terça-feira, 24 de novembro de 2020

Transição 'suave e pacífica' nos EUA

 

Trump autoriza transição de governo nos EUA

Após agência governamental certificar vitória de Biden, presidente orienta governo a cooperar com equipe de transição democrata, mas se recusa a reconhecer derrota e diz que batalha legal contra resultado continuará.




 

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

"Manteremos a boa luta, e eu acredito que venceremos", disse Trump nesta segunda

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou nesta segunda-feira (23/11) que seu governo comece a cooperar com a equipe de transição do presidente eleito, Joe Biden, embora continue se recusando a reconhecer a derrota nas eleições de 3 de novembro.

O republicano informou a medida pelo Twitter, logo após a Administração de Serviços Gerais (GSA, na sigla em inglês), agência governamental americana, confirmar Biden como o "aparente vencedor" do pleito presidencial, abrindo caminho para o início da transição na Casa Branca.

A GSA é responsável por garantir o funcionamento básico das demais agências federais, e sua declaração nesta segunda-feira permite que Biden passe a coordenar com essas agências seus planos para assumir a presidência em 20 de janeiro, o que vinha sendo bloqueado pelo atual governo.

A certificação da vitória democrata foi decidida pela chefe da GSA, Emily Murphy, após os esforços de Trump para subverter a votação terem fracassado em estados-chave do país. Em sua declaração, Murphy menciona "desenvolvimentos recentes envolvendo contestações legais e certificações de resultados eleitorais".

O estado de Michigan foi o último a confirmar a vitória do candidato democrata nesta segunda-feira. No sábado, um juiz federal na Pensilvânia rejeitou uma ação da campanha de Trump para anular milhões de votos enviados pelo correio no estado americano – uma decisão que marcou mais um duro golpe nas diversas tentativas do presidente de reverter sua derrota na eleição.

No Twitter, Trump deu a entender que Murphy reconheceu a vitória de Biden após ser "acossada, ameaçada e alvo de abusos", mas não apresentou evidências das acusações. Ele também deixou claro que seus esforços para reverter o resultado do pleito continuam: "Manteremos a boa luta, e eu acredito que venceremos."

"No entanto, no melhor interesse do nosso país, estou recomendando que Emily [Murphy] e sua equipe façam o que for necessário em relação aos protocolos iniciais [de transição], e disse à minha equipe para fazer o mesmo", concluiu o presidente.

A decisão – que ocorre 16 dias após Biden ser declarado vencedor pelas projeções da imprensa americana – abre caminho para que o democrata tenha acesso às agências e fundos federais, de modo a começar a constituir formalmente a administração que vai governar o país durante os próximos quatro anos e cuja tomada de posse está agendada para 20 de janeiro.

Mais cedo nesta segunda-feira, a equipe de transição de Biden anunciou alguns dos principais nomes do futuro governo democrata, entre eles o experiente assessor de política externa Antony Blinken como secretários de Estado. Já John Kerry, ex-secretário de Estado do governo Barack Obama, foi indicado como enviado especial para o clima.

O advogado nascido em Cuba Alejandro Mayorkas será o primeiro latino a chefiar o Departamento de Segurança Interna, que supervisiona a imigração. E Avril Haines, ex-vice-diretora da CIA, será a primeira mulher a ocupar o cargo de diretora de inteligência nacional.

O presidente eleito também indicou a diplomata de longa data Linda Thomas-Greenfield como embaixadora americana nas Nações Unidas, que tem status de membro do gabinete. Jake Sullivan, que foi assessor de segurança de Biden quando ele era vice-presidente de Obama, foi escolhido como conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca.

 

EK/ap/dpa/rtr/lusa/efe




 

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Ilustração mostra homem regendo um grupo de pessoas

QUE PODERES TEM O PRESIDENTE AMERICANO?

O que diz a Constituição

O presidente dos EUA é eleito por quatro anos, com direito a uma reeleição. Ele é, ao mesmo tempo, chefe de Estado e de governo. Cerca de quatro milhões de pessoas trabalham no Executivo americano, incluindo as Forças Armadas. É tarefa do presidente implementar as leis aprovadas pelo Congresso. Como o mais alto diplomata, ele pode receber embaixadores − e assim reconhecer outros Estados.

 

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Data 24.11.2020

Assuntos relacionados Estados UnidosDonald Trump

Palavras-chave Donald TrumpEUACasa BrancaJoe BidenpolíticaEstados Unidos

 

Fonte:

DW

In:

https://www.dw.com/pt-br/trump-autoriza-transi%C3%A7%C3%A3o-de-governo-nos-eua/a-55706030

 

Trump pede que chefe de órgão responsável por transição com Biden faça os 'protocolos iniciais'

Emily Murphy, chefe da Administração de Serviços Gerais, enviou carta à equipe do democrata para 'disponibilizar recursos e serviços' relacionados ao processo.

Por G1

23/11/2020 20h36  Atualizado há 13 horas

 

 

 

    


Donald Trump acende luz verde para o início da transição de poder para Joe Biden

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Donald Trump acende luz verde para o início da transição de poder para Joe Biden

 

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, disse pela primeira vez em sua conta no Twitter que recomenda que seja "feito o que precisa ser feito" em relação "aos protocolos iniciais" da transição para o governo de Joe Biden.

 

Nesta segunda-feira (23), de acordo com a publicação de Trump, a agência federal americana responsável pela transição informou em uma carta à equipe de Joe Biden, presidente eleito, que poderia iniciar formalmente a transição de governos.

 



 

Donald J. Trump

@realDonaldTrump

 

·

23 h

I want to thank Emily Murphy at GSA for her steadfast dedication and loyalty to our Country. She has been harassed, threatened, and abused – and I do not want to see this happen to her, her family, or employees of GSA. Our case STRONGLY continues, we will keep up the good...

48,1 mil

64,6 mil

297,8 mil

 

Donald J. Trump

@realDonaldTrump

 

·

23 h

...fight, and I believe we will prevail! Nevertheless, in the best interest of our Country, I am recommending that Emily and her team do what needs to be done with regard to initial protocols, and have told my team to do the same.

 

 

"Eu levo esta função a sério e, por causa das questões recentes envolvendo desafios legais e certificações de resultados eleitorais, estou enviando esta carta hoje para disponibilizar esses recursos e serviços a vocês", escreveu Emily Murphy, chefe da Administração de Serviços Gerais (GSA, sigla em inglês).

 

Eleições nos EUA: as origens da estratégia de Trump de alegar fraude

Michigan certifica vitória de Joe Biden no estado

Biden deve nomear Antony Blinken como secretário de Estado, diz imprensa americana

 

Mesmo com a sinalização para o início de uma transição entre governos, Trump não reconheceu a vitória de Joe Biden. Há mais de duas semanas, quando foram divulgadas as projeções de vitória para o democrata, o presidente republicano questiona a contagem dos votos e nega que tenha perdido as eleições presidenciais, além de dificultar os protocolos para a transferência de cargo.

 

O tuíte de Trump sobre a transição foi publicado no mesmo dia em que o presidente sofreu mais uma derrota em sua tentativa de reverter o resultado das urnas.

 

Nesta quinta-feira, Michigan certificou que Biden foi o vencedor naquele estado. O Comitê Nacional Republicano e o Partido Republicano de Michigan tinham pedido que a certificação fosse adiada para permitir uma auditoria das cédulas do condado de Wayne, que inclui a cidade de maioria negra Detroit.

 

A campanha de Trump chegou, inclusive, a tentar parar a contagem de votos em Michigan, mas desistiu da ação na semana passada.

 

Transição 'suave e pacífica'

 

Enquanto isso, a equipe de transição de Joe Biden informou que as primeiras medidas adotadas no novo governo estarão relacionadas às respostas à pandemia da Covid-19 e às questões de segurança nacional americanas.

 

Após a divulgação da autorização, o diretor da equipe de transição de Biden, Yohannes Abraham, emitiu um comunicado, no qual diz que a administração da GSA reconhece Joe Biden e Kamala Harris como aparentes vencedores da eleição, fornecendo à próxima administração "recursos e apoio necessários para uma transição de poder suave e pacífica".

 

"A decisão de hoje é um passo necessário para começar a encarar os desafios que nosso país enfrenta, incluindo manter a pandemia sob controle e trazer nossa economia de volta aos trilhos", diz ainda o texto.

 

VÍDEOS: Eleições nos EUA 2020

 

DONALD TRUMP

 

ESTADOS UNIDOS

 

JOE BIDEN

 

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/11/23/trump-pede-que-chefe-de-orgao-responsavel-por-transicao-com-biden-faca-os-protocolos-iniciais.ghtml

 

 

 

 

GENERAL SERVICES ADMINISTRATION




 

https://www.gsa.gov/cdnstatic/TabFeature_AboutUs.jpg

 

Excellence in the Business of Government

GSA provides workplaces by constructing, managing, and preserving government buildings and by leasing and managing commercial real estate. ... GSA also promotes management best practices and efficient government operations through the development of governmentwide policies.



https://www.gsa.gov/about-us

 

 

 

 

Abertura ‘lenta, gradual e segura’ na República Federativa do Brasil

 

 

 

 

Abertura Política

Por Michelle Viviane Godinho Corrêa

Mestre em Educação (UFMG, 2012)
Especialista em História e Culturas Políticas (UFMG, 2008)
Graduada em História (PUC-MG, 2007)

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Abertura Política foi o nome dado a uma série de ações cujo objetivo era realizar uma transição lenta, gradual e segura para a democracia nos últimos dois mandatos do regime militar no Brasil.

 

Entre os anos de 1964 e 1974 o regime militar esteve na mão de três generais e viveu seu período de maior endurecimento. A partir da edição de uma série de Atos InstitucionaisCastelo BrancoCosta e Silva e Médici promoveram o combate aos partidos, militantes e organizações de esquerda através da censura, da perseguição política e até mesmo da tortura e da execução. Devido ao prolongamento daquilo que deveria ter sido uma rápida intervenção do Exército e tornou-se uma longa ditadura, diversos movimentos de resistência surgiram em busca do retorno à democracia no país. O embate entre governo e oposição durante esses anos foi marcado por diversos episódios, tais como as greves de Contagem e Osasco, as manifestações da União dos Estudantes (UNE) e a atuação de diferentes grupos de guerrilha urbana (como a Aliança Nacional Libertadora - ANL) e rural (como a Vanguarda Popular Revolucionária - VPR), sem contar com a participação de expressiva ala da Igreja Católica.

 

Após esse período e em contexto de coexistência pacífica, os Estados Unidos da América passaram a defender a abertura política das ditaduras latino-americanas – algumas que governos anteriores norte-americanos haviam apoiado, como a brasileira.

 

Abertura lenta, gradual e segura

 

O slogan que marcou a abertura política foi cunhado durante o governo Geisel, que pretendia realizar o processo de retorno à democracia de forma "lenta, gradual e segura". Lenta porque não havia consenso nas Forças Armadas quanto à abertura política. A ala mais radical da linha-dura demonstrou por diversas vezes que não concordava com o processo e atentados terroristas contra instituições e militantes de esquerda demonstram a dificuldade desse grupo em lidar com o processo de abertura. A mais marcante dentre as ações de resistência da linha-dura foi o atentado ao Riocentro, em 1981, sobre o qual os militares tentaram, de forma frustrada, colocar a culpa em militantes de esquerda. Gradual porque, como demonstrou o Pacote de Abril, não era ainda hora dos militares abrirem mão das eleições indiretas para prefeitos, governadores e para o presidente da república. Nossa democracia era parcial e somente seria plena após a Constituição de 1988. Segura porque procurou garantir o controle do crescimento da esquerda no poder, evitando que o processo de transição permitisse a eclosão de uma revolução como se havia visto em Cuba e China. Além disso, trataram de dificultar a veiculação das propostas dos candidatos da oposição através da Lei Falcão. O retorno à democracia deveria garantir também a isenção dos militares de seus crimes praticados durante o regime, o que foi feito através da Lei de Anistia, aprovada no Governo de João Figueiredo e que, ao anistiar os condenados por crimes políticos, também anistiou os militares e agentes que operaram de forma ilegal durante a ditadura.

 

Em meio a avanços e retrocessos, o retorno ao pluripartidarismo e a campanha pelas “Diretas Já” foram avanços. Ainda que tenha sido aprovado com o objetivo de dividir a esquerda, o pluripartidarismo é um aspecto fundamental em uma democracia, pois permite aos diferentes grupos a possibilidade de representação política. A campanha pelas “Diretas Já”, por outro lado, provocou o engajamento político desses grupos em torno de um ideal comum, o retorno pleno à democracia, o que somente aconteceria a partir do voto direto para presidente da República. Outro avanço realizado no período foi a revogação do AI-5 pelo presidente Geisel.

 

A eleição de Tancredo Neves encerrou essa transição como desejavam os militares, afinal, foi realizada de forma indireta e por um candidato que tinha aceitação entre parte da bancada do governo. Apesar de Tancredo Neves não chegar a assumir o poder, o governo seguinte demonstrou que a transição conforme o plano dos militares foi realizada com êxito, pois apenas em 2003 um candidato de esquerda foi eleito para a Presidência da República.

 

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/abertura-politica/

Arquivado em: Brasil RepublicanoDitadura Militar

Fonte:

InfoEscola

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In:

https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/abertura-politica/

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