sexta-feira, 5 de abril de 2024

TRAVESSIA

------------- Riani morreu, aos 103 anos ----------- ------------- Aquarela do Brasil Ary Barroso ----------- no dia 9 de fevereiro de 1964, morreu Ary Barroso. -----------
------------- Ruy Castro - O mais cruel dos meses? Folha de S. Paulo O famoso verso de T.S. Eliot pode explicar (ou não) o que aconteceu de bom ou de mau num país em abril "Abril é o mais cruel dos meses". Você conhece este verso. Mesmo quem nunca leu "The Waste Land", o longo poema de T.S. Eliot, de 1922, em que ele surge glorioso na primeira linha, já o terá escutado alguma vez. E, assim como nossos poetas nunca chegaram a um acordo sobre como traduzir o título —"A Terra Inútil", "A Terra Desolada", "A Terra Devastada", "A Terra Árida", "A Terra Morta"—, também é incerto o significado do verso. Uma das teses é a de que, por ser o primeiro mês da primavera europeia, abril é cruel com quem ainda traz dentro de si os maus fígados do inverno. Mas, enfim, abril é um mês cruel ou não? Depende. O 1º de abril de 1964, que teve seu aniversário de 60 anos vigorosamente descomemorado há dias, foi crudelíssimo para o Brasil e durou 21 anos. Em compensação, Portugal está celebrando o seu 25 de abril, que, em 1974, libertou-o de uma ditadura de 48 anos. Qual abril foi bom ou mau para um país? Só a História sabe. Em abril de 1831, d. Pedro 1º abdicou do trono brasileiro e o deixou para seu filho de seis anos. Em abril de 1945, 20 mil soldados alemães se renderam à FEB (Força Expedicionária Brasileira) na Itália. No de 1960, Brasília foi inaugurada. No de 1981, houve a bomba no Riocentro, no Rio. Em abril nasceram os poetas Augusto dos Anjos (1884), Manuel Bandeira (1886) e Jorge de Lima (1893). Nasceram também Monteiro Lobato (1882), Pixinguinha (1897), Moreira da Silva (1902), Cacilda Becker (1922) e Cazuza (1958). E, para o bem ou para o mal, Getulio Vargas (1882) e Carlos Lacerda (1914). Em compensação, em abril morreram Tiradentes (executado em 1792), José Bonifácio (1838), a feminista Nisia Floresta (1885), Assis Chateaubriand (1968), Clara Nunes (1983) e Tancredo Neves (1985). Entre outros. E, para complicar ainda mais a pergunta sobre a crueldade ou não de abril, foi nele, em 1500, que descobriram o Brasil. ________________________________________________________________________________________________________
------------- Riani morreu, aos 103 anos ------------ "RIANI NÃO QUIS ABAFAR NINGUÉM. 3 NÃO QUISERAM LEMBRAR OS ANOS 60. 1 FEZ QUESTÃO DE VIVER OS ANOS 60 NOS 103 ANOS DE VIDA. A LUTA CONTINUA. O RITMO É QUASE TUDO, FITNESS É O RESTO. SÃO 2 PRA LÁ, 2 PRA CÁ. AS BOTAS TENTARAM CALÁ-LO. UM SÉCULO E TRÊS ANOS DE MODAS E COSTUMES." -------------- ----------- Exaltação a Tiradentes Elis Regina Joaquim José da Silva Xavier Morreu dia vinte e um de abril Pela Independência do Brasil Foi traído e não traiu jamais A Inconfidência de Minas Gerais Foi traído e não traiu jamais A Inconfidência de Minas Gerais Joaquim José da silva Xavier Era o nome de tiradentes Foi sacrificado pela nossa liberdade Este grande herói Pra sempre deve ser lembrado Composição: Estanislau Da Silva / Mano Décio / Penteado. _________________________________________________________________________________________________________ Clodesmidt Riani: Uma Homenagem aos 103 Anos de uma Vida Plena No dia 4 de abril de 2024, Juiz de Fora perdeu não apenas um homem, mas uma verdadeira lenda: Clodesmidt Riani. Aos 103 anos, ele partiu deixando um legado de sabedoria, gentileza e inspiração para todos aqueles que tiveram a honra de conhecê-lo. Hoje, prestamos uma sincera homenagem a esse ícone, relembrando sua vida extraordinária e o impacto que teve em nossa comunidade. Riani foi muito mais do que apenas um centenário; ele foi um símbolo de perseverança, determinação e amor pela vida. Sua presença era uma fonte inesgotável de alegria e otimismo, e sua sabedoria transcendia as barreiras do tempo. Ao longo de seus 103 anos, ele testemunhou inúmeras mudanças e desafios, mas nunca perdeu sua fé na humanidade e sua crença no poder da bondade. Nascido em uma época de transformações profundas, Riani viveu para ver o mundo se reinventar inúmeras vezes. De uma infância simples em Juiz de Fora ao reconhecimento como uma das figuras mais respeitadas da cidade, sua jornada foi marcada por uma dedicação incansável à sua família, amigos e comunidade. Ele nunca se esquivou das dificuldades, mas as enfrentou com coragem e determinação, tornando-se um exemplo vivo de resiliência e superação. Mas mais do que suas realizações pessoais, Riani será lembrado por sua generosidade de espírito e seu amor incondicional por aqueles ao seu redor. Sua casa era sempre um refúgio acolhedor para amigos e familiares, e sua porta estava sempre aberta para quem precisasse de apoio ou conforto. Sua gentileza era contagiante, e sua presença iluminava qualquer ambiente em que estivesse. Hoje, enquanto nos despedimos de Clodesmidt Riani, não podemos deixar de sentir saudades do "Vovô Riani" - como carinhosamente o chamávamos. Sua partida deixa um vazio em nossos corações, mas também nos inspira a honrar seu legado, vivendo nossas vidas com a mesma paixão, compaixão e integridade que ele demonstrou ao longo de sua existência. Que possamos lembrar sempre de Clodesmidt Riani como um exemplo de bondade, humildade e generosidade. Que sua luz continue a brilhar em nossas vidas, iluminando o caminho daqueles que têm a sorte de tê-lo conhecido. Adeus, querido amigo. Que sua alma descanse em paz, sabendo que seu legado viverá para sempre em nossos corações. _________________________________________________________________________________________________________ -----------
------------- POLYTHEAMA Livro resgata lutas e conquistas de Riani e suas relações com o ex-presidente João Goulart 6 de junho de 2022 Por O Pharol 12 Compartilhar Riani lidera a comissão de líderes sindicais de Minas Gerais em audiência com o vice-presidente João Goulart em 1958. (Foto: acervo pessoal de Clodesmidt Riani) “Esforço-me para aceitar que muitos brasileiros não acreditam no apagamento da história, no apagamento da nossa memória, mas não consigo e hoje posso dizer que não quero. Não quero e não vou (uma das poucas coisas boas de envelhecer é não precisar dar satisfação a ninguém). No entanto, para fazer esses brasileiros entenderem que a verdadeira biografia do nosso Brasil não é essa contada pelos opressores, é preciso contá-la e recontá-la incessantemente”. A frase é ex-primeira-dama do Brasil, Maria Thereza F Goulart, no seu prefácio para o livro “Riani: as botinas tentaram calar”, 1ª parte, que será lançado em Juiz de Fora no dia 22 de junho, durante sessão solene na Câmara Municipal, que homenageia o centenário de Clodesmidt Riani, transcorrido em 2020. O autor do livro é o jornalista Anibal Pinto na sua primeira incursão como escritor. Logo no começo, o leitor estará diante das derradeiras horas do governo João Goulart. Numa última conversa por telefone entre o presidente e Riani. A partir daí, o leitor é convidado a voltar aos de 1920 para conhecer o menino Clodesmidt, “que tinha tudo para ser só mais um garoto nascido numa família pobre”. Mas não. Ao longo do que podemos considerar a primeira parte da sua vida, o garoto Riani contesta o diretor da indústria onde trabalha para defender uma operária grávida. Era apenas um molecote com seus 14 anos, que não mediu (e não medirá em toda a sua trajetória) as consequências de sua atitude em defesa dos trabalhadores. Com pouco mais de 20 anos, ele se torna uma referência entre os trabalhadores da empresa de energia elétrica, onde trabalha, e mais tarde se filia ao sindicato. Indignado com a inércia dos dirigentes sindicais diante das carências dos trabalhadores, Riani decide mudar essa rotina e passa a atuar com mais determinação a partir do final dos anos de 1940. Aos poucos, consegue vencer a primeira eleição sindical, elege-se membro da federação e da CNTI, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria, então a maior organização sindical da América do Sul. Para Riani ainda não era o suficiente. Ele precisava, junto com seu grupo, criar um novo paradigma na luta dos trabalhadores. Era preciso discutir não apenas aumentos de salários, mas criar leis que garantissem direitos e justiça social. Mas as amarras da legislação trabalhista da época era o grande obstáculo. O movimento sindical, liderado por Riani, e o conjunto das forças progressistas, com o apoio político de João Goulart (vice-presidente e depois presidente), partem para pautas de reivindicações de fundo político e social para atendimento a toda a classe dos trabalhadores. E nasce o CGT. É nesse contexto que são criadas as leis do 13º salário, aposentadoria por tempo de serviço, auxílio-maternidade, auxílio-família, auxílio-reclusão, férias proporcionais, entre outras. Se Riani tinha o apoio de João Goulart, os governos dos quais Jango participou – e o seu próprio governo – precisavam do apoio dos trabalhadores e seus representantes de modo a terem musculatura para enfrentar a força dos conservadores, sempre apoiados por grande parte militares. Riani também exerce grande influência na política, criando diretórios do PTB no interior de Minas e se elegendo deputado estadual, sempre com votações expressivas. Também com a ajuda e apoio de Jango, então presidente nacional do PTB, mudou a face do partido no estado. Essa força política tem grande papel para os planos e sustentação política de Jango e, em especial, para o projeto das Reformas. Nesse livro, o leitor é levado aos bastidores de alguns fatos (como o Comício da Central do Brasil) e a conhecer um pouco mais personagens que marcaram o período histórico que vai – principalmente – de 1954 a 1964. As conspirações políticas para derrubar os governos de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Jango e a tentativa de autogolpe de Jânio Quadros. Desfilam nomes outros como Carlos Lacerda, Leonel Brizola, Luiz Carlos Prestes, Francisco Julião, Magalhães Pinto, Adhemar de Barros, além, é claro, de João Goulart, que foi mais do que um político para Riani. Foi um amigo e confidente. Enfim, grande parte dos personagens que marcaram um dos momentos mais ricos da História do Brasil. Nessa primeira parte – “As botinas tentaram calar” – paramos em 1964, depois que Riani se apresenta aos militares em Juiz de Fora, onde recebe voz de prisão. No livro o leitor consegue acompanhar tudo o que aconteceu com Riani desde sua chegada a Juiz de Fora na madrugada do dia 5 de abril de 1964. O passo a passo até a sua prisão. Além da pesquisa documental, o livro conta com o relato pessoal de Clodesmidt Riani em sua longa entrevista concedida ao próprio autor em 1996, que deu origem ao Dossiê Riani, uma entrevista publicada em dez domingos seguidos no jornal Diário Regional de Juiz de Fora, totalizando 40 páginas em formato standard. Tem ainda os relatos do próprio Riani, em seu depoimento ao arquivo da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Laje (Funalfa), de Juiz de Fora, reunidos e organizados pelos professores Hilda Rezende Paula e Nilo de Araújo Campos, no livro “Trajetória”, de 2005. E, para finalizar, o prefácio escrito por Maria Thereza F Goulart, ex-primeira-dama, viúva do ex-presidente João Goulart, resgata a relação entre Jango e Riani. Riani – 1ª Parte – As botinas Tentaram Calar”. Lançamento dia 22 de junho, às 19h30, na Câmara Municipal de Juiz de Fora. Autor: Anibal Pinto. Relacionado _________________________________________________________________________________________________________ ----------- ------------ Travessia Milton Nascimento Letra Significado Quando você foi embora Fez-se noite em meu viver Forte eu sou, mas não tem jeito Hoje eu tenho que chorar Minha casa não é minha E nem é meu este lugar Estou só e não resisto Muito tenho pra falar Solto a voz nas estradas Já não quero parar Meu caminho é de pedra Como posso sonhar? Sonho feito de brisa Vento, vem terminar Vou fechar o meu pranto Vou querer me matar Vou seguindo pela vida Me esquecendo de você Eu não quero mais a morte Tenho muito o que viver Vou querer amar de novo E se não der, não vou sofrer Já não sonho, hoje faço Com meu braço o meu viver Solto a voz nas estradas Já não quero parar Meu caminho é de pedra Como posso sonhar? Sonho feito de brisa Vento, vem terminar Vou fechar o meu pranto Vou querer me matar Vou seguindo pela vida Me esquecendo de você Eu não quero mais a morte Tenho muito o que viver Vou querer amar de novo E se não der, não vou sofrer Já não sonho, hoje faço Com meu braço o meu viver Assinar e remover anúncios Composição: Milton Nascimento / Fernando Brant. _________________________________________________________________________________________________________ ----------
----------- 1964 9 DE ABRIL ATO 1 DA DITADURA RASGA A CONSTITUIÇÃO Comando Supremo cassa mandatos e impõe 'eleição' de presidente pelo Congresso ----------- E, POIS Os 100 primeiros cassados setembro 2, 2008 - A lista divulgada pelo "Comando Supremo da Revolução" com base no AI-1, de 9 de abril de 64 1- Luis Carlos Prestes; 2- João Belchior Marques Goulart; 3- Jânio da Silva Quadros; 4- Miguel Arraes; 5- Darci Ribeiro; 6- Raul Riff; 7- Vladir; 8- Gen. R/1 Luiz Gonzaga de Oliveira Leite; 9- Gen. R/ Sampson da Nóbrega Sampaio; 10- Leonel de Mouza Brizola; 11- Clodsmith Morais; 13- Hércules Correia dos Reis; 14- Dante Pelacani; 15- Oswaldo Pacheco da Silva; 16- Samuel Wainer; 17- Santos Vahlis; 18- Lincoln Cordeiro Oest; 19- Heber Maranhão; 20- José Campelo Filho; 21- Desembargador Osny Duarte Pereira; 22- Ministro José de Aguiar Dias; 23- Francisco Mangabeira; 24- Jesus Soares Pereira; 25- Hugo Régis dos Reis; 26- Jairo José Farias; 27- José Jofile; 28- Celso Furtado; 29- Marechal R/1 Osvimo Ferreira Alves; 30- Josué de Castro; 31- João Pinheiro Neto; 32- Antônio Garcia Filho; 33- Djalma Maranhão; 34- Humberto Menezes Pinheiro; 35- Ubaldino Santos; 36- Raphael Martinelli; 37- Raimundo Castelo de Souza; 38- Rubens Pinho Teixeira; 39- Felipe Ramos Rodrigues; 40- Álvaro Ventura; 41- Antônio Pereira Neto; 42- João Batista Gomes; 43- Ademar Latrilha; 44- Feliciano Honorato Wanderley; 45- Othon Canedo Lopes; 46- Paulo de Santana; 47- Luiz Hugo Guimarães; 48- Luiz Viegas da Mota Lima. 49- Severino Shanaipp; 50- Meçando Rachid; 51- Newton Oliveira; 52- Demistóclides Batista; 53- Roberto Morena; 54- Benedito Cerqueira; 55- Humberto Melo Bastos; 56- Hermes Cairo de Brito; 57- Aluísio Palhano Pedreira Ferreira; 58- Salvador Romano Lossaco; 59- Olympio Fernandes de Melo; 60- Waldir Gomes dos Santos; 61- Amauri Silva,- 62- Almino Monteiro Alves Afonso; 63- José Guimarães Neiva Moreira; 64- Clóvis Ferro Costa; 65- Silvio Leopoldo de Macambira Braga; 66- Adahil Barreto Cavalcante; 67- Abelardo de Araújo Jurema; 68- Artur Lima Cavalcanti , 69- Francisco Julião; 70- José Lamartine Távora; 71- Murilo Costa Rego; 72- Pelopidas Silveira; 73- Barros Barreto; 74- Waldemar Alves; 75- Henrique Cordeiro Oest; 76- Fernando De San’Ana; 77- Hélio Vitor Ramos; 78- João Dória; 79- Mário Soares Lima; 80- Ramon de Oliveira Neto; 81- Luiz Fernando Bocayuva Cunha; 82- Luiz Gonzaga de Paiva Muniz; 83- Adão Pereira Nunes; 84- Elóy Angelo Coutinho Dutra; 85- Marco Antonio; 86- Max da Costa Santos; 87- Roland Cavalcante Albuquerque Corbusier; 88- Sérgio Nunes de Magalhães Júnior; 89-José Aparecido de Oliveira; 90- Plinio Soares de Arruda Sampaio; 91- José Antônio Rogê Ferreira; 92- Rubens Paiva; 93- Paulo de Tarso Santos; 94- Moisés Lupion; 95- Milton Garcia Dutra; 96- Ney Ortiz Borges; 97- Paulo Mincarone; 98- Armando Temperari Pereira; 99- Gilberto Mestrinho de Medeiros Raposo; 100- José Anselmo dos Santos. Fonte- Coojornal – julho de 77 _________________________________________________________________________________________________________

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