Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
terça-feira, 30 de abril de 2024
TANTOS DIÁLOGOS
"Escolhe teu diálogo
e
tua melhor palavra
ou
teu melhor silêncio
Mesmo no silêncio e com o silêncio
dialogamos."
-----------
-------------
Alô... Alô?
Carmen Miranda
Alô, alô, responde
Se gostas mesmo de mim de verdade
Alô, alô, responde
Responde com toda a sinceridade (alô, alô)
Alô, alô, responde
Se gostas mesmo de mim de verdade
Alô, alô, responde
Responde com toda a sinceridade
Tu não respondes e o meu coração em lágrimas
Desesperado, vai dizendo alô, alô
Ai, se eu tivesse a certeza desse teu amor
A minha vida seria um rosal em flor (responde, então)
Alô, alô responde
Responde com toda a sinceridade
Alô, alô responde
Se gostas mesmo de mim de verdade
(Alô, alô)
Alô, alô responde
Se gostas mesmo de mim de verdade
Alô, alô responde
Responde com toda a sinceridade
Alô, alô, continuas a não responder
E o telefone cada vez chamando mais
É sempre assim, não consigo ligação, meu bem
Indiferente, não te importas com meus ais
Alô, alô responde
Se gostas mesmo de mim de verdade
Alô, alô responde
Responde com toda a sinceridade
Composição: Andre Filho / Mario Reis.
_________________________________________________________________________________________________________
------------
-----------
Diálogo De Todo O Dia | Poema de Carlos Drummond de Andrade com narração de Mundo Dos Poemas
----------
------------
Ana Sofia Varela Abandono
O Fado
Guitarra Portuguesa: José Pracana
Guitarra Portuguesa: José Luís Nobre Costa
Viola de Fado: Jaime Santos Júnior
Viola Baixo: Joel Pina
_________________________________________________________________________________________________________
-----------
------------
3:08 / 4:11
Wim Wenders - Perfect Days (2023) / The Animals - House Of The Rising Sun
persona
20 de mar. de 2024
Perfect Days is a 2023 drama film directed by Wim Wenders, from a script written by Wenders and Takuma Takasaki. A co-production between Japan and Germany, the film stars Kōji Yakusho in the role of a toilet cleaner.
The film competed for the Palme d'Or at the 2023 Cannes Film Festival, where it premiered on 25 May and won the Prize of the Ecumenical Jury and the Best Actor Award for Kōji Yakusho. It was nominated for the Best International Feature Film at the 96th Academy Awards, becoming the first film not directed by a Japanese filmmaker to be nominated as the Japanese entry.[
_________________________________________________________________________________________________________
-----------
9:55 / 10:19
“Dias Perfeitos”, filme idem — e Wim Wenders vai ao Oscar
Isabela Boscov
97.048 visualizações 1 de mar. de 2024
Crítica do filme "Dias Perfeitos (Perfect Days)", dirigido por Wim Wenders com Koji Yakusho, Tokio Emoto, Arisa Nakano, Miyako Tanaka, Long Mizuma, Soraji Shibuya e entrevista com o diretor Wim Wenders
_________________________________________________________________________________________________________
------------
------------
Fernando Gabeira - ‘Dias perfeitos’ e o trabalho modesto
O Globo
Desde quando li sobre o filme de Wim Wenders, supus que tinha algo a ver com minha experiência pessoal
Este artigo é um pequeno contrabando. Não costumo escrever sobre filmes, embora veja sempre um antes de dormir. Na maioria, são tão inexpressivos que me esqueço deles no dia seguinte.
Pensei em escrever sobre “Zona de interesse”, destacando a maneira como trata o nazismo. O turbilhão de notícias me fez esquecer. Agora é diferente. Desde quando li sobre o filme de Wim Wenders “Dias perfeitos”, supus que tinha algo a ver com minha experiência pessoal.
O filme conta a história de um lavador de privadas em Tóquio que vive momentos felizes em seu cotidiano. Já trabalhei em limpeza na Suécia e, apesar do trabalho repetitivo e da crônica dor do exílio, também vivi bons momentos. Essas reflexões valem para países como Suécia e Japão, onde há algum reconhecimento por esse tipo de trabalho e salários dignos.
Aproveitei uma dessas tardes maravilhosas de abril no Rio para ver a estreia de “Dias perfeitos”. Creio ter entendido um pouco o que Wim Wenders quis dizer com a história do faxineiro Hirayama(Koji Yakusho). Ele acorda todas as manhãs em sua pequena casa despojada e olha para o céu, reconhecido por estar vivo, num novo dia. Não tem móveis, apenas um tatame, onde dorme, e usa os cotovelos apoiados no chão para ler diante do abajur. Hirayama compra livros a US$ 1 e está lendo “Palmeiras selvagens”, de William Faulkner.
Depois de comprar o café na máquina da rua, entra no carro e segue ouvindo fita cassete. Lou Reed (“Perfect day”), Patti Smith fazem parte de sua coleção. Hirayama tem uma vida cultural interessante, e creio que isso é o complemento ideal para esse tipo de trabalho. Ele tem uma vantagem sobre os outros, jornalismo, política, medicina, detetives. Quando você deixa a vassoura, o balde, o pano, não precisa pensar mais nisso. Muitas profissões intelectuais invadem o cotidiano, perseguem a pessoa mesmo depois do expediente, sobretudo num tempo de redes sociais.
Hirayama é analógico. Quando recebe a sobrinha Niko, ela pergunta se a música que ouvem está no Spotify. Hirayama responde: onde fica essa loja? Ele leva uma pequena câmera no bolso, fotografa as árvores. A sobrinha mostra sua própria câmera, embutida no telefone celular. Ao lado da sobrinha, ele vive um momento que, creio eu, é uma chave da própria sabedoria oriental. Diante de um rio, param suas bicicletas, e Niko pergunta se não quer ver o rio desaguar no mar.
—Numa próxima vez — Hirayama responde.
Niko pergunta:
— Agora?
—Uma próxima vez, agora não é uma próxima vez.
Saem de bicicleta cantando alegremente, agora não é a próxima vez.
Essa imersão no presente é apenas uma das chaves. No lugar onde compra livros, a vendedora sempre diz uma frase interessante sobre o autor, quando ele faz sua escolha:
—Patricia Highsmith me ensinou a diferença entre medo e ansiedade.
Filha da irmã mais rica, a sobrinha de Hirayama pergunta por que ele não se dá bem com a mãe dela. Ele responde algo assim: “no mundo há muitos mundos, e às vezes não se conectam”.
Mais uma pequena indicação sobre o universo de Hirayama. Ao encontrar com um homem que lhe confessa estar com câncer terminal, Hirayama não comenta nada. Aliás, fala pouquíssimo. Diante da pergunta do homem —se as sombras superpostas ficam mais escuras —, Hirayama o chama para brincar de sombras superpostas e encontrar na prática a resposta. Nada sobre câncer ou morte, apenas uma pequena fração de vida e humor.
A experiência de combinar uma vida cultural com o trabalho modesto foi algo que me deu a sensação de realidade na história de “Dias perfeitos”. Ele ouve Patti Smith em “Redondo Beach”, eu a ouvia em “Because the night” e descansava lendo o New York Herald Tribune.
O final do filme de Wenders me devolveu para o fim de tarde de abril no Rio, não sem antes Hirayma se despedir ouvindo Nina Simone em “Feeling good”, uma canção que parece resumir suas manhãs:
— Pássaros voando alto, você sabe como me sinto/Sol no céu, você sabe como me sinto/Brisa soprando, você sabe como me sinto/É um novo amanhecer, um novo dia, uma nova vida para mim, yeah.
_________________________________________________________________________________________________________
------------
----------
Nina Simone
Feeling Good
Me Sentindo Bem
Birds flyin' high you know how I feel
Pássaros voando alto, você sabe como me sinto
Sun in the sky you know how I feel
Sol no céu,você sabe como me sinto
Breeze driftin' on by you know how I feel
Brisa passando,você sabe como me sinto
Its a new dawn, its a new day, its a new life for me
É um novo amanhecer É um novo dia É uma nova vida Pra mim
yeah, its a new dawn its a new day its a new life for me ooooooooh
yeah, É um novo amanhecer É um novo dia É uma nova vida Pra mim ooooooh
AND I'M FEELING GOOD
E eu me sinto bem
Fish in the sea, you know how I feel
Peixe no mar, você sabe como me sinto
River runnin' free you know how I feel
Rio correndo livre, você sabe como me sinto
Blossom on the tree you know how I feel
Florescer na árvore,você sabe como me sinto
Its a new dawn, its a new day, its a new life for me
É um novo amanhecer É um novo dia É uma nova vida Pra mim
And I'm feelin good
E eu me sinto bem
Dragonfly out in the sun you know what i mean dont you know
Libélula ao Sol,você sabe o que digo, não sabe?
Butterflies all havin' fun you know what I mean
Borboletas ao Sol,você sabe o que digo,não sabe?
Sleepin' peace when day is done that's what I mean
Adormecer em paz ao fim do dia Isso que eu quero dizer!
And this old world is a new world and a bold world for me
E este velho mundo é um novo mundo E um corajoso mundo Pra mim
Stars when you shine you know how I feel
Estrelas quando brilham,você sabe o que digo E eu sei como me sinto!
Scent of the crime you know how I feel
Aroma do pinheiro,você sabe o que digo
Your freedom is mine, and I know how I feel
Oh A liberdade é minha E eu sei como me sinto!
Its a new dawn, its a new day, its a new life for me
É um novo amanhecer É um novo dia É uma nova vida Pra mim
(Free styling)
(Free styling)
OH I'M FEELING GOOOOOOOOOOOOOD
Oh! E eu me sinto beeeeeeeeeeeem!!!
Composição: 3067@Feeling Good: The Very Best of Nina Simone,
_________________________________________________________________________________________________________
------------
Poesia | O Constante Diálogo, de Carlos Drummond de Andrade
O Constante Diálogo
Há tantos diálogos
Diálogo com o ser amado
o semelhante
o diferente
o indiferente
o oposto
o adversário
o surdo-mudo
o possesso
o irracional
o vegetal
o mineral
o inominado
Diálogo consigo mesmo
com a noite
os astros
os mortos
as ideias
o sonho
o passado
o mais que futuro
Escolhe teu diálogo
e
tua melhor palavra
ou
teu melhor silêncio
Mesmo no silêncio e com o silêncio
dialogamos.
_________________________________________________________________________________________________________
---------
-------------
João Gabriel de Lima - Museu interativo relembra cotidiano opressivo do salazarismo
Folha de S. Paulo
Inaugurado neste sábado (27), local ressignifica prédio que foi a maior prisão política do regime antes da Revolução dos Cravos
O fado "Abandono", interpretado por Amália Rodrigues, a maior cantora do gênero, começa com os seguintes versos: "Por teu livre pensamento/ Foram-te longe encerrar/ Tão longe que meu lamento/ Não te consegue alcançar". E termina: "Levaram-te a meio da noite/ A treva tudo cobria/ Foi de noite, foi de noite/ E nunca mais se fez dia."
Letra e música ecoaram na voz da cantora Sofia Lisboa durante a inauguração, neste sábado (27), do Museu Nacional Resistência e Liberdade, em Peniche, cidade litorânea portuguesa. O museu funciona no lugar onde se situava a maior prisão política da ditadura salazarista. Hoje abriga uma coleção de memórias da resistência ao autoritarismo. Composto em 1960, "Abandono" se tornou hino dessa resistência —recebendo o apelido de "Fado do Peniche".
Nos festejos dos 50 anos da Revolução dos Cravos, os portugueses não se limitam a celebrar a democracia. Livros, peças e museus se dedicam também a lembrar como era difícil viver sob uma ditadura. A ideia é preservar a memória não apenas de atos de heroísmo, mas também do cotidiano opressivo enfrentado pelos cidadãos no dia a dia.
"Um dos nossos objetivos principais é atingir as gerações mais jovens, que não têm ideia do que é viver num regime de repressão", diz Aida Rechena, diretora do museu. "Não vamos mostrar apenas os horrores da ditadura, mas também contar as histórias cotidianas dos que resistiram."
Depois de uma longa e ambiciosa reforma, o riquíssimo acervo do museu foi distribuído em salas de exposição e painéis interativos, que permitem a navegação em fatos da época e em histórias pessoais. Uma das sagas mais extraordinárias é a do casal Herculana e Luís Alves de Carvalho. Eles eram pais de Guilherme de Carvalho, militante do Partido Comunista Português.
Em uma de suas detenções, Guilherme foi levado ao Campo de Concentração do Tarrafal, uma espécie de presídio de segurança máxima da época. Localizava-se na ilha de São Vicente, em Cabo Verde, então uma colônia portuguesa na costa africana. O lugar era apelidado de "Campo da Morte Lenta", dadas as condições insalubres, que facilitavam a propagação de doenças. Longe dos olhos dos portugueses, os dissidentes políticos –e, a partir dos anos 1960, os prisioneiros da guerra colonial– sofriam também torturas e maus-tratos.
Em 1949, Herculana e Luís foram autorizados a fazer uma visita ao filho Guilherme no Tarrafal. Lá, tiraram fotografias de vários presos e também dos túmulos dos detentos que haviam morrido em decorrência de doenças ou maus-tratos. De volta a Portugal, entregaram cerca de 200 fotografias a famílias de dissidentes políticos.
Poucas ditaduras interferiram tanto na vida cotidiana dos cidadãos comuns quanto a portuguesa. Algumas dessas interferências estão listadas no livro "Era Proibido", do jornalista António Costa Santos, cuja versão atualizada chegou às livrarias na esteira dos festejos de 25 de abril.
A obra mostra como um regime retrógrado institucionalizava, na forma de leis, comportamentos autoritários, xenófobos ou machistas. As mulheres precisavam de autorização dos maridos para viajar ao exterior ou para trabalhar. Homens não podiam ser punidos por violar a correspondência de suas esposas.
Não havia divórcio, e era comum que mulheres que quisessem se separar acabassem internadas em hospícios. Médicos amigos dos maridos forneciam laudos de doença mental, como mostrou uma exposição recente dedicada ao tema no Museu do Aljube, em Lisboa —outra instituição dedicada a relembrar os horrores da ditadura, também situada num prédio que serviu de prisão.
O reacionarismo salazarista tinha momentos de humor involuntário. Ficou famosa a portaria 69.035 da Câmara Municipal de Lisboa, de 1953. Em seu artigo 48 ela estabelecia multas para quem atentasse contra a moral e os bons costumes: "Mão na mão: 2$50 Escudos; Mão naquilo: 15$00; Aquilo na mão: 30$00; Aquilo naquilo: 50$00". Quem fosse apanhado "com a língua naquilo", além dos 150$00 de multa, poderia acabar preso. "Foi um tempo caricato, mas sem graça", afirma Costa Santos em seu livro.
Outras leis esdrúxulas proibiam a Coca-Cola e o uso de isqueiros na rua, com a justificativa de proteger as indústrias nacionais do vinho e dos fósforos. Inspirado nelas, o grupo teatral Palmilha Dentada criou a peça "O 25 de Abril Nunca Aconteceu", que está com ingressos esgotados na cidade do Porto.
No espetáculo, uma distopia que imagina Portugal sem a Revolução do Cravos, Cristiano Ronaldo ainda joga no Benfica, pois não consegue autorização para sair do país. Uma fã da cantora Amy Winehouse sonha em assistir a um show dela –uma referência ao fato de que as notícias demoravam a chegar ao país devido à censura. Winehouse morreu em 2011.
O líder do Partido Comunista Português, Álvaro Cunhal, inimigo número um do regime, foi transferido para o presídio do Peniche em 1956. Descobriu-se muito mais tarde que o fado "Abandono" fora escrito em sua homenagem.
"Amália Rodrigues sempre soube disso, embora nunca tenha admitido", diz o escritor e jornalista Miguel Carvalho, autor do livro "Amália, Ditadura e Revolução", obra de referência para entender o autoritarismo português.
O salazarismo não teve coragem para censurar Amália, mas proibiu que sua música tocasse no rádio — "o que na época equivalia a não existir", diz Nuno Estevens, músico da banda de Sofia Lisboa. Um ano depois da composição do "Fado do Peniche", Álvaro Cunhal escapou da prisão junto com outros presos.
A fuga espetacular repercutiu na imprensa internacional e humilhou o salazarismo. Anos mais tarde, no pós-25 de abril, Cunhal tornou-se líder de um partido finalmente legalizado, que competia por votos na democracia nascente.
_________________________________________________________________________________________________________
-----------
-----------
Abandono
Amália Rodrigues
Letra
Significado
Por teu livre pensamento
Foram-te longe encerrar
Por teu livre pensamento
Foram-te longe encerrar
Tão longe que o meu lamento
Não te consegue alcançar
E apenas ouves o vento
E apenas ouves o mar
Levaram-te a meio da noite
A treva tudo cobria
Levaram-te a meio da noite
A treva tudo cobria
Foi de noite numa noite
De todas a mais sombria
Foi de noite, foi de noite
E nunca mais se fez dia
Ai! Dessa noite o veneno
Persiste em me envenenar
Ai! Dessa noite o veneno
Persiste em me envenenar
Oiço apenas o silêncio
Que ficou em teu lugar
Ao menos ouves o vento
Ao menos ouves o mar
Ao menos ouves o vento
Ao menos ouves o mar
Composição: Alain Oulman / David Mourão Ferreira.
_________________________________________________________________________________________________________
-----------
The House Of The Rising Sun
The Animals
Letra
Tradução
Significado
A Casa do Sol Nascente
The House Of The Rising Sun
Há uma casa em Nova Orleans
There is a house in New Orleans
Eles a chamam de Sol Nascente
They call the Rising Sun
E tem sido a ruína de muitos garotos pobres
And it's been the ruin of many a poor boy
E, Deus, sei que sou um deles
And God, I know I'm one
Minha mãe era costureira
My mother was a tailor
Ela costurou meu novo jeans azul
She sewed my new blue jeans
Meu pai era um apostador
My father was a gamblin' man
Em Nova Orleans
Down in New Orleans
Agora, a única coisa que um apostador precisa
Now the only thing a gambler needs
É uma mala e um porta-malas
Is a suitcase and a trunk
E o único momento em que se sente satisfeito
And the only time he'll be satisfied
É quando está completamente bêbado
Is when he's all drunk
Oh, mãe, diga aos seus filhos
Oh, mother, tell your children
Para não fazerem o que eu fiz
Not to do what I have done
Desperdiçar a vida com pecados e tristeza profunda
Spend your lives in sin and misery
Na Casa do Sol Nascente
In the House of the Rising Sun
Bem, estou com um pé na plataforma
Well, I got one foot on the platform
E o outro pé no trem
The other foot on the train
Estou voltando para Nova Orleans
I'm goin' back to New Orleans
Para usar aquele grilhão
To wear that ball and chain
Bem, há uma casa em Nova Orleans
Well, there is a house in New Orleans
Eles a chamam de Sol Nascente
They call the Rising Sun
E tem sido a ruína de muitos garotos pobres
And it's been the ruin of many a poor boy
E, Deus, sei que sou um deles
And God, I know I'm one
Composição: Alan Price.
_________________________________________________________________________________________________________
----------
-----------
Plano de aula - 4º ano - Pontuação em diálogos
Diálogo de Todo Dia
Carlos Drummond de Andrade
- Alô, quem fala?
- Ninguém. Quem fala é você que está perguntando quem fala.
- Mas eu preciso saber com quem estou falando.
- E eu preciso saber antes a quem estou respondendo.
- Assim não dá. Me faz o obséquio de dizer quem fala?
- Todo mundo fala, meu amigo, desde que não seja mudo.
- Isso eu sei, não precisava me dizer como novidade. Eu queria saber é
quem está no aparelho.
- Ah, sim. No aparelho não está ninguém.
- Como não está, se você está me respondendo?
- Eu estou fora do aparelho. Dentro do aparelho não cabe ninguém.
- Engraçadinho. Então, quem está fora do aparelho?
- Agora melhorou. Estou eu, para servi-lo.
- Não parece. Se fosse para me servir já teria dito quem está falando.
- Bem, nós dois estamos falando. Eu de cá, você de lá. E um não conhece o
outro.
- Se eu conhecesse não estava perguntando.
- Você é muito perguntador. Pois se fui eu que telefonei.
- Não perguntei nem vou perguntar. Não estou interessado em conhecer
outras pessoas.
- Mas podia estar interessado pelo menos em responder a quem telefonou.
- Estou respondendo.
- Pela última vez, cavalheiro, e em nome de Deus: quem fala?
- Pela última vez, e em nome da segurança, por que eu sou obrigado a dar
esta informação a um desconhecido?
- Bolas!
- Bolas digo eu. Bolas e carambolas. Por acaso você não pode dizer com
quem deseja falar, para eu lhe responder se essa pessoa está ou não aqui,
mora ou não mora neste endereço? Vamos, diga de uma vez por todas: com
quem deseja falar?
Silêncio.
- Vamos, diga: com quem deseja falar?
- Desculpe, a confusão é tanta que eu nem sei mais. Esqueci. Tchau.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Diálogo de todo dia. In: Para gostar de ler Júnior. v. 3. São Paulo: Ática, 2001. p.
21-22.)
https://novaescola.org.br/planos-de-aula/fundamental/4ano/lingua-portuguesa/pontuacao-em-dialogos/4782
_________________________________________________________________________________________________________
---------
------------
Alô, Alô, Brasil
Marília Pêra
Alô, alô
Quem fala é do Brasil
Alô, alô
É da terra do anil
Alô, alô
Nós vamos apresentar
A maior revista
E insista em saber
Se o nosso show é popular
Alô, alô
Quem fala é do Brasil
Alô, alô, alô
É da terra do anil
Banana da terra, abacate, limão doce, tangerina
Alô, alô
Nós vamos apresentar
A maior revista
E insista em saber
Se o nosso show é popular
Eu quero sambar meu bem
Pois também sou filha de Deus
O pandeiro é de vocês
Os balangandãs são meus
Com as palmeiras nas praias flutuar
Com a cachaça nos bares vou rolar
Eu quero é rosetar
Nesse Brasil de céu e mar
Eu quero é rosetar
Nesse Brasil, nesse Brasil de céu e mar
Composição: Eduardo Dusek / Luis Antonio De Cassio / Roque Conceição.
_________________________________________________________________________________________________________
----------
-----------
Alô, quem fala?
Aqui é o guichê de recadastramento de biometria da Justiça Eleitoral. Como posso ajudar?
Ah, entendi. Estou aqui para atualizar meus dados, mas estou com uma dúvida.
Claro, estou à disposição para esclarecer. Qual é a sua dúvida?
A atendente me perguntou qual é a minha cor declarada, mas eu não entendi muito bem o motivo da pergunta.
Entendo sua dúvida. A pergunta se refere à sua identificação racial, como branca, negra, parda, entre outras opções.
Ah, entendi. Mas por que preciso declarar isso?
É uma informação requerida para fins estatísticos e de identificação. Mas você não é obrigado a responder se não se sentir confortável.
Ah, tudo bem então. Mas eu prefiro não responder.
Compreendo. Posso te ajudar em mais alguma coisa?
Sim, por favor. Se eu decidir responder, quais são as opções disponíveis?
As opções incluem branca, negra, parda, amarela e indígena.
Indígena? Legal! Qual é a cor da opção indígena?
Na verdade, indígena não é uma cor, mas uma etnia. Mas pode ser registrada como indígena.
Entendi. Então, pode me colocar como indígena. E quanto à tribo?
Infelizmente, não temos a opção "Tupi", mas podemos registrar como "Tupinambá".
Perfeito, pode ser Tupinambá. É o meu segundo time na cidade.
Entendido, Tupinambá registrado. Prontinho, sua atualização está completa.
Muito obrigado pela ajuda. Foi bem mais simples do que eu imaginei.
Sem problemas. Estamos aqui para ajudar. Se precisar de mais alguma coisa, é só chamar.
_________________________________________________________________________________________________________
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário