Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
segunda-feira, 15 de julho de 2024
O DESTINO DE TRÊS
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"A gente tropeça nas pedras pequenas porque as grandes a gente logo enxerga."
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Ataque contra Trump: o que se sabe até agora
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BBC News Brasil
BBC World Service é um serviço de rede pública de televisão do Reino Unido. Wikipedia (Inglesa)
257.418 visualizações 14 de jul. de 2024 #bbcnewsbrasil #trump #donaldtrump
Donald Trump sofreu uma tentativa de assassinato no sábado (13/7), enquanto participava de um comício na Pensilvânia.
Ele saiu do evento com o rosto ensanguentado e após ter sido atingido por um tiro que rasgou a parte superior da orelha direita.
O ex-presidente e atual candidato republicano à eleição presidencial passa bem e se recupera em casa.
O FBI nomeou Thomas Matthew Crooks , de 20 anos, como o homem suspeito de realizar o ataque armado. Ele foi morto.
Neste vídeo, o repórter André Biernath conta o que se sabe sobre o ataque até agora, quem era o agressor e quais dúvidas ainda não foram respondidas pelas autoridades.
Reportagem em texto: https://www.bbc.com/portuguese/articl...
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"Joe, you're fired. John, you're shot . Thomas, you're dead." FORNECER UM TEXTO DRAMATÚRGICO NO ESTILO DE SHAKESPEARE EM TRÊS ATOS TOMANDO COMO BASE CADA ORAÇÃO DO PERÍODO DO TEXTO COMO UM DOS ATOS.
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SAIBA QUEM É O ATIRADOR QUE TENTOU MATAR DONALD TRUMP
MyNews
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ChatGPT
Ato I: O Destino de Joe
Cena I: Um Salão Nobre no Castelo
(Entram o Rei Henry e seus conselheiros, LADY ELIZABETH e LORD MONTAGUE. Joe, o servo fiel, está de joelhos diante deles.)
REI HENRY:
Ah, fiel Joe, por teus anos de leal serviço,
Agradeço-te de coração e com voz sincera.
Mas tempos sombrios assolam este reino,
E decisões difíceis me cabem fazer.
JOE:
Majestade, minha vida é vossa,
E por vós, tudo suportarei.
REI HENRY:
Ah, Joe, a ti devo muito, mas o reino exige.
Joe, estás despedido, nosso vínculo finda-se.
(Os conselheiros murmuram entre si, enquanto Joe se levanta, sua expressão marcada pela dor e resignação.)
JOE:
Se é assim que queres, meu senhor,
Parto com honra, sem rancor.
LADY ELIZABETH:
Oh, majestade, é prudente tal decisão?
A lealdade de Joe não conhece igual.
LORD MONTAGUE:
Os tempos mudam, e o rei deve seguir,
Com coração pesado, o fardo a suportar.
REI HENRY:
Assim é, e assim será.
Adeus, fiel Joe, que os deuses te guiem.
(Joe sai de cena, cabisbaixo.)
Cena II: Os Corredores do Castelo
(Joe caminha pelos corredores, encontra-se com Thomas, um soldado.)
THOMAS:
Joe, o que se passa? Por que a tristeza no olhar?
JOE:
Despediu-me o rei, o destino cruel me abraça.
Parto agora, sem lar, sem rumo certo.
THOMAS:
Leal foste, e leal serás.
A história há de lembrar teu nome.
(Thomas aperta a mão de Joe, e eles se separam.)
Ato II: A Queda de John
Cena I: Um Pátio Interior no Castelo
(John, o conselheiro traiçoeiro, encontra-se a sós com LADY ELIZABETH. Sussurram segredos.)
LADY ELIZABETH:
John, tua ambição te cega,
E o perigo ronda tuas ações.
JOHN:
Ambição é virtude, não vício.
O poder ao alcance, hei de tomar.
LADY ELIZABETH:
Cuidado, John, o rei não é tolo,
E o castigo para traição é severo.
(Entra LORD MONTAGUE apressado.)
LORD MONTAGUE:
John, foste descoberto em conspiração.
O rei ordena tua captura e castigo.
JOHN:
(Caindo de joelhos)
Não, não pode ser! Sou leal, sou fiel!
(Guardas entram e apreendem John.)
LORD MONTAGUE:
Levem-no ao rei, a justiça será feita.
Cena II: A Sala do Trono
(John é trazido perante o REI HENRY.)
REI HENRY:
John, traição descobri em tuas ações.
A confiança quebrada, o preço pagará.
JOHN:
Perdão, majestade, fui tolo, fui cego.
Dá-me uma chance, corrigirei meus erros.
REI HENRY:
Clemência é virtude, mas justiça é dever.
John, estás condenado, e tua sentença é esta:
John, estás ferido pelo aço da traição,
E por esta, serás abatido.
(Os guardas levam John para fora do salão.)
LADY ELIZABETH:
Triste destino para um coração ambicioso.
Ato III: O Fim de Thomas
Cena I: A Floresta Próxima ao Castelo
(Thomas, agora um fugitivo, encontra-se na floresta. Ele contempla seu destino.)
THOMAS:
Fui leal e justo, mas o mundo é cruel.
A quem posso confiar senão a mim mesmo?
(Aparece uma sombra entre as árvores - é Joe.)
JOE:
Thomas, velho amigo, encontrei-te por fim.
O que te trouxe a este lugar sombrio?
THOMAS:
Joe, fugi para salvar minha vida.
O rei me quer morto, por crime não cometido.
JOE:
A injustiça reina, e o poder corrompe.
Mas juntos, talvez possamos lutar.
(De repente, soldados aparecem, cercando-os.)
SOLDADO LÍDER:
Thomas, por ordem do rei, estás condenado.
E tua sentença é morte, sem piedade.
THOMAS:
(Erguendo a espada)
Então lutarei até o fim, com honra.
(Thomas luta bravamente, mas é abatido pelos soldados. Joe observa com lágrimas nos olhos.)
JOE:
Amigo, teu sacrifício não será em vão.
Lutarei em teu nome, até o último suspiro.
Cena II: O Salão do Trono
(De volta ao castelo, o REI HENRY recebe notícias da morte de Thomas.)
LORD MONTAGUE:
Majestade, Thomas encontrou seu fim na floresta.
REI HENRY:
Assim é o destino dos traidores e desleais.
Que sua morte sirva de exemplo para todos.
LADY ELIZABETH:
Mas a tristeza paira sobre este reino,
Pois perdemos não só traidores, mas almas valentes.
REI HENRY:
A justiça foi feita, mas a que custo?
O trono é pesado, e o fardo, eterno.
(Cortinas se fecham lentamente, enquanto o REI HENRY contempla seu reino em silêncio.)
VERTER O TEXTO FORNECIDO PARA O INGLÊS
ChatGPT
Act I: Joe's Fate
Scene I: A Noble Hall in the Castle
(Enter KING HENRY and his counselors, LADY ELIZABETH and LORD MONTAGUE. Joe, the loyal servant, is kneeling before them.)
KING HENRY:
Ah, faithful Joe, for your years of loyal service,
I thank you from the heart and with a sincere voice.
But dark times befall this kingdom,
And hard decisions I must make.
JOE:
Majesty, my life is yours,
And for you, I will endure everything.
KING HENRY:
Ah, Joe, I owe you much, but the kingdom demands.
Joe, you're fired, our bond is severed.
(The counselors murmur among themselves as Joe rises, his expression marked by pain and resignation.)
JOE:
If it is your will, my lord,
I depart with honor, without rancor.
LADY ELIZABETH:
Oh, Majesty, is this decision wise?
Joe's loyalty knows no equal.
LORD MONTAGUE:
Times change, and the king must follow,
With a heavy heart, bearing the burden.
KING HENRY:
So it is, and so it shall be.
Farewell, faithful Joe, may the gods guide you.
(Joe exits, head bowed.)
Scene II: The Castle Corridors
(Joe walks through the corridors, meeting Thomas, a soldier.)
THOMAS:
Joe, what is amiss? Why the sadness in your eyes?
JOE:
The king dismissed me, cruel fate embraces me.
I depart now, without home, without certain path.
THOMAS:
Loyal you were, and loyal you will be.
History will remember your name.
(Thomas shakes Joe's hand, and they part ways.)
Act II: The Fall of John
Scene I: An Inner Courtyard in the Castle
(John, the treacherous counselor, is alone with LADY ELIZABETH. They whisper secrets.)
LADY ELIZABETH:
John, your ambition blinds you,
And danger surrounds your actions.
JOHN:
Ambition is virtue, not vice.
Power within reach, I shall seize.
LADY ELIZABETH:
Beware, John, the king is no fool,
And the punishment for treason is severe.
(Enter LORD MONTAGUE hurriedly.)
LORD MONTAGUE:
John, you were discovered in conspiracy.
The king orders your capture and punishment.
JOHN:
(Falling to his knees)
No, it cannot be! I am loyal, I am faithful!
(Guards enter and apprehend John.)
LORD MONTAGUE:
Take him to the king, justice shall be done.
Scene II: The Throne Room
(John is brought before KING HENRY.)
KING HENRY:
John, treason I found in your actions.
Trust broken, you will pay the price.
JOHN:
Forgiveness, Majesty, I was foolish, I was blind.
Give me a chance, I will correct my errors.
KING HENRY:
Clemency is a virtue, but justice is duty.
John, you are condemned, and your sentence is this:
John, you are shot, wounded by the steel of treason,
And for this, you shall be brought down.
(The guards take John out of the room.)
LADY ELIZABETH:
Sad fate for an ambitious heart.
Act III: The End of Thomas
Scene I: The Forest Near the Castle
(Thomas, now a fugitive, is in the forest. He contemplates his fate.)
THOMAS:
I was loyal and just, but the world is cruel.
Whom can I trust but myself?
(A shadow appears among the trees - it is Joe.)
JOE:
Thomas, old friend, I found you at last.
What brought you to this dark place?
THOMAS:
Joe, I fled to save my life.
The king wants me dead, for a crime not committed.
JOE:
Injustice reigns, and power corrupts.
But together, we may fight.
(Suddenly, soldiers appear, surrounding them.)
LEAD SOLDIER:
Thomas, by the king's order, you are condemned.
And your sentence is death, without mercy.
THOMAS:
(Raising his sword)
Then I will fight to the end, with honor.
(Thomas fights bravely but is brought down by the soldiers. Joe watches with tears in his eyes.)
JOE:
Friend, your sacrifice will not be in vain.
I will fight in your name, until my last breath.
Scene II: The Throne Room
(Back in the castle, KING HENRY receives news of Thomas's death.)
LORD MONTAGUE:
Majesty, Thomas met his end in the forest.
KING HENRY:
Thus is the fate of traitors and the disloyal.
May his death serve as an example to all.
LADY ELIZABETH:
But sorrow hangs over this kingdom,
For we lost not only traitors but brave souls.
KING HENRY:
Justice was done, but at what cost?
The throne is heavy, and the burden, eternal.
(The curtains slowly close as KING HENRY contemplates his kingdom in silence.)
"Eu a chamei de tia durante toda a infância. Tia Barbara, a amiga dos meus pais, uma mulher grande, alta, dona de humor fino, voz grave e ares de senhor inglês. Mais tarde, descobri que tia Barbara era a temida Barbara Heliodora, a crítica severa que adorava Shakespeare e cujas opiniões sobre um espetáculo pautavam jornais e críticos do país.
Ela contava causos ótimos. Me lembro de um, da mulher que queria muito ter uma filha e arriscou uma inseminação artificial, depois de ter parido três meninos. Ela engravidou, disse Barbara, de trigêmeos. Todos homens! E riu a valer.
Tia Barbara escreveu meu epitáfio nas páginas amarelas da Veja, em 1993. Foi um choque do qual demorei um bom tempo para me recuperar. Na entrevista, ela me chamava de títere de Gerald Thomas e dizia que meu talento jamais chegaria aos pés do da minha mãe. Indignada, peguei o telefone e liguei para a ex-tia. A voz grossa, muito característica, me respondeu que também havia achado pesado, se desculpou e passamos muitos anos longe uma da outra."
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Bárbara Heliodora em dezembro de 2013, ao lado de Marília Pêra, no lançamento de seu livro A História do Teatro no Rio de Janeiro – Foto: Cristina Granato
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Bárbara Heliodora foi a maior crítica teatral do Rio e uma das mais importantes do Brasil
POR BLOG DO ARCANJO · 10/04/2015
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ELABORAR UMA POSSÍVEL EMULAÇÃO DE UMA CRÍTICA NO ESTILO DE BÁRBARA HELIODORA PARA O TEXTO NO ESTILO DRAMÁTICO DE SHAKESPEARE EM TRÊS ATOS APRESENTADO.
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Conselhos A Meus Filhos | Poema de Bárbara Heliodora Silveira com narração de Mundo Dos Poemas
Mundo Dos Poemas
11 de fev. de 2021
Poesia e poema de autor brasileiro. Bárbara Heliodora Guilhermina da Silveira (São João del-Rei, c. 1759 — São Gonçalo É de Bárbara Heliodora o primeiro registro, no Brasil Colônia, de uma mulher usando a pena para escrever poesia nestas terras. Bárbara é conhecida hoje como heroína da Inconfidência Mineira, pois teve um papel determinante no movimento, muito mais do que apenas ser a musa inspiradora do poema Bárbara Bela de Alvarenga Peixoto, seu marido. Era casada com o Inconfidente Alvarenga Peixoto. Na realidade, Alvarenga Peixoto e Bárbara Heliodora viveram juntos por algum tempo, e só se casaram, por portaria do Bispo de Mariana, em 22 de dezembro de 1781, quando Maria Ifigênia, filha do casal, já contava três anos de idade. Desta união ainda nasceram mais três filhos: José Eleutério, João Damasceno (Que mais tarde seria chamado de João Evangelista) e Tristão Antônio. Em virtude de seu casamento com Alvarenga, e sua instantânea participação no movimento Inconfidente, Bárbara ganhou o título de "Heroína da Inconfidência Mineira".
Perdeu Maria Ifigênia, sua filha mais velha, quando esta ainda tinha 13 anos de idade, e sofrera uma violenta queda de cavalo que causara sua morte[3], em virtude da viagem de volta de Campanha da Princesa para São Gonçalo do Sapucaí. Para o escritor Aureliano Leite em sua obra "A Vida Heroica de Barbara Heliodora", "ela foi a estrela do norte que soube guiar a vida do marido, foi ela que lhe acalentou o seu sonho da inconfidência do Brasil; ... quando ele, em certo instante, quis fraquejar, foi Bárbara que o fez reaprumar-se na aventura patriótica. Disso e do mais que ela sofreu com alta dignidade, fez com que a posteridade lhe desse o tratamento de Heroína da Inconfidência". Por ser esposa de um dos principais mentores do levante, presume-se que Bárbara também atuara na conjuração. Acredita-se que algumas reuniões tenham se dado na casa de Alvarenga, tão logo se imagina a participação da poetisa. Nos interrogatórios dos Autos da Devassa da Inconfidência Mineira se nota que os réus, em seus depoimentos, visavam resguardar suas esposas ou companheiras nas delações. Por isso não há prova histórica de sua participação no movimento. No entanto, se houve de fato participação de Bárbara no episódio da Inconfidência, torna-se Heliodora a primeira mulher no Brasil a participar de um movimento político. A produção literária de Bárbara Heliodora é bastante reduzida e controvertida. A ela são atribuídos os poemas Conselhos a meus filhos e um soneto dedicado a Maria Ifigênia, mas nem todos os estudiosos são unânimes nesta atribuição. Se de fato a autoria de tais escritos de Bárbara for historicamente comprovada, isso faz da esposa de Alvarenga Peixoto a primeira poetisa do Brasil.
https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=FTPwIEkWwqk
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Barbara Heliodora deixa um vazio na cena teatral | Satisfeita, Yolanda?
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Barbara Heliodora deixa um vazio na cena teatral
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ChatGPT
Crítica de Barbara Heliodora ao Texto Dramático "O Destino de Três"
Barbara Heliodora, crítica severa e grande conhecedora da obra de Shakespeare, tece seus comentários sobre a peça "O Destino de Três", uma tragédia em três atos que busca emular o estilo do Bardo de Avon.
"O Destino de Três": Uma Trilogia de Destinos Inexoráveis
Ato I: O Destino de Joe
O primeiro ato, "O Destino de Joe", estabelece a trama com uma cena pungente no salão nobre. O Rei Henry, embora monarca de pouca perspicácia, é retratado com uma dignidade que ressoa nos discursos de Shakespeare. A despedida de Joe, o servo leal, é tratada com um pathos que remete ao estilo elisabetano, onde a lealdade é reconhecida, mas sacrificada pela necessidade de estado. Contudo, a superficialidade com que Joe aceita seu destino diminui a profundidade emocional esperada. Em Shakespeare, mesmo os personagens menores possuem camadas complexas; aqui, Joe parece bidimensional, sem a resistência interna ou o conflito que enriqueceria sua despedida.
Ato II: A Queda de John
No segundo ato, a trama adquire um tom mais sombrio com a traição de John. Lady Elizabeth e Lord Montague servem como instrumentos para desvelar a corrupção e a ambição, elementos caros à obra shakespeariana. Entretanto, a peça tropeça ao apresentar a traição de John de maneira demasiado explícita, sem a sutileza dos jogos de poder presentes em obras como "Macbeth" ou "Hamlet". A condenação de John pelo Rei Henry é direta e abrupta, faltando a construção de suspense e a tensão dramática que Shakespeare tão habilmente maneja. A punição de John, embora justa, carece do impacto trágico, transformando-o em uma mera vítima das circunstâncias.
Ato III: O Fim de Thomas
O terceiro ato, "O Fim de Thomas", tenta recuperar o vigor dramático com a luta desesperada do protagonista. A floresta como cenário, evocando as paisagens selvagens de "Como Gostais", serve de palco para o confronto final. Thomas, no entanto, sofre do mesmo mal de Joe: uma falta de profundidade emocional. Sua bravura é admirável, mas a ausência de um conflito interno mais evidente torna sua morte menos impactante do que poderia ser. O encontro com Joe, embora tocante, não possui a carga emocional suficiente para comover verdadeiramente o público.
Conclusão: Um Esforço Honroso, mas Incompleto
"O Destino de Três" é uma peça que aspira à grandiosidade shakespeariana, mas falha em capturar a complexidade e a profundidade dos personagens que fazem de Shakespeare um mestre inigualável do drama. A tentativa de emular o estilo elisabetano é evidente e, em partes, eficaz, mas a execução deixa a desejar em termos de desenvolvimento de personagens e construção de suspense. A peça, no entanto, é um tributo honroso, que merece ser apreciado pelo esforço de trazer à vida os ecos da era dourada do teatro.
Barbara Heliodora
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despedida
TIA BARBARA, A TEMÍVEL
O amor ao teatro e a fúria de Barbara Heliodora
Fernanda Torres | Edição 104, Maio 2015
https://piaui.folha.uol.com.br/materia/tia-barbara-a-temivel/
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Eu a chamei de tia durante toda a infância. Tia Barbara, a amiga dos meus pais, uma mulher grande, alta, dona de humor fino, voz grave e ares de senhor inglês. Mais tarde, descobri que tia Barbara era a temida Barbara Heliodora, a crítica severa que adorava Shakespeare e cujas opiniões sobre um espetáculo pautavam jornais e críticos do país.
Ela contava causos ótimos. Me lembro de um, da mulher que queria muito ter uma filha e arriscou uma inseminação artificial, depois de ter parido três meninos. Ela engravidou, disse Barbara, de trigêmeos. Todos homens! E riu a valer.
Tia Barbara escreveu meu epitáfio nas páginas amarelas da Veja, em 1993. Foi um choque do qual demorei um bom tempo para me recuperar. Na entrevista, ela me chamava de títere de Gerald Thomas e dizia que meu talento jamais chegaria aos pés do da minha mãe. Indignada, peguei o telefone e liguei para a ex-tia. A voz grossa, muito característica, me respondeu que também havia achado pesado, se desculpou e passamos muitos anos longe uma da outra.
Foi em A Casa dos Budas Ditosos que reatamos. Ela descobriu algum valor em mim e eu nela, não pela resenha elogiosa, mas pelo reconhecimento de que a insistência havia me aproximado da compreensão que ela tinha do teatro.
Nas aulas que ministrava em casa, Barbara exigia que os alunos lessem em voz alta. Na última vez em que jantamos juntas, ela observou que a leitura em voz alta obriga o sujeito a entender o que está dizendo. Parece simples, mas não é. Grande parte da sua irritação vinha do fato de os atores não terem ideia do que falavam em cena.
Antes de se tornar acadêmica, Barbara se arriscou como atriz, mas acabou preferindo as letras. Numa época de ouro do teatro, teve o privilégio de assistir Olivier, O’Toole, Gielgud e os Redgrave. Na minha última visita a Londres, depois de ver Jude Law numa montagem profissa de Henrique V, escrevi a ela, para falar do prazer de ter visto um Shakespeare no qual todos os atores davam conta da complexidade do texto. “Aproveite essa terra que eu amo tanto”, ela respondeu, com certo saudosismo, como se lamentasse não poder viver as mesmas descobertas uma segunda vez. O teatro na Inglaterra é como o futebol no Brasil, até o mais medíocre dos coadjuvantes é capaz de driblar com excelência.
A carreira de crítica, acredito, contribuiu para o seu mau humor persistente. Teatro bom é coisa rara em qualquer parte do mundo; no Brasil, é um campo minado de equívocos. A rotina da profissão a obrigava a testemunhar repetidas catástrofes e provas de amadorismo crônico. Para alguém que cresceu com Olivier, era difícil suportar a provação. Talvez, por isso, ela fosse condescendente com comédias despretensiosas e implacável com os que se dispunham a dar forma às grandes obras. Barbara tinha senso de humor suficiente para gostar do Besteirol e paciência nenhuma para quem se metia com uma matéria que ela conhecia de cor, de coração.
Minha mãe, que conviveu com Barbara na intimidade, diz que seu envolvimento com o teatro não passava pelo racional. A aversão a uma montagem equivocada provocava nela reações físicas, passionais. Barbara exprimia seu desgosto com um sonoro “horror” de ópera. “É um horroooor, Fernanda! Um horrooooooor!”, dizia, esticando os “os” com o vozeirão.
Quando se indignava pra valer, usava o poder de crítica para questionar as escolhas do Ministério da Cultura na liberação de recursos para um espetáculo que considerava ruim. Golpe duro.
Tida como conservadora, Barbara era capaz de demolir espetáculos consagrados e passar por cima de deslizes graves. Gostava mais de uns do que de outros, o que levava alguns colegas a se sentirem perseguidos pela Dama de Ferro. Tinha paixão doentia pela ribalta e escrevia com raiva, ou adoração.
Amante de um teatro clássico, humanista, baseado na ideia e na palavra, nos seus 91 anos Barbara presenciou inúmeras revoluções estéticas, experimentos que contribuíram para que o teatro vencesse o realismo, mas que, muitas vezes, caíam num maneirismo estéril. Peter Brook, Grotowski, Kantor, Bob Wilson, Antunes Filho e Zé Celso transformaram o palco em sua essência, são criadores que conheciam, conhecem e respeitam em profundidade a poética do métier. Mas o experimentalismo crescente criou deformidades difíceis de serem suportadas por alguém que, como Barbara, cresceu embalada por dramaturgos do calibre de Tennessee Williams, Harold Pinter, Eugene O’Neill e Nelson Rodrigues.
A pretensão criativa, amadora, que ignora os fundamentos da prática teatral lhe causava arrepios na espinha.
Quando eu escrevi uma peça ruim, ela ficou muito incomodada de ter que fazer a crítica. Saiu do teatro certa de que enfrentaríamos mais um século de mágoas, mas a maturidade já havia me trazido o sentido da perseverança – que Tchekhov, em A Gaivota, define tão bem. Eu lhe escrevi uma carta longa, confessando que descobrira a fragilidade do texto durante os ensaios, quando recuar não era mais possível. Muitas vezes, cabe ao artista enfrentar o fracasso, eu disse, e pedi que ficasse tranquila, pois eu entendia, e até concordava, com sua opinião sobre a peça. Barbara agradeceu. Ela não tinha prazer em acabar com ninguém, sofria até. Mas sua visão do teatro estava acima da amizade e das relações familiares. Creio que ela se sentia grata, e até aliviada, quando gostava de alguma coisa.
Capaz de declamar solilóquios inteiros de Shakespeare de cabeça, e em inglês, possuía uma visão aguda das contradições humanas. Numa estreia teatral, no período do julgamento do mensalão, tecemos comentários a respeito da ira por justiça de Joaquim Barbosa. Ela sorriu e recitou uma fala de Portia, heroína de O Mercador de Veneza:
The quality of mercy is not strain’d. / It droppeth as the gentle rain from heaven / Upon the place beneath. It is twice blest: / It blesseth him that gives and him that takes. [1]
Vou mandar para o Joaquim, disse rindo, e eu invejei os anos que essa mulher dedicou ao Bardo.
Sábato Magaldi, Yan Michalski, Décio de Almeida Prado e Barbara Heliodora foram críticos que influíram na maneira de se fazer teatro no Brasil. Existia uma via de mão dupla, um diálogo entre a cena e a reflexão do jornal. Hoje tudo se reduz a colunismo, agenda e opinião pessoal. O teatro também perdeu a capacidade de impactar, ou de refletir de forma ativa sobre a sociedade. Esse esvaziamento que não se deu somente no palco, ele aconteceu no cinema e na música, aqui e no exterior. O triunfo da tecnologia nos deixou mais burros, frios e superficiais.
Jamais vou me esquecer do encanto com que Barbara descrevia o inesquecível Mercúcio, do então desconhecido Peter O’Toole. Quisera eu ter vivenciado um teatro com a qualidade e a paixão de Heliodora.
[1] A qualidade da clemência é que não seja forçada; cai como a doce chuva do céu sobre o chão que está por debaixo dela; é duas vezes bendita; bendiz ao que a concede e ao que a recebe. [Tradução de Fernando Carlos de Almeida Cunha Medeiros e Oscar Mendes, RJ, Nova Aguilar, 1989.]
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Fernanda Torres
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Fernanda Torres, atriz e escritora, é autora do romance Fim, da Companhia das Letras
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