terça-feira, 30 de julho de 2024

É A GENTE

----------- OPERÁRIAS, 2024. --------- ============== Gente Humilde Chico Buarque Canção de Chico Buarque LetrasVídeosOuvir Tem certos dias Em que eu penso em minha gente E sinto assim Todo o meu peito se apertar Porque parece Que acontece de repente Feito um desejo de eu viver Sem me notar Igual a como Quando eu passo no subúrbio Eu muito bem Vindo de trem de algum lugar E aí me dá Como uma inveja dessa gente Que vai em frente Sem nem ter com quem contar São casas simples Com cadeiras na calçada E na fachada Escrito em cima que é um lar Pela varanda Flores tristes e baldias Como a alegria Que não tem onde encostar E aí me dá uma tristeza No meu peito Feito um despeito De eu não ter como lutar E eu que não creio Peço a Deus por minha gente É gente humilde Que vontade de chorar Composição: Chico Buarque / Garoto / Vinicius. ----------
----------- "UM BRONZE MEMORÁVEL" ---------- "UM DIA A GENTE SABE QUE PODE SER GENTE." GINASTA OLÍMPICA, DE 13 ANOS, DO FLAMENGO, NO RIO DE JANEIRO, VIBRANDO COM O DESEMPENHO DE REBECA EM PARIS, QUE GARANTIRIA NAQUELE EXATO MOMENTO A PRIMEIRA MEDALHA OLÍMPICA POR EQUIPE, EM GINÁSTICA OLÍMPICA, NA HISTÓRIA. ---------- A JOVEM NORTE-AMERICANA SIMONE BILES GARANTIRIA, COM A MEDALHA DE OURO PARA SUA EQUIPE, A MEDALHA DE BRONZE PARA O BRASIL, ÚNICO PAÍS DA AMÉRICA DO SUL QUE LUTARA AO SEU LADO. PARA A ITÁLIA, NESTA OLIMPÍADA EM PARIS, SIMONE GARANTIU A MEDALHA DE PRATA. COM EMOÇÃO DE DIANE, DIEGO HIPÓLITO E DO ÂNCORA DA GLOBO JOSÉ ROBERTO, QUE FAZIAM A TRANSMISSÃO DAQUELA COMPETITIVA PROVA. O PÓDIO A PREMIAÇÃO HINO NORTE-AMERICANO SOBEM JUNTAS AS TRÊS BANDEIRAS VITORIOSAS DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, ITÁLIA E BRASIL, EM PARIS, 2024. REPETIA-SE O COLETIVO EM ITÁLIA, 1945. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ---------
----------- Com sangue, suor e brilho, Brasil é bronze por equipes na ginástica nas Olimpíadas 2024 Com emoção até o fim, Rebeca Andrade, Flavia Saraiva, Jade Barbosa, Julia Soares e Lorrane Oliveira conquistam, no último salto, pódio inédito para o país; EUA ganham ouro, e Itália, prata Por Marcos Guerra — Paris, França 30/07/2024 15h18 Atualizado há 5 minutos Brasil é bronze por equipes na ginástica Rebeca Andrade, Flavia Saraiva, Jade Barbosa, Julia Soares e Lorrane Oliveira escreveram, na tarde desta terça-feira, mais um capítulo da cada vez mais linda história da ginástica artística brasileira. As cinco ginastas conquistaram, no último salto, o bronze por equipes nas Olimpíadas de Paris 2024, uma medalha olímpica inédita e há muito tempo aguardada. Foi de Rebeca a nota final, no salto, um 15.100 em um Cheng lindamente executado, que garantiu o bronze para a equipe no último momento. Antes do último aparelho, o Brasil ocupava o sexto lugar. Com as notas do salto, as brasileiras ultrapassaram China, Canadá e Grã-Bretanha. + Confira o quadro de medalhas das Olimpíadas 2024 Com histórico recente de pódios individuais, o Brasil não tinha ainda a conquista para seu conjunto, um feito que prova o amadurecimento da modalidade e que expõe o brilho de suas atletas. O ouro ficou para a equipe dos Estados Unidos, capitaneada por Simone Biles, e a prata para a Itália. + Olimpíadas hoje: confira a agenda Rebeca Andrade vai muito bem no salto e consegue 15.100 na final da ginástica Teve sangue, suor e muito brilho na Bercy Arena, em Paris. Antes mesmo de as apresentações começarem, durante o aquecimento, Flavia Saraiva caiu das barras, bateu com o rosto no chão e abriu o supercílio, sangrando muito. Mas também houve riso, suspense e emoção até o fim. Fora do pódio até o último salto, o Brasil obrigou muita gente a assistir à final com calculadora na mão. E acabou conquistando a medalha pela força de seu conjunto e pela luz de Rebeca. + Rebeca iguala recorde de medalhas de uma brasileira na história das Olimpíadas Flavinha cai nas barras na hora do aquecimento e machuca o supercílio Melhor ginasta do Brasil e uma das melhores do mundo, Rebeca Andrade, de 25 anos, se apresentou nos quatro aparelhos, assim como Flávia Saraiva, de 24, que foi à luta com curativo no supercílio e tudo. As duas estão classificadas também para a final do individual geral, quinta-feira. Caçula da equipe e finalista da trave, Julia Soares, de 18 anos, completou o time no solo e na trave. Veterana, Jade Barbosa, de 32 anos, foi a terceira competidora do Brasil no salto, enquanto Lorrane, de 26 anos, se apresentou nas barras assimétricas. + Simone Biles reage à série de Rebeca Andrade nas barras; veja Brasileiras comemoram bronze na disputa por equipes das Olimpíadas — Foto: AFP Brasileiras comemoram bronze na disputa por equipes das Olimpíadas — Foto: AFP O Brasil começou pelo seu aparelho mais fraco, as assimétricas. Ficou em quarto após a primeira rotação e ainda desceu para sexto depois de trave e solo. No salto de Rebeca, tomou o pódio de assalto. Veja abaixo como a seleção se apresentou em cada um deles. + Finais da Rebeca Andrade nas Olimpíadas: veja datas e horários Rebeca Andrade, do Brasil, na final por equipes da ginástica, Olimpíadas Paris 2024 — Foto: Ricardo Bufolin/CBG Rebeca Andrade, do Brasil, na final por equipes da ginástica, Olimpíadas Paris 2024 — Foto: Ricardo Bufolin/CBG Barras assimétricas Lorrane Oliveira foi a primeira brasileira em ação. A ginasta é especialista nas barras e entregou uma apresentação sólida, segura. Com um ligeiro erro de postura e um pequeno passo na saída, recebeu 13.000 na pontuação, um pouco menor do que a nota da classificatória, de 13.233. Lorrane abre a passagem do Brasil nas barras na final da ginástica Com um curativo no supercílio depois de receber atendimento médico, Flavinha Saraiva foi a segunda brasileira a se apresentar nas assimétricas. Fez uma série fluida, sem grandes percalços, apenas um pequeno desequilíbrio, e saiu com um sorriso aberto no rosto. A nota, 13.666, foi ligeiramente menor do que os 13.800 da classificatória, mas boa o suficiente para devolver a segurança a Flavinha, que ainda teria outros três aparelhos pela frente. + O solo de Rebeca: veja cada detalhe da apresentação Flavinha realiza bem a série nas barras da final da ginástica e faz 13.666 Rebeca praticamente cravou sua série. Acertou a ligação de elementos que não fez na classificatória e fez uma saída praticamente cravada. Saiu com um sorriso no rosto e a certeza de que brilhou em seu aparelho favorito, recebendo 14.533. Rebeca Andrade se apresenta nas barras e consegue 14,533 na final da ginástica O Brasil terminou a primeira rotação em quarto lugar, somando 41.199, atrás de Estados Unidos, China, Itália e Canadá. Mas os aparelhos mais fortes ainda estavam por vir. + Conheça o movimento criado e batizado por Julia Soares, finalista brasileira da ginástica artística + Confira o canal olímpico de WhatsApp do ge Trave Com sua entrada-assinatura, o Soares, Julia abriu as séries do Brasil na trave. Finalista no aparelho, Julia emendou com um triplo giro de cócoras perfeito, seguiu com uma sequência acrobática, desequilibrou-se e caiu. Perdeu uma ligação de elementos por causa da falha, mas voltou para a trave e completou sua série sem outros erros, com uma saída quase cravada. Ao fim, dirigiu-se ao banco com expressão muito abalada, já esperando uma nota abaixo do esperado: 12.400 Julia sofre queda na trave e faz 12.400 na final da ginástica Entre as seleções adversárias diretas, no entanto, os erros também se sucederam. A chinesa Zhou Yaqin, por exemplo, teve duas quedas e recebeu 12.300, muito abaixo dos 14.866 da classificatória. Flavia Saraiva mostrou que se recuperou não só do ferimento no supercílio como também da frustração de não ter se classificado para a final da trave, seu melhor aparelho, após uma queda na classificatória. Nesta terça, Flavinha simplificou uma sequência de acrobacias e teve um desequilíbrio grande, mas se manteve firme na trave, não caiu e fechou bem. Foi importante ter passado sem queda, garantindo a boa nota de 13.433. Flavia Saraiva desequilibra e leva 13,433 na trave na final da ginástica Chegou a vez da estrela brasileira Rebeca Andrade. A ginasta teve um desequilíbrio grande quase no fim, mas faz uma série boa, com alto grau de dificuldade, e cravou a saída, recebendo 14.133, um pouco abaixo dos 14.500 de domingo. Rebeca Andrade tem leve desequilíbrio na trave e recebe 14,133 na final da ginástica Ao fim da segunda rotação, o Brasil desceu para o sexto lugar, agora também atrás de Grã-Bretanha e Romênia. Enquanto isso, Simone Biles cravava as barras e saía muito aplaudida. Os EUA pareciam estar fazendo uma competição à parte, deixando as outras seleções brigando pela prata e o bronze. Solo Ao som de Cheia de Manias, do Raça Negra, e de Milord, da cantora francesa Edith Piaf, Julia Soares apresentou giros perfeitos junto ao solo, mortais seguros, graça, samba no pé e ainda mandou beijinhos para o público. Só teve dificuldade na chegada da terceira diagonal, com um passo grande pra trás, e recebeu 13.233, surpreendentemente abaixo dos 13.500 de domingo. A essa altura, já tinha muita gente com calculadora na mão. Julia abriu a apresentação no solo pelo Brasil e faz 13.233 na final da ginástica Como uma fada, Flavinha encantou a plateia com uma série graciosa e animada, ao com do Cancan. A brasileira não fez sua série mais difícil, mas acertou cada salto e acrobacia e deu show de simpatia. Recebeu um bom 13.533. Flavia Saraiva dá show de carisma no solo e recebe 13,533 na final da ginástica Candidatíssima a medalha no solo, Rebeca teve dificuldade de cravar a chegada de duas acrobacias, mas evitou erros graves. Com uma série de enorme dificuldade, foi muito aplaudida e recebeu 14.200. Ao fim da terceira rotação, o Brasil seguia em sexto. Rebeca Andrade recebe 14,200 no solo e Brasil segue na briga por medalha na final da ginástica Salto Chegou o aparelho da redenção brasileira. Que não começou tão bem, mas se encerrou de forma apoteótica. Para abrir, Jade Barbosa fez um DTY, o Yurchenko com dupla pirueta. Um bom salto, mas um pouco baixo. Com isso, chegou muito agachada, com o pé fora da linha, recebendo 13.366. Nesse momento, as perspectivas de medalha diminuíram. Jade faz um salto médio, mas consegue 13.366 na final da ginástica Flavinha acertou o DTY. Não foi tão cravado quanto o da classificatória, mas foi um bom salto, que recebeu 13.900 e manteve a chama da esperança do Brasil acesa. Flavia Saraiva consegue 13.900 no salto e sobe a nota do Brasil na final da ginástica Chegou então a hora dela. Com um Cheng lindamente executado, Rebeca Andrade fechou as apresentações brasileiras com um salto digno da campeã olímpica e mundial que é e recebeu a espetacular nota de 15.100. Com isso, o Brasil somou 164.497 pontos e ficou à espera do fim das apresentações das adversárias. Rebeca Andrade vai muito bem no salto e consegue 15.100 na final da ginástica O ouro americano já estava garantido e a briga pela prata e pelo bronze ficou entre Brasil, Itália e Grã-Bretanha. Os dois países ainda estavam completando suas apresentações. A britânica Alice Kinsella precisava de 13,834 na trave sua equipe ultrapassar o Brasil e ficar com o bronze. Tirou 13.600. E as cinco incríveis ginastas brasileiras puderam comemorar, com sorrisos abertos lavados por lágrimas de alegria. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
------------ Segunda classe, 1933. ----- Título: "A Versatilidade Linguística e a Expressão Cultural Brasileira: Uma Análise dos Elementos Distintivos da Língua Portuguesa e Seus Reflexos na Arte e na Sociedade" Resumo Este artigo explora a contribuição do vocábulo "a gente" para a originalidade do português brasileiro, em contraste com outras línguas românicas. Analisa também como essa expressão molda a linguagem coloquial e influencia a cultura brasileira, com destaque para a arte e a música. Além disso, a análise inclui a obra "Operários" (1933) de Tarsila do Amaral, discutindo seu impacto na representação da classe trabalhadora e na expressão cultural do país. Por fim, examina as recentes tensões políticas na Venezuela e o papel da comunidade internacional, com foco na reação do Brasil e de outros países. 1. Introdução A língua portuguesa, especialmente o português brasileiro, é marcada por uma rica diversidade linguística e cultural. Um dos aspectos mais intrigantes dessa diversidade é a expressão "a gente", que, embora gramaticalmente versátil, contribui significativamente para a originalidade do idioma. Este artigo busca conectar e correlacionar diversos textos e temas, desde a influência da expressão "a gente" até a análise da obra de Tarsila do Amaral e as recentes tensões políticas na Venezuela. 2. A Versatilidade do Vocábulo "A Gente" e Sua Contribuição Cultural "A gente" é uma expressão que substitui o pronome pessoal "nós" e é amplamente utilizada no português brasileiro. Sua versatilidade não só facilita a comunicação cotidiana, mas também adiciona uma camada de informalidade que reflete a sociabilidade característica da cultura brasileira. Em comparação com outras línguas românicas, como o espanhol e o francês, "a gente" oferece uma visão única da flexibilidade e da adaptabilidade da língua portuguesa. A expressão é fundamental na música brasileira, onde muitas canções incorporam "a gente" para criar uma conexão íntima e direta com o ouvinte. Esse uso informal é um reflexo da expressão coloquial brasileira e demonstra como a língua contribui para uma identidade cultural distintiva. 3. A Representação da Classe Trabalhadora em "Operários" (1933) de Tarsila do Amaral A obra "Operários" de Tarsila do Amaral é uma representação icônica da classe trabalhadora brasileira. A pintura retrata uma multidão de rostos diversos, simbolizando a pluralidade e a diversidade do povo brasileiro. Embora não se saiba se Tarsila incluiu auto-retratos ou rostos de pessoas específicas, a obra é uma crítica social à condição dos trabalhadores e à industrialização no Brasil. As chaminés e instalações fabris ao fundo da pintura não apenas contextualizam a cena, mas também solidificam a conexão entre os trabalhadores e o ambiente industrial. "Operários" destaca a importância da coletividade e da unidade na sociedade brasileira, refletindo uma perspectiva cultural e social que é essencial para a compreensão da identidade nacional. 4. Tensão Política na Venezuela e a Reação Internacional A recente eleição na Venezuela e a vitória contestada de Nicolás Maduro têm gerado tensões políticas e respostas internacionais. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou a vitória de Maduro, mas a oposição denunciou supostas fraudes. As reações de países como Brasil, Colômbia e EUA demonstram o impacto global das questões políticas venezuelanas. O papel do Brasil, com sua posição cautelosa e a espera por dados desagregados para garantir a transparência, é particularmente relevante. A reação internacional, incluindo a de líderes como o presidente chileno Gabriel Boric e o secretário de Estado americano Antony Blinken, reflete uma preocupação com a legitimidade e a justiça do processo eleitoral. 5. Conclusão A língua portuguesa, com suas nuances e expressões como "a gente", não só enriquece a comunicação cotidiana, mas também reflete aspectos profundos da cultura brasileira. A análise da obra "Operários" de Tarsila do Amaral e as tensões políticas na Venezuela ilustram como a língua e a cultura estão interligadas e como eventos contemporâneos podem impactar a percepção global. Este artigo demonstrou como elementos linguísticos e culturais específicos moldam a identidade nacional e influenciam a comunicação e a expressão artística. Ao conectar esses temas, oferecemos uma visão abrangente da riqueza e da complexidade da cultura brasileira, destacando sua relevância e impacto no cenário global. Referências Schmitz, John Robert. (2024). [Referência ao artigo do professor, se disponível]. Do Amaral, Tarsila. "Operários" (1933). [Referência à obra]. Notícias e análises sobre a eleição na Venezuela. [Referências relevantes]. Este artigo procura integrar e contextualizar a informação linguística, cultural e política, visando um público mais amplo e oferecendo uma visão clara das interconexões entre esses temas. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ---------
---------- OPERÁRIOS, 1933. Artes visuais Pintura Quadro Operários de Tarsila do Amaral: significado e contexto histórico Laura Aidar Revisão por Laura Aidar Arte-educadora, fotógrafa e artista visual Pintada em 1933, a tela Operários tem temática social, está exposta no Palácio Boa Vista e pertence ao Acervo do Governo do Estado de São Paulo. É uma obra que integra o modernismo brasileiro e retrata cinquenta e um operários da indústria. Carrega como símbolo a exploração do povo trabalhador e a diversidade étnica que compõe a nossa sociedade. Feita com a técnica de pintura a óleo, tem dimensões grandes (120cm x 205cm) e pertence ao período em que Tarsila do Amaral se dedicou a retratar temas de interesse coletivo e social, após retornar de uma viagem à União Soviética. Operários Significado da obra A tela Operários é considerada um grande símbolo do período de industrialização brasileira (especialmente do Estado de São Paulo). Esse foi um momento histórico marcado pela migração de trabalhadores, uma classe ainda muito vulnerável e explorada, sem acesso a leis que a defendesse propriamente. Assim, Tarsila exibe nessa obra as distintas feições dos trabalhadores e trabalhadoras das fábricas. São pessoas de cores e etnias muito diferentes representadas lado a lado. E, apesar dos contrastes, todos carregam feições extremamente cansadas e sem esperança. São cinquenta e um rostos, alguns deles sobrepostos. Essa mistura de trabalhadores exibidos em sequência aponta para a massificação do trabalho. Os operários olham todos na mesma direção, mas não estabelecem nenhum contato visual uns com os outros. A disposição dos trabalhadores, em um formato crescente, de pirâmide, permite que se veja a paisagem ao fundo: uma série de chaminés cinzentas de fábricas. Alguns dos rostos são de personalidade conhecidas na época, como o do arquiteto Gregori Warchavchik e da cantora Elsie Houston. Outros são conhecidos apenas pela pintora, caso de Benedito Sampaio, o administrador da fazenda da família. Outro quadro clássico deste período e pintado no mesmo ano é Segunda Classe. Segunda classe, 1933. Segunda classe, 1933. Contexto histórico e inspiração criativa O cenário não era dos mais favoráveis, o quadro Operários foi pintado um pouco após a grande crise econômica de 1929, que abalou o mundo. No Brasil, era o período da Era Vargas e o quadro é um retrato da industrialização paulistana. Pessoalmente, Tarsila perdeu parte do seu patrimônio financeiro. Em 1931, vendeu alguns quadros da sua coleção pessoal e viajou para a União Soviética. Foi apresentada ao socialismo pelo então namorado, o psiquiatra Osório César. Quando voltou da União Soviética, esteve presa durante um mês devido a sua simpatia com a ideologia socialista e engajou-se na Revolução Constitucionalista de 1932. Impactada com a descoberta ideológica, a pintora se uniu ao comunismo antes de criar o quadro Operários. Anos antes de pintar temas sociais, Tarsila já afirmava categoricamente: “Eu quero ser a pintora do meu país” (1923). Releitura do quadro Operários O Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), inaugurou no dia 8 de junho de 2018 a maior manifestação de arte urbana dedicada exclusivamente à ciência, tecnologia e inovação. Um dos murais, feito em grafite, foi uma releitura de Operários. O trabalho, intitulado Construtores da ciência, está exposto na rua Lauro Müller, em Botafogo, no Rio de Janeiro. A autora é a jovem artista plástica Gabi Tores, estudante do curso de Artes Visuais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Grafite Grafite 2 Descubra também: As obras de Tarsila do Amaral que você precisa conhecer Abaporu As pinturas mais famosas do mundo As obras mais importantes de Rembrandt e a sua biografia Quadro Retirantes de Candido Portinari Este conteúdo foi útil?simnão Compartilhar Laura Aidar Revisão por Laura Aidar Arte-educadora, artista visual e fotógrafa. Licenciada em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e formada em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design. Rebeca Fuks Edição por Rebeca Fuks Formada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2010), mestre em Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013) e doutora em Estudos de Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e pela Universidade Católica Portuguesa de Lisboa (2018). ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ----------

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