domingo, 28 de julho de 2024

VOU-me

Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato… Ou toca, ou não toca ----------- ------------ Poesia | Eu, de Clarice Lispector _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ------------ Eu – Clarice Lispector Autor: Clarice Lispector Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas; minhas tristezas, absolutas. Entupo-me de ausências, Esvazio-me de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos. Pouco não me serve, médio não me satisfaz, metades nunca foram meu forte! Todos os grandes e pequenos momentos, feitos com amor e com carinho, são pra mim recordações eternas. Palavras até me conquistam temporariamente… Mas atitudes me perdem ou me ganham para sempre. Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato… Ou toca, ou não toca Clarice Lispector
----------- Show Opinião – os artistas respondem ao golpe --------- ARTE CONTRA A DITADURA | Show Opinião – os artistas respondem ao golpe Em 11 de dezembro de 1964 estreia o espetáculo “Show Opinião”, escrito de forma coletiva por vários autores e assinado por Armando Costa, Paulo Pontes e Vianinha, e dirigido por Augusto Boal. O Show Opinião marcaria a história cultural brasileira e dos artistas que procuravam alguma forma de se opor ao golpe militar. Show Opinião – os artistas respondem ao golpe Fernando Pardal ----------- Opinião Zé Keti ----------- Podem me prender Podem me bater Podem, até deixar-me sem comer Que eu não mudo de opinião Daqui do morro Eu não saio, não Se não tem água Eu furo um poço Se não tem carne Eu compro um osso E ponho na sopa E deixa andar Fale de mim quem quiser falar Aqui eu não pago aluguel Se eu morrer amanhã, seu doutor Estou pertinho do céu Composição: Zé Kéti. ---------- ----------- Ah, estou aqui de novo. Pensaste que eu tinha ido, Mas não fui, não, não parti. Não retorna quem não saiu. Aqui é o meu lugar, E aqui eu vou ficar! ------------
------------ Modo indicativo (verbo ir) Presente: vou, vais, vai, vamos, ides, vão. Pretérito perfeito – fui, foste, foi, fomos, fostes, foram. Pretérito imperfeito – ia, ias, ia, íamos, íeis, iam. Pretérito mais-que-perfeito - fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram Futuro do presente – serei, serás, será, seremos, sereis, serão. Futuro do pretérito – seria, serias, seria, seríamos, seríeis, seriam. ----------
------------- O reino adormecido - Leo Cunha, André Neves -------------- SEM CORTESIA "CONSELHEIRO - Calma lá, rapaz. Isso aqui é uma história de outros tempos. Do tempo do antigamente. Do tempo do era uma vez. Pode esperar sentado. Todos riem e dançam e cantam. FIM DA CENA 3 / FIM DO 3º ATO / FIM" Leo Cunha, O Reino Adormecido, Peça em 3 Atos. ------------
------------ Velho mundo, novo mundo e novíssimo mundo. No jornal "MundovelhoMundonovo - Mundo em Mutação", a análise da realidade política contemporânea se entrelaça com a intemporalidade das fábulas e das canções, revelando uma narrativa onde o velho e o novo se encontram em um palco de constantes transformações. Marco Aurélio Nogueira descreve um cenário de polarizações enrijecidas, onde a energia se perde na negação mútua, e a extrema direita cresce alimentada por fantasias desinformadas. O antagonismo estreito entre os polos paralisa a formulação de projetos consistentes para a sociedade, criando um ciclo interminável de conflito. Nesse contexto, a melodia melancólica de "Sabiá", de Chico Buarque e Tom Jobim, ecoa o anseio por um retorno a tempos de conciliação e esperança. "Vou voltar, sei que ainda vou voltar, para o meu lugar," canta Chico, refletindo o desejo por um ambiente político menos polarizado. Luiz Sérgio Henriques alerta sobre a resistível ascensão do nacional-populismo, especialmente nos Estados Unidos. A visão de uma América fechada, onde imigrantes são vistos como inimigos, e a democracia é subvertida, pinta um quadro sombrio de um futuro autocrático. "Noite dos Mascarados", de Chico Buarque e Zé Ketti, encapsula essa atmosfera de tensão, onde fantasia e realidade se entrelaçam. "Quem é você? Adivinha se gosta de mim hoje à noite," canta Chico, questionando as máscaras usadas tanto na vida pessoal quanto na política. Ruy Castro, com seu estilo mordaz, expõe a dualidade da sociedade americana, onde a linha entre realidade e fantasia é borrada. Em tempos dourados de Hollywood, atores personificavam heróis de guerra, mas na vida real nunca vestiram uma farda. Essa dualidade reflete a política atual, onde a imagem e a retórica frequentemente divergem da realidade, criando um cenário onde é difícil discernir o verdadeiro do fictício. A canção "João e Maria", de Chico Buarque e Sivuca, ilustra perfeitamente essa mistura de fantasia e realidade. "Agora era fatal que o faz-de-conta terminasse assim," canta Chico, apontando para a inevitável colisão entre a ilusão e a verdade. Thaís Espírito Santo traz uma perspectiva humana e histórica à narrativa, celebrando a vida e as memórias do 2º tenente do Exército Walfrid de Moraes, veterano da 2ª Guerra Mundial. A homenagem ao tenente, que completou 103 anos, lembra-nos da importância de preservar as histórias e experiências daqueles que viveram tempos difíceis, mas também da capacidade humana de encontrar beleza e camaradagem em meio à adversidade. "Antonico" de Ismael Silva, com seu apelo por solidariedade e reconhecimento, ressoa com a vida de Walfrid. "Oh Antonico, vou lhe pedir um favor, que só depende da sua boa vontade," implora Ismael, lembrando-nos das dificuldades enfrentadas por aqueles que sustentam a cultura popular, assim como os líderes que se esforçam para manter a democracia viva. Luiz Carlos Azedo destaca o erro do antiamericanismo pró-Maduro, argumentando que a diplomacia brasileira precisa de um consenso nacional para evitar divisões internas profundas. Ele utiliza a comparação do historiador Tony Judt entre o SUV americano e a política externa dos EUA para ilustrar as falhas e excessos dessa abordagem. "Sabiá" de Luiz Gonzaga se encaixa perfeitamente aqui, simbolizando a busca por tempos melhores e pela reconciliação. "A todo mundo eu dou psiu, perguntando por meu bem," canta Luiz Gonzaga, refletindo o desejo de um futuro mais harmonioso. Ordem de Introdução das Músicas: "Sabiá" (Chico Buarque e Tom Jobim) – Após a introdução do cenário de polarização política descrito por Marco Aurélio Nogueira. "Noite dos Mascarados" (Chico Buarque e Zé Ketti) – Após a descrição da ascensão do nacional-populismo por Luiz Sérgio Henriques. "João e Maria" (Chico Buarque e Sivuca) – Durante a análise de Ruy Castro sobre a dualidade da sociedade americana. "Antonico" (Ismael Silva) – Encaixada como uma reflexão sobre as dificuldades enfrentadas pelos defensores da cultura e da democracia, ressoando com a vida de Walfrid de Moraes. "Sabiá" (Luiz Gonzaga) – Encerrando a narrativa com um apelo à busca contínua por tempos melhores e pela reconciliação, ilustrando a história de vida do veterano. Todos esses textos e canções, ao serem analisados e reescritos no estilo de fábula, revelam a natureza atemporal dos conflitos políticos atuais. Utilizando o pretérito imperfeito, evocam uma sensação de continuidade e inevitabilidade, como se os desafios de hoje fossem reflexos de histórias de outrora, repetidas em um ciclo sem fim. Em "Sem Cortesia", vemos que a política, como nas fábulas, é um jogo de ilusões e poder. As narrativas dos nossos tempos se entrelaçam com as dos tempos do "era uma vez", mostrando que a luta pela democracia e pela justiça é um conto antigo, mas sempre presente. Assim como nas fábulas, a moral da história é clara: sem cortesia, sem diálogo e sem compreensão, a sociedade permanece adormecida, presa em um reino de conflitos e divisões intermináveis. Neste contexto, as pistas pavimentadas por Sófocles nos lembram que a tragédia humana é atemporal, e a luta pela justiça e pela democracia é uma constante na história. Inspirados nos ensinamentos do dramaturgo grego, procuramos entender como os conflitos entre o velho e o novo, representados pelas histórias de pracinhas como Walfrid de Moraes, refletem as batalhas contemporâneas por um mundo mais justo e democrático. Na narrativa de "MundovelhoMundonovo - Mundo em Mutação", encontramos a conexão essencial entre o passado e o presente, guiados pela sabedoria de Sófocles e pela poesia das canções que nos lembram da perene busca humana por liberdade e entendimento. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ----- ----------
---------- Nas entrelinhas: Antiamericanismo pró-Maduro é um erro Publicado em 28/07/2024 - 06:45 Luiz Carlos Azedo Alemanha, Brasília, China, Cuba, Eleições, EUA, Europa, Exportações, França, Governo, Itamaraty, Literatura, Memória, Partidos, Política, Política, Rússia, Segurança, Venezuela A diplomacia precisa de um consenso nacional, para que o seu eixo não deixe de ser a política externa e passe a ser a interna, o que dividiria ainda mais o país -----------
----------- O que são carros SUV? ---------- Certa vez, o falecido historiador Tony Judt (Quando os fatos mudam, Objetiva) comparou os Estados Unidos a um veículo utilitário tipo SUV, tão ao gosto dos americanos e de brasileiros. “Com tamanho e peso subdimensionados, o SUV zomba de qualquer acordo negociado para limitar a poluição atmosférica. Consome quantidades extraordinárias de recursos escassos para abastecer habitantes privilegiados, com serviços que vão muito além do necessário. Expõe os que estão fora dele a risco mortal apenas para proporcionar uma segurança ilusória aos seus ocupantes. Num mundo superpovoado, o SUV aparece como um perigoso anacronismo”. Judt comparava o SUV à política externa norte-americana, “embrulhada em altissonantes informações sobre sua missão, mas, debaixo disso tudo, não passava de uma picape de tamanho exagerado com o motor potente demais. O veículo pode ser moderno, mas a ideia por trás dele, não”. No contexto da guerra do Iraque, que foi um desastre para o Oriente Médio e para a política internacional, o historiador aproveitou a analogia para listar argumentos utilizados por intelectuais europeus contra os Estados Unidos, por sua vã pretensão de ser o xerife de um imaginário mundo unipolar. Os produtos norte-americanos, manufaturados e embalados em outros países não exercem o mesmo fascínio. O América way of life já não provoca tanta inveja. Entretanto, não existe um sentimento raivoso contra o povo norte-americano, muito pelo contrário. Sua nova realidade multiétnica tem enorme poder de atração, ainda que o supremacismo branco ainda ronde a Casa Branca. O que realmente semeia o antiamericanismo é a política externa intervencionista norte-americana, cuja sutileza é a de um HMMWV (Veículo Automóvel Multifunção de Alta Mobilidade em português), que inspirou o Hummer, o utilitário civil). Desde a guerra do Iraque, quando pareciam exibir sua melhor forma, essa política revela três contradições: primeira, sistematicamente atropela a Organização das Nações Unidas (ONU), cujo papel na política internacional continua sendo muito relevante, o que gera muita antipatia; segunda, a instrumentalização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para compensar a decadência de sua hegemonia na Europa, ao lado da Inglaterra, gera muitos descontentamentos, principalmente na Alemanha e na França; terceira, esse intervencionismo permanente neutraliza a própria capacidade de resolução dos conflitos, como acontece, por exemplo, no Oriente Médio. Entretanto, a força do “americanismo” no cotidiano das pessoas ainda é muito maior do que esse sentimento antiamericano. Inclusive aqui no Brasil, onde a esquerda tem motivos de sobra para se queixar da interferência dos EUA na vida nacional, particularmente durante o governo Dutra (1956-1941), na crise que levou Getúlio Vargas ao suicídio (1954) e no golpe militar de 1964. Mas o que é o americanismo? Grosso modo, admiração e imitação do que é americano, seja no modo de vida, na cultura ou na política. Venezuela Trata-se de um fenômeno cultural, político e econômico, um modo de vida que surgiu imbricado, historicamente, na esfera produtiva, com o taylorismo — como modelo de organização do trabalho — e com o fordismo — um mecanismo de acumulação de capital, hoje ultrapassado pela tecnologia digital e a acumulação de capital social. Quando surgiu, deslocou o centro da indústria mundial da Europa para os EUA e forjou o modo de vida dos americanos, que passou a ser um padrão imitado em todo o mundo. Essa vitória cultural e política combinou força e persuasão, com altos salários, benefícios sociais, propaganda moral e instrução. O americanismo criou um modo de consumo intimamente associado à ideologia do progresso individual, que agora está sendo posta em xeque pela sociedade pós-industrial. Mesmo assim, a política externa brasileira não tem nenhuma chance de dar certo se for pautada pelo antiamericanismo, ainda mais em questões como a da Venezuela. A diplomacia precisa de um consenso nacional, para que o seu eixo não deixe de ser a política externa e passe a ser a interna, e aprofunde ainda mais a divisão do país. Quando a esquerda brasileira aposta na permanência de Nicolás Maduro a qualquer preço, seja por meio de eleições fraudadas ou de um golpe de Estado, comete o equívoco de confrontar os valores democráticos. E o americanismo disseminado na sociedade, muito mais do que a política externa dos EUA, tem projeção de poder que nem se compara à nossa. Ou seja, não somos a força decisiva nesse processo venezuelano, que opõe os EUA a Rússia, China e Cuba. Seríamos o marisco entre o mar e o rochedo. Nos bastidores das relações com a Venezuela, os EUA são mais pragmáticos do que se imagina. A pedido da Casa Branca, o Brasil teve um papel importante na negociação do acordo que sustou as sanções norte-americanas ao governo de Maduro em outubro de 2023. Havia interesse recíproco na normalização das relações, por causa do petróleo — sempre ele —, sobretudo depois da guerra da Ucrânia. A condição do acordo era a realização de eleições livres, em que houvesse direito ao dissenso e possibilidade de alternância de poder. As medidas tomadas por Maduro para conter a oposição e manipular as eleições romperam o acordo, cujo fiador era o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Provocaram novas sanções e o impasse político atual. Teremos dias de grandes emoções. Os EUA têm interesse no petróleo venezuelano, sim, mas estão mais preocupados com a sua aliança militar com a Rússia, a influência política de Cuba e a crescente presença econômica da China na América do Sul. Com um olho na Venezuela e outro nos EUA, principal destino das exportações de nossa indústria, o Brasil não pode se pautar pelo antiamericanismo nesta crise da Venezuela, como deseja a nossa velha esquerda. Seria um grave erro. Todas as colunas anteriores no Blog do Azedo: https://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
---------- Ah, eis-me aqui de novo. Pensaste que eu partira, Mas não, não fui embora. Não retorna quem não parte, Aqui é o meu lugar, E aqui hei de ficar. ---------- ------------- Chapeuzinho Vermelho | Historia completa em Português| versão curta ----------- FÁBULAS COMO CHAPEUZINHO VERMELHO SÃO EMBALADAS PELO "ERA UMA VEZ": COM O IMPERFEITO , AS CRIANÇAS ASSUMEM VIDA IMAGINÁRIA , ENTRAM NA FÁBULA OU PREPARAM-SE PARA BRINCAR ----------- O tempo das fábulas O PRETÉRITO IMPERFEITO PODE SER ESTUDADO PELA FANTASIA CONTIDA NA FÓRMULA "ERA UMA VEZ..." POR JOSÉ AUGUSTO CARVALHO https://www.santos.sp.gov.br/static/files_www/conteudo/SEDUC/EducaSatos/anos-finais-professor-lp-256pgs_jc-completo.pdf _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ -------- ------------ Antonico Eduardo Canto -------- ANTONICO - 1950 (samba) - Ismael Silva Oh Antonico, vou lhe pedir um favor Que só depende da sua boa vontade É necessário uma viração pro Nestor Que está vivendo em grande dificuldade Ele está mesmo dançando na corda bamba Ele é aquele que na escola de samba Toca cuíca, toca surdo e tamborim Faça por ele como se fosse por mim Até muamba já fizeram pro rapaz Porque no samba ninguém faz o que ele faz Mas hei de vê-lo muito bem, se Deus quiser E agradeço pelo que você fizer. Composição: Ismael Silva. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ---------- ------------ Volta Por Cima Noite Ilustrada --------- "👆Em 1951, sai de Pernambuco e descobre o São Paulo. Ou como o futuro do pretérito de cortesia: “Eu gostaria de pedir-lhe um favor.” ‘Oh Presentinho vou lhe pedir um favor Que só depende da sua boa vontade’. Vou voltar Sei que ainda vou voltar Para o meu lugar! Sem cortesia E sem fantasia.👆🏟️" --------- ChatGPT O trecho que você compartilhado é uma combinação de referências culturais e literárias, envolvendo músicas, poesias e até uma história pessoal ou narrativa. Vamos tentar decompô-lo para entender melhor as referências e o contexto: "👆Em 1951, sai de Pernambuco e descobre o São Paulo." Refere-se provavelmente a uma mudança significativa, talvez de alguém que deixou o estado de Pernambuco em 1951 e foi para São Paulo. Essa mudança pode ter um impacto profundo na vida da pessoa, simbolizando uma descoberta ou nova fase. "Ou como o futuro do pretérito de cortesia: 'Eu gostaria de pedir-lhe um favor.'" Aqui, há uma explicação gramatical do uso do futuro do pretérito como uma forma de expressar cortesia, um modo educado de fazer um pedido. “Oh Presentinho vou lhe pedir um favor Que só depende da sua boa vontade’." Uma citação direta de uma canção ou poema. O uso do termo "Presentinho" seria uma forma carinhosa ou diminutiva de se referir ao presente, sugerindo um pedido gentil e dependente da boa vontade de alguém. --------- ----------- Sabiá ---------- "Vou voltar Sei que ainda vou voltar Para o meu lugar!" Esta é uma referência explícita à música Sabiá · Antonio Carlos Jobim Stone Flower (CTI Records 40th Anniversary Edition). As letras sugerem um retorno triunfante ao próprio lugar de origem ou a um estado desejado. "Sem cortesia E sem fantasia." A expressão final parece enfatizar um retorno sem artifícios, sem necessidade de formalidades ou ilusões, possivelmente sugerindo autenticidade e realidade. "🏟️" O emoji de estádio pode indicar um local de grande importância, como um estádio de futebol, o que pode ser uma referência ao futebol brasileiro, muito popular em São Paulo. Dado esse contexto, o trecho combina elementos pessoais, literários e culturais, destacando uma viagem de Pernambuco a São Paulo em 1951, um desejo educado, e um retorno à origem sem artifícios. COM "VOU", CHICO BUARQUE DIALOGA COM SEUES PARCEIROS MUSICAIS E LITERÁRIOS 'AO PÉ DA LETRA', OU METAFORICAMENTE BRINCA COM OS VÁRIOS SENTIDOS DO VERBO IR E COM OS SEUS TEMPOS VERBAIS, EM SUA POESIA, PARA DESCREVER E RECRIAR A VIDA EM FORMA DE ARTE. "SABIÁ", COM ANTONIO CARLOS JOBIM; "Luíz Gonzaga - Sabiá"; "NOITE DOS ,ASCARADOS /EM FANTASIA", COM ZÉ KETTI; "ANTONICO", COM ISMAEL SILVA; "JOÃO E MARIA", COM SIVUCA;" ChatGPT Chico Buarque, em sua vasta e multifacetada obra, frequentemente utiliza jogos de palavras e exploracoes dos significados de termos e tempos verbais para criar camadas de interpretação em suas músicas. Vamos analisar algumas dessas músicas mencionadas: ---------- ------------ Chico Buarque | Sabiá (Caravanas Ao Vivo) Biscoito Fino --------- "Sabiá" (Chico Buarque e Tom Jobim) A música "Sabiá" é uma canção de exílio, onde o sabiá representa a saudade da pátria. A palavra "voltar" é central, simbolizando o desejo de retorno à terra natal, um anseio profundamente emotivo e nostálgico. Trecho relevante: "Vou voltar, sei que ainda vou voltar, para o meu lugar". --------- "Sabiá" (Luiz Gonzaga) ---------- Luíz Gonzaga - Sabiá (Forró Arrastapé) --------- Confira a letra da música: A todo mundo eu dou psiu, perguntando por meu bem tendo o coração vazio, vivo assim a dar psiu sabiá vem cá também Tu que andas pelo mundo sabiá, tu que tanto já voou tu que cantas passarinho, alivia a minha dor Tem pena d'eu sabiá, diz por favor sabiá tu que cantas passarinho, sabiá, alivia a minha dor ---------- Na música de Luiz Gonzaga, o sabiá também evoca a saudade e o desejo de retorno. Embora seja uma canção distinta, ela compartilha temas similares com a "Sabiá" de Chico e Tom Jobim. Trecho relevante: "Vou-me embora, vou cuidar de mim". ---------- -------------- Noite dos Mascarados Chico Buarque Letra Significado - Quem é você? - Adivinha, se gosta de mim! Hoje os dois mascarados Procuram os seus namorados Perguntando assim: - Quem é você, diga logo... - Que eu quero saber o seu jogo... - Que eu quero morrer no seu bloco... - Que eu quero me arder no seu fogo. - Eu sou seresteiro, Poeta e cantor. - O meu tempo inteiro Só zombo do amor. - Eu tenho um pandeiro. - Só quero um violão. - Eu nado em dinheiro. - Não tenho um tostão. Fui porta-estandarte, Não sei mais dançar. - Eu, modéstia à parte, Nasci pra sambar. - Eu sou tão menina... - Meu tempo passou... - Eu sou Colombina! - Eu sou Pierrô! Mas é Carnaval! Não me diga mais quem é você! Amanhã tudo volta ao normal. Deixa a festa acabar, Deixa o barco correr. Deixa o dia raiar, que hoje eu sou Da maneira que você me quer. O que você pedir eu lhe dou, Seja você quem for, Seja o que Deus quiser! Seja você quem for, Seja o que Deus quiser! Composição: Chico Buarque. _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ----------- -------------- Máscara Negra Zé Keti Letra Significado Tanto riso, oh quanta alegria Mais de mil palhaços no salão Arlequim está chorando pelo amor da Colombina No meio da multidão Foi bom te ver outra vez Tá fazendo um ano Foi no carnaval que passou Eu sou aquele pierrô Que te abraçou Que te beijou, meu amor Na mesma máscara negra Que esconde o teu rosto Eu quero matar a saudade Vou beijar-te agora Não me leve a mal Hoje é carnaval Composição: Pereira Matos / Zé Kéti. "Noite dos Mascarados" (Chico Buarque e Zé Ketti) Esta música brinca com a ideia de identidade e fantasia, perguntando "Quem é você?" e respondendo de maneira lúdica. A ideia de "ir" aqui pode ser interpretada como ir de encontro à própria identidade ou ir além das máscaras sociais. Trecho relevante: "Quem é você? Diga logo que eu quero saber o seu jogo". "Antonico" (Ismael Silva) Chico interpreta essa canção, onde um pedido de ajuda é feito de forma direta e pessoal. Embora não seja de autoria de Chico, a interpretação dele carrega seu estilo característico de dar voz aos desvalidos e marginalizados. Trecho relevante: "Ô Antonico, vou lhe pedir um favor". "João e Maria" (Chico Buarque e Sivuca) Esta canção é uma narrativa de fantasia e inocência, onde o ato de "ir" está embebido em uma viagem imaginária para um tempo de infância e simplicidade. Trecho relevante: "Agora eu era o herói e o meu cavalo só falava inglês". Análise do uso do verbo "ir" e seus tempos verbais: Chico Buarque usa o verbo "ir" de maneira multifacetada, muitas vezes carregando significados tanto literais quanto metafóricos. Em "Sabiá", por exemplo, o verbo "voltar" (que é o futuro do presente de "ir") sugere um retorno físico e emocional. Em "Noite dos Mascarados", a pergunta "Quem é você?" pode ser vista como uma viagem à identidade verdadeira, despida de fantasias. O uso do futuro do presente ("vou voltar", "vou-me embora") e do futuro do pretérito ("gostaria de pedir-lhe um favor") adiciona camadas de desejo, esperança e cortesia nas canções. Esses jogos verbais não apenas enriquecem o texto, mas também conectam a experiência pessoal do ouvinte com os temas universais da saudade, identidade e desejo. Portanto, Chico Buarque não só dialoga com seus parceiros musicais e literários "ao pé da letra", mas também brinca metaforicamente com os vários sentidos do verbo "ir" e seus tempos verbais, criando uma poesia que descreve e recria a vida em forma de arte. ---------- --------- Vou-me Embora Pra Pasárgada | Poema de Manuel Bandeira com narração de Mundo Dos Poemas Mundo Dos Poemas _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ --------- Para que os versos soem harmônicos, com ritmo e métrica de norma culta, ao estilo de Manuel Bandeira: Ah, estou aqui de novo. Pensaste que eu tinha ido, Mas não fui, não, não parti. Não retorna quem não saiu. Aqui é o meu lugar, E aqui eu vou ficar! --------- Bem o estilo poético de Manuel Bandeira, com uma métrica mais fluida e harmoniosa. ---------- "VOU-me" ---------- Ajustando os termos para que os versos soem harmônicos, com ritmo e métrica de norma culta ao estilo de Manuel Bandeira: Ah, eis-me aqui de novo. Pensaste que eu partira, Mas não, não fui embora. Não retorna quem não parte, Aqui é o meu lugar, E aqui hei de ficar. Versão capturando o estilo poético desejado. --------
========= Relevo Brasileiro – GeoBau --------- "3. O relevo O relevo aparece em setores do sistema temporal e se divide em dois planos. 'Era uma vez um rei que tinha duas filhas e vivia feliz no seu reino. Um dia chegou ao reino um viajante cansado que tinha vindo de muito longe.' O imperfeito do indicativo ('era') é exempol de segundo plano, não inicias ea narraativa, mas traz elementos necessários à sua compreensão. O pretérito perfeito ('chegou') inicia a narrativa: é exemplo de relevo, de primeiro plano, com o mais-que-perfeito ('tinha', 'vivia'), que indica tempo retrospectivo." O tempo das fábulas O PRETÉRITO IMPERFEITO PODE SER ESTUDADO PELA FANTASIA CONTIDA NA FÓRMULA "ERA UMA VVEZ" POR JOSÉ AUGUSTO CARVALHO. ChatGPT Vamos reescrever o texto mantendo a clareza e a norma culta, adequando a linguagem e o estilo conforme solicitado: O Relevo "O relevo aparece em setores do sistema temporal e divide-se em dois planos. "Era uma vez um rei que tinha duas filhas e vivia feliz no seu reino. Um dia chegou ao reino um viajante cansado que tinha vindo de muito longe." O imperfeito do indicativo ("era") é exemplo de segundo plano: não inicia a narrativa, mas traz elementos necessários à sua compreensão. O pretérito perfeito ("chegou") inicia a narrativa: é exemplo de relevo, de primeiro plano, com o mais-que-perfeito ("tinha", "vivia"), que indica um tempo retrospectivo." O Tempo das Fábulas O pretérito imperfeito pode ser estudado pela fantasia contida na fórmula "Era uma vez", conforme analisado por José Augusto Carvalho. _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ------------
------------ Ruy Castro - Agora vai! Folha de S. Paulo Ela é de verdade ou os EUA são só no filme? Nos anos 1970, em um restaurante no Rio, Fernanda Montenegro sentou-se casualmente ao lado de uma mesa de americanos. Com ela, seu filho Claudio, ainda garoto. Os americanos falavam alto. Claudio perguntou a Fernanda: "Mamãe, eles são de verdade ou é só no filme?". Claudio tinha razão de duvidar. Com os americanos, nunca podemos ter certeza. A começar pelo cinema que eles faziam nos anos dourados. Nada era o que parecia ser. Em plena 2ª Guerra, John Wayne e Errol Flynn interpretavam supersoldados dizimando nazistas. Logo eles que, na vida real, não foram à guerra e nunca vestiram uma farda —e, no futuro, o biógrafo Charles Higham acusaria Flynn de ter sido informante para os alemães. Jerry Lewis, um dos cômicos mais amados do mundo, era intragável como pessoa, segundo opinião unânime em Hollywood. Já Boris Karloff, o maior monstro do cinema, era um doce —educado, gentilíssimo, botava presentes de Natal para as crianças na porta de seus vizinhos no Edifício Dakota, onde morava. Rita Hayworth não tinha testa —ganhou uma à custa de eletrólise. Marlene Dietrich teve os sisos e molares arrancados para ficar com o rosto afilado. Victor Mature, que fez Sansão em "Sansão e Dalila" (1949), morria de medo do leão dopado que tinha de enfrentar em cena. E Humphrey Bogart, Gary Cooper, John Wayne, James Stewart, Fred Astaire e Gene Kelly usavam peruca. Nos filmes clássicos americanos, as cenas externas noturnas eram filmadas de dia, com a chamada "noite americana". Ninguém fazia a barba até o fim —limpava a espuma com a toalha e já estava impecavelmente barbeado. Ninguém terminava uma refeição —era sempre interrompido e tinha de abandonar a mesa. Nas pancadarias no saloon, com espelhos partidos e socos a granel, ninguém saía de mão ou queixo quebrado. E que bom que, finalmente, temos Kamala Harris. Ela é de verdade ou os EUA são só no filme?" ----------
---------- CORRELACIONANDO O TEXTO DE RUY CASTRO COM O Tempo das Fábulas ----------- O pretérito imperfeito pode ser estudado pela fantasia contida na fórmula "Era uma vez", conforme analisado por José Augusto Carvalho. Correlacionando o texto de Ruy Castro com o conceito do "Tempo das Fábulas", especificamente o uso do pretérito imperfeito para evocar fantasia, conforme analisado por José Augusto Carvalho. O Tempo das Fábulas e a Ilusão Americana José Augusto Carvalho nos apresenta o pretérito imperfeito como um elemento essencial das fábulas, encapsulado na fórmula "Era uma vez". Esse tempo verbal cria uma atmosfera de fantasia, onde a realidade é suspensa, e o leitor é transportado para um mundo onde tudo é possível. A expressão "Era uma vez" não só define o início de uma história atemporal, mas também instaura um espaço de suspensão da realidade. De forma similar, Ruy Castro explora a ideia de ilusão e realidade no contexto do cinema americano. Ele descreve a Hollywood dos anos dourados como um lugar onde nada era o que parecia ser, utilizando exemplos como John Wayne e Errol Flynn, que interpretavam heróis de guerra na tela, mas que nunca participaram de batalhas reais. Da mesma forma, ele menciona personalidades como Jerry Lewis e Boris Karloff, cujas personas públicas contrastavam fortemente com suas verdadeiras naturezas. O texto de Ruy Castro pode ser visto como uma fábula moderna, onde o pretérito imperfeito serve para introduzir e manter a ilusão. Quando ele descreve situações como "John Wayne e Errol Flynn interpretavam supersoldados dizimando nazistas", utiliza um tempo verbal que sugere continuidade e hábito, contribuindo para a construção de um mito duradouro e fantasioso, muito similar ao "Era uma vez" das fábulas. Assim como nas fábulas clássicas, onde o pretérito imperfeito sustenta um mundo de fantasia e moralidade, no texto de Ruy Castro, esse mesmo tempo verbal sustenta a ilusão do cinema americano, onde a linha entre realidade e ficção é constantemente desafiada. O questionamento final sobre Kamala Harris, "Ela é de verdade ou os EUA são só no filme?", encapsula essa dualidade, convidando o leitor a refletir sobre a natureza ilusória do mito americano e a realidade por trás dele. Essa correlação ilustra como o uso do pretérito imperfeito em ambos os contextos — nas fábulas tradicionais e nas descrições do cinema americano por Ruy Castro — serve para criar e manter uma atmosfera de fantasia e suspensão da realidade, destacando a contínua relevância desse tempo verbal na construção de narrativas imaginativas. _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ------------
------------ sábado, 27 de julho de 2024 Marco Aurélio Nogueira - Polarizações enrijecidas O Estado de S. Paulo A sensação que se tem é de que não há avanços, porque a energia se desperdiça na negação que um polo faz do outro Apolítica democrática é polarizada: nela formam-se diferentes polos, que disputam o poder e o voto dos eleitores. Quando esses polos enrijecem, cai-se em um beco aprisionado por um conflito paralisante entre dois blocos que se excluem um ao outro. Nas sociedades atuais, as polarizações não costumam ser ideológicas: não se distinguem pela apresentação de projetos consistentes de sociedade. Movem-se por elucubrações fantasiosas, desinformação e narrativas passionais, com as quais buscam excitar e seduzir mentes e corações. A extrema direita “fascista” cresce a partir daí. Os polos não precisam ser bem organizados. Podem ter brigadas de agitadores, mas tendem a se acomodar ao prestígio e ao carisma de certos líderes, regra geral performáticos e inflamados, que funcionam como referências organizacionais. O que costumamos chamar de populismo bebe dessa fonte. Partidos podem existir e auxiliar o líder a se afirmar. Mas o líder sempre tenderá a monopolizá-los, podendo até mesmo paralisá-los. Donald Trump, por exemplo, é hoje dono do Partido Republicano. Líderes fortes tendem a não deixar sucessores, até mesmo porque calcificam o terreno em que poderiam emergir novas lideranças. Jean-Marie Le Pen talvez seja uma exceção emblemática: conseguiu deixar a coroa para sua filha, Marine. A herdeira, porém, sem deixar de lado a postura “fascista”, empreendeu uma “modernização” (retórica, procedimental, programática), tornando-se bem mais forte do que o pai. Hugo Chávez, na Venezuela, não teve como ser substituído à altura, e Nicolás Maduro empurrou o país para o caos. Numa polarização enrijecida, o antagonismo é estreito: nós contra eles. Não há um terceiro termo com capacidade de dissolver a contraposição dos polos. Por esse motivo, a sensação que se tem é de que não há avanços, porque a energia se desperdiça na negação que um polo faz do outro, nos vetos cruzados que se repetem o tempo todo. Não sobra muito espaço para a formulação de projetos consistentes de sociedade. Isso implica uma espécie de enfraquecimento dos que buscam construir pontes que fomentem o diálogo e ajudem a produzir consensos. Num passado não muito remoto, houve partidos de esquerda (comunistas, trabalhistas, social-democráticos) que promoviam inflexões ao centro, dado não possuírem maiorias para governar. Boa parte da história do Estado de bem-estar foi construída por inflexões desse tipo. Hoje, os partidos de esquerda não têm como replicar as práticas daquele passado. Só conseguem ser participantes “positivos” da política quando se abrem para o centro. Um bom exemplo pode estar na vitória dos trabalhistas na Inglaterra. O Partido Democrático na Itália e o PSOE na Espanha também trafegam por essa via. Com as eleições deste ano, a França tornou-se um laboratório para se analisar a polarização em situações democráticas. Lá, três polos mostraram força eleitoral: a Nova Frente Popular (esquerda); o Juntos (coalizão governista, de centro); a Reunião Nacional (extrema direita). Todos os polos conquistaram importantes votos, com um expressivo avanço da extrema direita e da frente popular. O jogo jogado tornou-se tripolar, com os extremos batendo duro no polo centrista de Emmanuel Macron, que recuou. O lado esquerdo do tabuleiro, que se unificou eleitoralmente, ainda não conseguiu se unificar politicamente. A resolução da luta interna entre a França Insubmissa, o Partido Socialista e os ambientalistas é crucial para que a esquerda atue como força de governo e atraia Macron para o campo democrático e republicano. Mas o impasse ameaça se prolongar, em parte por cálculos políticos do presidente francês. Outra situação surge nos EUA após a desistência de Joe Biden, que reabriu a disputa entre democratas e republicanos. A misoginia racista de Trump permanece sendo o desafio. Se o Partido Democrata unificar suas diferentes correntes (que vão do centro à esquerda), terá como apresentar aos eleitores uma mensagem programática que abrace os direitos universais, defenda a democracia, dialogue com os trabalhadores e abra as portas para o futuro. Uma vitória poderá, então, ocorrer em uma disputa que parecia perdida. As sociedades atuais não são facilmente “organizáveis”, as massas não se unificam com facilidade. Com os deslocamentos ocorridos no mundo do trabalho, suas associações perderam protagonismo. Os trabalhadores se converteram em “subalternos”, uma miríade de grupos e indivíduos desprovidos de canais associativos e mal alcançados pelos partidos de esquerda, que não conseguem traduzir politicamente as justas aspirações que explodem nas eleições. A extrema direita tem sabido explorar a fragmentação social e interpelar os que se sentem ameaçados em seus equilíbrios existenciais. A esquerda, por sua vez, ainda lambe suas feridas, mas não morreu: avança quando se mostra capaz de dialogar e agir em comum acordo com o centro democrático, e com ele apresentar alguma proposta de transformação. É uma situação que se anuncia no horizonte que temos pela frente. _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ -----------
------------ Ccorrelacionando o texto de Marco Aurélio Nogueira com uma fábula e analisar os tempos verbais usados, seguindo o exemplo da análise do texto de Ruy Castro, faremos o seguinte: Identificação e análise dos tempos verbais no texto original de Marco Aurélio Nogueira: O texto usa predominantemente o presente do indicativo e o passado para descrever a situação política atual e eventos passados que influenciam o presente. Exemplos incluem: "A sensação que se tem é de que não há avanços", "Os polos não precisam ser bem organizados", "O líder sempre tenderá a monopolizá-los". Correlações com a fábula: Assim como na análise de Ruy Castro, onde o passado imperfeito é usado para criar uma atmosfera de ilusão e fantasia, no texto de Marco Aurélio Nogueira o presente do indicativo é usado para descrever uma situação atual com elementos quase míticos ou fantásticos devido à complexidade e extremidade das situações descritas. Reescrita do texto de Marco Aurélio Nogueira no contexto de uma fábula: Utilizando tempos verbais que reforcem a sensação de um passado contínuo ou um presente atemporal, semelhante ao uso do pretérito imperfeito nas fábulas. Marco Aurélio Nogueira - Polarizações Enrijecidas Era uma vez, em um reino democrático, onde a política se polarizava em polos que disputavam o poder e o voto dos eleitores. Formavam-se diferentes polos, e quando esses se enrijeciam, o reino caía em um beco sem saída, aprisionado por um conflito paralisante entre dois blocos que se excluíam mutuamente. Nas sociedades deste reino, as polarizações não costumavam ser ideológicas; não se distinguiam pela apresentação de projetos consistentes de sociedade. Moviam-se por elucubrações fantasiosas, desinformação e narrativas passionais, com as quais buscavam excitar e seduzir mentes e corações. A extrema direita "fascista" crescia a partir daí. Os polos não precisavam ser bem organizados. Podiam ter brigadas de agitadores, mas tendiam a se acomodar ao prestígio e ao carisma de certos líderes, regra geral performáticos e inflamados, que funcionavam como referências organizacionais. O que se chamava de populismo bebia dessa fonte. Partidos podiam existir e auxiliar o líder a se afirmar. Mas o líder sempre tendia a monopolizá-los, podendo até mesmo paralisá-los. Donald Trump, por exemplo, era dono do Partido Republicano. Líderes fortes não deixavam sucessores, até mesmo porque calcificavam o terreno em que poderiam emergir novas lideranças. Jean-Marie Le Pen talvez fosse uma exceção emblemática: conseguia deixar a coroa para sua filha, Marine. A herdeira, porém, sem deixar de lado a postura “fascista”, empreendia uma “modernização” (retórica, procedimental, programática), tornando-se bem mais forte do que o pai. Hugo Chávez, na Venezuela, não tinha como ser substituído à altura, e Nicolás Maduro empurrava o país para o caos. Numa polarização enrijecida, o antagonismo era estreito: nós contra eles. Não havia um terceiro termo com capacidade de dissolver a contraposição dos polos. Por esse motivo, a sensação que se tinha era de que não havia avanços, porque a energia se desperdiçava na negação que um polo fazia do outro, nos vetos cruzados que se repetiam o tempo todo. Não soprava muito espaço para a formulação de projetos consistentes de sociedade. Isso implicava uma espécie de enfraquecimento dos que buscavam construir pontes que fomentassem o diálogo e ajudassem a produzir consensos. Num passado não muito remoto, havia partidos de esquerda (comunistas, trabalhistas, social-democráticos) que promoviam inflexões ao centro, dado não possuírem maiorias para governar. Boa parte da história do Estado de bem-estar se construía por inflexões desse tipo. Hoje, os partidos de esquerda não têm como replicar as práticas daquele passado. Só conseguem ser participantes “positivos” da política quando se abrem para o centro. Um bom exemplo estava na vitória dos trabalhistas na Inglaterra. O Partido Democrático na Itália e o PSOE na Espanha também trafegavam por essa via. Com as eleições deste ano, a França se tornava um laboratório para se analisar a polarização em situações democráticas. Lá, três polos mostravam força eleitoral: a Nova Frente Popular (esquerda); o Juntos (coalizão governista, de centro); a Reunião Nacional (extrema direita). Todos os polos conquistavam importantes votos, com um expressivo avanço da extrema direita e da frente popular. O jogo jogado se tornava tripolar, com os extremos batendo duro no polo centrista de Emmanuel Macron, que recuava. O lado esquerdo do tabuleiro, que se unificava eleitoralmente, ainda não conseguia se unificar politicamente. A resolução da luta interna entre a França Insubmissa, o Partido Socialista e os ambientalistas era crucial para que a esquerda atuasse como força de governo e atraísse Macron para o campo democrático e republicano. Mas o impasse ameaçava se prolongar, em parte por cálculos políticos do presidente francês. Outra situação surgia nos EUA após a desistência de Joe Biden, que reabria a disputa entre democratas e republicanos. A misoginia racista de Trump permanecia sendo o desafio. Se o Partido Democrata unificasse suas diferentes correntes (que iam do centro à esquerda), apresentaria aos eleitores uma mensagem programática que abraçasse os direitos universais, defendesse a democracia, dialogasse com os trabalhadores e abrisse as portas para o futuro. Uma vitória poderia ocorrer em uma disputa que parecia perdida. As sociedades atuais não eram facilmente “organizáveis”, as massas não se unificavam com facilidade. Com os deslocamentos ocorridos no mundo do trabalho, suas associações perdiam protagonismo. Os trabalhadores se convertiam em “subalternos”, uma miríade de grupos e indivíduos desprovidos de canais associativos e mal alcançados pelos partidos de esquerda, que não conseguiam traduzir politicamente as justas aspirações que explodiam nas eleições. A extrema direita sabia explorar a fragmentação social e interpelar os que se sentiam ameaçados em seus equilíbrios existenciais. A esquerda, por sua vez, ainda lambia suas feridas, mas não morria: avançava quando se mostrava capaz de dialogar e agir em comum acordo com o centro democrático, e com ele apresentava alguma proposta de transformação. É uma situação que se anuncia no horizonte que temos pela frente. Análise dos Tempos Verbais Presente do Indicativo (Texto Original): Usado para descrever uma situação atual e em curso, dando uma sensação de imediatismo e realidade. Exemplo: "A sensação que se tem é de que não há avanços". Pretérito Imperfeito (Versão de Fábula): Usado para criar uma atmosfera de continuidade no passado, evocando uma sensação de fantasia e um cenário atemporal. Exemplo: "A sensação que se tinha era de que não havia avanços". Comparação e Conclusão Ambos os textos, ao usar diferentes tempos verbais, conseguem transmitir a complexidade das situações políticas que descrevem. No texto original de Marco Aurélio Nogueira, o uso do presente do indicativo coloca o leitor no meio dos acontecimentos, destacando a urgência e a realidade concreta das polarizações. Já na versão em estilo de fábula, o uso do pretérito imperfeito cria uma narrativa mais distante e reflexiva, permitindo uma análise mais contemplativa da situação, semelhante ao "Era uma vez" das fábulas que suspende a realidade e coloca o leitor em um tempo atemporal. Essa abordagem de tempos verbais, tanto no texto de Ruy Castro quanto no de Marco Aurélio Nogueira, demonstra como a escolha do tempo verbal pode influenciar significativamente a percepção e a interpretação do leitor sobre os eventos descritos. -------------
-------------- Luíz Sérgio Henriques - A resistível ascensão do nacional-populismo O Estado de S. Paulo Se esta breve descrição do laboratório ultraconservador fizer sentido, então teremos um roteiro para a reação dos democratas em todo o mundo Passado ao menos por ora o susto francês, com a aliança entre centro e esquerda que barrou a marcha aparentemente inelutável de Marine Le Pen, nossa atenção cruza o Atlântico e se volta agora para uma situação de risco ainda maior. Referimo-nos obviamente aos Estados Unidos, hoje uma sociedade fraturada e uma democracia disfuncional, em que um dos dois partidos históricos, capturado por um homem forte, tornou-se fator da subversão estimulada por uma parte das elites do país. De fato, a sedição de janeiro de 2021 marca um ponto de não retorno, com a negação da legitimidade dos resultados eleitorais e da transmissão pacífica do poder – um cenário que poderá se desenhar novamente em caso de vitória dos democratas, a priori inaceitável para os trumpistas. A extrema direita europeia, justiça seja feita, não cruzou a linha decisiva, mesmo que o fantasma iliberal também ronde ameaçadoramente por lá. Aliás, ele nunca se corporifica da mesma forma nas diferentes realidades nacionais. O peso material e simbólico dos Estados Unidos, sua participação relevante na economia global e seu papel de primeira república democrática dos modernos dão a dimensão da catástrofe que teria uma eventual vitória da versão local do nacionalismo populista ou que outro nome se queira dar. Desde logo, estaria aberta a possibilidade de construção da terceira grande autocracia no nosso tempo. No mínimo, os democratas em geral, não só os membros de determinado partido, seriam forçados a uma difícil e arriscada manobra defensiva em face da ocupação organizada do poder planejada pelo trumpismo. Nos laboratórios da direita radical norte-americana, fazem-se experimentos que convém observar atentamente, com independência de flutuações eleitorais. Tiremos do termo “hegemonia” as incrustações autoritárias para usá-lo no sentido de direção política, exercida basicamente não pela força, mas pela capacidade de delinear um horizonte em que os interesses gerais sejam acolhidos. Instituições e partidos, países e organizações internacionais, sem fôlego hegemônico, recolhem-se à dimensão bruta dos interesses mais crus e imediatos. Autocracias dispensam a elaboração da hegemonia, impõem-se pelo medo e pela força. Uma involução norte-americana com esse teor “corporativo” deixaria o mundo mais pobre e perigoso. Não haveria sequer a retórica dos direitos humanos ou, numa hipótese menos drástica, ela seria tratada com um cinismo ainda maior do que hoje. Considerando a dinâmica interna da União Europeia (UE), até há alguns anos o bem-vindo projeto unificador vinha sendo ameaçado de desintegração pela “Europa das nações” defendida pelos diferentes ramos da extrema direita soberanista. A partir de dado momento esta última se sentiu, certa ou erradamente, em condições de remodelá-lo à sua imagem e semelhança e deixou de contestar frontalmente a UE. A ideia passou a ser torná-la uma fortaleza etnicamente homogênea, assediada embora por bárbaros de outras cores e religiões. Por sorte, as recentes eleições gerais mantiveram um centro relativamente forte e coeso, assim como um grupo dirigente em que tem assento António Costa, valoroso socialista português. Também nesse plano interno os radicais norte-americanos são um caso à parte. Pensando a si mesmos de modo fechado, agora imaginam doentiamente o país como o porto de chegada de milhões de criminosos, terroristas e egressos de hospícios (sic ). Imigrantes envenenariam o sangue e o solo pátrios, de modo que se justificariam, segundo os radicais, a construção de campos de concentração e a expulsão massiva dos indesejados. Mantida a ferro e fogo a América para os americanos, a mais recente novidade é a formulação de um certo populismo econômico, que explora o ressentimento dos “perdedores da globalização”, basicamente os trabalhadores de menor formação educacional. Aqui, a “esquerda brâmane” – termo cunhado pelo economista Thomas Piketty – é o alvo escolhido para o exercício fundamental do nacional-populismo: a proposição de um eterno e recorrente combate entre nós e eles, o povo e as elites. Como resultado final, a miragem de um Partido Republicano transformado em partido de massas trabalhadoras e de um welfare estruturado em bases nativistas. Se esta breve descrição do laboratório ultraconservador fizer sentido, então teremos um roteiro para a reação dos democratas das mais diferentes orientações em todo o mundo. Entre outras iniciativas, reconectar econômica e socialmente “brâmanes” e gente comum. Reverter paulatinamente o nativismo e o fechamento corporativo das nações, dando à interdependência mais sentido e inteligibilidade. Fazer com que a política democrática readquira direitos sobre a economia, retirando desta a aparência de fenômeno fora de controle que arruína a vida de indivíduos e comunidades. E, por trás de cada uma destas formulações genéricas, a proposição mais modesta de que o voto sempre tem consequências e a democracia nunca é um exercício vazio, como este ano estratégico tem demonstrado nos mais variados lugares. -------------
-------------- Correlacionando o texto de Luiz Sérgio Henriques com o estilo de fábula e analisar os tempos verbais usados, seguindo o exemplo da análise do texto de Ruy Castro, faremos o seguinte: Identificação e análise dos tempos verbais no texto original de Luiz Sérgio Henriques: O texto usa predominantemente o presente do indicativo e o passado para descrever a situação política atual e eventos passados que influenciam o presente. Exemplos incluem: "Se esta breve descrição do laboratório ultraconservador fizer sentido", "nosso atenção cruza o Atlântico", "Referimo-nos obviamente aos Estados Unidos". Correlações com a fábula: Assim como na análise de Ruy Castro, onde o passado imperfeito é usado para criar uma atmosfera de ilusão e fantasia, no texto de Luiz Sérgio Henriques o presente do indicativo é usado para descrever uma situação atual com elementos quase míticos ou fantásticos devido à complexidade e extremidade das situações descritas. Reescrita do texto de Luiz Sérgio Henriques no contexto de uma fábula: Utilizando tempos verbais que reforcem a sensação de um passado contínuo ou um presente atemporal, semelhante ao uso do pretérito imperfeito nas fábulas. Luiz Sérgio Henriques - A Resistível Ascensão do Nacional-Populismo Era uma vez um reino ultraconservador onde, se esta breve descrição do laboratório fizesse sentido, então os democratas do mundo todo teriam um roteiro para sua reação. Passado, ao menos por ora, o susto francês, com a aliança entre centro e esquerda que barrava a marcha aparentemente inelutável de Marine Le Pen, nossa atenção cruzava o Atlântico e se voltava para uma situação de risco ainda maior. Referiamo-nos obviamente aos Estados Unidos, uma sociedade fraturada e uma democracia disfuncional, em que um dos dois partidos históricos, capturado por um homem forte, tornava-se fator da subversão estimulada por uma parte das elites do país. De fato, a sedição de janeiro de 2021 marcava um ponto de não retorno, com a negação da legitimidade dos resultados eleitorais e da transmissão pacífica do poder – um cenário que poderia se desenhar novamente em caso de vitória dos democratas, a priori inaceitável para os trumpistas. A extrema direita europeia, justiça seja feita, não cruzava a linha decisiva, mesmo que o fantasma iliberal também rondasse ameaçadoramente por lá. Aliás, ele nunca se corporificava da mesma forma nas diferentes realidades nacionais. O peso material e simbólico dos Estados Unidos, sua participação relevante na economia global e seu papel de primeira república democrática dos modernos davam a dimensão da catástrofe que teria uma eventual vitória da versão local do nacionalismo populista ou que outro nome se queira dar. Desde logo, estaria aberta a possibilidade de construção da terceira grande autocracia no nosso tempo. No mínimo, os democratas em geral, não só os membros de determinado partido, seriam forçados a uma difícil e arriscada manobra defensiva em face da ocupação organizada do poder planejada pelo trumpismo. Nos laboratórios da direita radical norte-americana, faziam-se experimentos que convém observar atentamente, com independência de flutuações eleitorais. Tirávamos do termo “hegemonia” as incrustações autoritárias para usá-lo no sentido de direção política, exercida basicamente não pela força, mas pela capacidade de delinear um horizonte em que os interesses gerais fossem acolhidos. Instituições e partidos, países e organizações internacionais, sem fôlego hegemônico, recolhiam-se à dimensão bruta dos interesses mais crus e imediatos. Autocracias dispensavam a elaboração da hegemonia, impunham-se pelo medo e pela força. Uma involução norte-americana com esse teor “corporativo” deixaria o mundo mais pobre e perigoso. Não haveria sequer a retórica dos direitos humanos ou, numa hipótese menos drástica, ela seria tratada com um cinismo ainda maior do que hoje. Considerando a dinâmica interna da União Europeia (UE), até há alguns anos o bem-vindo projeto unificador vinha sendo ameaçado de desintegração pela “Europa das nações” defendida pelos diferentes ramos da extrema direita soberanista. A partir de dado momento esta última se sentia, certa ou erradamente, em condições de remodelá-lo à sua imagem e semelhança e deixava de contestar frontalmente a UE. A ideia passava a ser torná-la uma fortaleza etnicamente homogênea, assediada embora por bárbaros de outras cores e religiões. Por sorte, as recentes eleições gerais mantinham um centro relativamente forte e coeso, assim como um grupo dirigente em que tinha assento António Costa, valoroso socialista português. Também nesse plano interno os radicais norte-americanos eram um caso à parte. Pensando a si mesmos de modo fechado, agora imaginavam doentiamente o país como o porto de chegada de milhões de criminosos, terroristas e egressos de hospícios. Imigrantes envenenariam o sangue e o solo pátrios, de modo que se justificariam, segundo os radicais, a construção de campos de concentração e a expulsão massiva dos indesejados. Mantida a ferro e fogo a América para os americanos, a mais recente novidade era a formulação de um certo populismo econômico, que explorava o ressentimento dos “perdedores da globalização”, basicamente os trabalhadores de menor formação educacional. Aqui, a “esquerda brâmane” – termo cunhado pelo economista Thomas Piketty – era o alvo escolhido para o exercício fundamental do nacional-populismo: a proposição de um eterno e recorrente combate entre nós e eles, o povo e as elites. Como resultado final, a miragem de um Partido Republicano transformado em partido de massas trabalhadoras e de um welfare estruturado em bases nativistas. Se esta breve descrição do laboratório ultraconservador fizesse sentido, então teríamos um roteiro para a reação dos democratas das mais diferentes orientações em todo o mundo. Entre outras iniciativas, reconectar econômica e socialmente “brâmanes” e gente comum. Reverter paulatinamente o nativismo e o fechamento corporativo das nações, dando à interdependência mais sentido e inteligibilidade. Fazer com que a política democrática readquira direitos sobre a economia, retirando desta a aparência de fenômeno fora de controle que arruína a vida de indivíduos e comunidades. E, por trás de cada uma destas formulações genéricas, a proposição mais modesta de que o voto sempre tem consequências e a democracia nunca é um exercício vazio, como este ano estratégico tem demonstrado nos mais variados lugares. Análise dos Tempos Verbais Presente do Indicativo (Texto Original): Usado para descrever uma situação atual e em curso, dando uma sensação de imediatismo e realidade. Exemplo: "Se esta breve descrição do laboratório ultraconservador fizer sentido". Pretérito Imperfeito (Versão de Fábula): Usado para criar uma atmosfera de continuidade no passado, evocando uma sensação de fantasia e um cenário atemporal. Exemplo: "Se esta breve descrição do laboratório ultraconservador fizesse sentido". Comparação e Conclusão Ambos os textos, ao usar diferentes tempos verbais, conseguem transmitir a complexidade das situações políticas que descrevem. No texto original de Luiz Sérgio Henriques, o uso do presente do indicativo coloca o leitor no meio dos acontecimentos, destacando a urgência e a realidade concreta das polarizações e das ameaças ultraconservadoras. Já na versão em estilo de fábula, o uso do pretérito imperfeito cria uma narrativa mais distante e reflexiva, permitindo uma análise mais contemplativa da situação, semelhante ao "Era uma vez" das fábulas que suspende a realidade e coloca o leitor em um tempo atemporal. Essa abordagem de tempos verbais, tanto no texto de Ruy Castro quanto no de Luiz Sérgio Henriques, demonstra como a escolha do tempo verbal pode influenciar significativamente a percepção e a interpretação do leitor sobre os eventos descritos. SINTETIZAR NUM TEXTO CONCLUSIVO A PARTIR DOS TEXTOS ORIGINAIS APRESENTADOS, COM O TÍTULO "SEM CORTESIA" E UM EPÍGRAFE DO TIPO: "CONSELHEIRO - Calma lá, rapaz. Isso aqui é uma história de outros tempos. Do tempo do antigamente. Do tempo do era uma vez. Pode esperar sentado. Todos riem e dançam e cantam. FIM DA CENA 3 / FIM DO 3º ATO / FIM LEO CUNHA O REINO ADORMECIDO PEÇA EM 3 ATOS. ChatGPT SEM CORTESIA “CONSELHEIRO - Calma lá, rapaz. Isso aqui é uma história de outros tempos. Do tempo do antigamente. Do tempo do era uma vez. Pode esperar sentado. Todos riem e dançam e cantam. FIM DA CENA 3 / FIM DO 3º ATO / FIM” Leo Cunha, O Reino Adormecido, Peça em 3 Atos. Em um mundo onde a política democrática se enrijece em polos opostos, o futuro parece uma fábula sem final feliz. Marco Aurélio Nogueira nos descreve um cenário onde a energia se desperdiça na negação mútua, com a extrema direita crescendo a partir de fantasias desinformadas e narrativas passionais. A política se torna um teatro de sombras, onde líderes carismáticos monopolizam partidos e paralisam novas lideranças, criando um ciclo interminável de antagonismo. Luiz Sérgio Henriques, por sua vez, nos alerta sobre a resistível ascensão do nacional-populismo. Com a extrema direita americana transformando-se em um laboratório de experimentos ultraconservadores, a hegemonia é despojada de seu sentido positivo e transformada em direção política autoritária. A visão apocalíptica de uma América fechada, onde imigrantes são vistos como inimigos, pinta um quadro sombrio de um futuro onde a democracia é subvertida e os direitos humanos são tratados com cinismo. Ambos os textos, ao serem analisados e reescritos no estilo de fábula, revelam a natureza atemporal dos conflitos políticos atuais. Utilizando o pretérito imperfeito, evocam uma sensação de continuidade e inevitabilidade, como se os desafios de hoje fossem reflexos de histórias de outrora, repetidas em um ciclo sem fim. Em "Sem Cortesia", vemos que a política, como nas fábulas, é um jogo de ilusões e poder. As narrativas dos nossos tempos se entrelaçam com as dos tempos do "era uma vez", mostrando que a luta pela democracia e pela justiça é um conto antigo, mas sempre presente. Assim como nas fábulas, a moral da história é clara: sem cortesia, sem diálogo e sem compreensão, a sociedade permanece adormecida, presa em um reino de conflitos e divisões intermináveis. Este texto busca sintetizar as análises dos textos de Marco Aurélio Nogueira e Luiz Sérgio Henriques, encapsulando suas observações sobre a política contemporânea em um formato que evoca a atemporalidade e a moral das fábulas. como encaixar o texto de ruy castro nesta síntese? ChatGPT SEM CORTESIA “CONSELHEIRO - Calma lá, rapaz. Isso aqui é uma história de outros tempos. Do tempo do antigamente. Do tempo do era uma vez. Pode esperar sentado. Todos riem e dançam e cantam. FIM DA CENA 3 / FIM DO 3º ATO / FIM” Leo Cunha, O Reino Adormecido, Peça em 3 Atos. Em um mundo onde a política democrática se enrijece em polos opostos, o futuro parece uma fábula sem final feliz. Marco Aurélio Nogueira nos descreve um cenário onde a energia se desperdiça na negação mútua, com a extrema direita crescendo a partir de fantasias desinformadas e narrativas passionais. A política se torna um teatro de sombras, onde líderes carismáticos monopolizam partidos e paralisam novas lideranças, criando um ciclo interminável de antagonismo. Luiz Sérgio Henriques, por sua vez, nos alerta sobre a resistível ascensão do nacional-populismo. Com a extrema direita americana transformando-se em um laboratório de experimentos ultraconservadores, a hegemonia é despojada de seu sentido positivo e transformada em direção política autoritária. A visão apocalíptica de uma América fechada, onde imigrantes são vistos como inimigos, pinta um quadro sombrio de um futuro onde a democracia é subvertida e os direitos humanos são tratados com cinismo. Ruy Castro, com seu estilo mordaz, expõe a dualidade da sociedade americana, onde a linha entre realidade e fantasia é borrada. Sua narrativa nos transporta aos tempos dourados de Hollywood, onde atores como John Wayne e Errol Flynn personificavam heróis de guerra, mas na vida real nunca vestiram uma farda. Essa dualidade reflete a política atual, onde a imagem e a retórica frequentemente divergem da realidade, criando um cenário onde é difícil discernir o verdadeiro do fictício. Todos esses textos, ao serem analisados e reescritos no estilo de fábula, revelam a natureza atemporal dos conflitos políticos atuais. Utilizando o pretérito imperfeito, evocam uma sensação de continuidade e inevitabilidade, como se os desafios de hoje fossem reflexos de histórias de outrora, repetidas em um ciclo sem fim. Em "Sem Cortesia", vemos que a política, como nas fábulas, é um jogo de ilusões e poder. As narrativas dos nossos tempos se entrelaçam com as dos tempos do "era uma vez", mostrando que a luta pela democracia e pela justiça é um conto antigo, mas sempre presente. Assim como nas fábulas, a moral da história é clara: sem cortesia, sem diálogo e sem compreensão, a sociedade permanece adormecida, presa em um reino de conflitos e divisões intermináveis. Este texto sintetiza as análises de Marco Aurélio Nogueira, Luiz Sérgio Henriques e Ruy Castro, encapsulando suas observações sobre a política contemporânea em um formato que evoca a atemporalidade e a moral das fábulas. como encaixar todas as músicas, carregadas de poesias no tempo, de Chico Buarque, dialogando ao longo da história narrada por Marco Aurélio Nogueira, luiz sérgio henriques e ruy castro. iNDICAR A ORDEM DE INTRODUÇÃO AO LONGO DO TEXTO FINAL. ChatGPT SEM CORTESIA “CONSELHEIRO - Calma lá, rapaz. Isso aqui é uma história de outros tempos. Do tempo do antigamente. Do tempo do era uma vez. Pode esperar sentado. Todos riem e dançam e cantam. FIM DA CENA 3 / FIM DO 3º ATO / FIM” Leo Cunha, O Reino Adormecido, Peça em 3 Atos. Em um mundo onde a política democrática se enrijece em polos opostos, o futuro parece uma fábula sem final feliz. Marco Aurélio Nogueira nos descreve um cenário onde a energia se desperdiça na negação mútua, com a extrema direita crescendo a partir de fantasias desinformadas e narrativas passionais. A política se torna um teatro de sombras, onde líderes carismáticos monopolizam partidos e paralisam novas lideranças, criando um ciclo interminável de antagonismo. A melodia melancólica de "Sabiá" de Chico Buarque, em parceria com Tom Jobim, ecoa essa sensação de saudade de um tempo de conciliação e esperança. "Vou voltar, sei que ainda vou voltar, para o meu lugar," canta Chico, refletindo o anseio por um retorno a um ambiente político menos polarizado. Luiz Sérgio Henriques, por sua vez, nos alerta sobre a resistível ascensão do nacional-populismo. Com a extrema direita americana transformando-se em um laboratório de experimentos ultraconservadores, a hegemonia é despojada de seu sentido positivo e transformada em direção política autoritária. A visão apocalíptica de uma América fechada, onde imigrantes são vistos como inimigos, pinta um quadro sombrio de um futuro onde a democracia é subvertida e os direitos humanos são tratados com cinismo. Essa atmosfera de tensão é encapsulada na canção "Noite dos Mascarados", em parceria com Zé Ketti, onde a fantasia e a realidade se entrelaçam. "Quem é você? Adivinha se gosta de mim hoje à noite," canta Chico, questionando as máscaras que as pessoas usam, tanto na vida pessoal quanto na política. Ruy Castro, com seu estilo mordaz, expõe a dualidade da sociedade americana, onde a linha entre realidade e fantasia é borrada. Sua narrativa nos transporta aos tempos dourados de Hollywood, onde atores como John Wayne e Errol Flynn personificavam heróis de guerra, mas na vida real nunca vestiram uma farda. Essa dualidade reflete a política atual, onde a imagem e a retórica frequentemente divergem da realidade, criando um cenário onde é difícil discernir o verdadeiro do fictício. A canção "João e Maria", em parceria com Sivuca, ilustra perfeitamente essa mistura de fantasia e realidade. "Agora era fatal que o faz-de-conta terminasse assim," canta Chico, apontando para a inevitável colisão entre a ilusão e a verdade. Todos esses textos, ao serem analisados e reescritos no estilo de fábula, revelam a natureza atemporal dos conflitos políticos atuais. Utilizando o pretérito imperfeito, evocam uma sensação de continuidade e inevitabilidade, como se os desafios de hoje fossem reflexos de histórias de outrora, repetidas em um ciclo sem fim. Em "Sem Cortesia", vemos que a política, como nas fábulas, é um jogo de ilusões e poder. As narrativas dos nossos tempos se entrelaçam com as dos tempos do "era uma vez", mostrando que a luta pela democracia e pela justiça é um conto antigo, mas sempre presente. Assim como nas fábulas, a moral da história é clara: sem cortesia, sem diálogo e sem compreensão, a sociedade permanece adormecida, presa em um reino de conflitos e divisões intermináveis. Ordem de Introdução das Músicas: "Sabiá" (Chico Buarque e Tom Jobim) – Após a introdução do cenário de polarização política descrito por Marco Aurélio Nogueira. "Noite dos Mascarados" (Chico Buarque e Zé Ketti) – Após a descrição da ascensão do nacional-populismo por Luiz Sérgio Henriques. "João e Maria" (Chico Buarque e Sivuca) – Durante a análise de Ruy Castro sobre a dualidade da sociedade americana. Este texto busca sintetizar as análises de Marco Aurélio Nogueira, Luiz Sérgio Henriques e Ruy Castro, incorporando as músicas poéticas de Chico Buarque para enriquecer a narrativa com uma camada emocional e artística, refletindo as complexidades e os anseios da política contemporânea. 1/2 PARA COTEJAR O VELHO COM O NOVO FICOU FALTANDO O "SABIÁ" DE LUIZ GONZAGA E "ANTONICO" DE ISMAEL SILVA. A PARTIR DAS LETRAS DESTAS DUAS MÚSICAS ENCAIXÁ-LAS NA VERSÃO FINAL COMO UMA SÍNTESE DO VEÍCULO ONDE DEVERÁ SER PUBLICADO QUE TEM O NOME "MUNDOVELHOMUNDONOVO - MUNDO EM MUTAÇÃO". SEGUEM AS DUAS CANÇÕES: "Antonico Eduardo Canto ANTONICO - 1950 (samba) - Ismael Silva Oh Antonico, vou lhe pedir um favor Que só depende da sua boa vontade É necessário uma viração pro Nestor Que está vivendo em grande dificuldade Ele está mesmo dançando na corda bamba Ele é aquele que na escola de samba Toca cuíca, toca surdo e tamborim Faça por ele como se fosse por mim Até muamba já fizeram pro rapaz Porque no samba ninguém faz o que ele faz Mas hei de vê-lo muito bem, se Deus quiser E agradeço pelo que você fizer. Composição: Ismael Silva." / "Sabiá Canção de Luiz Gonzaga Letras A todo mundo eu dou psiu (psiu, psiu, psiu) Perguntando por meu bem (psiu, psiu, psiu) Tendo o coração vazio Vivo assim a dar psiu Sabiá vem cá também (psiu, psiu, psiu) A todo mundo eu dou psiu (psiu, psiu, psiu) Perguntando por meu bem (psiu, psiu, psiu) Tendo o coração vazio Vivo assim a dar psiu Sabiá vem cá também (psiu, psiu, psiu) Tu que anda pelo mundo (sabiá) Tu que tanto já voou (sabiá) Tu que fala aos passarinhos (sabiá) Alivia minha dor (sabiá) Tem pena d'eu (sabiá) Diz por favor (sabiá) Tu que tanto anda no mundo (sabiá) Onde anda o meu amor (sabiá) A todo mundo eu dou psiu (psiu, psiu, psiu) Perguntando por meu bem (psiu, psiu, psiu) Tendo o coração vazio Vivo assim a dar psiu Sabiá vem cá também (psiu, psiu, psiu) A todo mundo eu dou psiu (psiu, psiu, psiu) Perguntando por meu bem (psiu, psiu, psiu) Tendo o coração vazio Vivo assim a dar psiu Sabiá vem cá também (psiu, psiu, psiu) Tu que anda pelo mundo (sabiá) Tu que tanto já voou (sabiá) Tu que fala aos passarinhos (sabiá) Alivia minha dor (sabiá) Tem pena d'eu (sabiá) Diz por favor (sabiá) Tu que tanto anda no mundo (sabiá) Onde anda o meu amor (sabiá) Tem pena d'eu (sabiá) Diz por favor (sabiá) Tu que tanto anda no mundo (sabiá) Onde anda o meu amor (sabiá) Fonte: LyricFind Compositores: David Nasser Zedantes / Luis Gonzaga" ChatGPT SEM CORTESIA "CONSELHEIRO - Calma lá, rapaz. Isso aqui é uma história de outros tempos. Do tempo do antigamente. Do tempo do era uma vez. Pode esperar sentado. Todos riem e dançam e cantam. FIM DA CENA 3 / FIM DO 3º ATO / FIM" Leo Cunha, O Reino Adormecido, Peça em 3 Atos. No jornal "MundovelhoMundonovo - Mundo em Mutação", a análise da realidade política contemporânea se entrelaça com a intemporalidade das fábulas e das canções, revelando uma narrativa onde o velho e o novo se encontram em um palco de constantes transformações. Marco Aurélio Nogueira descreve um cenário de polarizações enrijecidas, onde a energia se perde na negação mútua, e a extrema direita cresce alimentada por fantasias desinformadas. O antagonismo estreito entre os polos paralisa a formulação de projetos consistentes para a sociedade, criando um ciclo interminável de conflito. Nesse contexto, a melodia melancólica de "Sabiá", de Chico Buarque e Tom Jobim, ecoa o anseio por um retorno a tempos de conciliação e esperança. "Vou voltar, sei que ainda vou voltar, para o meu lugar," canta Chico, refletindo o desejo por um ambiente político menos polarizado. Luiz Sérgio Henriques alerta sobre a resistível ascensão do nacional-populismo, especialmente nos Estados Unidos. A visão de uma América fechada, onde imigrantes são vistos como inimigos, e a democracia é subvertida, pinta um quadro sombrio de um futuro autocrático. "Noite dos Mascarados", de Chico Buarque e Zé Ketti, encapsula essa atmosfera de tensão, onde fantasia e realidade se entrelaçam. "Quem é você? Adivinha se gosta de mim hoje à noite," canta Chico, questionando as máscaras usadas tanto na vida pessoal quanto na política. Ruy Castro, com seu estilo mordaz, expõe a dualidade da sociedade americana, onde a linha entre realidade e fantasia é borrada. Em tempos dourados de Hollywood, atores personificavam heróis de guerra, mas na vida real nunca vestiram uma farda. Essa dualidade reflete a política atual, onde a imagem e a retórica frequentemente divergem da realidade, criando um cenário onde é difícil discernir o verdadeiro do fictício. A canção "João e Maria", de Chico Buarque e Sivuca, ilustra perfeitamente essa mistura de fantasia e realidade. "Agora era fatal que o faz-de-conta terminasse assim," canta Chico, apontando para a inevitável colisão entre a ilusão e a verdade. Ao longo dessa narrativa, "Antonico" de Ismael Silva e "Sabiá" de Luiz Gonzaga entram como vozes que ecoam a complexidade dos tempos modernos. "Oh Antonico, vou lhe pedir um favor, que só depende da sua boa vontade," implora Ismael, lembrando-nos das dificuldades enfrentadas por aqueles que sustentam a cultura popular, assim como os líderes que se esforçam para manter a democracia viva. "A todo mundo eu dou psiu, perguntando por meu bem," canta Luiz Gonzaga, simbolizando a busca incessante por um amor perdido, um tempo de esperança e harmonia que parece distante mas ainda desejado. Ordem de Introdução das Músicas: "Sabiá" (Chico Buarque e Tom Jobim) – Após a introdução do cenário de polarização política descrito por Marco Aurélio Nogueira. "Noite dos Mascarados" (Chico Buarque e Zé Ketti) – Após a descrição da ascensão do nacional-populismo por Luiz Sérgio Henriques. "João e Maria" (Chico Buarque e Sivuca) – Durante a análise de Ruy Castro sobre a dualidade da sociedade americana. "Antonico" (Ismael Silva) – Encaixada como uma reflexão sobre as dificuldades enfrentadas pelos defensores da cultura e da democracia. "Sabiá" (Luiz Gonzaga) – Encerrando a narrativa com um apelo à busca contínua por tempos melhores e pela reconciliação. Todos esses textos e canções, ao serem analisados e reescritos no estilo de fábula, revelam a natureza atemporal dos conflitos políticos atuais. Utilizando o pretérito imperfeito, evocam uma sensação de continuidade e inevitabilidade, como se os desafios de hoje fossem reflexos de histórias de outrora, repetidas em um ciclo sem fim. Em "Sem Cortesia", vemos que a política, como nas fábulas, é um jogo de ilusões e poder. As narrativas dos nossos tempos se entrelaçam com as dos tempos do "era uma vez", mostrando que a luta pela democracia e pela justiça é um conto antigo, mas sempre presente. Assim como nas fábulas, a moral da história é clara: sem cortesia, sem diálogo e sem compreensão, a sociedade permanece adormecida, presa em um reino de conflitos e divisões intermináveis. -----------
----------- Tenente que lutou na 2ª Guerra Mundial completa 103 anos, ganha homenagem e recorda combates: ‘Boas lembranças’ No RJ, são 8 veteranos da Força Expedicionária Brasileira vivos. Por Thaís Espírito Santo 28/07/2024 06h00 Atualizado há 7 horas Ex-combatente da 2ª Guerra Mundial completa 103 anos e ganha homenagem do Exército O 2º tenente do Exército Walfrid de Moraes completou 103 anos este mês e ganhou uma homenagem militar na porta de casa, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O vídeo do cortejo viralizou. A comemoração emocionou muitos na internet e a família dele. O pracinha Walfrid embarcou para a Itália em novembro de 1944, junto a outros 25 mil homens, para participar do maior conflito armado da história. Veterano da Segunda Guerra Mundial faz 103 anos com festa no RJ — Foto: Divulgação Emocionado, ele contou curiosidades daquele tempo e relembra os amigos que fez pelo caminho. No início, não se acreditava que o Brasil iria lutar, e as pessoas comentavam que “era mais fácil a cobra fumar”. “Me sinto feliz e agradeço a Deus, em primeiro lugar, por eu estar vivo. Na época, houve uma pressão, quase uma exigência, para uma tropa brasileira, e autorizaram a Expedicionária. Nós fomos, e lá no front a cobra fumou”, brinca Walfrid. Em casa, ele ainda guarda medalhas que ganhou durante o combate e até mesmo sua farda. Ele tinha 23 anos quando foi enviado para a guerra e conta que sentiu saudade dos pais, além da dificuldade de se adaptar às terras estrangeiras. Veterano da Segunda Guerra Mundial faz 103 anos com festa no RJ — Foto: Divulgação “No começo, eu senti frio e não tinha comida brasileira, era aquela latinha americana. E aí depois começou a chegar comida brasileira, peru, e a gente começou a comer melhor. Eu tive muita saudade da minha família, dos meus pais, das minhas irmãs”, relembra. “Mas deu tudo certo, na ida e na volta. Contato bom que eu tive lá foi com criancinhas de uma família que morava perto de uma igreja e nós íamos lá comer. Não sei se eles estão vivos, eu que tô aqui até hoje. São boas lembranças”, afirma Walfrid. Oitenta anos depois, ele olha as fotos e reconhece os amigos que fez, e de onde eles eram. Walfrid recorda ainda que estava fugindo de uma briga que estava tendo em uma casa entre combatentes quando recebeu a notícia da vitória. Veterano da Segunda Guerra Mundial faz 103 anos com festa no RJ — Foto: Divulgação “No fim da guerra, eu estava aguardando uma ordem e estava tendo uma brincadeira em um sobrado. Eu estava correndo em um parreiral, a lua estava clara, e foi ali que eu recebi a notícia de que a guerra tinha acabado”, conta o combatente. Walfrid recorda que os italianos eram fumantes e, assim, um comércio paralelo se formava entre os militares, que vendiam cigarro em troca de comidas ou dinheiro. “Os italianos procuravam muito cigarro. O dinheiro era uma nota grandona, parecia um pedaço de jornal”, brinca. Veterano da Segunda Guerra Mundial faz 103 anos com festa no RJ — Foto: Divulgação Veterano da Segunda Guerra Mundial faz 103 anos com festa no RJ — Foto: Divulgação Combatentes cariocas No Rio de Janeiro, há 8 combatentes da Força Expedicionária Brasileira vivos, contando com o sr. Walfrid. Dois deles participaram da cerimônia alusiva ao Dia do Veterano na última semana, no Palácio Duque de Caxias, no Centro do Rio. Em 18 de julho de 1945, data escolhida como o Dia do Veterano, ocorreu o Desfile da Vitória, quando os nossos heróis retornaram dos campos de batalha da Itália e foram recepcionados por mais de 800 mil pessoas pelas ruas do Rio de Janeiro. Seu Walfrid lembra do dia como “uma festa linda, que nos abraçaram”. Veterano da Segunda Guerra Mundial faz 103 anos com festa no RJ — Foto: Divulgação" ------------- ------------- Sem Cortesia Síntese Letra ----------- SEM CORTESIA "CONSELHEIRO - Calma lá, rapaz. Isso aqui é uma história de outros tempos. Do tempo do antigamente. Do tempo do era uma vez. Pode esperar sentado. Todos riem e dançam e cantam. FIM DA CENA 3 / FIM DO 3º ATO / FIM" Leo Cunha, O Reino Adormecido, Peça em 3 Atos. A análise da realidade política contemporânea se entrelaça com a intemporalidade das fábulas e das canções, revelando uma narrativa onde o velho e o novo se encontram em um palco de constantes transformações. Marco Aurélio Nogueira descreve um cenário de polarizações enrijecidas, onde a energia se perde na negação mútua, e a extrema direita cresce alimentada por fantasias desinformadas. O antagonismo estreito entre os polos paralisa a formulação de projetos consistentes para a sociedade, criando um ciclo interminável de conflito. Nesse contexto, a melodia melancólica de "Sabiá", de Chico Buarque e Tom Jobim, ecoa o anseio por um retorno a tempos de conciliação e esperança. "Vou voltar, sei que ainda vou voltar, para o meu lugar," canta Chico, refletindo o desejo por um ambiente político menos polarizado. Luiz Sérgio Henriques alerta sobre a resistível ascensão do nacional-populismo, especialmente nos Estados Unidos. A visão de uma América fechada, onde imigrantes são vistos como inimigos, e a democracia é subvertida, pinta um quadro sombrio de um futuro autocrático. "Noite dos Mascarados", de Chico Buarque e Zé Ketti, encapsula essa atmosfera de tensão, onde fantasia e realidade se entrelaçam. "Quem é você? Adivinha se gosta de mim hoje à noite," canta Chico, questionando as máscaras usadas tanto na vida pessoal quanto na política. Ruy Castro, com seu estilo mordaz, expõe a dualidade da sociedade americana, onde a linha entre realidade e fantasia é borrada. Em tempos dourados de Hollywood, atores personificavam heróis de guerra, mas na vida real nunca vestiram uma farda. Essa dualidade reflete a política atual, onde a imagem e a retórica frequentemente divergem da realidade, criando um cenário onde é difícil discernir o verdadeiro do fictício. A canção "João e Maria", de Chico Buarque e Sivuca, ilustra perfeitamente essa mistura de fantasia e realidade. "Agora era fatal que o faz-de-conta terminasse assim," canta Chico, apontando para a inevitável colisão entre a ilusão e a verdade. O texto de Thaís Espírito Santo traz uma perspectiva humana e histórica à narrativa, celebrando a vida e as memórias do 2º tenente do Exército Walfrid de Moraes, veterano da 2ª Guerra Mundial. A homenagem ao tenente, que completou 103 anos, lembra-nos da importância de preservar as histórias e experiências daqueles que viveram tempos difíceis, mas também da capacidade humana de encontrar beleza e camaradagem em meio à adversidade. "Antonico" de Ismael Silva, com seu apelo por solidariedade e reconhecimento, ressoa com a vida de Walfrid. "Oh Antonico, vou lhe pedir um favor, que só depende da sua boa vontade," implora Ismael, lembrando-nos das dificuldades enfrentadas por aqueles que sustentam a cultura popular, assim como os líderes que se esforçam para manter a democracia viva. A canção "Sabiá" de Luiz Gonzaga se encaixa perfeitamente na narrativa de Walfrid. "A todo mundo eu dou psiu, perguntando por meu bem," canta Luiz Gonzaga, simbolizando a busca incessante por um amor perdido, um tempo de esperança e harmonia que parece distante mas ainda desejado. A história de Walfrid, com suas memórias de saudade e alegria, traz à tona a busca por conexão e paz em tempos de conflito. Ordem de Introdução das Músicas: "Sabiá" (Chico Buarque e Tom Jobim) – Após a introdução do cenário de polarização política descrito por Marco Aurélio Nogueira. "Noite dos Mascarados" (Chico Buarque e Zé Ketti) – Após a descrição da ascensão do nacional-populismo por Luiz Sérgio Henriques. "João e Maria" (Chico Buarque e Sivuca) – Durante a análise de Ruy Castro sobre a dualidade da sociedade americana. "Antonico" (Ismael Silva) – Encaixada como uma reflexão sobre as dificuldades enfrentadas pelos defensores da cultura e da democracia, ressoando com a vida de Walfrid de Moraes. "Sabiá" (Luiz Gonzaga) – Encerrando a narrativa com um apelo à busca contínua por tempos melhores e pela reconciliação, ilustrando a história de vida do veterano. Todos esses textos e canções, ao serem analisados e reescritos no estilo de fábula, revelam a natureza atemporal dos conflitos políticos atuais. Utilizando o pretérito imperfeito, evocam uma sensação de continuidade e inevitabilidade, como se os desafios de hoje fossem reflexos de histórias de outrora, repetidas em um ciclo sem fim. Em "Sem Cortesia", vemos que a política, como nas fábulas, é um jogo de ilusões e poder. As narrativas dos nossos tempos se entrelaçam com as dos tempos do "era uma vez", mostrando que a luta pela democracia e pela justiça é um conto antigo, mas sempre presente. Assim como nas fábulas, a moral da história é clara: sem cortesia, sem diálogo e sem compreensão, a sociedade permanece adormecida, presa em um reino de conflitos e divisões intermináveis. _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ----------

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