sexta-feira, 2 de agosto de 2024

DEMOCRACIA : Entre palmas e piparotes

"a imprensa deve ser o farol que ilumina os caminhos da verdade, e não a sombra que oculta os desvios da injustiça." ------------
------------ Leonardo Coutinho @lcoutinho #1 Sabe aquela bandeira do Brasil que foi hasteada na Embaixada da Argentina em Caracas? Não está mais lá. O regime de Maduro mandou tirar. Disse que o Itamaraty não fez a comunicaçao formal de que assumiu a guarda da representação diplomática e dos asilados que lá se encontram. ---------
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------------ CLB - Machado de Assis by Instituto Moreira Salles ------- MARCOS FABRÍCIO LOPES DA SILVA MACHADO DE ASSIS, CRÍTICO DA IMPRENSA: o jornal entre palmas e piparotes Belo Horizonte 2005 ---------
------------- Na grande imprensa brasileira, todo dia é 31 de março 31 de março de 2018 _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ------------ Apoio editorial ao golpe de 64 foi um erro A consciência não é de hoje, vem de discussões internas de anos, em que as Organizações Globo concluíram que, à luz da História, o apoio se constituiu um equívoco O Globo 31/08/2013 - 17:00 / Atualizado em 31/08/2013 - 17:33 RIO - Desde as manifestações de junho, um coro voltou às ruas: “A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura”. De fato, trata-se de uma verdade, e, também de fato, de uma verdade dura. Já há muitos anos, em discussões internas, as Organizações Globo reconhecem que, à luz da História, esse apoio foi um erro. O Globo Recomenda Olimpíadas Paris-2024: Campeã olímpica celebra com beijo em judoca brasileira: 'Lamento que seja visto como algo extraordinário' Foto da Recomendação Play Yasmin Brunet mostra mudança no corpo em dois meses. Veja antes e depois Foto da Recomendação Época O livro proibido pela CIA que prevê o fim da humanidade; entenda teoria Foto da Recomendação Saúde Chutes, socos, dieta zero glúten: em entrevista, Yasmin Brunet detalha nova rotina que a fez secar em 2 meses Foto da Recomendação Há alguns meses, quando o Memória estava sendo estruturado, decidiu-se que ele seria uma excelente oportunidade para tornar pública essa avaliação interna. E um texto com o reconhecimento desse erro foi escrito para ser publicado quando o site ficasse pronto. Não lamentamos que essa publicação não tenha vindo antes da onda de manifestações, como teria sido possível. Porque as ruas nos deram ainda mais certeza de que a avaliação que se fazia internamente era correta e que o reconhecimento do erro, necessário. Governos e instituições têm, de alguma forma, que responder ao clamor das ruas. De nossa parte, é o que fazemos agora, reafirmando nosso incondicional e perene apego aos valores democráticos, ao reproduzir nesta página a íntegra do texto sobre o tema que está no Memória, a partir de hoje no ar: 1964 “Diante de qualquer reportagem ou editorial que lhes desagrade, é frequente que aqueles que se sintam contrariados lembrem que O GLOBO apoiou editorialmente o golpe militar de 1964. A lembrança é sempre um incômodo para o jornal, mas não há como refutá-la. É História. O GLOBO, de fato, à época, concordou com a intervenção dos militares, ao lado de outros grandes jornais, como “O Estado de S.Paulo”, “Folha de S. Paulo”, “Jornal do Brasil” e o “Correio da Manhã”, para citar apenas alguns. Fez o mesmo parcela importante da população, um apoio expresso em manifestações e passeatas organizadas em Rio, São Paulo e outras capitais. Naqueles instantes, justificavam a intervenção dos militares pelo temor de um outro golpe, a ser desfechado pelo presidente João Goulart, com amplo apoio de sindicatos — Jango era criticado por tentar instalar uma “república sindical” — e de alguns segmentos das Forças Armadas. Na noite de 31 de março de 1964, por sinal, O GLOBO foi invadido por fuzileiros navais comandados pelo Almirante Cândido Aragão, do “dispositivo militar” de Jango, como se dizia na época. O jornal não pôde circular em 1º de abril. Sairia no dia seguinte, 2, quinta-feira, com o editorial impedido de ser impresso pelo almirante, “A decisão da Pátria”. Na primeira página, um novo editorial: “Ressurge a Democracia”. A divisão ideológica do mundo na Guerra Fria, entre Leste e Oeste, comunistas e capitalistas, se reproduzia, em maior ou menor medida, em cada país. No Brasil, ela era aguçada e aprofundada pela radicalização de João Goulart, iniciada tão logo conseguiu, em janeiro de 1963, por meio de plebiscito, revogar o parlamentarismo, a saída negociada para que ele, vice, pudesse assumir na renúncia do presidente Jânio Quadros. Obteve, então, os poderes plenos do presidencialismo. Transferir parcela substancial do poder do Executivo ao Congresso havia sido condição exigida pelos militares para a posse de Jango, um dos herdeiros do trabalhismo varguista. Naquele tempo, votava-se no vice-presidente separadamente. Daí o resultado de uma combinação ideológica contraditória e fonte permanente de tensões: o presidente da UDN e o vice do PTB. A renúncia de Jânio acendeu o rastilho da crise institucional. A situação política da época se radicalizou, principalmente quando Jango e os militares mais próximos a ele ameaçavam atropelar Congresso e Justiça para fazer reformas de “base” “na lei ou na marra”. Os quartéis ficaram intoxicados com a luta política, à esquerda e à direita. Veio, então, o movimento dos sargentos, liderado por marinheiros — Cabo Ancelmo à frente —, a hierarquia militar começou a ser quebrada e o oficialato reagiu. Naquele contexto, o golpe, chamado de “Revolução”, termo adotado pelo GLOBO durante muito tempo, era visto pelo jornal como a única alternativa para manter no Brasil uma democracia. Os militares prometiam uma intervenção passageira, cirúrgica. Na justificativa das Forças Armadas para a sua intervenção, ultrapassado o perigo de um golpe à esquerda, o poder voltaria aos civis. Tanto que, como prometido, foram mantidas, num primeiro momento, as eleições presidenciais de 1966. O desenrolar da “revolução” é conhecido. Não houve as eleições. Os militares ficaram no poder 21 anos, até saírem em 1985, com a posse de José Sarney, vice do presidente Tancredo Neves, eleito ainda pelo voto indireto, falecido antes de receber a faixa. No ano em que o movimento dos militares completou duas décadas, em 1984, Roberto Marinho publicou editorial assinado na primeira página. Trata-se de um documento revelador. Nele, ressaltava a atitude de Geisel, em 13 de outubro de 1978, que extinguiu todos os atos institucionais, o principal deles o AI5, restabeleceu o habeas corpus e a independência da magistratura e revogou o Decreto-Lei 477, base das intervenções do regime no meio universitário. Destacava também os avanços econômicos obtidos naqueles vinte anos, mas, ao justificar sua adesão aos militares em 1964, deixava clara a sua crença de que a intervenção fora imprescindível para a manutenção da democracia e, depois, para conter a irrupção da guerrilha urbana. E, ainda, revelava que a relação de apoio editorial ao regime, embora duradoura, não fora todo o tempo tranquila. Nas palavras dele: “Temos permanecido fiéis aos seus objetivos [da revolução], embora conflitando em várias oportunidades com aqueles que pretenderam assumir a autoria do processo revolucionário, esquecendo-se de que os acontecimentos se iniciaram, como reconheceu o marechal Costa e Silva, ‘por exigência inelutável do povo brasileiro’. Sem povo, não haveria revolução, mas apenas um ‘pronunciamento’ ou ‘golpe’, com o qual não estaríamos solidários.” Não eram palavras vazias. Em todas as encruzilhadas institucionais por que passou o país no período em que esteve à frente do jornal, Roberto Marinho sempre esteve ao lado da legalidade. Cobrou de Getúlio uma constituinte que institucionalizasse a Revolução de 30, foi contra o Estado Novo, apoiou com vigor a Constituição de 1946 e defendeu a posse de Juscelino Kubistchek em 1955, quando esta fora questionada por setores civis e militares. Durante a ditadura de 1964, sempre se posicionou com firmeza contra a perseguição a jornalistas de esquerda: como é notório, fez questão de abrigar muitos deles na redação do GLOBO. São muitos e conhecidos os depoimentos que dão conta de que ele fazia questão de acompanhar funcionários de O GLOBO chamados a depor: acompanhava-os pessoalmente para evitar que desaparecessem. Instado algumas vezes a dar a lista dos “comunistas” que trabalhavam no jornal, sempre se negou, de maneira desafiadora. Ficou famosa a sua frase ao general Juracy Magalhães, ministro da Justiça do presidente Castello Branco: “Cuide de seus comunistas, que eu cuido dos meus”. Nos vinte anos durante os quais a ditadura perdurou, O GLOBO, nos períodos agudos de crise, mesmo sem retirar o apoio aos militares, sempre cobrou deles o restabelecimento, no menor prazo possível, da normalidade democrática. Contextos históricos são necessários na análise do posicionamento de pessoas e instituições, mais ainda em rupturas institucionais. A História não é apenas uma descrição de fatos, que se sucedem uns aos outros. Ela é o mais poderoso instrumento de que o homem dispõe para seguir com segurança rumo ao futuro: aprende-se com os erros cometidos e se enriquece ao reconhecê-los. Os homens e as instituições que viveram 1964 são, há muito, História, e devem ser entendidos nessa perspectiva. O GLOBO não tem dúvidas de que o apoio a 1964 pareceu aos que dirigiam o jornal e viveram aquele momento a atitude certa, visando ao bem do país. À luz da História, contudo, não há por que não reconhecer, hoje, explicitamente, que o apoio foi um erro, assim como equivocadas foram outras decisões editoriais do período que decorreram desse desacerto original. A democracia é um valor absoluto. E, quando em risco, ela só pode ser salva por si mesma. -----------
------------ Memorias Postumas de Bras Cubas - Machado de Assis (1) -------- A PEDIDO ----------- À Redação de O Globo, Rio de Janeiro, 2 de agosto de 2024 Senhores editores, Li com atenção o editorial publicado recentemente, no qual se reconhece o erro histórico no apoio ao golpe militar de 1964. Não posso deixar de expressar minha profunda preocupação com o que parece ser um eco dessas mesmas práticas no cenário político atual. Escrevo-lhes inspirado pelo espírito crítico que sempre defendi em minhas crônicas, e que, acredito, deveria permear a atuação de toda a imprensa livre. É inegável que, em tempos de crise, as nações frequentemente se encontram à beira de decisões precipitadas, tomadas na esperança de uma solução rápida para os problemas que as afligem. O reconhecimento tardio do apoio ao golpe de 64 como um erro é um passo necessário para qualquer instituição que preze pela democracia. Entretanto, temo que essa reflexão não esteja sendo aplicada ao contexto contemporâneo, no qual práticas igualmente preocupantes ganham terreno, sob o olhar complacente de alguns setores da mídia. Permitam-me recordar que a essência do jornalismo é a busca incansável pela verdade e pela justiça. Esteja o país sob a ameaça de uma ditadura militar ou civil, a imprensa deve ser a primeira a levantar-se contra qualquer forma de opressão. A figura do presidente atual e o apoio incondicional de seu partido a práticas que tangenciam o autoritarismo são questões que não podem ser ignoradas ou tratadas com leviandade. Imagino que, se estivesse entre nós, o público leitor de hoje apreciaria a mesma vigilância que sempre defendi em minha obra. Lembro-me, com pesar, de meus próprios tempos em que a opinião pública era moldada por interesses políticos e econômicos, e o quão perigoso isso se mostrou para a nossa jovem República. Cabe a vocês, que hoje seguram a pena e a tinta, evitar que essa triste história se repita. Não se trata apenas de reconhecer erros passados, mas de evitar repeti-los. O Globo, ao admitir seu equívoco histórico, tem a oportunidade de transformar esse reconhecimento em uma prática contínua de defesa da democracia, independentemente de quais forças se mostrem contrárias a esse valor. Espero que estas palavras não sejam vistas apenas como uma crítica, mas como um convite à reflexão. Pois, como já disse em meus tempos de cronista, "a imprensa deve ser o farol que ilumina os caminhos da verdade, e não a sombra que oculta os desvios da injustiça." Atenciosamente, Machado de Assis ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ------------- ------------ Brasil precisa ter interlocução para poder pressionar Venezuela de Maduro, diz cientista político UOL 2 de ago. de 2024 #UOLNewsManhã #corte No UOL News, o cientista político Hussein Kalot comenta o conflito na Venezuela e as tensões internacionais diante do resultado das eleições presidenciais. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ------------- José Paulo Netto - Homenagem a Carlos Nelson Coutinho Cortez Editora 13 de ago. de 2015 José Paulo Netto fez uma homenagem póstuma emocionante ao intelectual Carlos Nelson Coutinho, seu amigo, que deixou um imenso legado através de seus estudos. O depoimento ocorreu no 8º Seminário Anual de Serviço Social, organizado pela Cortez Editora _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ------------ ---------- RPL # 71 – Marcos Fabrício Lopes da Silva e a “República do Pensamento” República Popular das Letras

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