segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Cacá Diegues - Gracias a la pelota

 

Maradona foi um permanente inquisidor da alma humana. Quase diria que se sacrificou por nós, latino-americanos

 

Nunca entenderemos tudo o que se passa no mundo.

 

 

Às vezes, temos necessidade de um choque radical para compreender melhor o que já estava diante de nossos olhos. Como o papel civilizatório de Diego Armando Maradona. Além do craque de bola que ele foi, a base moral de seu comportamento no mundo, Maradona foi um permanente inquisidor da alma humana. Quase diria que se sacrificou por nós, latino-americanos, devedores de tantos poderosos que sempre admiramos pelo mundo afora.

Não é que Maradona não desejasse ser conquistado, como o foi tantas vezes, como todos nós. Mas ele queria entender o mundo à sua volta e, para isso, precisava saber por que os homens poderosos amavam e eram amados pelo povo que cultivava Maradona. Nosso herói não era de esquerda, de centro ou de direita; mas se interessava pelas pessoas que professavam tais ideias. Não pelas ideias, mas pelo povo que elas conquistavam, do qual se aproximavam.

Se procurarmos na vasta coleção audiovisual em que o registramos, vamos encontrar cenas em que Maradona se declara a Fidel, de quem tinha uma tatuagem na perna esquerda, justamente a perna genial. Ou confissões de amor a dirigentes políticos como Carlos Menem, um neoliberal populista e popular, a quem ajudou a se eleger presidente da Argentina. E ainda oferecendo ao general Videla, comandante da ditadura mais sangrenta na história de seu país, o título mundial conquistado em Tóquio pela seleção juvenil.

A televisão argentina não se cansava de mostrar Maradona a cantar hinos peronistas, a defender os Kirchners, a se deixar usar pela máfia italiana quando jogava pelo Napoli, a fazer oposição contundente a Macri, a dedicar sua autobiografia ao xeque Mohammed bin Rashid al-Maktoum, cruel ditador árabe, a quem agradecia por “brindá-lo com seu apoio”. Maradona beijava o desconhecido, como beijou o Papa Francisco na bochecha, quando o conheceu, e o atacante Caniggia na boca mesmo, quando este fez, de uma assistência sua, o gol que desclassificou o Brasil na Copa de 1990.

Segundo Tostão, grande cronista de futebol, “Maradona era o maior craque do mundo numa época em que a ciência esportiva tentava fazer do futebol um jogo essencialmente científico, programado e previsível. Ele, com seu show de habilidades, inventividade, imprevisibilidade e efeitos especiais, foi uma resistência ao futebol pragmático”. Podemos dizer a mesma coisa de sua vida pessoal. Quando ele se junta a líderes formados por diferentes ideologias, não está aderindo às ideologias dos políticos. Nunca o vimos comentar, criticar ou elogiar essas ideologias. “Não sou comunista”, disse ele uma vez. “Mas tenho orgulho de ser amigo de Fidel.”

Por meio de seus amigos, de direita, de centro ou de esquerda, por meio da Camorra ou da Igreja, Maradona se aproximou sempre de quem o povo admirava ou simplesmente amava de algum modo, por alguma razão. A única vez em que respondeu à pergunta de repórter sobre as consequências de sua morte, ele disse que queria apenas que em sua lápide estivesse escrito: “Gracias a la pelota”.

Acho que o que ele queria mesmo era entender, por meio de quem o povo amava, o povo que o fez tão grande. Ele se manifestava pela sua genialidade no futebol, o que o aproximava de todos, do “pibe” do Boca aos senhores do mundo. Mas ele queria entender o que era a Humanidade, e essa curiosidade talvez o tenha matado. Nunca entenderemos tudo o que se passa no mundo.

Maradona deixa como legado maior de sua vida e obra os dois gols que fez em 1986, no México, contra a Inglaterra, se tornando pela primeira e única vez campeão mundial de futebol. O primeiro gol, ele fez com a mão esquerda (“la mano de Dios”), falta que só o juiz encantado por ele não viu. No segundo, que consagrou a Argentina campeã do mundo, gol classificado pela Fifa como o mais bonito de todas as Copas, ele driblou o meio de campo e a defesa inteira da Inglaterra, numa inacreditável linha quase reta. É como se estivéssemos recebendo de presente as duas mensagens geniais de Maradona: o politico hábil e o mito divino do futebol. O diabo e deus na terra do sol.

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Fonte:

- O Globo

In:

https://gilvanmelo.blogspot.com/2020/11/caca-diegues-gracias-la-pelota.html

 

 

 

 

Dico é um filho exemplar, Pelé é uma dádiva de Deus – Dona Celeste

In:

https://www.santosfc.com.br/as-frases-dos-suditos-do-rei/

 

Filho do poeta argentino Manuel Graña Etcheverry, Pedro nasceu em Buenos Aires e veio morar no Brasil em 1980.
Um ano antes, serviu o Exército argentino no quartel de
La Tablada, junto com Diego Maradona, que já jogava pelo Argentinos Juniors. “O comandante era sócio do time
e sempre liberava o Maradona. Ele foi ao quartel umas
três vezes, mas juramos a bandeira argentina lado a
lado”, conta o cenógrafo.

In:

https://www.terra.com.br/istoegente/171/reportagens/pedro_drummond.htm

 

Carlos Drummond de Andrade uma vez definiu Garrincha desta forma:

Se há um deus que regula o futebol, esse deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios. Mas, como é também um deus cruel, tirou do estonteante Garrincha a faculdade de perceber sua condição de agente divino. Foi um pobre e pequeno mortal que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas. O pior é que as tristezas voltam, e não há outro Garrincha disponível. Precisa-se de um novo, que nos alimente o sonho8.

 

[...]

In:

https://mundovelhomundonovo.blogspot.com/2020/11/tratos-bola.html

 

 

Redação PragmatismoEditor(a)

ESQUERDA25/NOV/2020 ÀS 18:57COMENTÁRIOS

 

 

 

Texto de Eduardo Galeano sobre Maradona viraliza nas redes

 

 



 

Diego Armando Maradona em homenagem recebida na Índia em 2008 (Imagem: AFP)


 

 

"O mais humano dos deuses". Texto do escritor Eduardo Galeano sobre Maradona viraliza nas redes após morte do ídolo argentino

Diego Armando Maradona, o indomável jogador de 1,65 metro, famoso por suas jogadas dentro de campo e suas declarações fora, morreu por volta do meio-dia desta quarta-feira (25), apenas 25 dias depois de completar 60 anos.

Maradona sofreu com as drogas, passou por internações, tornou-se nome de igreja na Argentina, arrastou séquitos e desafetos, com genialidade e irresponsabilidade.

Na politica, não hesitou em dar apoio a quem quis. Assim, foi abraçar Fidel Castro e defender Hugo Chávez. Da mesma forma, prestou solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em sua obra Fechado por Motivo de Futebol, o escritor uruguaio Eduardo Galeano definiu Maradona como “o mais humano dos deuses”, uma “síntese ambulante das fraquezas humanas, ou ao menos masculinas”.

O texto de Eduardo Galeano viralizou no Brasil e em outros países da América Latina após a morte de Maradona. Confira abaixo:

(Por Eduardo Galeano)

“Nenhum jogador consagrado tinha denunciado sem papas na língua os amos do negócio do futebol. Foi o esportista mais famoso e popular de todos os tempos quem rompeu barreiras na defesa dos jogadores que não eram famosos nem populares.

Esse ídolo generoso e solidário tinha sido capaz de cometer, em apenas cinco minutos os dois gols mais contraditórios de toda a história do futebol. Seus devotos o veneravam pelos dois: não apenas era digno de admiração o gol do artista, bordado pelas diabruras de suas pernas, como também, e talvez mais, o gol do ladrão, que sua mão roubou.

Diego Armando Maradona foi adorado não apenas por causa de seus prodigiosos malabarismos, mas também porque era um deus sujo, pecador, o mais humano dos deuses. Qualquer um podia reconhecer nele uma síntese ambulante das fraquezas humanas: mulherengo, beberrão, comilão, malandro, mentiroso, fanfarrão, irresponsável.

Mas os deuses não se aposentam, por mais humanos que sejam.

Ele jamais conseguiu voltar para a anônima multidão de onde vinha.

A fama, que o havia salvo da miséria, tornou-o prisioneiro.

Maradona foi condenado a se achar Maradona e obrigado a ser a estrela de cada festa, o bebê de cada batismo, o morto de cada velório.

Mais devastadora que a cocaína foi a sucessoína. As análises, de urina ou de sangue, não detectam essa droga.”

Fonte:

Redação Pragmatiso

https://www.pragmatismopolitico.com.br/2020/11/texto-de-eduardo-galeano-sobre-maradona-viraliza-nas-redes.html

 

 

 

 

Carlos Drummond de Andrade, “Quando É Dia de Futebol”

Atualizado em 24 de fevereiro de 2014

“O difícil, o extraordinário, não é fazer mil gols, como Pelé. É fazer um gol como Pelé”.

Carlos Drummond de Andrade, em “Pelé 1.000”, Jornal do Brasil, 28/10/1969

 



companhiadasletras.com.br/

 

Craques nascidos em outubro  – Garrincha, Pelé e Maradona – são personagens do livro Quando É Dia de Futebol , que reúne poemas, crônicas e até cartas em que o poeta mineiro fala do “esporte bretão” – e agora é relançado pela Companhia das Letras, depois de um tempo fora de catálogo. O livro foi organizado por netos de CDA, Luis Mauricio e Pedro Augusto Graña Drummond. Eles vasculharam os arquivos do avô e bibliotecas para compilar os textos, que revelam um poeta bastante inteirado sobre o dia a dia do futebol. Drummond também era um torcedor apaixonado.
Escolheu o Vasco, porque foi o primeiro grande clube carioca a contratar jogadores negros.  Há textos sobre as Copas de 54, 58, 62, 66 (publicadas no Correio da Manhã). 70, 74, 78, 82 e 86 (publicadas no Jornal do Brasil). Garrincha e Pelé ganham capítulos especiais. 

 



Capa da edição lançada pela editora Record, em 2002

https://futpopclube.com/2010/10/29/quando-e-dia-de-futebol/

 

domingo, 29 de novembro de 2020

Rosa da Fonseca:

 Escola e Comenda de Marechal


Ao receber a comunicação da morte do terceiro filho, teria dito: “Sei o que houve. Talvez até Deodoro esteja morto, mas hoje é dia de gala pela vitória; amanhã, chorarei a morte deles”. Festejava a vitória das armas brasileiras em Itororó.

 

 

“Eu fui no Itororó/ Beber água e não achei/ Ver Moreno e Caballero,/ Já fui, já vi, já cheguei”.

Moreno e Caballero eram, segundo a História, generais das tropas paraguaias.

 


Rosa Maria Paulina da Fonseca

 

 

 

 

 

ELEIÇÕES 2020 NO RIO DE JANEIRO

Bolsonaro vota em escola na Zona Oeste do Rio

Presidente chegou por volta das 10h35 na Escola Municipal Rosa da Fonseca, na Vila Militar. Ao deixar a zona eleitoral, tirou a máscara para falar com eleitores e com a imprensa.

Por Cristina Boeckel, G1 Rio

29/11/2020 10h37  Atualizado há 57 minutos

    


Presidente Jair Bolsonaro vota no Rio

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Presidente Jair Bolsonaro vota no Rio

 

 

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) votou na Escola Municipal Rosa da Fonseca, na Vila Militar, em Deodoro, na Zona Oeste do Rio. Ele chegou por volta das 10h35 deste domingo (29) ao local.

Ele estava acompanhado por uma comitiva e usava máscara, como determinam as medidas sanitárias em vigor na capital fluminense.

Cerca de 25 apoiadores do presidente estavam no local. Após votar, o presidente tirou a máscara para falar com eleitores e com a imprensa e defendeu o voto impresso como mais seguro.

"Que nós possamos ter em 2022 um sistema seguro que possa dar garantias ao eleitor que em quem ele votou, o voto foi efetivamente para aquela pessoa. A questão do voto impresso é uma necessidade, está na boca do povo. Desde há muito eu luto no tocante a isso. E as reclamações são demais. Não adianta alguém querer bater no peito e falar que é seguro, não tem como comprovar. Estamos vendo o trabalho de hacker em tudo quanto é lugar aqui, até fora do Brasil", disse o presidente.




Presidente Jair Bolsonaro votou na Vila Militar e ao sair da zona eleitoral tirou a máscara para conversar com eleitores — Foto: Reprodução / TV Globo

Presidente Jair Bolsonaro votou na Vila Militar e ao sair da zona eleitoral tirou a máscara para conversar com eleitores — Foto: Reprodução / TV Globo

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Nestas eleições, uma análise da Polícia Federal em conjunto com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontou que um ataque hacker acessou apenas dados administrativos do tribunal. Segundo o TSE, esses ataques não afetam a votação porque as urnas não estão ligadas à internet. Portanto, os equipamentos não são vulneráveis a ataques.

No ano passado, as urnas eletrônicas foram submetidas a um grupo de peritos da Polícia Federal, que encontrou duas falhas consideradas superficiais no sistema. De acordo com o tribunal, as falhas detectadas não alteram a segurança do processo eleitoral.

suspeito pelo ataque foi preso em Portugal, neste sábado (28), em uma operação conjunta entre a Polícia Federal e a Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e Criminalidade Tecnológica da Polícia Judiciária Portuguesa. O preso é um cidadão português de 19 anos, que usaria o codinome Zambrius e comandaria um grupo intitulado Cyberteam.

Ainda de acordo com o presidente, o TSE tem obrigação de "entregar o voto impresso" em função da transparência e que pretende discutir a questão no ano que vem.

"Tenho conversado com as lideranças do Congresso e nós pretendemos, no começo do ano que vem, partir pra isso. A decisão é do Poder Executivo e do Poder Legislativo".

Eleições dos EUA

O presidente brasileiro disse ter informações de que houve fraude na eleição presidencial dos EUA, mas não deu apresentou nenhuma prova.

"Tenho as minhas fontes de informação -- não adianta falar para vocês, não vão divulgar -, que realmente teve muitas fraudes lá. Teve e isso ninguém discute. Se elas foram suficientes para definir um ou outro eu não sei. Eu tô aguardando um pouco mais",

Durante a apuração dos votos nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump, de quem Bolsonaro se considera mais próximo, chegou a declarar vitória e repetidamente denunciou eleitoral, mas não apresentou provas que fosse consideradas concretas pela Justiça.

Nesta sexta (27), uma corte federal de apelações nos Estados Unidos rejeitou o pedido dos advogados do presidente Donald Trump de bloquear a certificação da vitória de Joe Biden no estado da Pensilvânia. Neste domingo, terminou a recontagem em Wisconsin, que apenas serviu para aumentar a margem de vitória de Biden em 87 votos no estado. Foi mais uma derrota para o republicano, que tentou reverter os resultados em seis estados por meio de ações judiciais.

Já em 11 de novembro um levantamento do "New York Times" junto aos responsáveis pelas votações nos 50 estados mostrava que em nenhum deles surgiram evidências de fraudes ou outras irregularidades.

Estratégia de Trump de alegar fraude começou meses antes da eleição; entenda




Bolsonaro chega para votar na Vila Vintém — Foto: Cristina Boeckel/G1 Rio

Bolsonaro chega para votar na Vila Vintém — Foto: Cristina Boeckel/G1 Rio

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Presidente chegou acompanhado de comitiva — Foto: Cristina Boeckel/G1 Rio

Presidente chegou acompanhado de comitiva — Foto: Cristina Boeckel/G1 Rio

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Bolsonaro é cercado por apoiadores ao chegar para votar no Rio — Foto: Reprodução/TV Globo

Bolsonaro é cercado por apoiadores ao chegar para votar no Rio — Foto: Reprodução/TV Globo

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Bolsonaro chega para votar no Rio — Foto: REUTERS/Pilar Olivares

Bolsonaro defende o voto impresso — Foto: Cristina Boeckel/G1 Rio

Bolsonaro defende o voto impresso — Foto: Cristina Boeckel/G1 Rio

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Rosa da Fonseca:

 

Ao receber a comunicação da morte do terceiro filho, teria dito: “Sei o que houve. Talvez até Deodoro esteja morto, mas hoje é dia de gala pela vitória; amanhã, chorarei a morte deles”. Festejava a vitória das armas brasileiras em Itororó.

 

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“Na batalha de Tororó, quando Rosa da Fonseca recebeu a mensagem [da morte de três de seus filhos] ela disse que iria chorar a morte só amanhã, pois naquele dia ela iria comemorar a vitória da nação. Isso não são palavras de uma mãe comum, e sim de uma mãe que merece de ter o seu nome como principal medalha do povo deodorense. Nisso eu queria parabenizar o prefeito Cacau pela iniciativa”, disse o governador.

 

 

 

 

 


Rosa - Pixinguinha

https://youtu.be/1IIt1aoWQr4

 

 

https://www.youtube.com/watch?v=1IIt1aoWQr4

sábado, 28 de novembro de 2020

O Cristo operante

 

“Porque aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão, esse operou também em mim com eficácia para os gentios.”

Paulo (Gálatas, 2:8) 

 

A vaidade humana sempre guardou  a pretensão de manter o  Cristo nos círculos do sectarismo religioso, mas Jesus prossegue operando em toda parte onde medre o princípio do bem.

Dentro de todas as linhas de evolução terrestre, entre santuários e academias, movimentam­-se os adventícios inquietos, os falsos crentes e os fanáticos infelizes que acendem a fogueira da opinião e sustentam­-na. Entre eles, todavia, surgem os homens da fé viva, que se convertem nos sagrados veículos do Cristo  operante.

Simão Pedro centralizou  todos os trabalhos do Evangelho  nascente, reajustando aspirações do povo escolhido.

Paulo de Tarso foi poderoso ímã para a renovação da gentilidade.

Através de ambos expressava-­se o mesmo Mestre, com um só objetivo – o  aperfeiçoamento do homem para o Reino Divino.

É tempo de reconhecer­-se a luz dessas eternas verdades.

Jesus permanece trabalhando e sua bondade infinita se revela em todos os setores em que o amor esteja erguido à conta de supremo ideal.

Ninguém se prenda ao domínio das queixas injustas, encarando  os discípulos sinceros e devotados por detentores de privilégios divinos. Cada aprendiz se esforce por criar no coração a atmosfera propícia às manifestações do Senhor e de seus emissários.

Trabalha, estuda, serve e ajuda sempre, em busca das esferas superiores, e sentirás o Cristo operante ao teu lado, nas relações de cada dia.

 

35 O Cristo operante Pão Nosso FEB COLEÇÃO FONTE VIVA 1950 30ª edição - 4ª impressão - 8/2017

 

 

 

O duelo

11. Só é verdadeiramente grande aquele que, considerando a vida uma viagem que o há de conduzir a determinado ponto, pouco caso faz das asperezas da jornada e não deixa que seus passos se desviem do caminho reto. Com o olhar constantemente dirigido para o termo a alcançar, nada lhe importa que as urzes e os espinhos ameacem produzir-lhe arranhaduras; umas e outros lhe roçam a epiderme, sem o ferirem, nem impedirem de prosseguir na caminhada. Expor seus dias para se vingar de uma injúria é recuar diante das provações da vida, é sempre um crime aos olhos de Deus; e, se não fôsseis, como sois, iludidos pelos vossos prejuízos, tal coisa seria ridícula e uma suprema loucura aos olhos dos homens.

Há crime no homicídio em duelo; a vossa própria legislação o reconhece. Ninguém tem o direito, em caso algum, de atentar contra a vida de seu semelhante: é um crime aos olhos de Deus, que vos traçou a linha de conduta que tendes de seguir. Nisso, mais do que em qualquer outra circunstância, sois juízes em causa própria. Lembrai-vos de que somente vos será perdoado, conforme perdoardes; pelo perdão vos acercais da Divindade, pois a clemência é irmã do poder. Enquanto na Terra correr uma gota de sangue humano, vertida pela mão dos homens, o verdadeiro Reino de Deus ainda se não terá implantado aí, reino de paz e de amor, que há de banir para sempre do vosso planeta a animosidade, a discórdia, a guerra. Então, a palavra duelo somente existirá na vossa linguagem como longínqua e vaga recordação de um passado que se foi. Nenhum outro antagonismo existirá entre os homens, afora a nobre rivalidade do bem. – Adolfo, bispo de Argel. (Marmande, 1861.)

12. Em certos casos, sem dúvida, pode o duelo constituir uma prova de coragem física, de desprezo pela vida, mas também é, incontestavelmente, uma prova de covardia moral, como o suicídio. O suicida não tem coragem de enfrentar as vicissitudes da vida; o duelista não tem a de suportar as ofensas. Não vos disse o Cristo que há mais honra e valor em apresentar a face esquerda àquele que bateu na direita, do que em vingar uma injúria? Não disse Ele a Pedro, no Jardim das Oliveiras: “Mete a tua espada na bainha, porquanto aquele que matar com a espada perecerá pela espada?” Assim falando, não condenou, para sempre, o duelo? Efetivamente, meus filhos, que é essa coragem oriunda de um gênio violento, de um temperamento sanguíneo e colérico, que ruge à primeira ofensa? Onde a grandeza da alma daquele que, à menor injúria, entende que só com sangue a poderá lavar? Ah! que ele trema! No fundo da sua consciência, uma voz lhe bradará sempre: Caim! Caim! que fizeste de teu irmão? Foi-me necessário derramar sangue para salvar a minha honra, responderá ele a essa voz. Ela, porém, retrucará: Procuraste salvá-la perante os homens, por alguns instantes que te restavam de vida na Terra, e não pensaste em salvá-la perante Deus! Pobre louco! Quanto sangue exigiria de vós o Cristo, por todos os ultrajes que recebeu! Não só o feristes com os espinhos e a lança, não só o pregastes num madeiro infamante, como também o fizestes ouvir, em meio de sua agonia atroz, as zombarias que lhe prodigalizastes. Que reparação a tantos insultos vos pediu Ele? O último brado do cordeiro foi uma súplica em favor dos seus algozes! Oh! como Ele, perdoai e orai pelos que vos ofendem.

Amigos, lembrai-vos deste preceito: “Amai-vos uns aos outros” e, então, a um golpe desferido pelo ódio respondereis com um sorriso, e ao ultraje com o perdão. O mundo, sem dúvida, se levantará furioso e vos tratará de covardes; erguei bem alto a fronte e mostrai que também ela se não temeria de cingir-se de espinhos, a exemplo do Cristo, mas, que a vossa mão não quer ser cúmplice de um assassínio autorizado por falsos ares de honra, que, entretanto, não passa de orgulho e amor-próprio. Dar-se-á que, ao criar-vos, Deus vos outorgou o direito de vida e de morte, uns sobre os outros? Não, só à Natureza conferiu Ele esse direito, para se reformar e reconstruir; quanto a vós, não permite, sequer, que disponhais de vós mesmos. Como o suicida, o duelista se achará marcado com sangue, quando comparecer perante Deus, e a um e outro o Soberano Juiz reserva rudes e longos castigos. Se Ele ameaçou com a sua justiça aquele que disser raca a seu irmão, quão mais severa não será a pena que comine ao que chegar à sua presença com as mãos tintas do sangue de seu irmão! – Santo Agostinho. (Paris, 1862.)

13. O duelo, como o que outrora se denominava o juízo de Deus, é uma das instituições bárbaras que ainda regem a sociedade. Que diríeis, no entanto, se vísseis dois adversários mergulhados em água fervente ou submetidos ao contato de um ferro em brasa, para ser dirimida a contenda entre eles, reconhecendo-se estar a razão com aquele que melhor sofresse a prova? Qualificaríeis de insensatos esses costumes, não é exato? Pois o duelo é coisa pior do que tudo isso. Para o duelista destro, é um assassínio praticado a sangue-frio, com toda a premeditação que possa haver, uma vez que ele está certo da eficácia do golpe que desfechará. Para o adversário, quase certo de sucumbir em virtude de sua fraqueza e inabilidade, é um suicídio cometido com a mais fria reflexão. Sei que muitas vezes se procura evitar essa alternativa igualmente criminosa, confiando ao acaso a questão: mas não é isso voltar, sob outra forma, ao juízo de Deus, da Idade Média? E nessa época infinitamente menor era a culpa. A própria denominação de juízo de Deus indica a fé, ingênua, é verdade, porém, afinal, fé na Justiça de Deus, que não podia consentir sucumbisse um inocente, ao passo que, no duelo, tudo se confia à força bruta, de tal sorte que não raro é o ofendido que sucumbe.

Ó estúpido amor-próprio, tola vaidade e louco orgulho, quando sereis substituídos pela caridade cristã, pelo amor do próximo e pela humildade que o Cristo exemplificou e preceituou? Só quando isso se der desaparecerão esses preceitos monstruosos que ainda governam os homens, e que as leis são impotentes para reprimir, porque não basta interditar o mal e prescrever o bem; é preciso que o princípio do bem e o horror ao mal morem no coração do homem. – Um Espírito protetor. (Bordeaux, 1861.)

14. Que juízo farão de mim, costumais dizer, se eu recusar a reparação que se me exige, ou se não a reclamar de quem me ofendeu? Os loucos, como vós, os homens atrasados vos censurarão; mas os que se acham esclarecidos pelo facho do progresso intelectual e moral dirão que procedeis de acordo com a verdadeira sabedoria. Refleti um pouco. Por motivo de uma palavra dita às vezes impensadamente, ou inofensiva, vinda de um dos vossos irmãos, o vosso orgulho se sente ferido, respondeis de modo acre e daí uma provocação. Antes que chegue o momento decisivo, inquiris de vós mesmos se procedeis como cristãos? Que contas ficareis devendo à sociedade, por a privardes de um de seus membros? Pensastes no remorso que vos assaltará, por haverdes roubado a uma mulher o marido, a uma mãe o filho, ao filho o pai que lhe servia de amparo? Certamente, o autor da ofensa deve uma reparação; porém, não lhe será mais honroso dá-la espontaneamente, reconhecendo suas faltas, do que expor a vida daquele que tem o direito de se queixar? Quanto ao ofendido, convenho em que, algumas vezes, por ele achar-se gravemente ferido, ou em sua pessoa, ou nas dos que lhe são mais caros, não está em jogo somente o amor-próprio: o coração se acha magoado, sofre. Mas, além de ser estúpido arriscar a vida, lançando-se contra um miserável capaz de praticar infâmias, dar-se-á que, morto este, a afronta, qualquer que seja, deixa de existir? Não é exato que o sangue derramado imprime retumbância maior a um fato que, se falso, cairia por si mesmo, e que, se verdadeiro, deve ficar sepultado no silêncio? Nada mais restará, pois, senão a satisfação da sede de vingança. Ah! triste satisfação que quase sempre dá lugar, já nesta vida, a causticantes remorsos. Se é o ofendido que sucumbe, onde a reparação?

Quando a caridade regular a conduta dos homens, eles conformarão seus atos e palavras a esta máxima: “Não façais aos outros o que não quiserdes que vos façam.” Verificando-se isso, desaparecerão todas as causas de dissensões e, com elas, as dos duelos e das guerras, que são os duelos de povo a povo. – Francisco Xavier. 13 (Bordeaux, 1861.)

15. O homem do mundo, o homem venturoso, que por uma palavra chocante, uma coisa ligeira, joga a vida que lhe veio de Deus, joga a vida do seu semelhante, que só a Deus pertence, esse é cem vezes mais culpado do que o miserável que, impelido pela cupidez, algumas vezes pela necessidade, se introduz numa habitação para roubar e matar os que se lhe opõem aos desígnios. Trata-se quase sempre de uma criatura sem educação, com imperfeitas noções do bem e do mal, ao passo que o duelista pertence, em regra, à classe mais culta. Um mata brutalmente, enquanto o outro o faz com método e polidez, pelo que a sociedade o desculpa. Acrescentarei mesmo que o duelista é infinitamente mais culpado do que o desgraçado que, cedendo a um sentimento de vingança, mata num momento de exasperação. O duelista não tem por escusa o arrebatamento da paixão, pois que, entre o insulto e a reparação, dispõe ele sempre de tempo para refletir. Age, portanto, friamente e com premeditado desígnio; estuda e calcula tudo, para com mais segurança matar o seu adversário. É certo que também expõe a vida e é isso o que reabilita o duelo aos olhos do mundo, que nele então só vê um ato de coragem e pouco caso da vida. Mas haverá coragem da parte daquele que está seguro de si? O duelo, remanescente dos tempos de barbárie, em os quais o direito do mais forte constituía a lei, desaparecerá por efeito de uma melhor apreciação do verdadeiro ponto de honra e à medida que o homem for depositando fé mais viva na vida futura. – Agostinho. (Bordeaux, 1861.)

 

13 N.E.: Francisco Xavier (Francisco de Jessu, dito), 1506–1552: cognominado apóstolo das Índias, jesuíta espanhol, pioneiro e cofundador da Companhia de Jesus, cujos membros são conhecidos como jesuítas. Exerceu sua atividade missionária no Oriente, evangelizou o sudeste da Ásia (Índia, Malásia e Japão).

 

16. Nota. Os duelos se vão tornando cada vez mais raros e, se de tempos a tempos alguns de tão dolorosos exemplos se dão, o número deles não se pode comparar com o dos que ocorriam outrora. Antigamente, um homem não saía de casa sem prever um encontro, pelo que tomava sempre as necessárias precauções. Um sinal característico dos costumes do tempo e dos povos se nos depara no porte habitual, ostensivo ou oculto, de armas ofensivas ou defensivas. A abolição de semelhante uso demonstra o abrandamento dos costumes e é curioso acompanhar-lhes a gradação, desde a época em que os cavaleiros só cavalgavam bardados de ferro e armados de lança, até a em que uma simples espada à cinta constituía mais um adorno e um acessório do brasão do que uma arma de agressão. Outro indício da modificação dos costumes está em que, outrora, os combates singulares se empenhavam em plena rua, diante da turba, que se afastava para deixar livre o campo aos combatentes, ao passo que estes hoje se ocultam. Presentemente, a morte de um homem é acontecimento que causa emoção, enquanto noutros tempos ninguém dava atenção a isso.

O Espiritismo apagará esses últimos vestígios da barbárie, incutindo nos homens o espírito de caridade e de fraternidade.

Amai os vossos inimigos O Evangelho Segundo o Espiritismo ALLAN KARDEC FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA Rio - Brasil 1944 Tradução de Guillon Ribeiro da 3ª edição francesa revista, corrigida e modificada pelo autor em 1866

 

 

 

 

 

 

 

Lute.

A boa luta faz de você um ponto de referência para os outros.

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Tratos À Bola

 

“Não nasci canhota, então fui ser gauche na vida”

 

"O candidato dos sonhos"

27.11.20 07:00




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“O candidato dos sonhos”

Foto: Paulo Belote/TV Globo/Divulgação

 

 

Roberto Freire, entrevistado pela Crusoé, disse que Luciano Huck é o “candidato dos sonhos” de seu partido, o Cidadania:

“Sim, falo com muita ênfase. Porque eu o conheço, não estou falando do nome de uma celebridade. Ele tem conteúdo, tem formação. E informação. É alguém que tem liderança, não é qualquer um que faz programa de televisão com ligação direta com a população mais vulnerável deste país. Ele tem conhecimento e muita clareza de dois temas que são plataformas do futuro: o combate à desigualdade e a construção do futuro de uma pátria verde, por causa da biodiversidade. Só beócios é que ficam imaginando que riqueza se constrói destruindo a floresta, a Amazônia, quando a riqueza está na floresta em pé, na biodiversidade, na biotecnologia. Esse é o mundo do futuro. O pasto e o plantio de soja precisam de cada vez menos terra pelo avanço da produtividade, do conhecimento. Se alguém pensar que falo isso dele é porque ele é apresentador de televisão, não entendeu nada.”

Leia a entrevista completa aqui.

 



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https://www.oantagonista.com/brasil/o-candidato-dos-sonhos/

 

 

 

 

Bate-pronto

 

“Respondeu à minha pergunta de bate-pronto.”

 

- Deverá ser a opção da direita de centro.

- Quem deverá ser a opção da esquerda de centro?

 

- Vai depender do desempenho desses prefeitos eleitos e a serem eleitos. Se caso o Boulos vier a ser eleito a guinada será grande, a esquerda mostrou nessas eleições que está viva. Então terá tempo de trabalhar e se reestrutar. Mas pessoalmente, acredito que o Flávio Dino é o mais preoarado intelectualmente. Preparado.

- E a esquerda de centro?

 

- Se o Kaliu entrasse, seria o meu candidato. Até meados do ano que vem vai dar pra analisar melhor, pois, tem a questão econômica. O auxílio emergencial poderá viabizar o Bolsonaro, mas acho difícil. O Luciano Huck terá apoio da Globo, bancos e FIESP. Será a opção da elite pra impedir a esquerda retornar ao poder.

- E quem não é da Globo, banqueiro e da FIESP?

 

- Participarão do processo decisório "democrático" como concorrentes, apenas. O centro direita foram os grandes vencedores nessa eleição. Tenho comigo que o povo baniu e banera qualquer discurso autoritário.Portanto, o Luciano certamente será o próximo presidente.

- Viva a democracia! Os governos passam! A bola precisa ser bem tratada para atingirmos o gol da liberdade, fraternidade e igualdade!




Rita Lee postou na semana passada em seu Facebook um drops em que assinala que sempre foi fascinada por canhotos, sendo especialista em detectá-los, nos mínimos gestos. Ela revela ainda que já encheu dois cadernos com nomes de celebridades canhotas.




 

https://images.virgula.com.br/2015/04/ritalee.jpg

ritalee

Sendo assim, nos inspiramos e criamos nosso próprio caderninho. Confira quanto famoso canhoto tem por aí!

https://www.virgula.com.br/famosos/inspirados-por-rita-lee-fizemos-nosso-caderninho-de-famosos-canhotos-veja-so/#img=17&galleryId=953604

 

 

 

 

Carlos Drummond de Andrade uma vez definiu Garrincha desta forma:

Se há um deus que regula o futebol, esse deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios. Mas, como é também um deus cruel, tirou do estonteante Garrincha a faculdade de perceber sua condição de agente divino. Foi um pobre e pequeno mortal que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas. O pior é que as tristezas voltam, e não há outro Garrincha disponível. Precisa-se de um novo, que nos alimente o sonho8.

 

[...]

 

Sobre Pelé, o jornalista Celso Dario Unzelte apresenta comparações que podem facilitar ao leitor compreender, um pouco, o talento e capacidade daquele que é considerado por muitos o maior desportista do século vinte:

Ao longo da história do futebol, existiram jogadores que foram mestres no drible, como o brasileiro Garrincha e o argentino Maradona. Outros tinham força e precisão nos chutes com a perna esquerda, como o húngaro Puskas, ou eram perfeitos no passe, como o alemão Beckembauer. Houve gênios táticos, como o holandês Cruyff. E goleadores velozes, como outro argentino, Di Stefano. Mas apenas um craque, até hoje, conseguir reunir ao mesmo tempo todas essas e uma infinidade de outras qualidades: o brasileiro Pelé. Por isso, somente ele é chamado de Rei. E considerado o melhor de todos9.

 

 

 

 

[...]

 

 

Amarildo assumiu o lugar do Rei e deu conta do recado como lembra Didi:

Eu era onze anos mais velho. Logo, muito respeitado pelo grupo. Por isso, o convenci a cair na esquerda, enquanto Zagallo fechasse para o meio ou recuasse para ajudar a defesa. Aí, o Pelé se machucou e foi afastado da Copa. A imprensa paulista ficou desolada e achou que estava tudo perdido. Procurei o doutor Paulo e o Aimoré e conversamos. Expliquei que não seria difícil. Era escalar o Amarildo, porque eu na meia, Zagallo na ponta e Nílton Santos atrás, escoaríamos o Amarildo. Conhecíamos a sua valentia. E ele correspondeu. Nem de longe amarelou diante da responsabilidade10.

 

[...]

 

A Argentina não era um time de se encher os olhos mas acabou sendo campeã, assim como em 1978, em cima da Alemanha Ocidental na final. O jogo terminou em três a dois. Burruchaga foi um dos destaques entre os argentinos mas quem realmente surgiu para o mundo foi Diego Armando Maradona. Dono de um drible fantástico, boa velocidade e conclusão certeira com a canhota, o baixinho encantou o mundo todo com suas jogadas. Na partida contra a Inglaterra, pelas semifinais, ele deixou sua marca histórica ao fazer dois gols inesquecíveis: um de mão, que o juiz não viu, e outro em que saiu de seu campo driblando diversos ingleses, inclusive o goleiro Shilton, e marcou aquele que é considerado o mais belo de todas as Copas.

Maradona também fez parte destas transferências que passaram a ser tão comuns na década de 80. Em 1982 foi comprado pelo Barcelona da Espanha. Dois anos mais tarde foi para o Napoli da Itália, onde foi campeão italiano duas vezes (1987 e 1990, títulos inéditos para o clube até então) e ficou até 1991. Foram os únicos anos de prestígio dos napolitanos. Em 1992 voltou à Espanha mas desta vez ao Sevilha. O jogador acabou se envolvendo com drogas e teve um final de carreira melancólico. Até hoje luta pela reabilitação...

 

[...]

 

Vários foram os craques que já existiram na história mundial. Nomes como o do atacante húngaro Ferenc Puskas, do francês Michel Platini, de seu compatriota Just Fontaine, maior artilheiro em uma única Copa do Mundo com treze gols e o lendário goleiro russo Lev Yashin, conhecido por Aranha Negra, considerado o melhor que já existiu na posição, trazem boas lembranças. O inglês Bobby Charlton, que até hoje é admirado em seu país, o atacante Eusébio, responsável pela melhor seleção que Portugal já teve, o Kaiser alemão Franz Beckenbauer, o Pelé Branco Johan Cruyff e o polêmico semideus Diego Armando Maradona são alguns nomes que fazem parte da lista de estrelas inesquecíveis em todas as torcidas do mundo.

 

[...]

 

Vários foram os craques que já existiram na história mundial. Nomes como (...) e o polêmico semideus Diego Armando Maradona são alguns nomes que fazem parte da lista de estrelas inesquecíveis em todas as torcidas do mundo.

O Brasil... bem, (...) Sempre se fecha uma lista de grandes destaques com os melhores. Mané Garrincha e o Rei Pelé.

Sempre se fecha uma lista de grandes destaques com os melhores. Mané Garrincha e o Rei Pelé.

 

 

[...]

 

(...) Nem me refiro a Pelé e Garrincha porque estes são exceções para qualquer período do futebol. (...)

 

[...]

 

Kaká não se considera craque mas fez uma declaração que reflete bem o assunto tratado aqui:

Além das coisas que a gente faz em campo, tem que fazer uma foto aqui, outra coisa ali. Vira um produto da mídia, mas faz parte. Me vejo como uma empresa. Estou prestando um serviço para o São Paulo. Tenho que estar bem. Se a minha empresa for boa, o meu cliente, que é o São Paulo, vai ficar satisfeito comigo. Assim vou recebendo, vou ganhando. E vou buscar um cliente maior, a Seleção, um clube estrangeiro... Se o São Paulo precisar vender meus serviços, pode também28.

 

 

https://www.ufjf.br/facom/files/2013/04/LPereira2.pdf

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 2000 FOLHA DE S.PAULO esporte 

 

FUTEBOL
Canhotos e destros

TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA

A equipe brasileira está torta pela esquerda. No início do segundo tempo contra o Chile, atuavam Alex, Ricardinho, Djalminha e Rivaldo.
Todos canhotos.
Depois, entrou o destro Marques, que também quase só atua pela ponta esquerda.
Não sou contra um time ter muitos canhotos, pois devem jogar os melhores.
Sou contra vários jogadores ocuparem o mesmo espaço.
Se uma equipe tiver somente atacantes destros pela direita, ou pela esquerda, também será um time torto.
Em 1968, numa excursão à Europa, o meio-campo da seleção brasileira era formado por três jogadores canhotos.
Jogava o Gérson pelo meio, o Rivellino pela esquerda e o Tostão pela direita. Deu certo. O espaço era bem dividido.
Em 1970, na Copa do México, os três canhotos jogaram novamente.
Gérson na armação pelo meio, Clodoaldo à sua direita, e Rivellino na esquerda.
Na frente, Tostão de pivô. Os destros Pelé e Jairzinho se revezavam na meia-direita.
Em 1982, na Copa da Espanha, os destros Sócrates e Zico se alternavam, com sucesso, na meia-direita.
Em 1994, na Copa dos Estados Unidos, a seleção não foi espetacular, mas foi eficiente. O time atuava de um lado e de outro com a mesma qualidade.
Em 1998, na Copa da França, depois de quatro anos de indecisão, Zagallo pôs o canhoto Leonardo do lado direito. Ele não se adaptou e foi um dos principais problemas do time.
Não somente a seleção atual, mas também a maior parte dos times brasileiros jogam com dois volantes, um armador canhoto pela esquerda e um outro meia (frequentemente canhoto) na ligação com o ataque. Falta um meia-direita.
Esse é um dos motivos de não se ter bons laterais direitos. Eles ficam isolados, sem apoio de um armador desse lado.
Quando o armador ofensivo canhoto joga pela direita, procura sempre o meio para driblar, passar ou finalizar. Isso, esporadicamente, surpreende o adversário.
No entanto, as jogadas mais eficientes de ataque são pelas laterais, e não a troca de passes e tabelas pelo centro.
Alguns canhotos têm mais facilidade em atuar pela direita.
Alex vai bem por ali. Rivaldo, ao contrário: até ajeitar o corpo e colocar a bola no pé esquerdo, a defesa adversária já se arrumou.
É fácil para o adversário anular as jogadas quando elas predominam no mesmo lado.
Toda equipe precisa de equilíbrio e de harmonia tática. Isso serve de sustentação e de apoio para o grande jogador mostrar seu talento, sua criatividade e sua improvisação.
No futebol e em qualquer profissão, para se fazer bem feito é necessário conhecer profundamente e praticar os conceitos mais simples e básicos.
As revoluções e os gênios são raros.

Desde minha época de atleta, noto que os jogadores de futebol não entendem e não gostam de críticas. Ninguém gosta. Adoram elogios.
Na última Olimpíada, depois da trombada entre Dida e Aldair, contra o Japão, conversei com o goleiro. Disse a ele que, na minha opinião, não deveria jogar tão plantado no gol, já que a defesa brasileira atuava adiantada. Em qualquer lançamento nas costas dos zagueiros, chegaria atrasado. Citei o exemplo do goleiro Van der Saar, da Holanda, mestre nesse fundamento.
Dida, mal-humorado e contrariado, respondeu-me: "Se eu ficar fora do gol, jogam a bola por cima de mim".
Ora, são os riscos.
Como goleiro da seleção brasileira, ele deveria saber o momento exato de fazer uma coisa ou outra.
Quando vi o Dida jogar no início de sua carreira, imaginei que se tornaria o melhor goleiro do mundo.
Evidentemente, não é o melhor. É excelente. Talvez ainda seja o melhor do Brasil.
Penso que Dida não evoluiu mais porque não teve consciência crítica de suas virtudes e defeitos.
Talvez não tenha sido bem orientado. Treinou muito e aprendeu pouco.
Rogério não é melhor que Dida, mas tem mais consciência de suas virtudes e dificuldades.
Na seleção, essa qualidade poderá ser decisiva.
Esse é o maior defeito do jogador de futebol: não sabe, ou não quer saber, suas limitações. Sentem-se ofendidos quando seus defeitos são apontados.
Na verdade, essa é a principal dificuldade de todos os profissionais, em qualquer área. Somos todos vaidosos para enxergar nossos erros.
Uns, mais que outros.
E-mail tostao.folha@uol.com.br

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk2308200037.htm

 

 

 

 

 

 

 

 

El sueño del pibe

Reinaldo Yiso





 


No link:

https://youtu.be/AKXj3d_zOaU

Diego Armando Maradona

 

 

 

 

 

Golpearon la puerta de la humilde casa,

la voz del cartero muy clara se oyó,

y el pibe corriendo con todas sus ansias

al perrito blanco sin querer pisó.

 

"Mamita, mamita" se acercó gritando;

la madre extrañada dejo el piletón

y el pibe le dijo riendo y llorando:

"El club me ha mandado hoy la citación."

 

Mamita querida,

ganaré dinero,

seré un Baldonedo,

un Martino, un Boyé;

dicen los muchachos

de Oeste Argentino

que tengo más tiro

que el gran Bernabé.

Vas a ver que lindo

cuando allá en la cancha

mis goles aplaudan;

seré un triunfador.

Jugaré en la quinta

después en primera,

yo sé que me espera

la consagración

 

Dormía el muchacho y tuvo esa noche

el sueño más lindo que pudo tener;

El estadio lleno, glorioso domingo

por fin en primera lo iban a ver.

 

Faltando un minuto están cero a cero;

tomó la pelota, sereno en su acción,

gambeteando a todos se enfrentó al arquero

y con fuerte tiro quebró el marcador.

 

https://youtu.be/AKXj3d_zOaU

 

 

 

 

Poema de Sete Faces

Carlos Drummond de Andrade

 





No link:

https://youtu.be/0oZN5GVzOoE

 

 

Quando nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra
Disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida

As casas espiam os homens
Que correm atrás de mulheres
A tarde talvez fosse azul
Não houvesse tantos desejos

O bonde passa cheio de pernas
Pernas brancas pretas amarelas
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração
Porém meus olhos
Não perguntam nada

O homem atrás do bigode
É sério, simples e forte
Quase não conversa
Tem poucos, raros amigos
O homem atrás dos óculos e do bigode

Meu Deus, por que me abandonaste
Se sabias que eu não era Deus
Se sabias que eu era fraco

Mundo mundo vasto mundo
Se eu me chamasse Raimundo
Seria uma rima, não seria uma solução
Mundo mundo vasto mundo
Mais vasto é meu coração

Eu não devia te dizer
Mas essa lua
Mas esse conhaque
Botam a gente comovido como o diabo

Composição: Carlos Drummond de Andrade. 

https://www.letras.mus.br/carlos-drummond-de-andrade/460830/

 

 

 

 

 

 

 

Tratos À Bola

Rita Lee




No link:

https://youtu.be/euyNxDfiPos

 

 

Eu ontem encontrei um amiguinho de infância
Aquele que vivia me chamando de bobinha
Eu lembro que uma vez ele me disse
Hei, menina, um dia eu ainda vou te amar de verdade
E daí, eu cresci, dei tratos à bola e saí por aí!

Senhoras e senhores, imaginem minha cara
Aquela que eu fazia quando eu era menininha
Acreditem que o meu namoradinho de infância
Voltou e completou aquela velha profecia
E daí, e daí, deu tratos à bola e saiu por aí!

Mas isso me mostrou que nada é mesmo impossível
Uma vez que se acredite de todo coração
Eu gosto de pensar que tenho a vida pela frente
Pra ver acontecer o que nem sonha a imaginação
E daí, e daí, dar tratos à bola e sair por aí!

Composição: Lee Marcucci / Luiz Sergio / Rita Lee. 

https://www.letras.mus.br/rita-lee/1270973/