial já havia sido vendida para Rede Globo, que começou a funcionar em abril daquele ano.

Questionada pela Tribuna sobre a perspectiva de revitalização do imóvel, que apresenta rachaduras, infiltrações e janelas e parede quebradas, a assessoria de comunicação da Prefeitura informou que, após visita técnica, foi constatado que não há comprometimento estrutural do prédio. “Em 2017, já havia o interesse de fazer com que o espaço abrigasse o projeto “Cineminas” – Programa Codemig de Apoio ao Cinema, o que só não foi possível por restrições documentais. Atualmente, a Sedeta vem sendo procurada por alguns entes privados que se interessam em restaurar, manter e explorar o local, e entende que o espaço teria vocação para um equipamento de difusão cultural, podendo passar, inclusive, pela gastronomia e pela valorização da tradição na produção cervejeira de Juiz de Fora”, aponta a assessoria da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agropecuária (Sedeta). Sobre a ausência de policiamento, a pasta assegura que a Polícia Militar utiliza o espaço como ponto de referência para o patrulhamento regular. Ainda, acerca dos vidros e telhados quebrados na área onde já funcionou restaurante e boate, no complexo do Morro do Imperador, a Prefeitura indica que “a manutenção nos vidros e no telhado será exigida ao futuro permissionário da exploração do espaço. A Prefeitura não possui verbas específicas disponíveis para a reposição destes tipos de materiais.”




 

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Adesivos reflexivos azuis substituíram a transparência original dos vidros do prédio e estão registrados no dossiê de tombamento do imóvel. (Foto: Fernando Priamo)

A TV tornou-se outra

Como uma lenda, restou a história de que logo após a venda da TV Industrial para a TV Globo de Roberto Marinho, um funcionário pegou todos os filmes da extinta emissora e lançou no Rio Paraibuna. Não sobrou um fotograma sequer, nenhuma imagem. “Os relatos das pessoas que atuaram na TV na segunda metade dos anos 1970 são de um trabalho muito amador, bastante improvisado. Mas o parâmetro da época é difícil de entender também. Tinha um caráter familiar, e isso é muito evidente”, analisa Frederico Belcavello. Se as águas levaram ou não os registros, o que ficou preservada na memória dos juiz-foranos é a lembrança de um veículo que se esforçou para retratar a cidade que via do alto. A programação predominantemente local contava com, dentre outros, edições locais de programas de auditórios vindos da rádio ou da TV no Rio de Janeiro. “Vinha toda a trupe e montava aqui programas que, na verdade, já funcionavam e eram conhecidos da época do rádio”, aponta Belcavello. “Acho que eles seguiram a cartilha de reproduzir um conteúdo radiofônico. Como tinha a Rádio Industrial e Juiz de Fora vivia um tempo profícuo de rádio entre a Industrial e a B3, com radionovela, programas de auditórios, eles fizeram a transposição para a televisão, como a Tupi tinha feito nos anos 1950. Não tenho qualquer tipo de material que sustente a ideia de vanguardismo”, acrescenta.

A programação, segundo Christina Musse, era muito rica, “certamente com uma qualidade muito precária, algo muito artesanal, o que não se compara à tecnologia incorporada à TV depois que é vendida e se transforma na TV Globo de Juiz de Fora”. Havia público, claque, torcidas e grandes debates. “Em termos da representação da cidade, o Geraldo Magela contando sobre o ‘Sermão da Montanha’, que eles fizeram no alto do Morro do Imperador, num dia de chuva, é genial”, aponta a professora, referindo-se ao relato do jornalista morto em 2015 presente no livro “Memórias possíveis”. “Uma meia dúzia de pessoas de guarda-chuvas e outras dentro do estúdio, José Carlos de Lery Guimarães apresentando, o saudoso e imortal José Carlos. O câmera focalizava os guarda-chuvas. Parecia que tinha uma multidão só. Lá dentro do estúdio um boom fazendo a claque: ‘Já ganhou! Já ganhou!’. Parecia, a quem estava assistindo em casa, pela TV, que tinha uma multidão no Morro do Cristo. E aquilo decidiu a eleição. Foi o primeiro comício ao vivo transmitido por uma TV, foi na TV Industrial, canal 10”, orgulha-se Magela, em depoimento a Christina. “Quando nós descemos, depois do comício, que fomos ao bar, ao restaurante para jantar – era um restaurante aqui próximo à antiga rodoviária, na Avenida Getúlio Vargas com a Avenida Rio Branco – via-se a quantidade de gente que estava ali esperando e que tinha visto o programa. E no outro dia também, só se comentava o programa da TV Industrial que foi no último dia de campanha.”




 

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Basculantes circulares dos banheiros do prédio refletem deterioração do bem, que também sofre com infiltrações e nenhuma ocupação. (Foto: Fernando Priamo)

Carregando câmeras pesadas morro abaixo, a TV Industrial fazia a transmissão do carnaval local, também exibia as famosas lutas livres, precursora das atuais e pomposas disputas de MMA. “É algo tão artesanal e tão interessante, do espírito de uma época, que transmite tanto sobre o que era o Brasil, o que era Minas e o que era Juiz de Fora naquele período”, comenta Christina. Transportando um gigantesco piano de cauda morro acima, a TV também exibia o programa “Panorama Social”, que tinha o empresário Rafael Jorge, do Raffa’s, como apresentador. “A TV Industrial conseguiu audiência porque ela focalizava rigorosamente as coisas de Juiz de Fora”, reconhece Geraldo Magela Tavares, que de acordo com Christina tornou-se uma figura de muito relevo para a compreensão da expressão da TV na cidade: “O Geraldo foi uma figura interessantíssima, fazendo programas de transmissão esportiva dos jogos do campeonato carioca e debates em que cada pessoa que participava da mesa era torcedor de um time específico de futebol. Era uma forma de programa jornalístico de esportes que antecedeu tudo o que vemos hoje com as mesas esportivas.”

A TV agora é outra

Quatro anos depois da inauguração da Industrial, em 1968, sob a ditadura militar, entrava no ar o “A Hora é Notícia”. “Começou em 1968, com uma hora e quinze de jornal. Havia cinco locutores, às 18h começava; eram 16 quadros com 16 patrocinadores, diários. Era aberto com uma espécie de crônica de opinião (editorial), ora lida por mim, ora lida por Natálio (Luz), que teve sempre uma voz magnífica, belíssima. Nós fazíamos esse editorial e depois vinham os locutores cada um dentro de quatro ou cinco módulos do jornal, que falava sobre sociedade, arquitetura, condução, moda, saúde”, rememora Marilda Ladeira, em entrevista conduzida por Christina Musse para o livro “Memórias possíveis”. O formato, relatado pela jornalista morta em 2016, serve como medida das transformações vividas pela televisão nas últimas décadas e que, em alguma medida, justificam o fim da iniciativa juiz-forana. “Acredito que tenha faltado ao grupo proprietário uma possibilidade de investir mais seriamente na televisão, tornando ela mais competitiva. Imagino que a falta de investimento em se atualizar, comprar novos equipamentos. Televisão é uma coisa cara. Houve uma época, ainda nos anos 1970, em que foi formada uma rede de emissoras independentes, na qual a TV Industrial fez parte. Mas essa rede não conseguiu fazer frente a um esquema com um capital financeiro muito alto de redes como a Globo, Excelsior, Continental e Band”, explica a pesquisadora.




 

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Torre, que no passado já foi bem mais alta e é considerada a primeira em formato helicoidal da América do Sul, tem projeto em concreto, mas foi executada em metal vazado para resistir aos ventos. (Foto: Fernando Priamo)

“A Industrial era uma emissora na qual a programação era praticamente toda local. Eles entravam em cadeia, mas tinham um percentual de programas locais muito grande. Como uma emissora local poderia fazer concorrência com a Tupi e suas novelas? Com a Globo, que nos anos 1970 já vira uma campeã de audiência? Essa concorrência era dificílima, porque aí já começa a haver o sistema por satélites, as transmissões com videotape. A TV Industrial não conseguiu se manter estável economicamente, equilibrando receitas e despesas, mas em termos de programação, ela mostrava a cara da cidade”, lamenta Christina, chamando atenção para avanços tecnológicos que permitiram, também, uma agilidade maior na oferta de notícias e uma cobertura mais ampla dos acontecimentos. O próprio modelo representado pela Industrial, e depois repassado a projetos que a sucederam com o a TV Visão e a TV Tiradentes, remetem a uma experiência que perdeu seu lugar. “A televisão não vai acabar, mas o modelo que a minha geração conheceu está em transição. O que comanda a produção audiovisual é o acesso ao conteúdo por streaming, na hora que você quer, sem obedecer a grade de programação, sem assistir dentro de casa, com uma tendência cada vez maior de assistir em outra tela, seja no computador, Ipad ou telefone. A maneira de fazer e assistir TV está num momento de mutação. Não sei se a gente vai poder chamar, daqui a dez anos, isso de televisão, talvez exista outro nome”, analisa a professora do curso de Comunicação Social da UFJF.

“O que percebi do meu levantamento é que o legado é a sensação de que a sociedade juiz-forana clama por canais da expressão local. De tempos em tempos, vamos sentindo a necessidade de ter um espaço de identificação. Vemos um movimento de diminuição de grade local em televisão, e ciclicamente se abre o caminho para aumentar, de redução de programação local em rádio e isso mexe com a gente, de valorização por termos um jornal local com a expressão da Tribuna, o que não é normal Brasil afora. Esse é um legado importante: sentir que a cidade deseja e entende ser fundamental se ver representada em veículos de comunicação”, comenta Frederico Belcavello. Em seu trabalho no qual resgata a relevância da TV Industrial, intitulado “A TV Industrial de Juiz de Fora: memórias da juizdeforaneidade (1964-1979)”, Belcavello trabalha com o conceito que, em suas palavras, “situa as coisas que aconteciam aqui e tinham um verniz de localidade e claramente se antagonizava com a ideia geral de mineiridade”. A grande resistência de Juiz de Fora em se ver representada politicamente e economicamente por Belo Horizonte e pela região metropolitana, conforme aponta o pesquisador, manifestava-se na programação e no conceito da TV Industrial. “Justamente por combinar as coisas específicas da cidade e a valorização do Rio de Janeiro. Essa orientação de olhar para o Rio de Janeiro e ressignificar as coisas aqui, como uma sucursal carioca, parecia ser um traço bastante importante do que eles tentaram fazer na TV Industrial. Ela se colocava como um canal local em contraposição a todas as outras opções, que não eram muitas, e não eram locais. Juiz de Fora está em Minas Gerais, mas não é como todo o estado. Está próxima do Rio de Janeiro, mas longe de ser carioca. Esse lugar de passagem, que ficou marcado na história da gente ao longo do tempo, continua sendo sentida, porque há uma busca por uma identidade juiz-forana.”




 

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https://tribunademinas.com.br/noticias/cultura/06-04-2019/tv-industrial-e-resgatada-apos-tombamento-do-predio.html

 




 

 

No link:

https://youtu.be/Zib9Z3c-Cws

Vanusa canta Comunicação no Festival de MPB 1969 - TV Record

 

 

Arquivos1000

As músicas que exalam a contemporaneidade do momento sempre soam melhores ainda com o passar do tempo. É o caso da música Comunicação, 3ª colocada no Festival de Música Popular Brasileira de 1969, promovido pela TV Record - o último da história da emissora. A gravação em estúdio da canção é muito melhor. Não só na interpretação de Vanusa, como na bem-humorada de Elis Regina e na também correta dos Golden Boys - são alguns que registraram em disco a música. Reparem também na forma que a TV Record encontrou para colocar a letra da música no vídeo para que os telespectadores acompanhassem em casa - e os erros de ortografia. Gravado do programa TV Ano 40, no especial Festival da MPB, exibido em 1990 pela TV Record. Imagens conseguidas junto a um amigo.

https://www.youtube.com/watch?v=Zib9Z3c-Cws&feature=youtu.be

 

 

 

 

 

jun 22, 2015

admin

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Entrevista com Daniela Arbex, autora de “Cova 312”.




 

http://geracaoeditorial.com.br/wp-content/uploads/2015/06/blog-1024x747.jpg

blog

O que essa história traz de novo de um tema que já foi contato inúmeras vezes?

É uma história contada de uma forma diferente, porque não tem a pretensão de detalhar a ditadura e sim como cada personagem resistiu a ela. Além disso, o livro descreve todo o processo de investigação jornalística da descoberta da Cova 312 e a reviravolta dessa investigação.

O que levou a escrever sobre um guerrilheiro desconhecido?

Exatamente o fato de Milton Soares de Castro ser o único civil da guerrilha do Caparaó e também o único encontrado morto na Penitenciária de Linhares, em Mina Gerais, um dos presídios políticos mais importantes do país. Cova 312 é a história de Milton e também de muitos militantes que ficaram presos em Linhares. Revela a rotina de uma cadeia desconhecida para os brasileiros.

Cova 312 também nasceu de uma reportagem premiada em 2002 (a autora ganhou os prêmios Esso, Vladimir Herzog e o europeu Natali Prize), 13 anos se passaram, o que te manteve tanto tempo nesta história?

O fato de eu nunca me desligar das histórias que conto. Essa, em especial, ainda tinha peças desencaixadas. Sempre quis tentar reconstituir os últimos passos de Milton e encontrar provas que revelassem a farsa do seu suicídio. Só agora, eu consegui.

Milton Soares de Castro é uma das centenas de vítimas que o governo brasileiro ainda não revelou, como foi o trabalho de investigação para chegar nesta conclusão bombástica?

Foi um percurso que durou doze anos e que me levou aos porões da história. Tive que percorrer vários estados do país em busca das peças perdidas desse quebra cabeças. Realizei mais de cinquenta entrevistas. Localizei milhares de documentos e fiz o caminho de volta até o coração da família de Milton no Rio Grande do Sul. Uma longa jornada.

Por que o livro foi dividido em três partes?

Porque a primeira é de apresentação do personagem principal dessa história. A segunda é a anatomia da Penitenciária de Linhares onde ele e outros centenas de militantes políticos do país ficaram presos. E a terceira é todo o caminho que fiz para investigar a morte do guerrilheiro do Caparaó.

O tema é duro, pesado, trágico, mas tanto o editor Luiz Fernando Emediato , como o jornalista e escritor Laurentino Gomes, que assina o prefácio, dizem que você conseguiu transformar sem perder o foco, e a narrativa jornalística para um tanto poética em algumas situações, qual o segredo?

Se houvesse um, eu jamais revelaria. (rs) Acho que a força das histórias que conto está na humanização dos personagens. Procuro revelar cada um dentro de suas complexidades. Nenhum deles é só bom ou mal. É múltiplo, como todo ser humano.

Você é conhecida por emocionar os seus leitores, como você faz para não se envolver nas histórias? Ou isso não acontece?

Isso não acontece. Me apaixono pelas histórias que conto e também pelas pessoas. Essas pessoas não passam simplesmente pela minha vida. Elas ficam.

Quanto tempo você levou para apurar esse livro?

Mais de um ano de viagens por quatro estados do país. Uma maratona.

Como foi o processo de levantamento de dados?

Minucioso. No começo, tinha várias peças desencaixadas e sabia que precisava encontrar uma a uma para tentar me aproximar da verdade dos fatos.

O presídio de Linhares, foi a detenção que funcionou pelo maior tempo durante a ditadura militar e abrigou um número altíssimo de presos políticos, como foi entrar neste lugar que nenhum jornalista havia entrado nos últimos cinquenta anos? 

Emocionante. Quando pisei na Galeria A, eu tive a certeza de que a história que eu ia contar seria surpreendente.

As histórias se entrelaçam em Cova 312, podemos dizer que não é um livro apenas de um personagem?

É um livro que tem como personagem principal Milton Soares de Castro, mas também alguns de seus companheiros da guerrilha e militantes conhecidos da história recente do Brasil, além de ilustres anônimos. É um livro de gente, que fala sobre dores, amores, abandonos, ideais. Até onde um ser humano pode ir por um ideal? Eu tento responder isso.

Foi difícil construir essa narrativa?

Foi difícil mergulhar nela. Escrever é uma viagem muito solitária e dolorosa, mas que nos permite revisitar a história e isso é o mais fascinante.

A determinação é uma das suas principais características, mas a sorte é um elemento muito presente, podemos dizer que não existe sorte sem determinação?

Detesto a palavra sorte, porque ela tira o mérito das pessoas. Não existe acasos na vida. Sem suor e muita sola de sapato, não há sorte neste mundo capaz de ajudar alguém a fazer um bom trabalho.

Qual a diferença desse lançamento para o Holocausto Brasileiro?

Os dois livros têm muito em comum, porque falam de abusos cometidos em nome do estado e da tentativa de desumanizar indivíduos. Ambas são histórias trágicas, mas ainda bem desconhecidas da sociedade, apesar de a ditadura ser considerada tema recorrente.

O livro-reportagem é a saída para os jornalistas que querem contar as suas histórias como mais detalhes?

O livro-reportagem é uma grande instrumento para apresentar o Brasil aos brasileiros.

Nas últimas manifestações, tanto a de março, como a de abril de 2015 um número até considerável de pessoas pediam uma intervenção militar, como você enxergou isso?

Puro desconhecimento do que foi o Brasil durante os anos de chumbo. A Cova 312 vai ajudar as novas gerações a entender esse Brasil de tanta sombra.

As Comissões das Verdades têm muito o que explicar para o povo brasileiro dos crimes realizados pelos representantes do Estado na época (1964 a 1985) , você acredita que eles estão no caminho certo?

Acho que sim. Há um esforço das comissões de localizar documentos, ouvir relatos que ajudem a resgatar a memória das vítimas do período. O trabalho delas é muito importante, mas a busca por respostas deve ser permanente.

http://geracaoeditorial.com.br/entrevista-com-daniela-arbex-autora-de-cova-312/




No link:

https://youtu.be/s_M0OeLSVWc

Elis Regina - Comunicação - Alemanha 1972

 

Elis canta Comunicação em um especial gravado na Alemanha em 1972.

https://www.youtube.com/watch?v=s_M0OeLSVWc


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