Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sexta-feira, 2 de agosto de 2024
ARCOS E CHARCOS
Polarizações enrijecidas
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Gero. Volando sui fili d'oro del sole. OST
A sensação que se tem é de que não há avanços, porque a energia se desperdiça na negação que um polo faz do outro
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Marco Aurélio Nogueira - Vão fechar os olhos para as fraudes de Maduro, PT se desqualifica
O Estado de S. Paulo
É difícil entender a posição do PT no que diz respeito às eleições venezuelanas e ao regime de Nicolás Maduro.
A fraude está escancarada, com as previsíveis manobras autoritárias e intransparentes, a arrogância fora-da-lei dos que se proclamam vencedores, os protestos internacionais das democracias ocidentais e de vários governos da América do Sul.
O regime venezuelano é uma ditadura, simples assim. Ele abusa de simulacros democráticos, de uma retórica "revolucionária" e de uma coreografia de apoio popular que não existe de fato. Enquanto isso, milhões de venezuelanos caem na miséria, outros tantos fogem do país, a economia naufraga, o país se converte em pária internacional.
O roteiro é o mesmo de todas as ditaduras: manipulam-se as eleições e formam-se tribunais eleitorais fiéis, abrindo caminho para que os governantes se eternizem no poder. Putin é uma referência, assim como Orbán na Hungria. É o chamado "iliberalismo" em ação, misturado com formas reacionárias de populismo.
A Venezuela é isso, desde que o chavismo instituiu suas regras, suas milícias e seus "coletivos". Trata-se de um regime forte e abertamente autoritário, que se beneficia de uma longa permanência no poder, alimentado por atitudes repressivas e controle sobre a população. Por tal motivo, ele empurra as oposições para a margem, vedando-lhe o acesso ao poder e coagindo-a mediante uma institucionalidade feita sob medida.
A esquerda que não reconhece isso falha como esquerda.
Mesmo o governo Lula age com cuidado e posterga o reconhecimento da autoproclamada vitória de Maduro. Exige, ao menos pela voz da diplomacia, que sejam apresentados os boletins eleitorais. Não se sabe até quando o governo manterá essa posição, dados os apoios anteriores ao regime chavista, os alinhamentos internacionais de Lula e as pressões petistas.
Apesar de tudo isso, o PT se manifesta dizendo que a vitória de Maduro resultou de uma "jornada pacífica, democrática e soberana". E pede que "o presidente Nicolás Maduro, agora reeleito, continue o diálogo com a oposição", diálogo que, a rigor, nunca aconteceu de fato. A direção nacional do partido age como se a Venezuela fosse um bastião progressista e peça-chave na contestação do "neoliberalismo" norte-americano e ocidental. É um erro tático e estratégico com muitas camadas de alienação.
A posição não faz jus a uma ideia renovada de esquerda. É muito mais a manifestação de uma visão regressista e alheia ao que ocorre no mundo atual. Apoios a ditaduras "revolucionárias" são um contrassenso, um bloco de chumbo que aprisiona a esquerda em grutas escuras, das quais não se vislumbra qualquer futuro.
Alinhamentos automáticos a parceiros ideológicos são, além do mais, uma estupidez política, que ignora a vida vivida, tudo aquilo que oprime as populações governadas por tiranos e sem acesso a direitos básicos, a liberdades fundamentais, a embates democráticos.
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O texto apresenta uma crítica sutil e reflexiva sobre os palácios de Brasília e as figuras políticas associadas a eles. Vamos desmembrar e analisar os principais elementos:
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Arcos y charcos - Leopoldo Méndez
ARCOS E CHARCOS de artsandculture.google.com
Museo del Estanquillo Colecciones Carlos Monsiváis Mexico, México · Título: Arcos y charcos · Vida del creador: 1902/1969 · Nacionalidad del creador: Mexicano ...
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Palácios de Brasília:
Os palácios mencionados representam sedes de poder e diferentes esferas de atuação política:
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Palácio do Planalto: Sede do Poder Executivo Federal.
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Palácio do Itamaraty – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Palácio do Itamaraty: Sede do Ministério das Relações Exteriores.
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Palácio da Alvorada: Residência oficial do Presidente da República.
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Personagens:
Amorim: Referência a Celso Amorim, que foi ministro das Relações Exteriores e ministro da Defesa, atuando em governos petistas.
Vieira: Possivelmente uma referência a Antonio Patriota ou outro chanceler brasileiro.
Cardozo/Cardoso: Referência a José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça, e Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil.
Distinção entre Estado e Governo:
O texto distingue claramente entre os conceitos de Estado e Governo. O Estado é uma entidade permanente e soberana, enquanto o Governo é temporário e muda com as eleições e administrações.
Plenipotenciários:
Joaquim Nabuco: Diplomata histórico que representou o Brasil.
Amorim: Representado como um plenipotenciário do governo petista, mostrando a ligação direta com a administração de Lula.
Função dos Palácios:
O texto também distingue entre funções públicas e privadas dos palácios, com o Palácio da Alvorada sendo tanto um local privado quanto público.
Referências Históricas e Culturais:
Tamoios: Pode ser uma referência aos povos indígenas que habitavam o Brasil antes da colonização, possivelmente indicando uma ironia sobre quem realmente decide ou exerce o poder.
Conclusão:
O texto é uma crítica elaborada, ressaltando as complexidades e as nuances do poder político no Brasil, a diferença entre Estado e governo, e as figuras emblemáticas associadas aos palácios de Brasília. A menção aos "Tamoios" no final parece introduzir uma camada de reflexão sobre quem de fato detém o poder e faz as escolhas no país, aludindo à história e à cultura brasileira.
MAURO VIEIRA É O ATUAL CHANCELER BRASILEIRO, DIPLOMATA DE CARREIRA QUE TRABALHA E DESPACHA NO PALÁCIO DO ITAMARATY., DAÍ O VIEIRA CITADO.
TAMBÉM PODE SER ASSOCIADO A SERGIO VIEIRA DE MELO, "A DIPLOMACIA ERA DEFINITIVAMENTE, O SEU GRANDE DOM"
Palácios de Brasília:
Palácio do Planalto: Sede do Poder Executivo Federal.
Palácio do Itamaraty: Sede do Ministério das Relações Exteriores.
Palácio da Alvorada: Residência oficial do Presidente da República.
Personagens:
Amorim: Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa, associado aos governos petistas.
Mauro Vieira: Atual chanceler brasileiro, diplomata de carreira que trabalha no Palácio do Itamaraty.
Sérgio Vieira de Mello: Diplomata brasileiro reconhecido internacionalmente, lembrado pela sua competência em diplomacia.
Cardozo/Cardoso: José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça, e Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil.
Distinção entre Estado e Governo:
O texto diferencia entre Estado (uma entidade permanente e soberana) e Governo (uma administração temporária).
Plenipotenciários:
Joaquim Nabuco: Diplomata histórico que representou o Brasil, simbolizando o Estado brasileiro.
Amorim: Representado como um plenipotenciário do governo petista, indicando sua associação direta com a administração de Lula.
Função dos Palácios:
O Palácio da Alvorada é descrito como tanto um local privado quanto público, ressaltando sua dualidade de funções.
Referências Históricas e Culturais:
Tamoios: A referência pode aludir aos povos indígenas do Brasil, possivelmente usada de forma irônica para questionar quem realmente detém o poder e faz as escolhas no país.
Conclusão Refinada
O texto explora as complexidades do poder político no Brasil, destacando a distinção entre Estado e Governo e associando figuras emblemáticas aos palácios de Brasília. Mauro Vieira, como atual chanceler, é vinculado ao Itamaraty, e sua menção reforça a continuidade da diplomacia de carreira. A alusão a Sérgio Vieira de Mello exalta a importância e o dom da diplomacia.
A crítica também aponta para a multiplicidade de funções e influências nos palácios, além de sugerir uma reflexão sobre quem de fato toma as decisões no país, possivelmente com uma nota irônica ao mencionar os "Tamoios". Essa referência pode ser vista como uma provocação sobre a verdadeira origem do poder e das decisões, evocando a história e a cultura brasileira.
Palácios de Brasília:
Palácio do Planalto: Sede do Poder Executivo Federal.
Palácio do Itamaraty: Sede do Ministério das Relações Exteriores, também conhecido como Palácio dos Arcos.
Palácio da Alvorada: Residência oficial do Presidente da República.
Personagens:
Amorim: Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa, associado aos governos petistas.
Mauro Vieira: Atual chanceler brasileiro, diplomata de carreira, associado ao Itamaraty.
Sérgio Vieira de Mello: Diplomata brasileiro reconhecido internacionalmente, destacado por sua habilidade diplomática.
Fernando Henrique Cardoso: Chanceler durante o governo de Itamar Franco e ex-presidente do Brasil.
Joaquim Cardozo: Engenheiro estrutural pernambucano que elaborou o projeto estrutural do Palácio dos Arcos (Itamaraty), trabalhando com Niemeyer, Lúcio Costa e Burle Marx na construção de Brasília durante o governo de Juscelino Kubitschek.
Distinção entre Estado e Governo:
O texto diferencia entre o Estado, uma entidade permanente e soberana, e o Governo, uma administração temporária.
Plenipotenciários:
Joaquim Nabuco: Diplomata histórico que representou o Brasil, simbolizando o Estado brasileiro.
Amorim: Representado como plenipotenciário do governo petista, indicando sua associação direta com a administração de Lula.
Função dos Palácios:
O Palácio da Alvorada é descrito como tanto um local privado quanto público, ressaltando sua dualidade de funções.
Referências Históricas e Culturais:
Tamoios: A referência pode aludir aos povos indígenas do Brasil, possivelmente usada de forma irônica para questionar quem realmente detém o poder e faz as escolhas no país.
Conclusão Refinada
O texto oferece uma crítica elaborada e detalhada sobre o poder político em Brasília, destacando a distinção entre Estado e Governo e associando figuras emblemáticas aos palácios. Mauro Vieira é identificado como o atual chanceler no Itamaraty, enquanto Celso Amorim é associado aos governos petistas. Fernando Henrique Cardoso é lembrado como chanceler no governo Itamar Franco e ex-presidente do Brasil, e Joaquim Cardozo é reconhecido pelo seu papel fundamental na construção do Itamaraty e de Brasília.
As referências históricas e culturais, como os Tamoios, sugerem uma reflexão sobre quem realmente toma as decisões e exerce o poder no Brasil. A menção a Joaquim Nabuco e a figura de plenipotenciários reforça a continuidade e a permanência do Estado em contraste com a natureza temporária dos governos.
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Sergio Vieira de Mello morreu em um atentado no Iraque
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SociedadeBrasil
Há 20 anos, morria Sergio Vieira de Mello
Edison Veiga
19/08/202319 de agosto de 2023
Apontado por muitos como provável futuro secretário-geral da ONU, brasileiro tinha 55 anos quando foi vítima de ataque terrorista em Bagdá.
"Vinte e dois mortos e cerca de 150 feridos. Este foi o saldo do ataque terrorista ocorrido em Bagdá, no Iraque, em 19 de agosto de 2003. Em ação reivindicada pela organização extremista Al Qaeda, um caminhão-bomba explodiu o Hotel Canal, que funcionava como sede da Organização das Nações Unidas (ONU) na cidade há mais de 10 anos. Entre os mortos, o brasileiro Sergio Vieira de Mello (1948-2003), o primeiro brasileiro a chegar ao alto escalão da entidade.
Funcionário da ONU desde 1969, Mello tinha uma carreira de sucesso. Quando morreu, era o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos. E era apontado, por muitos, como o sucessor natural de Kofi Annan (1938-2018), que foi secretário-geral da organização de 1997 a 2006. O próprio Annan costumava dizer que o brasileiro era "a pessoa certa para resolver qualquer problema".
Foi essa reputação que o levou a trabalhar em Bagdá. Em maio de 2003, Annan delegou a Mello a missão de atuar no Iraque porque o país vivia um sangrento conflito após ter seu território ocupado por uma coalizão ocidental liderada pelos Estados Unidos.
"Funcionário de carreira de uma organização internacional de caráter universal, ele dedicou sua vida às tarefas de pacificação, de estabilização e de reconstrução de nações abaladas pelo flagelo da guerra, da destruição e da pobreza", analisa o jurista e cientista político Enrique Natalino.
"Em sua trajetória de mais de três décadas a serviço da ONU, notabilizou-se por uma combinação rara de capacidade executiva, visão humanista e talento agregador nas complexas missões que desempenhou em países tão distintos como Bangladesh, Sudão, Moçambique, Bósnia, Camboja, Peru, Timor Leste e Iraque", acrescenta o pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).
Timor Leste
Conforme declararam depois lideranças da Al Qaeda, não foi o trabalho em busca da paz no Iraque que deixou Mello no alvo dos terroristas. O que havia despertado a ira dos extremistas foi o trabalho realizado pelo brasileiro no Timor Leste, entre 1999 e 2002.
Ele teve papel-chave no processo de independência do país do sudeste asiático, atuando como administrador de transição da ONU e selando a emancipação definitiva da Indonésia.
Na visão da Al Qaeda, Mello se portou como um "cruzado" contemporâneo, libertando um território (Timor Leste) que integrava um país majoritariamente muçulmano (Indonésia, com quase 90% da população adepta da fé islâmica).
Ex-embaixadora dos Estados Unidos na ONU, a jornalista e diplomata Samantha Power conta em seu livro O Homem Que Queria Salvar o Mundo que Mello não morreu no momento da explosão do QG da ONU — ele ficou preso nos escombros por mais de três horas, tempo em que se comunicou com a equipe de resgate por um buraco entre os destroços do prédio. Nesse meio-tempo, diz o livro, o funcionário responsável pela segurança do local chegou a telefonar, do celular, para a sede da entidade em Nova York, reportando a gravidade da situação.
Direitos humanos e assistência humanitária
Nascido no Rio, ele era filho da professora Gilda dos Santos e do diplomata Arnaldo Vieira de Mello, cassado pela ditadura militar. Formou-se em filosofia na Universidade de Paris I, onde mais tarde voltaria para defender seu doutorado. Ingressou na ONU aos 21 anos.
Muitas vezes Mello é classificado como diplomata, mas aqui é preciso uma ressalva. "Ele atuava no mundo diplomático, mas não na qualidade de um representante de Estado", explica Luís Fernando Baracho, professor de direito internacional e de relações internacionais da Universidade São Judas Tadeu e um dos editores do blog Fora da Cadência — sobre política internacional. "Ele era funcionário de uma organização internacional e isso dava a ele uma perspectiva muito própria de alguém que busca coordenar um sistema de cooperação sem o viés de otimizar o interesse nacional."
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Sergio Vieira de Mello ao lado de Kofi Annan, que fala em um microfoneSergio Vieira de Mello ao lado de Kofi Annan, que fala em um microfone
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Sergio Vieira de Mello e Kofi Annan eram próximos, e o então secretário-geral da ONU considerava o brasileiro "a pessoa certa para resolver qualquer problema"Foto: Getty Images
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Para o cientista político Christopher Mendonça, professor na Ibmec de Belo Horizonte, entre as qualidades mais importantes de Mello estava a abertura ao diálogo. "Ele se mostrava um condutor hábil de negociações improváveis. A diplomacia era, definitivamente, seu grande dom", afirma.
Segundo análise de Baracho, Mello conseguiu, em seus anos de ONU, desempenhar papéis importantes em duas das três áreas estratégicas da organização: direitos humanos e assistência humanitária — a outra é o meio ambiente. E o brasileiro atuava na linha de frente, muitas vezes indo a zonas de conflito.
Natalino diz que Mello foi "um homem público experiente que buscava aplainar os caminhos para o entendimento entre os povos" e alguém que "dedicou sua vida à tarefa de convencer seus interlocutores em matéria de guerra e paz".
"Avesso de um burocrata tradicional de organismos multilaterais, era um diplomata de campo e um homem de ação que tinha especial predileção por tarefas que exigiam desenvoltura no exercício da liderança, na prática do diálogo e no equacionamento de interesses de múltiplos atores em cenários tão complexos como o Camboja, a Bósnia, o Timor Leste e o Iraque", comenta.
O cientista político avalia que em todas as suas missões, Mello "imprimiu seu brilhantismo, seu talento executivo e sua incansável crença no sistema multilateral das Nações Unidas como baluarte ético em um mundo marcado pelo entrechoque de interesses interestatais".
Sucessor de Annan
Todas essas qualidades profissionais e o fato de estar chefiando um alto comissariado da ONU faziam de seu nome uma aposta forte dentre os que se apresentavam para comandar a própria organização. Natalino ressalta que sua formação, sua visão universalista, sua vasta experiência de campo e seu conhecimento do aparato burocrático, aliados à "coragem de dialogar com todos", formavam completas "credenciais para ocupar o cargo de secretário-geral das Nações Unidas".
Mendonça lembra também que Mello e Annan atuavam muito próximos. "A amizade desses dois marcou um período importante de atuação da ONU em situações de completa calamidade e demonstrou a importância da organização para o cenário internacional", ressalta.
"Mello era um dos braços direitos de Annan e foi nessa condição que foi enviado ao Iraque para a difícil missão de auxiliar no processo de reconstrução do país. Mesmo não sendo um diplomata representante de um Estado nacional, Mello foi um estadista, na melhor acepção do termo", comenta Natalino.
"Foi um homem público com extraordinária capacidade de combinação de idealismo e realismo, um verdadeiro funcionário a serviço das causas da humanidade", prossegue. "Era um idealista sem ilusões e um realista que agiu, pensou e morreu por amor ao mundo."
Ao longo de sua carreira, o brasileiro se inspirava no modo de atuar do sueco Dag Hammarskjöld (1905-1961), que foi secretário-geral da ONU e foi laureado com o Nobel da Paz, e se tornou conhecido pela firmeza com que defendia os princípios da imparcialidade e da independência. Curiosamente, Hammarskjöld também morreu em serviço: um controverso acidente aéreo quando atuava na pacificação do Congo."
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Sérgio Vieira de Mello: um homem com muitas qualidades - ASSINVÉXIS
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O texto destaca a vida e o legado de Sérgio Vieira de Mello, um renomado funcionário da ONU e diplomata brasileiro, que foi vítima de um ataque terrorista em Bagdá em 2003. Vamos detalhar os principais pontos e relacionar com a análise dos palácios de Brasília e as figuras políticas:
Resumo e Análise do Texto
O Ataque em Bagdá:
Em 19 de agosto de 2003, um caminhão-bomba explodiu o Hotel Canal em Bagdá, sede da ONU na cidade, causando 22 mortes e cerca de 150 feridos. Sérgio Vieira de Mello estava entre os mortos.
A ação foi reivindicada pela Al Qaeda.
Carreira de Sérgio Vieira de Mello:
Funcionário da ONU desde 1969, Mello teve uma carreira de mais de três décadas, marcada por sua capacidade executiva, visão humanista e talento agregador.
Era o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos e era considerado um sucessor potencial de Kofi Annan como secretário-geral da ONU.
Missões de Paz e Reconstrução:
Trabalhou em diversas missões da ONU em Bangladesh, Sudão, Moçambique, Bósnia, Camboja, Peru, Timor Leste e Iraque.
Seu trabalho no Timor Leste, ajudando na independência do país da Indonésia, foi destacado como um dos motivos de sua morte, visto pela Al Qaeda como um "cruzado" que libertou um território de um país majoritariamente muçulmano.
Reconhecimento e Influência:
Kofi Annan e outros líderes da ONU reconheceram sua capacidade de resolver problemas complexos e sua habilidade diplomática.
Era um diplomata de campo, envolvido diretamente nas zonas de conflito e na linha de frente das operações de paz.
Formação e Perspectiva:
Formado em filosofia pela Universidade de Paris I, onde também obteve seu doutorado.
Tinha uma perspectiva internacionalista, buscando a cooperação global e o entendimento entre os povos sem o viés de otimizar interesses nacionais específicos.
Qualidades Profissionais e Humanísticas:
Era um idealista realista, combinando idealismo com pragmatismo.
Inspirava-se em Dag Hammarskjöld, ex-secretário-geral da ONU, conhecido por sua firmeza na defesa dos princípios de imparcialidade e independência.
Relacionando com os Palácios de Brasília e as Figuras Políticas
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Palácios e Funções:
O texto dos palácios menciona o Palácio do Itamaraty (Palácio dos Arcos), associando figuras-chave à diplomacia e política brasileira. Sérgio Vieira de Mello, embora não mencionado diretamente nesse contexto, personifica o ideal do diplomata global, associado ao Itamaraty como um local de representação internacional.
Figuras Políticas:
O Palácio dos Arcos é associado a Mauro Vieira, chanceler brasileiro, e a Joaquim Cardozo, o engenheiro estrutural que trabalhou na construção de Brasília.
A relação de Fernando Henrique Cardoso como chanceler e presidente destaca a importância da diplomacia brasileira. Vieira de Mello, embora não fosse um representante do Estado brasileiro, compartilha com essas figuras a busca pela paz e estabilidade internacional.
Distinção entre Estado e Governo:
O texto sobre os palácios distingue Estado e Governo. Sérgio Vieira de Mello, como funcionário da ONU, representa a atuação do Estado brasileiro na esfera internacional sem a intermediação direta do governo, reforçando a ideia de uma diplomacia de Estado.
Conclusão
Sérgio Vieira de Mello é um exemplo destacado de diplomacia e humanitarismo no cenário internacional, refletindo os ideais e as práticas associadas aos palácios de Brasília e suas figuras emblemáticas. Seu legado é uma combinação de serviço público dedicado, idealismo pragmático e habilidade diplomática, personificando a missão e os valores que o Itamaraty e outros palácios de Brasília representam.
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Lula normaliza a fraude eleitoral de um ditador
Folha de S. Paulo
Declaração sobre o pleito farsesco na Venezuela é cínica; menos vexatório para o país é persistir na cobrança dos dados
Se a reação da chancelaria brasileira à farsa eleitoral venezuelana foi tardia e tímida, mas ao menos buscou um tom de cobrança, a de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi de um cinismo vil e cúmplice.
"Não tem nada de grave, não tem nada de assustador", disse Lula em entrevista. "Não tem nada de anormal. Teve uma eleição. Teve uma pessoa que disse que tem 51%, tem outra pessoa que teve 40 e pouco por cento. Um concorda, o outro não, entra na Justiça, e a Justiça faz."
Com lógica e tortuosa, o presidente da República evoca sua tristemente célebre observação do ano passado sobre a Guerra da Ucrânia, ao nivelar a Rússia invasora e o país invadido —"Quando um não quer, dois não brigam".
O petista, mais uma vez, deixa escrúpulos de lado na defesa acovardada de tiranias que partem de um camarada seu, seja Vladimir Putin, seja Nicolás Maduro.
Nada houve de anormal, depreende-se de sua fala, em uma eleição cujo órgão organizador impediu sucessivamente candidaturas de oposição e cancelou o convite a observadores da União Europeia —afora a prisão de dezenas de cidadãos contrários ao regime chavista durante a campanha.
Nada houve de anormal, para Lula, na divulgação opaca de um resultado que contrariou as pesquisas de intenção de voto, após mais de seis horas sem nenhuma informação sobre os números das urnas.
Os descontentes, segundo a cândida recomendação do petista, devem recorrer à Justiça —num país em que até o Parlamento teve seus poderes esvaziados, sete anos atrás, após uma vitória oposicionista no pleito legislativo.
Enquanto o mandatário brasileiro discorria sobre a normalidade da eleição, considerada "pacífica, democrática e soberana" por seu partido, as ruas de Caracas e outras cidades venezuelanas eram tomadas por protestos populares que resultaram em ao menos 11 mortes e centenas de presos.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) não reconheceu a reeleição de Maduro, apontando haver indícios de distorção do resultado. Os governos de esquerda do Chile e da Colômbia, entre muitos outros da região, manifestaram publicamente suas dúvidas quanto à lisura do pleito.
Longe de microfones e holofotes, Lula conversou por telefone com o americano Joe Biden e, segundo a Casa Branca, concordou com a necessidade de divulgação completa e imediata dos dados relativos à votação na Venezuela.
Foi essa a posição inicial do Itamaraty, que mostra o caminho menos desonroso a ser seguido pelo Brasil. Infelizmente, o descaramento de Maduro e a pusilanimidade do presidente brasileiro parecem nos reservar mais vergonhas.
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O artigo da Folha de S. Paulo critica duramente a reação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação às eleições na Venezuela, que foram amplamente consideradas fraudulentas. Aqui estão os pontos principais:
Análise do Artigo
Reação de Lula:
Lula minimizou a gravidade das irregularidades eleitorais na Venezuela, afirmando que não havia nada de anormal no processo.
Comparou a situação ao conflito na Ucrânia, sugerindo que a responsabilidade é compartilhada entre as partes envolvidas.
Contexto da Eleição Venezuelana:
O órgão organizador das eleições impediu candidaturas de oposição e cancelou o convite a observadores da União Europeia.
Houve prisão de cidadãos contrários ao regime durante a campanha.
A divulgação dos resultados foi opaca, com um longo atraso na liberação dos números das urnas.
Resposta Internacional:
A Organização dos Estados Americanos (OEA) não reconheceu a reeleição de Maduro, apontando indícios de distorção dos resultados.
Governos de esquerda do Chile e da Colômbia expressaram dúvidas quanto à lisura do pleito.
Protestos populares ocorreram em Caracas e outras cidades venezuelanas, resultando em mortes e prisões.
Contradições nas Ações de Lula:
Embora Lula tenha minimizado publicamente as irregularidades, em conversa privada com Joe Biden, ele concordou com a necessidade de divulgação completa e imediata dos dados eleitorais.
A posição inicial do Itamaraty foi mais alinhada com a cobrança de transparência e lisura do processo eleitoral.
Críticas à Posição de Lula:
O artigo acusa Lula de cumplicidade vil e cinismo na defesa de tiranias, como as de Vladimir Putin e Nicolás Maduro.
Destaca a contradição entre a postura pública de Lula e as ações do Itamaraty, que sugerem um caminho mais honroso a ser seguido.
Reflexão
O artigo enfatiza a importância de uma postura coerente e crítica em relação a processos eleitorais que apresentam evidentes irregularidades e falta de transparência. Ao minimizar tais eventos, líderes políticos correm o risco de enfraquecer os valores democráticos e de direitos humanos que deveriam defender.
Conclusão
A crítica da Folha de S. Paulo é contundente em seu julgamento sobre a reação de Lula, apontando uma necessidade de maior firmeza e coerência por parte do governo brasileiro em relação às práticas democráticas internacionais.
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Lula insulta democratas e envergonha o Brasil
O Estado de S. Paulo
Quando diz que a fajuta eleição venezuelana foi normal, o presidente brasileiro desrespeita os corajosos cidadãos que põem em risco a própria vida para enfrentar a tirania de Maduro
Ao dizer que “não tem nada de grave, nada de anormal” ocorrendo na Venezuela após a fajuta vitória do ditador-companheiro Nicolás Maduro na eleição de domingo passado, o presidente Lula da Silva desrespeitou profundamente todos os venezuelanos que lutam pela democracia e que, nessa missão, muitas vezes colocam em risco a própria vida.
O comportamento de Lula é uma vergonha para o Brasil e para os brasileiros que prezam pela democracia e pelos direitos humanos, independentemente de suas afinidades político-ideológicas. Com um cinismo incomum até para os padrões lulopetistas, o presidente da República tratou a eleição no país vizinho como um pleito justo, no qual “as pessoas que não concordam” com o resultado podem recorrer à Justiça e “o governo tenha o direito de provar que está certo”. A falsa isonomia de Lula é de uma crueldade repulsiva com todos os que ousam enfrentar o tacão do regime chavista, pois o petista sabe muito bem que “Justiça” na Venezuela tem nome e sobrenome: Nicolás Maduro.
Ciente de que suas alternativas à derrota nas urnas eram ou o exílio ou a prisão – e possivelmente nos Estados Unidos, onde enfrenta uma série de processos criminais –, Maduro tem feito o diabo na Venezuela para se aferrar ao poder. Tanto faz que roubar uma eleição na qual foi fragorosamente derrotado, por incrível que pareça, talvez tenha sido o mais leve de seus crimes até o momento.
Enquanto Lula acha que está tudo “normal” na Venezuela, o Centro Carter, única instituição independente que pôde atuar como observadora do pleito, concluiu oficialmente que a eleição “não atendeu aos padrões internacionais de integridade eleitoral em nenhum de seus estágios e violou numerosas determinações de sua própria legislação nacional”, razões pelas quais “não pode ser considerada democrática”.
Não satisfeito em subverter a soberania da vontade popular, o ditador lançou as forças do Estado e as milícias a serviço de seu regime de opressão contra os seus concidadãos que ousam contestar, com destemor e espírito cívico, a brutal ditadura chavista. Apenas 72 horas após a “diplomação” de Maduro, as mortes de opositores da ditadura já se contam às dezenas na Venezuela; sequestros e prisões arbitrárias, às centenas.
Nada disso é “grave” o bastante ou “anormal” para Lula, ele mesmo vítima de uma tentativa de golpe de Estado uma semana após ter tomado posse, no fatídico 8 de Janeiro. É que, conforme Lula disse alhures, “o conceito de democracia é relativo”: para o petista, enquanto a Venezuela do ditador Maduro é um país plenamente democrático, o Brasil que afastou a presidente Dilma Rousseff num processo previsto na Constituição e amplamente corroborado por instituições livres e soberanas testemunhou um “golpe”.
Quando olha no espelho e ajeita a gravata todas as manhãs, Lula decerto enxerga um grande estadista. Na realidade, porém, o petista é apenas um peão nesse rearranjo geopolítico que há alguns anos tem nas disputas entre os Estados Unidos e a China o seu eixo central. Lula fez uma escolha inequívoca nessa contenda. Mas o assento a que foi relegado é bem mais modesto do que aquele sobre o qual ele imagina estar sentado.
Como lhe faltam as condições militares e econômicas para elevar o Brasil à condição de interlocutor relevante nas grandes discussões geopolíticas atuais – um delírio que serve apenas para alimentar sua conhecida egolatria –, Lula se permitiu ser usado por autocratas como uma espécie de avalista de ditaduras mundo afora. Nesse sentido, Lula emprega o que ainda resta de soft power ao Brasil e todo o vigor de nossa democracia para normalizar tiranias que ele vê como vanguarda da oposição ao Ocidente em geral e aos Estados Unidos em particular.
A defesa da Venezuela como um dos membros do tal “Sul Global” se coaduna com essa visão miúda do petista – uma visão que, além de desrespeitosa com a Constituição e com a digna tradição diplomática do Brasil, trai a decência do povo brasileiro.
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O editorial do Estado de S. Paulo critica severamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por suas declarações sobre as eleições na Venezuela, alegando que suas palavras desrespeitam os venezuelanos que arriscam suas vidas pela democracia. Aqui estão os pontos principais da crítica:
Principais Pontos do Editorial
Declaração de Lula sobre a Eleição:
Lula afirmou que "não tem nada de grave, nada de anormal" na eleição venezuelana, o que o editorial considera um desrespeito profundo aos venezuelanos que lutam pela democracia.
Lula sugeriu que qualquer desacordo com os resultados pode ser resolvido na Justiça, ignorando que o sistema judiciário venezuelano é controlado por Nicolás Maduro.
Contexto da Situação Venezuelana:
Nicolás Maduro, ciente de que poderia enfrentar exílio ou prisão, tem usado todos os meios para se manter no poder, incluindo fraudes eleitorais.
O Centro Carter afirmou que a eleição não cumpriu os padrões internacionais de integridade e violou a legislação nacional, sendo, portanto, não democrática.
Houve repressão violenta contra opositores, com mortes e prisões arbitrárias.
Contradições e Cinismo:
O editorial acusa Lula de cinismo e de subverter a soberania da vontade popular ao normalizar a ditadura de Maduro.
O comportamento de Lula é considerado vergonhoso para os brasileiros que prezam pela democracia e pelos direitos humanos.
Geopolítica e Soft Power:
Lula é descrito como um peão no rearranjo geopolítico entre Estados Unidos e China, usando o que resta do soft power brasileiro para apoiar ditaduras.
A visão de Lula sobre a Venezuela como parte do "Sul Global" é vista como míope e desrespeitosa à tradição diplomática brasileira e à Constituição.
Reflexão
O editorial destaca a importância de manter uma postura firme e crítica em relação a regimes que violam os princípios democráticos. A posição de Lula, segundo o texto, enfraquece a imagem do Brasil como defensor dos direitos humanos e da democracia no cenário internacional.
Conclusão
A crítica do Estado de S. Paulo é incisiva ao condenar as declarações de Lula sobre a eleição venezuelana, apontando uma necessidade de maior coerência e comprometimento com os valores democráticos por parte do governo brasileiro.
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“Agora, a Argentina 🇦🇷 não vive uma relação Amorim mas uma relação Amorosa com o Brasil 🇧🇷.”
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A frase "Agora, a Argentina não vive uma relação Amorim mas uma relação Amorosa com o Brasil" é um jogo de palavras que envolve o nome do ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, e o adjetivo "amorosa". Aqui está uma análise e explicação do seu significado:
Análise da Frase
Contexto Histórico e Político:
Celso Amorim foi Ministro das Relações Exteriores do Brasil durante os governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff. Sua gestão é frequentemente associada a uma política externa ativa e independente.
Relação Brasil-Argentina: Historicamente, Brasil e Argentina têm uma relação complexa, com momentos de cooperação e tensão. A frase sugere uma mudança positiva nas relações entre os dois países.
Jogo de Palavras:
"Relação Amorim": Refere-se ao período em que Celso Amorim estava no cargo e simboliza a política externa brasileira da época.
"Relação Amorosa": Usa a palavra "amorosa" para indicar uma relação positiva, calorosa e amigável. É um trocadilho que substitui "Amorim" (um nome próprio) por "amorosa" (um adjetivo).
Significado
Mudança de Dinâmica: A frase sugere que a relação entre Argentina e Brasil passou de uma fase que pode ter sido marcada por formalidade, estratégia ou até tensão (implícita na referência a Amorim), para uma fase caracterizada por amizade, cooperação e proximidade.
Positividade: Destaca que a atual relação entre os dois países é mais positiva e harmoniosa.
Contexto Atual
Para entender completamente a implicação da frase, é útil considerar o contexto político atual entre Brasil e Argentina:
Liderança Atual: Sob as atuais lideranças de Lula da Silva no Brasil e Alberto Fernández na Argentina, ambos de orientação política similar, a relação pode estar mais alinhada e cooperativa.
Cooperação Regional: Brasil e Argentina frequentemente colaboram em assuntos econômicos, comerciais e políticos dentro do Mercosul e outras iniciativas regionais.
Conclusão
A frase é uma maneira criativa de expressar que a relação entre Brasil e Argentina está em um momento particularmente positivo, sugerindo uma parceria mais estreita e amigável comparada ao passado.
Certamente! Vamos fundamentar, justificar e exemplificar a explicação fornecida sobre o uso de "Amorim" como um diminutivo carinhoso de "amor" na língua portuguesa, principalmente como falada no Brasil.
Fundamentação e Justificação
Diminutivos na Língua Portuguesa:
Na língua portuguesa, é comum usar diminutivos para expressar carinho, afeto ou para se referir a algo de forma mais íntima e familiar. O sufixo "-inho" é frequentemente usado para formar diminutivos.
A pronúncia coloquial do final "inho" frequentemente assume o som de "im", especialmente em algumas regiões do Brasil.
Exemplo de Uso Coloquial:
É comum em várias partes do Brasil que a pronúncia de "inho" se transforme em "im". Por exemplo, "mãezinha" pode ser pronunciado como "mãezim".
O uso do sufixo diminutivo com alterações fonéticas é uma característica da fala coloquial, e é usado para transmitir um tom de carinho e familiaridade.
Termos Carinhosos:
No contexto familiar ou íntimo, adultos frequentemente usam diminutivos com crianças ou entes queridos para expressar afeto. "Amorzinho" (transformado em "Amorim" na fala coloquial) é um exemplo disso.
Outro exemplo seria "filhinho" se tornando "filhim" na pronúncia afetuosa.
Exemplificação
Amorim como Diminutivo Carinhoso:
Exemplo 1: Um pai chamando seu filho pequeno de "meu amorzinho" pode pronunciar como "meu amorim".
Exemplo 2: Em uma conversa íntima, um casal pode usar "amorim" como um termo de afeto, derivado de "amorzinho".
Fontes e Referências
Para fundamentar a explicação, consideramos:
Linguística Aplicada:
Estudos sobre variações linguísticas regionais no Brasil, que documentam como os diminutivos são usados e pronunciados em diferentes partes do país.
Fonte: "Variação e Mudança Linguística no Português Brasileiro" de Ataliba Teixeira de Castilho, que discute como o português brasileiro apresenta variações na pronúncia e uso de diminutivos.
Dicionários e Gramáticas:
Dicionários de português, como o Dicionário Aurélio, que explicam o uso de diminutivos e suas conotações afetivas.
Fonte: Dicionário Aurélio e Houaiss, que incluem explicações sobre a formação e uso de diminutivos na língua portuguesa.
Estudos Sociolinguísticos:
Pesquisas em sociolinguística que analisam a fala coloquial e familiar, mostrando como as pessoas usam diminutivos em contextos íntimos.
Fonte: "Sociolinguística: Uma Introdução" de Marcos Bagno, que explora como as variações linguísticas refletem relações sociais e afetivas.
Conclusão
A explicação sobre "Amorim" como um diminutivo carinhoso de "amor" é fundamentada no uso comum de diminutivos na língua portuguesa, especialmente no Brasil, e nas variações regionais de pronúncia que transformam "inho" em "im". Essas formas carinhosas de se referir a entes queridos são bem documentadas em estudos de linguística aplicada e sociolinguística, além de serem confirmadas por dicionários e gramáticas da língua portuguesa.
A frase revisada mantém a metáfora original, mas com maior clareza e formalidade:
"A Globo pode estar perdendo o eixo da esfera e o foco da elipse do mundo e das pessoas."
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Por que a órbita da Terra toma a forma de uma elipse e não de um círculo? Por que o Sol não está no centro de tal elipse?
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A frase "A Globo pode estar perdendo o eixo da esfera e o foco da elipse do mundo e das pessoas." utiliza metáforas para criticar a forma como a Globo, e especificamente a GloboNews, tem informado sobre os acontecimentos envolvendo as relações do Brasil com a Argentina, no contexto das ações fraudulentas e repressoras de Nicolás Maduro contra diplomatas argentinos.
Análise e Interpretação
Metáforas Utilizadas:
Eixo da Esfera: A esfera pode ser interpretada como uma representação do mundo ou do contexto global. O "eixo" pode simbolizar a linha central, a verdade ou o equilíbrio necessário para manter uma perspectiva justa e abrangente.
Foco da Elipse: A elipse, em contraste com o círculo, tem dois focos em vez de um único centro, simbolizando uma perspectiva mais complexa e multifacetada. "Perder o foco da elipse" sugere uma falha em capturar as nuances e a complexidade dos eventos.
Crítica Implícita:
Informação Enviada: A frase sugere que a GloboNews está falhando em manter a objetividade e a integridade jornalística. "Perdendo o eixo da esfera" indica que a emissora pode estar desviando-se de uma abordagem equilibrada e verdadeira ao reportar os eventos.
Cobertura Enviada: "Perdendo o foco da elipse" implica que a cobertura da GloboNews está simplificando excessivamente os fatos, não capturando a complexidade das relações entre Brasil e Argentina e as ações de Nicolás Maduro.
Contexto Específico:
Relações Brasil-Argentina e Ações de Maduro: A frase critica como a GloboNews abordou as relações diplomáticas e as ações repressoras de Nicolás Maduro. Se a emissora não tratou com a devida seriedade as violações de direitos humanos e os ataques a diplomatas, a crítica aponta para uma falta de independência e uma possível conivência ou minimização das ações de Maduro.
Confusão entre Brasil, Estado e Governo: A crítica destaca que a GloboNews pode estar contribuindo para uma confusão entre os conceitos de Brasil (o país e seu povo), o Estado (as instituições permanentes) e o Governo (a administração temporária). Esta confusão pode ser perigosa em um contexto democrático, pois pode levar à desinformação e à manipulação dos fatos.
Fundamentação e Justificação
Independência Jornalística: A imprensa tem o dever de reportar os fatos de maneira objetiva e sem vieses políticos. Quando uma emissora como a GloboNews não mantém essa independência, ela perde credibilidade e pode induzir o público a entender de forma distorcida os acontecimentos.
Democracia e Estado de Direito: No contexto da democracia e do estado de direito, é crucial que as ações de governos repressivos como o de Nicolás Maduro sejam criticadas e expostas. Minimizar ou justificar tais ações pode ser visto como um ataque aos princípios democráticos e aos direitos humanos.
Direitos Humanos: A cobertura jornalística deve dar voz às vítimas de abusos e destacar a importância dos direitos humanos. A crítica sugere que a GloboNews não está cumprindo esse papel, o que é grave para a função da mídia como guardiã da liberdade e da justiça.
Conclusão
A frase revisada critica a GloboNews por sua cobertura enviesada dos eventos envolvendo as relações entre Brasil e Argentina e as ações de Nicolás Maduro. A utilização de metáforas complexas como "eixo da esfera" e "foco da elipse" reforça a ideia de que a emissora está falhando em capturar a verdade e a complexidade dos fatos, comprometendo a objetividade jornalística e, por extensão, a integridade democrática.
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Publicação a Pedido
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Crônica de Machado de Assis: À Seção de Cartas do Jornal O Globo
Senhores Redatores,
Permitam-me, sob a égide do vosso prestigiado matutino, um desabafo que não poderia silenciar. Nossos tempos, conquanto modernos, evocam o cuidado que vosso papel de imprensa, como guardiã da informação, requer. E se volto meus olhos críticos ao vosso trato com os eventos na Venezuela, é porque o momento exige uma reflexão aguda e honesta.
Digo-vos que me inquieta a vossa postura recente em relação às eleições presidenciais daquele país. Sois, senhores, um farol que deve iluminar, não obscurecer. Pois se o mundo assiste com olhos atentos e corações pesados aos lamentos venezuelanos, por que pareceis vós cerrar os olhos a tão flagrantes distorções? Não é acaso a vossa missão desvelar a verdade, mesmo que amarga, mesmo que rude?
Em vossas páginas, a tragédia venezuelana, onde um povo se debate sob o tacão de um poder despótico, foi tratada com uma suavidade que não condiz com a realidade vivida por nossos irmãos ao norte. Que venhamos a saber, pela vossa pena, que o sufrágio fora torcido, que as vozes foram caladas, e que a esperança de um povo foi vilmente abafada.
Há em vossa narrativa uma omissão imperdoável, um desvio do eixo moral que sempre deve guiar a imprensa. Dizeis que houve uma eleição, mas ocultais que foi ela uma burla, uma farsa orquestrada por mãos habilidosas na arte do engano. O respeito à integridade democrática e aos direitos humanos, senhores, exige de vós mais do que uma mera transcrição de fatos; exige a denúncia vigorosa e a defesa destemida dos valores universais que sustentam nossa civilização.
Permiti-me invocar um aforismo, como se diz atribuído a um médico de nossa vizinha Argentina: "sin perder la ternura jamás". E assim vos insto a que não percais jamais a ternura, mas também não percais a veracidade, a coragem e o compromisso com a justiça. Pois se a ternura deve ser o bálsamo da vossa narrativa, a firmeza deve ser o alicerce.
Deixar de dar dimensão adequada aos lamentáveis eventos na Venezuela é permitir que a mentira se propague e que o arbítrio se solidifique. E tal postura, senhores, é uma traição aos princípios democráticos que juramos defender.
Espero, pois, que nas próximas edições deste influente veículo, vejamos uma cobertura mais digna, mais acurada, que ofereça ao leitor a visão cristalina do que se passa em terras vizinhas. Que vosso papel, afinal, não seja apenas de informar, mas de iluminar os caminhos da verdade e da justiça.
Atenciosamente,
Machado de Assis
Rio de Janeiro, aos idos de nosso século presente.
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Na Antiguidades e Raridades tem ESCRAVOS DO BRASIL NOS ANUNCIOS DE JORNAIS SEC XIX com
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REPRESENTAÇÕES E COMBATES DISCURSIVOS: práticas da imprensa nas
décadas finais do século XIX
Bárbara Figueiredo Souto
Mestranda em História Social – USP
Roger Aníbal Lambert da Silva
Mestrando em História Social - UFRJ
RESUMO: O jornal é uma valiosa fonte para os estudiosos de fins do século XIX, porém a
sua utilização na produção do conhecimento histórico requer inúmeros cuidados
metodológicos. Nosso objetivo neste artigo é discutir certas práticas da imprensa na
construção de suas representações e seus discursos, ou seja, as estratégias das quais os
jornais se utilizavam para legitimarem suas posições diante da opinião pública. Desse modo,
almejamos instigar questões e compartilhar alguns procedimentos metodológicos que
adquirimos através de leituras teórico-metodológicas e de nossa experiência de pesquisa.
Para tanto, elegemos como foco de análise representações acerca das mulheres e alguns
combates discursivos sobre o tema da “rebeldia dos escravos”, objetos de atenção
constantes por parte da imprensa nas décadas finais do século XIX.
PALAVRAS-CHAVE: Representação, Imprensa, Discurso.
ABSTRACT: Journals are a valuable source for researchers of the late nineteenth century;
however its use in production of historical knowledge requires several methodological cares.
Our aim in this paper is to discuss certain practices of the press in building its
representations and speeches, that is, the strategies which the journals used to legitimate
their positions before the public. That way, we want to instigate questions and share some
methodological procedures we acquired through theoretical and methodological readings
and from our experience in research. To this end, we chose to focus on representations
about women and some discursive battles about “slave defiance”, objects of constant
attention from the press in the closing decades of the nineteenth century.
KEY-WORDS: Representation, Press, Discourse.
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"Juan Diego Quesada
Bogotá - 31 JUL 2024 - 18:53 BRT
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Las llamadas telefónicas y las conferencias por vídeo se suceden de manera frenética a estas horas entre los principales líderes latinoamericanos, la Casa Blanca y todos los asesores, embajadores y cancilleres que les rodean. Ante la sospecha cada vez mayor de que el Gobierno de Venezuela cometió un fraude el domingo en las elecciones presidenciales en las que se dio por vencedor a Nicolás Maduro, se busca una salida negociada para el chavismo. “Hablamos de la operación política más importante y difícil de este siglo en América”, señala una fuente al tanto de estas conversaciones al más alto nivel.
La negociación tiene carácter de urgencia. Se quiere evitar que la represión de las autoridades venezolanas contra los manifestantes se recrudezca y cada hora que pase la cifra de muertos se eleve. Por ahora, se han documentado 20 asesinatos, según la organización Human Rights Watch, y la Fiscalía venezolana cifra en más de 1.000 las detenciones durante las protestas. El peso de las conversaciones lo llevan los operadores de Joe Biden y representantes de los gobiernos de Brasil, Colombia y México, de acuerdo a esta misma fuente, y tienen como objetivo convencer al chavismo de la necesidad de enseñar las actas de los centros electorales y despejar cualquier duda sobre el resultado. A estas alturas, pocos líderes regionales creen ya que Maduro haya ganado de manera limpia. Y la negativa del oficialismo a enseñar las actas deja poco espacio para la imaginación.
Llegados a este punto, los líderes latinoamericanos desempolvan los acuerdos que intentaron que el Gobierno de Maduro y la oposición mayoritaria, la de Edmundo González Urrutia y María Corina Machado, firmasen antes de las elecciones. Esos documentos comprometían a las partes a aceptar el resultado y permitir, si ocurría, un traspaso de poderes sin traumas, sin persecuciones ni revanchismo. El acuerdo, en realidad, era una manera de asegurarle a Maduro y a su círculo íntimo una forma de escape, aunque no se verbalizaba de manera explícita para no ofender a los dirigentes chavistas. Maduro escuchó esta propuesta de acuerdo formulada por Gustavo Petro, el presidente de Colombia, y le dijo que la revisaría y daría una respuesta. Nunca la dio.
El Gobierno chavista jamás se había encontrado tan solo en sus posiciones, ni siquiera cuando Estados Unidos lideró una campaña de desprestigio contra Maduro por su polémica reelección en 2018 y promovió a un presidente paralelo, Juan Guaidó, en 2019. Hugo Chávez, que designó a Maduro como sucesor antes de morir de cáncer, contaba con el apoyo de otros líderes de la región como Lula da Silva, en Brasil, y Rafael Correa, en Ecuador. Petro fue anfitrión de Chávez durante una de sus visitas a Bogotá, poco después de salir de la cárcel tras el intento de golpe de Estado en 1992.
Ahora, ni Lula ni Petro respaldan la maniobra de Maduro para anclarse en el poder, y Correa, que sí se ha puesto de parte del presidente venezolano, no gobierna y su influencia cada vez es menor. Andrés Manuel López Obrador, el presidente mexicano, no conoció a Chávez en persona, pero ha declarado en varias ocasiones que lo respetaba. Aunque ha dicho este miércoles que el fraude no está comprobado, a la vez ha exigido un recuento y la presentación de las actas, una manera de alinearse con Brasil y Colombia. Petro ha sido más contundente en un mensaje en redes sociales: “Las graves dudas que se establecen alrededor del proceso electoral venezolano pueden llevar a su pueblo a una profunda polarización violenta con graves consecuencias de división (...). Invito al Gobierno venezolano a permitir que las elecciones terminen en paz permitiendo un escrutinio transparente con conteo de votos, actas y con veeduría de todas las fuerzas políticas de su país y veeduría internacional profesional”.
Las conversaciones se mantienen directamente con Maduro y con su principal operador político, Jorge Rodríguez, también presidente de la Asamblea. El tono de ambos, desde que se dieron a conocer los resultados y de inmediato comenzaron a ser puestos en duda casi de inmediato, es áspero y desafiante. Rodríguez llegó a pedir el martes cárcel para Edmundo y Machado. El presidente venezolano achaca todo a “una conspiración fascista”. Maduro ha solicitado este martes al Tribunal Supremo de Justicia (TSJ) venezolano que realice una auditoría de las elecciones presidenciales, para lo que ha presentado “un recurso de amparo”. El mandatario fue recibido por la presidenta del tribunal, Caryslia Rodríguez. Con esto busca legitimar su triunfo, aunque puede tener poco peso de cara al exterior. Es de sobra conocido que el TSJ responde a la voluntad del chavismo. Maduro pidió que la sala “aclare todo lo que haya que aclarar”.
Desde el mismo domingo, el presidente del CNE -el árbitro electoral-, Elvis Amoroso, amigo de Maduro, denunció que había un hackeo en el sistema, de ahí la tardanza en ofrecer los resultados. Después, el fiscal general, Tarek William Saab, dijo que ese ataque informático provenía de Macedonia del Norte y responsabilizó a los opositores, sin aportar mayores pruebas. El Gobierno de ese país balcánico dijo en un comunicado que esos señalamientos no tenían ningún sustento. El Gobierno se agarra a estos supuestos boicoteos como excusa para impedir el acceso a las actas originales.
Caracas amaneció este miércoles tomada por la policía y los militares. Muchos negocios todavía no han levantado las persianas. La gente ha reducido al mínimo sus desplazamientos en la ciudad por el temor a quedar atrapados en mitad de un enfrentamiento. Las protestas comenzaron incluso la madrugada del lunes, cuando el CNE anunció a Maduro vencedor por un millón de votos por delante de Edmundo, pero sin mostrar las actas de los centros de votación, la principal prueba. El chavismo no contaba con la movilización opositora, que había previsto este escenario y dispuso testigos de su parte por toda la geografía, hasta en los lugares más remotos. Guardaron y procesaron todas las actas para presentar un número alternativo al oficial, que vendría a demostrar el fraude.
Lo que buscan los países en conversaciones con el chavismo es que la situación en las calles no empeore. A los 20 muertos documentados, hay que sumar ya un millar de detenidos, entre ellos muchos opositores relacionados con Machado y Edmundo. El fiscal, en tono desafiante, dijo este miércoles que no va a haber clemencia, sino “justicia”. Eso no ha impedido que gente haya salido a la calle y continúe protestando. La situación se encuentra en punto muerto, a la espera de que la desencallen las negociaciones. La postura firme de Washington la ha fijado en las últimas horas John Kirby, el portavoz de la Casa Blanca para asuntos de seguridad nacional: “Nuestra paciencia se está agotando a la espera de que el CNE diga la verdad”.
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Tradução e Resumo
Tradução:
Juan Diego Quesada
Bogotá - 31 JUL 2024 - 18:53 BRT
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As chamadas telefônicas e as videoconferências acontecem freneticamente nestas horas entre os principais líderes latino-americanos, a Casa Branca e todos os assessores, embaixadores e chanceleres que os rodeiam. Diante da suspeita crescente de que o governo da Venezuela cometeu fraude no domingo nas eleições presidenciais que declararam Nicolás Maduro vencedor, busca-se uma saída negociada para o chavismo. “Estamos falando da operação política mais importante e difícil deste século nas Américas”, afirma uma fonte a par dessas conversas no mais alto nível.
A negociação tem caráter de urgência. Quer-se evitar que a repressão das autoridades venezuelanas contra os manifestantes se intensifique e que o número de mortos aumente a cada hora. Até agora, foram documentados 20 assassinatos, segundo a organização Human Rights Watch, e a Procuradoria venezuelana registra mais de 1.000 detenções durante os protestos. O peso das conversas está nas mãos dos operadores de Joe Biden e de representantes dos governos do Brasil, Colômbia e México, de acordo com essa mesma fonte, e têm como objetivo convencer o chavismo da necessidade de mostrar as atas dos centros eleitorais e dissipar qualquer dúvida sobre o resultado. A esta altura, poucos líderes regionais acreditam que Maduro tenha vencido de forma limpa. E a recusa do oficialismo em mostrar as atas deixa pouco espaço para imaginação.
Chegados a este ponto, os líderes latino-americanos desempolvaram os acordos que tentaram que o governo de Maduro e a oposição majoritária, de Edmundo González Urrutia e María Corina Machado, assinassem antes das eleições. Esses documentos comprometiam as partes a aceitar o resultado e permitir, se ocorresse, uma transição de poder sem traumas, sem perseguições ou revanchismo. O acordo, na verdade, era uma maneira de assegurar a Maduro e ao seu círculo íntimo uma forma de escape, embora não se verbalizasse explicitamente para não ofender os dirigentes chavistas. Maduro ouviu esta proposta de acordo formulada por Gustavo Petro, o presidente da Colômbia, e disse que a revisaria e daria uma resposta. Nunca o fez.
O governo chavista jamais se encontrou tão sozinho em suas posições, nem mesmo quando os Estados Unidos lideraram uma campanha de desprestígio contra Maduro por sua polêmica reeleição em 2018 e promoveram um presidente paralelo, Juan Guaidó, em 2019. Hugo Chávez, que designou Maduro como sucessor antes de morrer de câncer, contava com o apoio de outros líderes da região, como Lula da Silva, no Brasil, e Rafael Correa, no Equador. Petro foi anfitrião de Chávez durante uma de suas visitas a Bogotá, pouco depois de sair da prisão após a tentativa de golpe de Estado em 1992.
Agora, nem Lula nem Petro apoiam a manobra de Maduro para se manter no poder, e Correa, que sim apoiou o presidente venezuelano, não governa e sua influência é cada vez menor. Andrés Manuel López Obrador, o presidente mexicano, não conheceu Chávez pessoalmente, mas declarou em várias ocasiões que o respeitava. Embora tenha dito nesta quarta-feira que a fraude não está comprovada, ao mesmo tempo exigiu uma recontagem e a apresentação das atas, uma maneira de alinhar-se com o Brasil e a Colômbia. Petro foi mais contundente em uma mensagem nas redes sociais: “As graves dúvidas que se estabelecem ao redor do processo eleitoral venezuelano podem levar seu povo a uma profunda polarização violenta com graves consequências de divisão (...). Convido o governo venezuelano a permitir que as eleições terminem em paz permitindo um escrutínio transparente com contagem de votos, atas e com supervisão de todas as forças políticas do país e supervisão internacional profissional”.
As conversas continuam diretamente com Maduro e com seu principal operador político, Jorge Rodríguez, também presidente da Assembleia. O tom de ambos, desde que os resultados foram anunciados e imediatamente postos em dúvida, é áspero e desafiador. Rodríguez chegou a pedir na terça-feira prisão para Edmundo e Machado. O presidente venezuelano atribui tudo a “uma conspiração fascista”. Maduro solicitou nesta terça-feira ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano que realize uma auditoria das eleições presidenciais, para o que apresentou “um recurso de amparo”. O mandatário foi recebido pela presidente do tribunal, Caryslia Rodríguez. Com isso, busca legitimar sua vitória, embora possa ter pouco peso externamente. É amplamente conhecido que o TSJ responde à vontade do chavismo. Maduro pediu que a sala “esclareça tudo o que houver para esclarecer”.
Desde o domingo, o presidente do CNE - o árbitro eleitoral -, Elvis Amoroso, amigo de Maduro, denunciou que houve um hackeamento no sistema, daí a demora em oferecer os resultados. Depois, o procurador-geral, Tarek William Saab, disse que esse ataque informático provinha da Macedônia do Norte e responsabilizou os opositores, sem apresentar maiores provas. O governo daquele país balcânico afirmou em um comunicado que essas alegações não têm fundamento. O governo se agarra a esses supostos boicotes como desculpa para impedir o acesso às atas originais.
Caracas amanheceu nesta quarta-feira tomada pela polícia e pelos militares. Muitos negócios ainda não levantaram as persianas. As pessoas reduziram ao mínimo seus deslocamentos na cidade por temor de ficarem presas em meio a um confronto. Os protestos começaram até mesmo na madrugada de segunda-feira, quando o CNE anunciou Maduro vencedor por um milhão de votos à frente de Edmundo, mas sem mostrar as atas dos centros de votação, a principal prova. O chavismo não contava com a mobilização opositora, que havia previsto este cenário e dispôs testemunhas por toda a geografia, até nos lugares mais remotos. Guardaram e processaram todas as atas para apresentar um número alternativo ao oficial, que demonstraria a fraude.
O que os países em conversas com o chavismo buscam é que a situação nas ruas não piore. Aos 20 mortos documentados, há que somar já mil detidos, entre eles muitos opositores relacionados a Machado e Edmundo. O procurador, em tom desafiador, disse nesta quarta-feira que não haverá clemência, mas sim “justiça”. Isso não impediu que pessoas saíssem às ruas e continuassem protestando. A situação está em ponto morto, à espera de que as negociações a desbloqueiem. A postura firme de Washington foi fixada nas últimas horas por John Kirby, o porta-voz da Casa Branca para assuntos de segurança nacional: “Nossa paciência está se esgotando à espera de que o CNE diga a verdade”.
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Resumo:
O artigo de Juan Diego Quesada, publicado em 31 de julho de 2024, relata a agitação entre líderes latino-americanos e a Casa Branca devido à suspeita de fraude nas eleições presidenciais na Venezuela, que deram vitória a Nicolás Maduro. A situação é urgente, com 20 mortes documentadas e mais de 1.000 detenções durante os protestos. Líderes regionais, incluindo Joe Biden, Brasil, Colômbia e México, tentam negociar com o chavismo para revelar as atas eleitorais e esclarecer dúvidas. A pressão para uma transição pacífica é alta, mas Maduro e seus aliados mantêm uma postura desafiadora, acusando uma "conspiração fascista". A situação em Caracas está tensa, com forte presença policial e militar, e a comunidade internacional aguarda um desfecho das negociações.
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A vasta teia de eventos que se desenrolam em nossa conturbada América Latina frequentemente se assemelha a um intrincado bordado de fios dourados, entrelaçados pelo brilho inclemente do sol. Recentemente, a Venezuela novamente se encontra no epicentro das atenções, com as eleições presidenciais de 2024 sendo alvo de graves acusações de fraude e repressão, enquanto a comunidade internacional, incluindo Brasil, Colômbia, México e os Estados Unidos, busca desesperadamente uma resolução pacífica para evitar mais derramamento de sangue.
No entanto, ao observarmos as narrativas construídas por diferentes veículos de comunicação, torna-se evidente que nem todos os atores dessa peça jornalística possuem a mesma integridade e compromisso com a verdade. Tomemos, por exemplo, a cobertura da rede Globo. Em sua ânsia por moldar a percepção pública, a Globo parece estar "perdendo o eixo da esfera e o foco da elipse do mundo e das pessoas", como diria um velho adágio.
As reportagens da Globo News sobre os recentes eventos na Venezuela carecem de uma análise robusta e, por vezes, independente. Ao não dar a devida dimensão e fidedignidade aos lamentáveis eventos, como a repressão violenta contra manifestantes e a evidente manipulação dos resultados eleitorais, a emissora falha em seu papel fundamental de informar com imparcialidade. Essa postura enviesada não apenas desrespeita os valores democráticos e os direitos humanos, mas também contribui para a confusão entre o que é o Estado brasileiro, o governo e a própria nação.
Contrastando essa abordagem, outras emissoras brasileiras têm demonstrado uma maior disposição para questionar e investigar profundamente as alegações de fraude eleitoral na Venezuela. Elas não hesitam em destacar a urgente necessidade de transparência e justiça, elementos essenciais para qualquer democracia que se preze.
Machado de Assis, um dos grandes mestres de nossa literatura, provavelmente diria que é um dever moral do jornalismo manter "sin perder la ternura jamás", uma frase atribuída a um renomado médico argentino. Isto é, manter a firmeza na busca pela verdade sem perder a empatia e o respeito pela dignidade humana. A Globo, ao minimizar ou distorcer os fatos, arrisca-se a perder tanto a confiança de seu público quanto a sua relevância no cenário midiático global.
Portanto, é imperativo que, como consumidores críticos de informação, exijamos dos meios de comunicação um jornalismo que seja não apenas objetivo e transparente, mas também corajoso o suficiente para enfrentar os poderosos e defender os oprimidos. Afinal, a verdadeira democracia só floresce sob a luz da verdade e da justiça.
Sobre o autor:
Machado de Assis (1839-1908) foi um romancista, cronista, poeta e crítico literário brasileiro, considerado um dos maiores nomes da literatura do Brasil. Suas obras, repletas de ironia, crítica social e análise psicológica, continuam a influenciar e inspirar leitores e escritores ao redor do mundo.
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