Trump autoriza
transição de governo nos EUA
Após agência governamental certificar
vitória de Biden, presidente orienta governo a cooperar com equipe de transição
democrata, mas se recusa a reconhecer derrota e diz que batalha legal contra
resultado continuará.
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"Manteremos
a boa luta, e eu acredito que venceremos", disse Trump nesta segunda
O presidente dos Estados Unidos,
Donald Trump, autorizou nesta segunda-feira (23/11) que seu governo comece a
cooperar com a equipe de transição do presidente eleito, Joe Biden, embora
continue se recusando a reconhecer a derrota nas eleições de 3 de novembro.
O republicano informou a medida pelo
Twitter, logo após a Administração de Serviços Gerais (GSA, na sigla em
inglês), agência governamental americana, confirmar Biden como o "aparente
vencedor" do pleito presidencial, abrindo caminho para o início da
transição na Casa Branca.
A GSA é responsável por garantir o
funcionamento básico das demais agências federais, e sua declaração nesta
segunda-feira permite que Biden passe a coordenar com essas agências seus
planos para assumir a presidência em 20 de janeiro, o que vinha sendo bloqueado
pelo atual governo.
A certificação da vitória democrata
foi decidida pela chefe da GSA, Emily Murphy, após os esforços de Trump para
subverter a votação terem fracassado em estados-chave do país. Em sua
declaração, Murphy menciona "desenvolvimentos recentes envolvendo
contestações legais e certificações de resultados eleitorais".
O estado de Michigan foi o último a
confirmar a vitória do candidato democrata nesta segunda-feira. No
sábado, um juiz federal na
Pensilvânia rejeitou uma ação da
campanha de Trump para anular milhões de votos enviados pelo correio no estado
americano – uma decisão que marcou mais um duro golpe nas diversas tentativas
do presidente de reverter sua derrota na eleição.
No Twitter, Trump deu a
entender que Murphy reconheceu a vitória de Biden após ser
"acossada, ameaçada e alvo de abusos", mas não apresentou evidências
das acusações. Ele também deixou claro que seus esforços para reverter o
resultado do pleito continuam: "Manteremos a boa luta, e eu acredito que
venceremos."
"No entanto, no melhor interesse
do nosso país, estou recomendando que Emily [Murphy] e sua equipe façam o que
for necessário em relação aos protocolos iniciais [de transição], e disse à
minha equipe para fazer o mesmo", concluiu o presidente.
A decisão – que ocorre 16 dias após
Biden ser declarado vencedor pelas projeções da imprensa americana –
abre caminho para que o democrata tenha acesso às agências e fundos federais,
de modo a começar a constituir formalmente a administração que vai governar o
país durante os próximos quatro anos e cuja tomada de posse está agendada para
20 de janeiro.
Mais cedo nesta segunda-feira, a equipe de transição de Biden
anunciou alguns dos principais nomes do
futuro governo democrata, entre eles o experiente assessor de política externa
Antony Blinken como secretários de Estado. Já John Kerry, ex-secretário de
Estado do governo Barack Obama, foi indicado como enviado especial para o
clima.
O advogado nascido em Cuba Alejandro
Mayorkas será o primeiro latino a chefiar o Departamento de Segurança Interna,
que supervisiona a imigração. E Avril Haines, ex-vice-diretora da CIA, será a
primeira mulher a ocupar o cargo de diretora de inteligência nacional.
O presidente eleito também indicou a
diplomata de longa data Linda Thomas-Greenfield como embaixadora americana nas
Nações Unidas, que tem status de membro do gabinete. Jake Sullivan, que foi
assessor de segurança de Biden quando ele era vice-presidente de Obama, foi
escolhido como conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca.
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QUE PODERES TEM O
PRESIDENTE AMERICANO?
O que diz a
Constituição
O presidente dos EUA é eleito por
quatro anos, com direito a uma reeleição. Ele é, ao mesmo tempo, chefe de
Estado e de governo. Cerca de quatro milhões de pessoas trabalham no Executivo
americano, incluindo as Forças Armadas. É tarefa do presidente implementar as
leis aprovadas pelo Congresso. Como o mais alto diplomata, ele pode receber
embaixadores − e assim reconhecer outros Estados.
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quis: entretenimento"
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Data 24.11.2020
Assuntos
relacionados Estados Unidos, Donald Trump
Palavras-chave Donald Trump, EUA, Casa Branca, Joe Biden, política, Estados Unidos
Fonte:
DW
In:
https://www.dw.com/pt-br/trump-autoriza-transi%C3%A7%C3%A3o-de-governo-nos-eua/a-55706030
Trump pede que
chefe de órgão responsável por transição com Biden faça os 'protocolos
iniciais'
Emily Murphy,
chefe da Administração de Serviços Gerais, enviou carta à equipe do democrata
para 'disponibilizar recursos e serviços' relacionados ao processo.
Por G1
23/11/2020
20h36 Atualizado há 13 horas
00:00/03:23
Donald Trump
acende luz verde para o início da transição de poder para Joe Biden
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos,
disse pela primeira vez em sua conta no Twitter que recomenda que seja
"feito o que precisa ser feito" em relação "aos protocolos
iniciais" da transição para o governo de Joe Biden.
Nesta segunda-feira (23), de acordo
com a publicação de Trump, a agência federal americana responsável pela
transição informou em uma carta à equipe de Joe Biden, presidente eleito, que
poderia iniciar formalmente a transição de governos.
·
I want to thank
Emily Murphy at GSA for her steadfast dedication and loyalty to our Country.
She has been harassed, threatened, and abused – and I do not want to see this
happen to her, her family, or employees of GSA. Our case STRONGLY continues, we
will keep up the good...
48,1 mil
64,6 mil
297,8 mil
·
...fight, and I
believe we will prevail! Nevertheless, in the best interest of our Country, I
am recommending that Emily and her team do what needs to be done with regard to
initial protocols, and have told my team to do the same.
"Eu levo esta função a sério e,
por causa das questões recentes envolvendo desafios legais e certificações de
resultados eleitorais, estou enviando esta carta hoje para disponibilizar esses
recursos e serviços a vocês", escreveu Emily Murphy, chefe da
Administração de Serviços Gerais (GSA, sigla em inglês).
Eleições nos EUA: as origens
da estratégia de Trump de alegar fraude
Michigan certifica vitória de
Joe Biden no estado
Biden deve nomear Antony
Blinken como secretário de Estado, diz imprensa americana
Mesmo com a
sinalização para o início de uma transição entre governos, Trump não
reconheceu a vitória de Joe Biden. Há mais de duas semanas, quando
foram divulgadas as projeções de vitória para o democrata, o presidente republicano
questiona a contagem dos votos e nega que tenha perdido as eleições
presidenciais, além de dificultar os protocolos para a transferência de cargo.
O tuíte de Trump sobre a transição foi
publicado no mesmo dia em que o presidente sofreu mais uma derrota em sua
tentativa de reverter o resultado das urnas.
Nesta quinta-feira, Michigan certificou que Biden
foi o vencedor naquele estado.
O Comitê Nacional Republicano e o Partido Republicano de Michigan tinham pedido
que a certificação fosse adiada para permitir uma auditoria das cédulas do
condado de Wayne, que inclui a cidade de maioria negra Detroit.
A campanha de Trump chegou, inclusive,
a tentar parar a contagem de votos em Michigan, mas desistiu da ação na semana
passada.
Enquanto isso, a equipe de transição
de Joe Biden informou que as primeiras medidas adotadas no novo governo estarão
relacionadas às respostas à pandemia da Covid-19 e às questões de segurança
nacional americanas.
Após a divulgação da autorização, o
diretor da equipe de transição de Biden, Yohannes Abraham, emitiu um
comunicado, no qual diz que a administração da GSA reconhece Joe Biden e Kamala
Harris como aparentes vencedores da eleição, fornecendo à próxima administração
"recursos e apoio necessários para uma transição de poder suave e
pacífica".
"A decisão de hoje é um passo
necessário para começar a encarar os desafios que nosso país enfrenta,
incluindo manter a pandemia sob controle e trazer nossa economia de volta aos
trilhos", diz ainda o texto.
VÍDEOS: Eleições
nos EUA 2020
GENERAL SERVICES
ADMINISTRATION
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Excellence in the Business of Government
GSA provides workplaces by constructing,
managing, and preserving government buildings and by leasing
and managing commercial real estate. ... GSA also
promotes management best practices and efficient government operations
through the development of governmentwide policies.
Abertura ‘lenta,
gradual e segura’ na República Federativa do Brasil
Abertura Política
Por Michelle Viviane Godinho
Corrêa
Mestre em
Educação (UFMG, 2012)
Especialista em História e Culturas Políticas (UFMG, 2008)
Graduada em História (PUC-MG, 2007)
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áudio.
Sempre
abrir.
A Abertura Política foi
o nome dado a uma série de ações cujo objetivo era realizar uma transição
lenta, gradual e segura para a democracia nos
últimos dois mandatos do regime militar no Brasil.
Entre os anos de 1964 e 1974 o regime
militar esteve na mão de três generais e viveu seu período de maior
endurecimento. A partir da edição de uma série de Atos Institucionais, Castelo Branco, Costa e Silva e Médici promoveram o combate aos partidos,
militantes e organizações de esquerda através da censura, da perseguição política e até mesmo da tortura e da execução.
Devido ao prolongamento daquilo que deveria ter sido uma rápida intervenção do
Exército e tornou-se uma longa ditadura, diversos movimentos de resistência
surgiram em busca do retorno à democracia no país. O embate entre governo e
oposição durante esses anos foi marcado por diversos episódios, tais como as
greves de Contagem e Osasco, as manifestações da União dos Estudantes (UNE) e a
atuação de diferentes grupos de guerrilha urbana (como a Aliança Nacional Libertadora
- ANL) e rural (como a Vanguarda Popular
Revolucionária - VPR), sem contar com
a participação de expressiva ala da Igreja Católica.
Após esse período e em contexto de
coexistência pacífica, os Estados Unidos da América passaram a defender a
abertura política das ditaduras latino-americanas – algumas que governos
anteriores norte-americanos haviam apoiado, como a brasileira.
Abertura lenta,
gradual e segura
O slogan que marcou a abertura
política foi cunhado durante o governo Geisel, que pretendia realizar o processo de retorno
à democracia de forma "lenta, gradual e segura". Lenta porque não
havia consenso nas Forças Armadas quanto à abertura política. A ala mais
radical da linha-dura demonstrou por diversas vezes que não concordava com o
processo e atentados terroristas contra instituições e militantes de esquerda
demonstram a dificuldade desse grupo em lidar com o processo de abertura. A
mais marcante dentre as ações de resistência da linha-dura foi o atentado ao Riocentro, em 1981, sobre o qual os militares tentaram,
de forma frustrada, colocar a culpa em militantes de esquerda. Gradual porque,
como demonstrou o Pacote de Abril, não era ainda hora dos militares abrirem mão
das eleições indiretas para prefeitos, governadores e para o presidente da
república. Nossa democracia era parcial e somente seria plena após a Constituição de 1988. Segura porque procurou garantir o controle
do crescimento da esquerda no poder, evitando que o processo de transição
permitisse a eclosão de uma revolução como se havia visto em Cuba e China. Além
disso, trataram de dificultar a veiculação das propostas dos candidatos da
oposição através da Lei Falcão.
O retorno à democracia deveria garantir também a isenção dos militares de seus
crimes praticados durante o regime, o que foi feito através da Lei de Anistia, aprovada no Governo de João Figueiredo e que, ao anistiar os condenados por
crimes políticos, também anistiou os militares e agentes que operaram de forma
ilegal durante a ditadura.
Em meio a avanços e retrocessos, o
retorno ao pluripartidarismo e a campanha pelas “Diretas Já”
foram avanços. Ainda que tenha sido aprovado com o objetivo de dividir a
esquerda, o pluripartidarismo é um aspecto fundamental em uma democracia, pois
permite aos diferentes grupos a possibilidade de representação política. A
campanha pelas “Diretas Já”, por outro lado, provocou o engajamento político
desses grupos em torno de um ideal comum, o retorno pleno à democracia, o que
somente aconteceria a partir do voto direto para presidente da República. Outro
avanço realizado no período foi a revogação do AI-5 pelo presidente Geisel.
A eleição de Tancredo Neves encerrou essa transição como desejavam
os militares, afinal, foi realizada de forma indireta e por um candidato que
tinha aceitação entre parte da bancada do governo. Apesar de Tancredo Neves não
chegar a assumir o poder, o governo seguinte demonstrou que a transição
conforme o plano dos militares foi realizada com êxito, pois apenas em 2003 um
candidato de esquerda foi eleito para a Presidência da República.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/abertura-politica/
Arquivado em: Brasil Republicano, Ditadura Militar
Fonte:
InfoEscola
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In:
https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/abertura-politica/
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