terça-feira, 6 de agosto de 2024

COISAS BANAIS

CANETAS CORTANTES E DESCONCERTANTES -----------
------------ '- CANALHA! PATIFE! VAGABUNDO! COVARDE!' EM INGLÊS ChatGPT "- Scoundrel! Creep! Bum! Coward!" " - E UM DIA VÃO DIZER QUE NO PRINCÍPIO ERA O VERBO." EM INGLÊS ChatGPT "– And one day they'll say that in the beginning was the Word." ============ ------------ Coisas Banais Teresa Cristina e Grupo Semente ----------- "Repare bem, não é assim Que a gente faz com o que tem Se a gente ama de verdade Orgulho, vaidade, desamor São coisas banais que só têm utilidade Pra machucar o nosso amor Se quiseres ir embora, leve a saudade Leve a dor e deixe a paz Quando o amor é de verdade, não se implora Nem se prende a coisas banais Repare bem" Composição: Candeia / Paulinho da Viola. ---------- ----------- Tristeza pé no chão Teresa Cristina e Grupo Semente Letra Tradução Dei um aperto de saudade No meu tamborim Molhei o pano da cuíca Com as minhas lágrimas Dei meu tempo de espera Para a marcação e cantei A minha vida na avenida sem empolgação Dei um aperto de saudade No meu tamborim Molhei o pano da cuíca Com as minhas lágrimas Dei meu tempo de espera Para a marcação e cantei A minha vida na avenida sem empolgação Vai manter a tradição Vai meu bloco tristeza e pé no chão Vai manter a tradição Vai meu bloco tristeza e pé no chão Fiz o estandarte com as minhas mágoas Usei como destaque a tua falsidade Do nosso desacerto fiz meu samba enredo Do velho som do minha surda dividi meus versos Vai manter a tradição Vai meu bloco tristeza e pé no chão Vai manter a tradição Vai meu bloco tristeza e pé no chão Nas platinelas do pandeiro coloquei surdina Marquei o último ensaio em qualquer esquina Manchei o verde esperança da nossa bandeira Marquei o dia do desfile para quarta-feira Vai manter a tradição Vai meu bloco tristeza e pé no chão Vai manter a tradição Vai meu bloco tristeza e pé no chão Composição: Armando Fernandes. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ------------- ------------- Música tema Canal 100 - Waldir Calmon - Na Cadencia do Samba (Que Bonito É) - anos 80 FUTCOMOLEGUSTA ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ------------
----------- Olimpíada: Brasil atropela campeã mundial Espanha e vai à final do futebol feminino</b> Seleção Brasileira voltou a brilhar e surpreender uma favorita nos Jogos Olímpicos Brasil vence a campeã mundial Espanha e vai disputar o ouro com os EUA ----------- CORTANTE E DESCONCERTANTE: ------- ----------- Dar uma caneta | Futebol ----------- ------------ #AcordaPraElas: Kerolin e a volta por cima Confederação Brasileira de Futebol 16 de jul. de 2023 A CBF TV convocou as 26 jogadoras para contar um pouco sobre a vida: carreira, família, desafios, conquistas, Seleção Brasileira e Copa do Mundo. No episódio quinze, conheça um pouco da história de Kerolin. Em 2019, a meia testou positivo no exame anti-doping poucos meses antes da Copa do Mundo. O que parecia um sonho próximo: defender a Seleção em um Mundial, virou um pesadelo. Mas ela deu a volta por cima e, hoje, é uma das principais referências do país no meio de campo. -----------
------------- Saliva, confetes e sangue na caneta cortante de Carolina Maria de Jesus Saliva, confetes e sangue na caneta cortante de Carolina Maria de Jesus @ pulsante / março 31, 2015 Por Raffaella Fernandez Carolina de JesusDa publicação de seu primeiro livro “Quarto de despejo: diário de uma favelada” publicado em 1960 com o apoio do jornalista Audálio Dantas, devemos dizer que a tiragem inicial, que seria de três mil exemplares, foi de trinta mil, que se esgotaram em apenas três dias na cidade de São Paulo. No Brasil só em 1960 foi reimpresso sete vezes. Foi traduzido em 14 línguas, publicado em 20 países e circulou 40 países, cuja venda alcançou a marca de um milhão de exemplares. Foram produzidas edições na Dinamarca, Holanda e Argentina. Em 1961 na França, Alemanha (Ocidental), Suécia, Itália, Checoslováquia, Romênia, Inglaterra, Estados Unidos e Japão, em 1962; Polônia, em 1963; Hungria, em 1964; Cuba, em 1965 e, entre 1962 e 1963, na União Soviética, chegou inclusive a ser proibido na Portugal de Salazar. Portanto, falamos de um best seller que definiu a favela como o “quarto de despejo” da sociedade em contraposição a “sala de estar”. Mas a criatividade e sabedoria de Carolina de Jesus não se encerram nessa impactante obra. A autora possui mais de 5 mil páginas manuscritas, totalizando 58 cadernos que contém 7 romances, mais de 60 textos com características de crônicas, fábulas, autobiografia e contos, mais de 100 poemas, 4 peças de teatro e 12 marchinhas de carnaval, até o momento mapeados na pesquisa de doutorado “Processo criativo das narrativas esparsas no espólio Carolina Maria de Jesus” desenvolvida junto ao IEL- Unicamp. Carolina de Jesus2A obra literária de Carolina de Jesus ainda não foi totalmente publicada tão pouco do modo como ela definiu ou sinalizou em seu processo criativo. As editoras interessam-se apenas pelo caráter testemunhal da obra de “uma escritora favelada” a mantendo nesse estereótipo. Recheando com coloridos confetes de sangue, a saliva e a caneta cortante da autora. No entanto, a potência da escrita Carolina de Jesus pulsa nos fólios manuscritos, como podemos ler em novas publicações que trazem outros prismas da autora, seja na recente publicação da narrativa “O escravo” e o poema “Os feijões” na Revista O Menelick- Ato 2 e na publicação da crônica autobiográfica “Favela” e de um de seus contos inédito “Onde estais felicidade?” homônimo do livro publicado em ocasião do centenário celebrado em 2014. Certamente estas mostras invocarão novas possibilidades de publicação da obra dessa importante autora da história da cultura brasileira, sobretudo, porque as transcrições procuraram atender aos projetos de escrita da autora cultivando a linguagem “oculta” da língua portuguesa que ela carrega como marca estilística. Além disso,vale dizer que poucas pessoas conhecem as excentricidades de Carolina de Jesus, atitudes próprias de alguém que vivenciava um devir artista em seus gestos quixotescos, forma de ser que foram julgadas por seus contemporâneos como “loucura” proveniente das condições de marginalidade insana em que sobrevivia. A escritora usava apenas sapatos de homens, escrevia a noite sob luz de velas ou debaixo de árvores quando foi morar no sítio ou sobre o corpo de Vera Eunice adormecida. Confeccionou três fantasias de carnaval, uma de paetês, outra com diversas lâmpadas amarradas num lençol que chamava de luz do universo e a primeira com penas de galinha da angola, em contraposição às plumas das grandes vedetes, que foi recosturada a cada carnaval no período em que viveu a beira do rio Tietê. Passados cerca de cem anos de sua existência ainda nos perguntamos junto com Carolina Maria de Jesus “onde estaes felicidade?” E oferecemos um pouco mais de sua literatura tão atual e interditada que aos poucos se aproxima do público. Segue a transcrição de uma das versões dos poemas “Negros” e outra do poema “Rebotalho”, que curiosamente não fazem parte da “Antologia pessoal”, cujos versos foram publicados em 1996, e demonstram, junto com o poema “O feijões” que a temática da negritude perpassa as “escrevivências” do corpo-texto de Carolina de Jesus. Negros Negro tem todos defeitos Sofre sempre humilhação Se reclama o seu direito Nunca o negro tem razão. O negro não tem defeito Tem qualidade e valor O Judas não era prêto E vendeu Nósso Senhór. Tua existência é Um estertor Seu sofrimento é profundo Por causa de sua côr És infeliz neste mundo. Sufocando os nossos clamores Quando somos perseguidos Só Jesus Nosso Senhor É quem ouve os nossos gemidos Jesus nosso senhor Não implantou a desigualdade Não condenou o homem de côr Não lhe baniu da comunidade. (Carolina Maria de Jesus) negros1 Museu de Sacramento II 3026 negros2 O mesmo poema em outro caderno intitulado 8 diário e história de Carolina, por desconhecido Rebotalho Quando eu morrer! Não diga que fui todo rebotalho Que vivia a margem da vida Digam que eu procurava trabalho E fui sempre preteria Diga ao povo brasileiro O meu sonho era ser escritora Mas eu não tinha dinheiro Para pagar uma editora Digam que eu tinha bôa vontade E demonstrava a minha aptidão E que vivia na degringolada Sempre de rastro no chão Digam que na multidão sorria Recluída sempre eu chorava Que em todos os lugares que eu ia O povo desprezava Digam que foi agro o meu viver Que ninguém deu-me valor Não sei se foi pôr eu ser, De côr. Muitas fugiam ao me ver Pensando eu eu não percebia Outras pedia para ler Os versos que eu escrevia Era papel que eu catava Para custear o meu viver E no lixo eu encontrava _ Livros para eu lêr Quantas coisas eu quis fazer Fui tolhida pelo precoonçêito Se eu extinguir quero renascêr Num país em que predomina o preto Adeus! Adeus, eu vou partir! morrer! E dêixo esses versos ao meu país Se e que temos o direito de renascer Quero um lugar, onde o preto é feliz Ano Centenário Carolina Maria de Jesus Em vida, Carolina Maria de Jesus publicou: JESUS, Carolina Maria de. A favela como quarto de Despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Francisco Alves, 1960. ______. Casa de alvenaria: diário de uma ex-favelada. São Paulo: Editora Paulo de Azevedo LTDA, 1961. ______. Pedaços da Fome. São Paulo: Editora Áquila, 1963. ______. Provérbios. São Paulo: S/N, 1965. Outros livros póstumos: ______. Journal de Bitita. Paris: A.M. Métailié, 1982. Traduzido do francês para o português somente em 1984 (ainda não temos uma edição mais genuína desse livro) em ______. Diário de Bitita. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. ______. Meu estranho diário. Meihy e Levine (Orgs.). São Paulo: Xamã, 1996. ______. Antologia pessoal. Meihy e Levine (Org.). Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1996. ______. Onde estaes felicidade? São Paulo: Me Parió Revolução, 2014. Compartilhe isso: TwitterFacebook março 31, 2015 em Participação, Poesia, Sociedade. Posts Relacionados A pandemia dos lacaios Milton Santos: uma catarse esclarecedora A França pós-Charlie Hebdo Navegação de Posts← InsôniaDa série Alunos → 3 comentários sobre “Saliva, confetes e sangue na caneta cortante de Carolina Maria de Jesus” mamapress abril 2, 2015 às 4:19 pm Republicou isso em Mamapresse comentado: Da publicação de seu primeiro livro “Quarto de despejo: diário de uma favelada” publicado em 1960 com o apoio do jornalista Audálio Dantas, devemos dizer que a tiragem inicial, que seria de três mil exemplares, foi de trinta mil, que se esgotaram em apenas três dias na cidade de São Paulo. No Brasil só em 1960 foi reimpresso sete vezes. Foi traduzido em 14 línguas, publicado em 20 países e circulou 40 países, cuja venda alcançou a marca de um milhão de exemplares. Foram produzidas edições na Dinamarca, Holanda e Argentina. Em 1961 na França, Alemanha (Ocidental), Suécia, Itália, Checoslováquia, Romênia, Inglaterra, Estados Unidos e Japão, em 1962; Polônia, em 1963; Hungria, em 1964; Cuba, em 1965 e, entre 1962 e 1963, na União Soviética, chegou inclusive a ser proibido na Portugal de Salazar. Portanto, falamos de um best seller que definiu a favela com o “quarto de despejo” da sociedade em contraposição a “sala de estar” . Responder asmin abril 5, 2015 às 4:38 pm Queria achar as outras obras dela, onde encontro? Responder Raffaella abril 5, 2015 às 11:02 pm No estante virtual as mais antigas e o último livro pode ser lido aqui: http://pt.scribd.com/doc/257820380/Onde-Estaes-Felicidade-e-Book-Letraria#scribd Boa leitura! 😀 ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ----------- ----------------- Coisas Banais Teresa Cristina e Grupo Semente Letra Tradução Significado Repare bem, não é assim Que a gente faz com o que tem Se a gente ama de verdade Orgulho, vaidade, desamor São coisas banais que só têm utilidade Pra machucar o nosso amor Se quiseres ir embora, leve a saudade Leve a dor e deixe a paz Quando o amor é de verdade, não se implora Nem se prende a coisas banais Repare bem Composição: Candeia / Paulinho da Viola.

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