“em 20 de
novembro de 1945, o tribunal de Nuremberg comprovou que os nazistas cometeram
vários crimes contra a humanidade.”
Mourão:
para mim, não existe racismo no Brasil.
Seguranças de
supermercado espancam homem negro até a morte em Porto Alegre
“É
lamentável né? É lamentável isso aí porra, não é? Isso é lamentável...
é...porra...”
“Eu
não sou descendente de escravos.
Eu
descendo de seres humanos que foram escravizados.”
(Makota
Valdina)
‘(...)
Mais: foi responsável pela passagem – de um modo um tanto que epifânico – entre
o desconhecer e o conhecer da “natureza da escravidão”, como se naquele momento
o modo como a criança percebia o mundo tivesse sido subtraído e a realidade da
vida adulta se instalasse por definitivo em seu espírito.” (...)’
Uma epifania
na formação de Joaquim Nabuco
No
link:
http://mundovelhomundonovo.blogspot.com/2015/01/uma-epifania-em-minha-formacao-de.html
SP ganha estátua
em homenagem a Tebas, homem escravizado que projetou monumentos na capital
"É uma obra feita por mãos
pretas, cabeças pretas, homenageando uma personalidade preta. Não vejo não ser
afrofuturista, ela abre um caminho para um novo tempo", diz artista
responsável por escultura
20/11/2020
ANA LUIZA CARDOSO
| FOTO: MARCEL FARIAS / DIVULGAÇÃO
20 NOV 2020 - 06H02 ATUALIZADO
EM 20 NOV 2020 - 06H02
Ao lado da
estátua de Tebas, o artista Lumumba Afroindígena e a arquiteta Francine
Moreira, responsáveis pela obra
A escultura de Joaquim Pinto de
Oliveira, conhecido como Tebas, arquiteto
escravizado do século 18, será inaugurada na praça Clóvis
Bevilácqua, no centro de São Paulo, nesta sexta (20), dia da Consciência Negra.
Feita em inox, ferro e com base de concreto, ela alcança 3,60 metros e foi
desenvolvida pelo artista Lumumba Afroindígena e a arquiteta Francine Moreira.
A obra custou R$171 mil da Secretaria Municipal de Cultura, que promoverá na
inauguração projeções na Igreja do Carmo e um bate papo com os criadores e
Abílio Ferreira, organizador do livro Tebas: um negro arquiteto na São
Paulo escravocrata.
"É uma obra feita por mãos
pretas, cabeças pretas, homenageando uma personalidade preta. Não vejo não ser
afrofuturista, ela abre um caminho para um novo tempo", disse Lumumba.
"Temos um equipe de 90% pessoas pretas envolvidas".
Após saber que seria responsável pela
estátua, Lumumba convidou a arquiteta Francine para desenvolver a base da
obra.
O resultado é uma escultura com uma
abordagem conceitual devida à falta de registros da real aparência de
Tebas.
"Eu criei aquela máscara com um
transferidor na frente, sobre os olhos, que simboliza, além da arquitetura, o
tempo. Levou 200 anos para que fosse reconhecido”, explica Lumumba.
Tebas teve participação em obras no
centro paulistano como a restauração do Mosteiro de São Bento e da antiga
Catedral da Sé, além das fachadas das igrejas da Ordem 3ª do Carmo e
Chagas do Seráfico Pai São Francisco. Seu trabalho mais conhecido foi o
Chafariz da Misericórdia, o primeiro público da capital, demolido em 1866 após
o processo de canalização de água no centro.
A estátua de Tebas também ganha mais
destaque por ser erguida no ano que estourou o Black Lives Matters, e a
presença de monumentos de figuras
racistas em todo o mundo foi posta em xeque.
"A gente precisa trazer à tona
personalidades negras que foram invizibilizadas e apagadas, e que nossa
escultura abra caminhos para tantas outras homenagens", disse Francine.
"Além da estética, é como o mundo vai lidar a partir de agora com a nossa presença, quando o homem negro não estiver mais só limpando e a mulher negra servindo, quando estivermos protagonizando", disse Lumumba. "O afrofuturismo traz esse debate e discussão e nós estamos contando a nossa história".
https://casavogue.globo.com/Arquitetura/Cidade/noticia/2020/11/sp-ganha-estatua-em-homenagem-tebas-homem-escravizado-que-projetou-monumentos-na-capital.html
São Paulo terá
estátua de escravizado que comprou liberdade como arquiteto
Desenho da estátua do arquiteto escravizado Tebas, elaborada por Lumumba e Francine Moura, e que será instalada na Sé
Imagem:
Divulgação/Marcel Faria
https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/3b/2020/10/23/desenho-da-estatua-do-arquiteto-escravizado-tebas-elaborada-por-lumumba-e-francine-moura-e-que-sera-instalada-proxima-a-praca-da-se-1603480801240_v2_450x337.jpg
Ruam Oliveira
Colaboração para o UOL, em São Paulo
26/10/2020 04h00
Abrigo de monumentos que homenageiam
bandeirantes e colonizadores, a cidade de São Paulo fará diferente em 2020. No
próximo dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, a capital paulista
ganhará a estátua do arquiteto e ex-escravo Joaquim Pinto de Oliveira. O
monumento ainda não está pronto, mas os artistas mostraram um esboço a pedido
do UOL.
De coautoria da arquiteta Francine
Moura, 43, a obra é assinada pelo artista plástico mineiro Lumumba
Afroindígena, 40, que já trabalhou em projetos na Disney e Dreamworks. Para
ele, a escultura é um marco histórico.
Os dois afirmam que a intenção é
homenagear uma figura importante e que sofreu apagamento ao longo da história.
A arquiteta Francine Moura e o artista plástico Lumumba, que criaram a estátua de Tebas, escravizado que comprou a liberdade trabalhando como arquiteto
Imagem:
Divulgação/Marcel Farias
O monumento foi custeado pela
Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, que pagou cerca de R$ 171 mil.
Segundo a pasta, a obra faz parte de um pacote de ações antirracistas que teve
início em julho, com o projeto Vozes Contra o Racismo.
"Este monumento simboliza uma
nova postura do poder público para com as memórias apagadas na cidade que
necessitam atenção e reconhecimento", afirmou a Secretaria Municipal de
Cultura ao UOL.
A peça será inaugurada oficialmente
durante a sexta edição da Jornada do Patrimônio, no dia 5 de dezembro.
A estátua é feita de aço inox, ferro e
concreto aparente na base. Ficará na Praça Clóvis Bevilácqua, próxima à Praça
da Sé, entre as igrejas da Sé e do Carmo. Os dois templos tiveram intervenções
do arquiteto. Foi trabalhando nelas que o arquiteto conseguiu, aos 57 anos,
juntar dinheiro suficiente para pagar por sua alforria.
'Alguém de grande
habilidade'
O homenageado viveu entre 1721 e 1811
e era conhecido como Tebas, que significa "alguém de grande
habilidade" em quimbundo, língua do noroeste de Angola.
Trazido de Santos pelo português Bento
de Oliveira Lima, ele logo se tornou conhecido —e disputado— pelos templos
católicos que queriam dar às suas fachadas um ar mais requintado.
Em 2018, o Sindicato dos Arquitetos no
Estado de São Paulo reconheceu Tebas como arquiteto.
Desenho da
estátua do arquiteto escravizado Tebas, elaborada por Lumumba e Francine Moura
e que será instalada próxima à praça da Sé
Imagem:
Divulgação/Marcel Farias
Tebas trabalhou, por exemplo, na
restauração do Mosteiro de São Bento entre 1766 e 1798 e tem como uma de suas
obras mais importantes o Chafariz da Misericórdia, o primeiro da cidade.
Construído em 1792, ficava onde hoje é
o cruzamento das ruas Quintino Bocaiúva, Direita e Álvares Penteado. Pouco
menos de cem depois, foi levado para o largo de Santa Cecília e posteriormente
foi recolhido pela Prefeitura.
O artista plástico Lumumba Afroindígena no ateliê Quimera, de Ciro Schu, em São Paulo
Imagem:
Divulgação/Marcel Farias
Homenagem retrata
história do escravizado
Os desenhos da nova estátua
compartilhados com a reportagem já evoluíram, afirmam os artistas.
Para os criadores da obra, os
conceitos embutidos na escultura do arquiteto paulista procuram retratar sua
condição de escravizado, sua liberdade posterior, seu sucesso profissional e o
apagamento histórico que sofreu.
“[A ideia
principal é] afastar, de uma vez por todas, a aura de invisibilidade que
repousava sobre a história de Tebas"
Rita Teles, produtora executiva e
artística
Trabalhando com Lumumba, ela destaca
ainda que a estátua pode remeter a super-heróis ou a alguém que possa ser
referência para crianças negras que passam pelo local.
Lumumba e Francine se dizem otimistas
sobre a possibilidade de ver outras estátuas de personalidades negras
espalhadas pela cidade.
“Se for para
acontecer, que aconteça, que não seja algo passageiro. Temos uma grande
responsabilidade agora de não deixar que isso seja uma onda"
Lumumba, artista
plástico
Impulsionados por atos antirracistas e
outras iniciativas em defesa dos direitos humanos e equidade racial, estátuas
ligadas ao período de colonização e a figuras tidas como racistas têm sido alvo
de questionamento. A deputada estadual Erica Malunguinho (PSOL), por exemplo,
propôs projeto de lei para remover estátuas de escravocratas de São Paulo.
Movimento semelhante ocorreu fora do
país após a morte de George Floyd, quando manifestantes removeram bustos de
pessoas associadas à escravidão nos EUA e Reino Unido.
"Eu sou um
pouco mais cético sobre a gente ter uma escultura como a do Anhanguera na Paulista
sendo derrubada", relativiza o
artista plástico.
A arquiteta Francine Moura no ateliê Quimera, de Ciro Schu, em São Paulo
Imagem:
Divulgação/Marcel Farias
A equipe que trabalhou no projeto é
composta majoritariamente por pessoas pretas, o que segundo Moura fez toda a
diferença.
“Trabalhar com
uma equipe majoritariamente preta traz conforto para mim, que venho de uma
trajetória em ambientes corporativos, em que você olha para o lado e não se
vê".
Francine Moura,
arquiteta
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2020/10/26/sao-paulo-tera-estatua-de-escravizado-que-comprou-liberdade-como-arquiteto.htm
Nota de pesar:
Makota Valdina, ativista na luta contra o racismo e a intolerância religiosa
19 de mar de 2019 – Jornalismo
Álbum “Mulheres Negras: Uma História
Bem Contada” (Fiema)
“Eu
não sou descendente de escravos.
Eu descendo de seres humanos que foram
escravizados.”
(Makota Valdina)
A Secretaria Municipal da Educação
(Smed) lamenta profundamente o falecimento da grande expoente da luta contra o
racismo e a intolerância religiosa: Valdina de Oliveira Pinto, conhecida como
Makota Valdina. Professora da Rede Municipal de Educação, aposentada em 1994,
Makota faleceu na madrugada desta terça-feira (19), aos 76 anos.
Educadora, militante e líder
religiosa, Valdina era Makota (assistente de Mãe de Santo) do terreiro Tamuri
Junsara, com sede no Engenho Velho da Federação – bairro onde ela nasceu e
cresceu. Além de referência para Salvador, era reconhecida como mestra nos
ambientes intelectuais nacionais e internacionais pela articulação entre a
prática e a teoria da sabedoria Banto. Teve importante atuação no Conselho
Curador da Fundação Palmares, no Conselho Estadual de Cultura da Bahia e no
Conselho de Cultura de Salvador.
Na Rede Municipal, trabalhou como
professora na Escola Municipal Cidade de Jequié e como diretora interina na
Escola Municipal Engenho Velho da Federação. Sempre era convidada para proferir
palestras e oficinas aos alunos, professores e comunidade escolar sobre
diversidade racial, a identidade negra, tolerância religiosa e religiões de
matriz africana, diretos da mulher, entre outros temas. No livro “Meu Caminhar,
Meu Viver”, ela faz um relato da sua trajetória desde a infância. Sua vida
também foi tema do documentário “Makota Valdina – Um jeito Negro de Ser e
Viver”, agraciado com o primeiro Prêmio Palmares de Comunicação, da Fundação
Cultural Palmares, na categoria Programas de Rádio e Vídeo.
Makota Valdina foi homenageada pela
Secretaria Municipal da Educação, através do Fundo Municipal para o
Desenvolvimento Humano e Inclusão Educacional de Mulheres Afrodescendentes
(Fiema), na exposição fotográfica “Mulheres Negras: Uma História Bem Contada”,
que resultou em um álbum seriado com histórias, depoimentos e fotografias das
homenageadas.
A ativista recebeu diversas
condecorações, como o Troféu Clementina de Jesus, da União de Negros pela
Igualdade (Unegro), Troféu Ujaama, do Grupo Cultural Olodum, Medalha Maria
Quitéria, a maior honraria da Câmara Municipal de Salvador, Troféu Mestra
Popular do Saber, da Fundação Gregório de Matos.
20 de Novembro –
Dia Nacional da Consciência Negra
No link:
Esta data foi estabelecida pelo
projeto lei de número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data
de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder
do Quilombo dos Palmares.
A criação desta data foi importante,
pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da
cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos
colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais,
gastronômicos e religiosos de nosso país. É um dia que devemos comemorar nas
escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura
afro-brasileira.
A Videoteca possui em seu acervo várias
indicações para as escolas trabalharem este dia com títulos que atendem desde
os alunos do Ensino Fundamental até o Ensino Médio, bem como conteúdos para os
professores se apropriarem desta temática.
http://www.educacao.df.gov.br/20-de-novembro-dia-nacional-da-consciencia-negra/
'No Brasil, não
existe racismo', diz Mourão
Sinara Peixoto.
da CNN, em São Paulo
20 de novembro de 2020 às 14:51 |
Atualizado 20 de novembro de 2020 às 15:21
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01:57
O vice-presidente
da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta sexta-feira (20) que "no
Brasil, não existe racismo".
Ao comentar o assassinato de João Alberto Silveira Freitas,
homem negro de 40 anos espancado por seguranças dentro de uma unidade do
Carrefour em Porto Alegre nessa quinta-feira (19), Mourão lamentou o caso, mas
disse acreditar que o crime não foi motivado por questões raciais.
"Pra mim, no Brasil, não existe
racismo. Isso é uma coisa que querem importar para o Brasil, não existe isso
aqui. Eu digo pra você com toda tranquilidade, não tem racimo aqui. Digo isso
porque eu morei dois anos nos EUA. Racismo tem lá. Lá o pessoal de cor ficava
separado, sentava atrás no ônibus não na frente. Fiquei impressionado com isso,
no final da década de 60".
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também
Ação do Carrefour cai após morte do homem negro no
supermercado
'A gente gritava: estão matando o cara', diz
testemunha de caso em mercado do RS
O vice-presidente diz ver apenas um
caso de "segurança totalmente despreparada".
"O que você pode dizer é que aqui
existe desigualdade. Temos brutal desigualdade. As pessoas mais pobres, com
menos acesso, são gente de cor. Violência policial...naturalmente, os que estão
em desvantagem social, vivem em área de favela, expostos ao crime organizado,
infelizmente, são pessoas de cor. Essa é a realidade", declarou.
Não é coisa pessoal, é coisa
estrutural.
O caso
João Alberto Silveira Freitas foi
espancado em uma unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre, no Rio
Grande do Sul, na noite dessa quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência
Negra. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu.
A cena, em que os dois homens brancos
agridem Silveira no estacionamento do estabelecimento, foi filmada e circula
nas redes sociais.
De acordo com a Polícia Militar, os envolvidos, seguranças do local, foram
presos em flagrante, acusados de homicídio. Contudo, eles ainda devem ser
indiciados por homicídio triplamente qualificado.
Um deles é um agente militar
temporário – que não estava em serviço policial no momento do crime –,
"cuja conduta fora do horário de trabalho será avaliada com todos os
rigores da lei". Um PM temporário é contratado de forma emergencial para
prestar serviços administrativos à corporação, e não nas ruas.
Carrefour lamenta
ocorrido
Em nota, o Carrefour disse que
"lamenta profundamente o caso" e que "adotará as medidas cabíveis
para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso".
A empresa informou ainda que vai
romper o contrato com a companhia responsável pelos seguranças que cometeram a
agressão e demitirá o funcionário que estava no comando da loja no momento do crime.
A loja vai permanecer fechada nesta sexta.
"Ao tomar conhecimento deste
inexplicável episódio, iniciamos uma rigorosa apuração interna e,
imediatamente, tomamos as providências cabíveis para que os responsáveis sejam
punidos legalmente", diz o comunicado do Carrefour. "Para nós, nenhum
tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações
como estas aconteçam."
Governador pede rigor na apuração
O governador do Rio Grande do Sul,
Eduardo Leite (PSDB), afirmou nesta sexta-feira (20) que a polícia apurará
todas as circunstâncias do caso que terminou com a morte de um homem negro
espancado em uma unidade do supermercado Carrefour, em Porto Alegre.
“Infelizmente, neste dia em que
deveríamos celebrar essa políticas públicas nos deparamos com cenas que nos
deixam indignados pelo excesso de violência que levou à morte de um cidadão
negro em um supermercado aqui na capital gaúcha”, disse Leite, em vídeo
publicado em suas redes sociais.
“Os inquéritos policiais estão sendo
levados adiante com muito rigor. Aqueles que se envolveram, [estão] detidos e
já [foi] apresentado também o inquérito por homicídio triplamente qualificado.
Toda a investigação vai se dar no curso desse processo”, completou o
governador.
O governador disse ainda que será empenhado
todo o esforço do Estado na apuração do caso para que “os responsáveis por esse
crime enfrentem a Justiça, tendo oportunidade para sua defesa”. “Mas as cenas
são incontestes de que houve excessos.”
No mesmo vídeo, a chefe da Polícia
Civil do estado, Nadine Anflor, afirmou que duas pessoas já foram presas e que
outras duas serão investigada ao longo do inquérito policial. "A Polícia
Civil dá uma resposta a essa intolerância que aconteceu ontem dentro de um
mercado", afirmou.
Ela disse ainda que no dia 10 de
dezembro será inaugurada no estado a primeira delegacia especializada em crimes
de intolerância.
Já o comandante-geral da Brigada
Militar, Rodrigo Mohr Picon, esclareceu que o policial militar temporário
envolvido no caso será retirado da corporação nos próximos dias e responderá
civilmente pelo crime.
Prefeito diz que violência é
inaceitável
Prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr (PSDB), usou sua conta no Twitter
para manifestar seu pesar à família e aos amigos da vítima.
“Meus sentimentos à família e amigos
do João Alberto Freitas. Neste Dia da Consciência Negra, em que deveríamos celebrar
o povo negro e refletir sobre igualdade e respeito, infelizmente acordamos com
esta notícia lastimável. Não podemos aceitar este tipo de violência”, escreveu.
Incidente não esclarecido
De acordo com a Polícia Civil, houve um incidente ainda não esclarecido dentro
do supermercado. O cliente, então, foi conduzido por dois seguranças até o
estacionamento e, após passar pela porta do local, a polícia disse que ele
teria dado soco em um dos vigias, o que iniciou os ataques violentos contra
ele.
A cena, em que dois homens
brancos agridem a vítima, foi filmada e está circulando nas redes sociais
Foto: Reprodução / Redes sociais
Uma mulher que seria funcionária do supermercado tentou coagir o indivíduo que
estava gravando as imagens das agressões, dizendo que o prejudicaria se ele
continuasse com as gravações. Segundo ela, o cliente agrediu uma pessoa dentro
da loja.
A vítima chegou a ser atendida pelo
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas acabou morrendo. De acordo
com a delegada Roberta Bertoldo, do 2º Departamento de Homicídios e de Proteção
à Pessoa (DHPP) de Porto Alegre, suspeita-se que o homem tenha sofrido um
ataque cardíaco por conta das agressões sofridas e por ter sido pressionado no
chão por um certo tempo.
(Com Murillo Ferrari e Jéssica
Otoboni)
https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2020/11/20/no-brasil-nao-existe-racismo-diz-mourao
Seguranças de
supermercado espancam homem negro até a morte em Porto Alegre
Seguranças de supermercado espancam
homem negro até a morte em Porto Alegre
CNN
Um homem negro foi espancado em uma
unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, na
noite dessa quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra. A vítima,
João Alberto Silveira, de 40 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu.
A cena, em que os dois homens brancos
agridem Silveira no estacionamento do estabelecimento, foi filmada e está
circulando nas redes sociais. O crime aconteceu no bairro de Passo D'Areia.
A cena, em que dois homens brancos
agridem a vítima, foi filmada e está circulando nas redes sociaisFoto:
Reprodução / Redes sociais
De acordo com informações da Polícia
Militar, os envolvidos, seguranças do local, foram presos em flagrante,
acusados de homicídio. Contudo, eles ainda devem ser indiciados por homicídio triplamente
qualificado.
Um deles é um agente militar
temporário – que não estava em serviço policial no momento do crime –,
"cuja conduta fora do horário de trabalho será avaliada com todos os
rigores da lei". Um PM temporário é contratado de forma emergencial para
prestar serviços administrativos à corporação, e não nas ruas.
Pai da vítima diz
que filho foi assassinado covardemente
O pai da vítima disse à CNN que foi
ao local pois o informaram que o filho havia sido preso.
"Quando cheguei, a equipe médica
estava nos últimos minutos de reanimação e ele não reagiu mais", contou
João Baptista. "Eu vim para achar um preso. Achei um corpo, uma pessoa
assassinada covardemente, como os vídeos estão mostrando aí."
João Alberto Silveira tinha quatro
filhos e foi ao supermercado junto à companheira.
Incidente ainda
não esclarecido
De acordo com a Polícia Civil, houve
um incidente ainda não esclarecido dentro do supermercado. O cliente, então,
foi conduzido por dois seguranças até o estacionamento e, após passar pela
porta do local, a polícia disse que ele teria dado soco em um dos vigias, o que
iniciou os ataques violentos contra ele.
Uma mulher que seria funcionária do
supermercado tentou coagir o indivíduo que estava gravando as imagens das
agressões, dizendo que o prejudicaria se ele continuasse com as gravações.
Segundo ela, o cliente agrediu uma pessoa dentro da loja.
A vítima chegou a ser atendida pelo
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas acabou morrendo. De acordo
com a delegada Roberta Bertoldo, do 2º Departamento de Homicídios e de Proteção
à Pessoa (DHPP) de Porto Alegre, suspeita-se que o homem tenha sofrido um
ataque cardíaco por conta das agressões sofridas e por ter sido pressionado no
chão por um certo tempo.
Carrefour lamenta
ocorrido
Em nota, o Carrefour
disse que "lamenta profundamente o caso" e que "adotará as
medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso".
A empresa informou ainda que vai
romper o contrato com a companhia responsável pelos seguranças que cometeram a
agressão e demitirá o funcionário que estava no comando da loja no momento do
crime. A loja vai permanecer fechada nesta sexta.
"Ao tomar conhecimento deste
inexplicável episódio, iniciamos uma rigorosa apuração interna e,
imediatamente, tomamos as providências cabíveis para que os responsáveis sejam
punidos legalmente", diz o comunicado do Carrefour. "Para nós, nenhum
tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações
como estas aconteçam."
Governador se
pronuncia
O governador de Porto Alegre, Eduardo Leite (PSDB), se
pronunciou sobre o caso no Twitter.
"Infelizmente, nesta data em que deveríamos celebrar políticas públicas e
avanços na luta por igualdade racial, deparamos com cenas que nos deixam
indignados pelo excesso de violência que levou à morte de um cidadão
negro", escreveu.
"Todas as circunstâncias em que
este crime ocorreu estão sendo apuradas, e os envolvidos foram detidos. Aos
familiares e amigos da vítima, o João Freitas, toda nossa solidariedade e a
certeza de que a investigação será rigorosa para que haja consequência deste
ato lamentável."
(Com informações de Julyanne Jucá, da
CNN, em São Paulo, e Bruna Ostermann, da CNN, em Porto Alegre)
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2020/11/20/me-ajuda-gritou-a-esposa-homem-morto-por-seguranca-e-pm-em-mercado.htm
Hygino
Vasconcellos
Colaboração para
o UOL, em Porto Alegre
No link:
20/11/2020 09h41
Das compras no supermercado até a cena
de um crime. Duas cenas ficaram marcadas na memória da cuidadora de idosos
Milena Borges Alves, 43, esposa de João Alberto Silveira Freitas, 40, morto
ontem após ser agredido por dois seguranças do Carrefour - um deles policial
militar temporário - em Porto Alegre. Os agressores foram presos.
Milena contou que ela e o marido foram
ao mercado após passarem o dia fora, com o pai dele. O Carrefour fica a cerca
de 600 metros do apartamento do casal, na Vila Iapi. Freitas queria um pudim de
pão e o casal foi ao mercado comprar os ingredientes, além do necessário para o
jantar. Compraram beterraba, alface, tomate, ovos, leite, pão e leite condensado.
Gastaram cerca de R$ 60.
O casal ficou poucos minutos no
interior do estabelecimento escolhendo os produtos. Ao chegar ao caixa, o homem
acenou para uma segurança. Para Milena, isto teria desencadeado as agressões.
João Alberto Silveira Freitas e a
esposa, Milena Borges Alves; Imagem: Arquivo pessoal... - Veja mais em
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2020/11/20/me-ajuda-gritou-a-esposa-homem-morto-por-seguranca-e-pm-em-mercado.htm?cmpid=copiaecola
https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/59/2020/11/20/joao-alberto-silveira-freitas-e-a-esposa-milena-borges-alves-ele-foi-espancado-em-uma-loja-do-carrefour-em-porto-alegre-e-morreu-1605879178959_v2_300x300.jpg
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2020/11/20/me-ajuda-gritou-a-esposa-homem-morto-por-seguranca-e-pm-em-mercado.htm
caos_inversus
Pincelei com
sangue o suor sobre tela.
Dilui no vermelho a tinta amarela
Com a placidez de uma aquarela.
O dia fatigado e o por de sol enforcado na moldura da janela.
Alice Kau’s
In:
Instagram
https://z-p42.www.instagram.com/p/CASjAxijLhC/?hl=af
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