Nesta semana, após o presidente Jair Bolsonaro
defender uso de 'pólvora' para defender a Amazônia, o comandante do Exército,
Edson Pujol, fez discursos ressaltando que as forças servem ao país e não ao
governo da vez.
Por G1 — Brasília
14/11/2020 12h38 Atualizado há uma hora
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Ministério
da Defesa e comandantes das Forças Armadas divulgam nota
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e os comandantes das três
Forças, general Edson Pujol (Exército), almirante Ilques Barbosa (Marinha) e o
tenente brigadeiro do ar Antonio Carlos Moretti (Aeronáutica), assinaram uma
nota conjunta em que afirmam a separação entre as Forças Armadas e a política.
A nota foi divulgada neste sábado (14). Veja a íntegra ao final desta
reportagem.
Nesta semana, após o
presidente Jair Bolsonaro defender o uso de
"pólvora" para defender a Amazônia, Pujol fez dois
discursos em eventos públicos ressaltando que o Exército é uma instituição do
Estado brasileiro e não de governos. Pujol também disse que os militares não
querem se envolver com a política nem querem que ela entre nos quartéis.
De acordo com o blog do Gerson Camarotti, as falas de Pujol foram vistas
por generais como uma manifestação de um sentimento da categoria, que anda
incomodada com o que considera tentativas de Bolsonaro de politizar as Forças.
A nota divulgada neste sábado diz
que a separação entre políticas e as forças militares é um princípio
constitucional que "não destoa" do entendimento do governo e do
próprio presidente Bolsonaro.
"A característica
fundamental das Forças Armadas como instituições de Estado, permanentes e
necessariamente apartadas da política partidária, conforme ressaltado
recentemente por chefes militares, durante seminários programados, é prevista
em texto constitucional e em nada destoa do entendimento do Governo e do
Presidente da República", afirma o texto.
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Comandante
do Exército afirma que militares não querem se envolver em política
Íntegra
Veja a nota completa assinada
pelo ministro da Defesa e pelos comandantes militares:
NOTA OFICIAL
A respeito de recentes publicações e
especulações envolvendo o Governo e as Forças Armadas, o Ministro de Estado da
Defesa e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica esclarecem
que:
- A característica fundamental das
Forças Armadas como instituições de Estado, permanentes e necessariamente
apartadas da política partidária, conforme ressaltado recentemente por chefes
militares, durante seminários programados, é prevista em texto constitucional e
em nada destoa do entendimento do Governo e do Presidente da República;
- O Presidente da República, como
Comandante Supremo, tem demonstrado, por meio de decisões, declarações e
presença junto às tropas, apreço pelas Forças Armadas, ao que tem sido
correspondido;
- O único representante político das
Forças Armadas, como integrante do Governo, é o Ministro da Defesa;
- Os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica, quando se manifestam, sempre falam em termos institucionais,
sobre as atividades e as necessidades de preparo e emprego das suas Forças, que
estão voltadas exclusivamente para as missões definidas pela Constituição
Federal e Leis Complementares;
- As Forças Armadas direcionam todos os
seus esforços exclusivamente para o cumprimento de suas missões, estando
presentes em todo o País. Atualmente, atuam no combate ao novo coronavírus
(Operação Covid-19), inclusive com apoio às comunidades indígenas; no combate
aos crimes ambientais, ao desmatamento e às queimadas na Amazônia (Operação
Verde Brasil 2); no acolhimento e interiorização de refugiados da crise na
Venezuela (Operação Acolhida); no combate aos crimes transnacionais (Operação
Ágata); no apoio às eleições 2020 (logística e garantia da votação e apuração);
no apoio à população do Amapá, em função da recente crise gerada por falta de
energia elétrica; em ações humanitárias e sociais, como a Operação Carro-Pipa
(que leva água a milhões de pessoas atingidas pela seca), o atendimento médico
hospitalar às populações ribeirinhas e o transporte de órgãos para
transplantes; além de inúmeras outras atividades, destacando, ainda, a
essencial e diuturna proteção das fronteiras marítima, terrestre e aérea, que
asseguram nossa Soberania e Desenvolvimento Nacional. Por fim, um País forte
requer instituições sólidas e transparentes.
Tratar com franqueza os assuntos da
Defesa, além de proporcionar o fortalecimento das instituições, contribui para
o propósito de alçarmos o Brasil a níveis adequados de desenvolvimento e segurança.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/11/14/ministro-da-defesa-e-comandantes-militares-assinam-nota-em-que-afirmam-a-separacao-entre-politica-e-forcas-armadas.ghtml
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