Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sexta-feira, 19 de abril de 2024
PODER E AUTORIDADE
É aí que está o busílis!
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Peguei Um Ita No Norte
Nana Caymmi
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Peguei Um Ita No Norte
Nana Caymmi
Dose Dupla: Nana, Dori e Danilo CD + DVD
Ai, ai, ai, ai
Adeus, Belém de Pará
Peguei um Ita no norte
Peguei um Ita lá no norte
Pra vim pro Rio morar
Adeus,meu pai, minha mãe
Adeus, Belém do Pará
Ai, ai, ai, ai
Adeus, Belém de Pará
Ai, ai, ai, ai
Adeus, Belém de Pará
Vendi meus troço que eu tnha
O resto eu dei pra guardá
Talvez eu volte pro ano
Talvez eu fique por lá
Mamãe me deu conselhos
Na hora de eu embarcar
Meu filho ande direito
Que é pra Deus lhe ajudar
Tô há bem tempo no Rio
Nunca mas voltei por lá
Pro mês intera dez anos
Adeus, Belém de Pará
Composição: Dorival Caymmi
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É aí que está o busílis! 🚌 'Busílis'.... - Nomes Científicos | Facebook
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Por que é importante falarmos em cidadania? | Politize!
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Cidadania
"A doutrina afirma que a cidadania formal é a participação dos cidadãos (eleitores) na vida do Estado por meio do voto, e acidadania material ou real vai além desse ato, com a participação da população na fiscalização e resolução dos problemas do Estado. Pode ser externada por meio de campanhas de moralização das instituições públicas, de formação de organizações não governamentais para incentivo e auxílio nas atividades do Estado, de denúncias de corrupção e desvio de verbas públicas, entre outros.
Em sentido estrito (jurídico), cidadão é o indivíduo dotado de capacidade eleitoral ativa (votar), podendo, se preencher determinadas exigências legais, possuir também a capacidade eleitora passva (ser votado)."
Erival da Silva Oliveira
PRÁTICA JURÍDICA
Constitucional
14ª edição
EDITORA RIDEEL
O texto em tela aborda dois conceitos fundamentais: cidadania formal e cidadania material ou real. Do ponto de vista jurídico, a cidadania formal é definida como a participação dos cidadãos na vida do Estado por meio do voto, ou seja, é a capacidade de exercer o direito de voto e participar do processo eleitoral. Por outro lado, a cidadania material ou real vai além do simples ato de votar e implica na participação ativa da população na fiscalização e resolução dos problemas do Estado. Isso inclui ações como campanhas de moralização das instituições públicas, criação de organizações não governamentais para auxiliar nas atividades do Estado e denúncias de corrupção.
Do ponto de vista político, o texto ressalta a importância da cidadania material ao destacar a necessidade de envolvimento dos cidadãos na vida pública além do momento eleitoral. Essa participação ativa é vista como essencial para garantir uma sociedade mais justa e democrática, onde os interesses da população são levados em consideração e os problemas do Estado são enfrentados de forma eficaz.
Portanto, juridicamente, o texto destaca os aspectos formais e legais da cidadania, enquanto politicamente enfatiza a importância da participação cidadã para além do exercício do voto, visando uma maior transparência, responsabilidade e eficiência na gestão pública.
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Diferença entre Autoridade e Poder - Baú do Cortella #46
Canal do Cortella
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Luiz Carlos Azedo - Lula deve pôr as barbas de molho com o cenário mundial
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RESUMO:
O texto analisa o contexto político e econômico atual, especialmente no que diz respeito à posição do Brasil no cenário internacional, sob a perspectiva de Luiz Carlos Azedo. Ele faz uma analogia interessante com as ideias de Maquiavel em "O Príncipe", destacando a importância de se evitar a deriva política e diplomática.
Através de uma linguagem sutilmente irônica e cáustica, Azedo aponta para as fragilidades do governo Lula em relação à sua postura no cenário mundial, destacando que a deriva diplomática pode abrir espaço para críticas da oposição, tanto interna quanto externamente. Ele também destaca a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e os problemas fiscais nos países desenvolvidos como elementos complicadores para o Brasil.
A análise política é complementada por reflexões sobre o ambiente econômico, destacando a reação do mercado ao adiamento da meta fiscal e as dificuldades na regulamentação da reforma tributária. Azedo sugere que o governo precisa se adaptar ao novo cenário externo e corrigir seu curso para evitar maiores danos.
Em suma, o texto oferece uma análise crítica do atual governo, apontando para os desafios políticos e econômicos que o Brasil enfrenta no cenário internacional e sugerindo a necessidade de uma reavaliação estratégica por parte do governo para lidar com essas questões.
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Correio Braziliense
Da mesma forma como o isolamento internacional se tornou um ponto fraco de Bolsonaro, a deriva diplomática de Lula abre espaços para a oposição
Num Palácio em que a cozinha governa, porque a área meio controla as atividades fins, o florentino Nicolau Maquiavel seria uma espécie de espírito de porco, a desafiar o coro dos contentes que cercam o príncipe, num momento em que o seu governo precisasse corrigir seu curso.
“De quanto pode a fortuna nas coisas humanas e de que modo se lhe deva servir” (Quantum fortuna in rebus humanis possit, et quomodo illis it occurrem dum), o 15º capítulo d’O Príncipe, foi escrito para separar a religião da política, numa época em que o Estado recebia forte influência da Igreja, mas trata é desse assunto.
À época, dizia-se que as coisas eram governadas pela fortuna e por Deus e que os homens não poderiam modificar o seu destino. É mais ou menos o que acontece com o governo Lula, cujo futuro parece predeterminado por velhas convicções ideológicas, o que é sempre uma forma distorcida de apreensão da realidade, tanto quanto a religião.
Na navegação, seja costeira, seja estimada ou astronômica, há uma diferença entre o rumo da agulha, aquele para o qual a proa do barco aponta, e o rumo verdadeiro, que só aparece quando se usa régua e compasso. O barco parece seguir numa determinada direção, mas está sendo desviado pela corrente. Caso nada seja feito, não chegará ao destino. O nome disso é deriva.
Antigamente, muitos se deixavam governar pela sorte e perdiam o poder. Até Maquiavel separar as responsabilidades: “Para que o nosso livre-arbítrio não seja extinto, julgo poder ser verdade que a sorte seja o árbitro da metade das nossas ações, mas que ainda nos deixe governar a outra metade, ou quase”.
Comparou a Fortuna aos rios torrenciais: “Quando se encolerizam, alagam as planícies, destroem as árvores e os edifícios, carregam terra de um lugar para outro; todos fogem diante dele, tudo cede ao seu ímpeto, sem poder opor-se em qualquer parte”. Quando fala da Fortuna, Maquiavel se refere às contingências que cercam um governante.
O príncipe que se apoia totalmente na sorte vai à ruína. Entretanto, observou Maquiavel, “isso não impedia que os homens, quando a época era de calma, tomassem providências com anteparos e diques, de modo que, crescendo depois, ou as águas corressem por um canal, ou o seu ímpeto não fosse tão desenfreado nem tão danoso”.
Desde a eleição de Lula, o cenário externo passou por grandes mudanças. A guerra da Ucrânia, de um lado, e a de Gaza, de outro, e os governos do Cone Sul, com destaque para a Venezuela e a Argentina, colocaram em xeque e estratégia de projeção de poder do Brasil na cena internacional como uma potência regional com papel decisivo. O mar de almirante virou um oceano proceloso, que ameaça levar ao naufrágio nossa excelente diplomacia.
Cenário externo
Ao trazer de volta para o debate político interno o lugar do Brasil no mundo, Lula abriu um flanco para a oposição até então inimaginável. Da mesma forma como o isolamento internacional se tornou um grande ponto fraco do governo Bolsonaro, a deriva diplomática de Lula começa a abrir espaços para a oposição, interna e externamente.
Nesse aspecto, o confronto entre o bilionário sul-africano Elon Musk, da Tesla, da Space X e do antigo Twitter, agora X, e o Supremo Tribunal Federal (STF) não deve ser subestimado, porque abriu espaço para a atuação ostensiva de lideranças ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro no exterior, com a narrativa de que vem sendo vítima de perseguição política. Lula e o ministro Alexandre de Moraes são retratados como protagonistas de uma trama autoritária, que busca sufocar a oposição e restringir a liberdade.
O ambiente econômico mundial, em meio à guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, também não oferece ao Brasil as possibilidades que se imaginava no governo. Mesmo nos países ricos, o problema fiscal é preocupante. O Conselho Europeu busca reconstruir reservas orçamentárias para a transição energética, a transformação digital e a defesa. Nos Estados Unidos, a inflação de 3,5% força o Federal Reserve (Fed), seu banco central, a manter sua política de juros.
Foi ruim a reação do mercado ao adiamento da meta fiscal de deficit zero para 2025. Era um segredo de polichinelo, a expansão de gastos do governo já apontava nessa direção. Mesmo assim, sinalizava responsabilidade fiscal da equipe econômica e dava credibilidade ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
As relações comerciais com a China e a Rússia, estratégicas para o agronegócio, não são o bastante para a expansão da nossa economia. O ambiente externo, a mudança na meta fiscal e, agora, o confronto entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente Lula são complicadores que exigem uma estratégia de redução de danos do governo. Para piorar, a regulamentação da reforma tributária está encalhada, e surgem pautas conservadoras e diversionistas, como comissões de inquérito, que retiram o foco do parlamento daquilo que realmente é decisivo para o país crescer. O governo precisa se adaptar ao novo cenário externo e corrigir o seu rumo."
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Ita era o nome que se dava aos navios que faziam a navegação de cabotagem, entre o Norte e o Sul do Brasil. Essa denominação era usada porque a Companhia Nacional de Navegação Costeira dava nomes a suas embarcações sempre começando por "ita", pedra em tupi: Itaquatirara, Itapé, Itanajé, entre outros.
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No fundo daquela embarcação, mergulhado na mais profunda miséria física e espiritual, encontrava-se Ita do Norte, cujo nome ecoava como um lamento nas mentes dos seus ocupantes. Ita, palavra que evocava as águas, os caminhos incertos e as esperanças perdidas, era o fio condutor que os ligava aos destinos desconhecidos que os aguardavam.
A bordo daquela nau desgastada, cujas tábuas rangiam sob o peso do desespero coletivo, a monotonia da jornada era quebrada apenas pelo gemido lastimável da ema, criatura que parecia compartilhar o mesmo fado de desesperança que assolava aqueles náufragos humanos. Seus gritos ecoavam pelos recantos úmidos e malcheirosos da embarcação, como um eco mórbido dos tormentos que os consumiam.
Era nesse cenário dantesco que, em meio à letargia e à desolação, um grupo de companheiros de viagem, impulsionado por uma necessidade instintiva de afastar a desgraça que os rodeava, entoava uma cantoria folclórica do Norte do Brasil: "A ema gemeu no tronco do jurema". Cada verso, carregado de nostalgia e melancolia, reverberava como um lamento ancestral, ecoando através dos séculos para encontrar eco naquela desgraçada jornada marítima.
No entanto, para Ita do Norte, essa cantoria não era um alívio, mas sim um cruel lembrete de sua própria condição degradante. Cada repetição daquelas palavras o arrancava de seu estado de torpor, lançando-o em um abismo de desespero e desamparo. O gemido da ema parecia encontrar eco em sua própria alma atormentada, como se a criatura alada fosse a personificação de seus próprios tormentos.
Assim, entre o gemido da ema e o lamento dos companheiros de viagem, Ita do Norte se via enredado em um ciclo interminável de dor e desespero, preso em um limbo de agonia física, psicológica e moral. Enquanto as águas revoltas do destino o arrastavam para um destino incerto, ele se via imerso em um mar de sofrimento, onde a única certeza era a inevitabilidade de sua própria ruína.
Breve histórico de Ita do Norte:
Ita do Norte era uma embarcação marítima que operava nas décadas de 1920 e 1930, conectando os portos do Norte ao Sul do Brasil através do Oceano Atlântico. Construída durante um período de intensa atividade marítima e comercial, Ita do Norte desempenhou um papel vital no transporte de pessoas e mercadorias ao longo da costa brasileira.
No entanto, apesar de sua importância econômica, Ita do Norte também foi testemunha de inúmeras tragédias e adversidades. Suas viagens muitas vezes eram marcadas por condições adversas, perigos naturais e desafios humanos. A bordo de Ita do Norte, os passageiros enfrentavam não apenas as incertezas do mar, mas também as vicissitudes da vida, refletidas no sofrimento e na desesperança que permeavam suas jornadas.
Hoje, o nome de Ita do Norte evoca memórias de um tempo passado, um testemunho silencioso das vicissitudes da vida marítima e das histórias não contadas de seus navegadores. Embora as águas tenham engolido sua estrutura física, seu legado continua vivo nas páginas da história marítima do Brasil, lembrando-nos das duras realidades e das esperanças perdidas daqueles que ousaram enfrentar o desconhecido em busca de um destino melhor.
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VEJA: ALIADOS DE TRUMP COMPRAM BRIGA DE MUSK E QUEBRAM SIGILO DE DECISÕES DE MORAES
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Transmissão ao vivo realizada há 14 horas #segundachamada #MyNews
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No Segunda Chamada desta quinta-feira, 18 de abril, o Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos e a divulgação de um relatório com decisões de processos sigilosos do Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo o "X" (antigo Twitter) e outras redes sociais. Os detalhes de todo o ocorrido até agora.
Na bancada com Afonso Marangoni, os jornalistas João Bosco Rabello, Luiz Carlos Azedo, colunista do Correio Braziliense, e Paulo Motoryn, colaborador do The Intercept Brasil e do The New York Times.
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RESUMO:
O texto aborda a figura de José Guilherme Merquior, destacando sua influência intelectual e seu papel na cena política e cultural brasileira. Vou destacar onde o poder e a autoridade se manifestam no contexto desse texto:
Autoridade:
A autoridade intelectual de Merquior é destacada através de elogios de figuras proeminentes, como o ex-ministro e acadêmico Eduardo Portela, que o descreve como "a mais fascinante máquina de pensar do Brasil pós-modernista". Essas opiniões reforçam a posição de autoridade intelectual que Merquior ocupava.
Poder:
O poder de influência de Merquior é evidenciado pela descrição de sua obra como "formidável" e pela menção de sua capacidade de "encantar seus leitores com inesgotável erudição, aguda inteligência e fina ironia". Essa capacidade de envolver e persuadir os leitores indica o poder que ele tinha de moldar ideias e opiniões.
Além disso, o texto menciona a enfrentamento de debates e o enfrentamento de rótulos, como o de "reacionário", indicando uma posição de poder e resistência diante de críticas e oposições.
Em suma, o texto destaca tanto a autoridade intelectual de Merquior quanto o seu poder de influência e resistência, elementos que contribuíram para a sua significativa contribuição no contexto intelectual e político brasileiro.
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OPINIÃO
Merquior, a flor e o fruto
Ele enfrentou fortes debates e o descabido rótulo de reacionário. Manteve, de um modo geral, a salvo, as relações pessoais. O embate se esgotava no plano das ideias o que tinha de sobra.
GUSTAVO KRAUSE
Publicado em 14/04/2024 às 0:00 | Atualizado em 14/04/2024 às 7:34
José Guilherme Merquior - Divulgação
Precoce e profundo, assim nos deixou, segundo o ex-Ministro e Acadêmico Eduardo Portela (1932-2017), "a mais fascinante máquina de pensar do Brasil pós-modernista: irreverente, agudo, sábio", José Guilherme Merquior, aos 49 anos. No próximo domingo, 22/4/24, completaria 83 anos.
Na "flor da idade", diriam os desconsolados como se existisse um ponto de partida para os viventes. Pensei: morreu na idade da flor, porém no esplendor da milagrosa união entre o perfume da flor e o sabor dos frutos.
Merquior construiu uma obra formidável que sobreviveu às Parcas, divindades mitológicas, que controlam o destino dos mortais. Cantou e continua encantando seus leitores com inesgotável erudição, aguda inteligência e fina ironia, usadas na medida da elegância, mesmo quando atingido pela rudeza dos que não compreendiam o imenso valor do debate das ideias.
Antes de qualquer referência biográfica, o melhor caminho para conhecer Merquior é extrair de sua mente prodigiosa e capacidade de metabolizar ideias reveladoras de "um dos espíritos mais vivos e mais informados do nosso tempo" na palavra de Lévi-Strauss.
Strauss fez uma justa referência. A inédita monografia, "O estruturalismo como pensamento radical", escrita em 1968, na França, aos 27 anos, selou uma longa e sólida admiração entre o jovem discípulo e o consagrado mestre da antropologia, comprovada na frequente correspondência de amizade pessoal e mútuo reconhecimento da dimensão intelectual.
Aliás, é um reducionismo injustificável considerar Merquior, apenas, um "talentoso polemista liberal". Para ele, ser liberal não esgotava a complexidade do ser humano e, muito menos, significava uma opção ideológica com respostas prontas para os desafios pessoais e propósitos políticos. Era um estilo de vida. Coerente, escreveu sobre "Liberalismos", uma árvore dotada de tronco robusto e galhos frondosos compondo o ambiente saudável da variedade.
Os estudiosos da obra de Merquior se espantam com a catedralesca erudição do autor, especialmente depois que Raymond Aron referiu-se ao dileto discípulo como "um jovem que leu tudo". Mas esta impressão que podia incorrer no equívoco da superficialidade ou da apropriação indevida dos escritos, foi fulminada por Roberto Campos, prefaciador da última obra de Merquior "O Liberalismo - Antigo e Moderno", Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991 (escrita em inglês, como se fora uma premonição do tempo insuficiente do autor para vê-la editada no Brasil), ao testemunhar: "O impressionante em José Guilherme não era a absorção de leituras. Era o metabolismo das ideias".
Daí a versatilidade de Merquior que se bifurca em grandes vertentes: obras de crítica literária, artística, estética e trabalhos de sociologia, política e cultura. O ponto em comum dos caminhos percorridos sempre foi a consistência do pensamento e a força da argumentação.
Sua vasta produção intelectual parece não caber nas três décadas de um trabalho ainda que admiravelmente profícuo (19 livros). É a sensação que provoca a leitura da obra do diplomata e escritor Paulo Roberto de Almeida, Construtores da Nação - Projetos para o Brasil de Cairu a Merquior, São Paulo: LVM Editora, 2022, uma fonte que revela por completo a bibliografia de José Guilherme Merquior e o retrato de um temário plural de indisfarçável sofisticação.
Como um crente no racionalismo e na modernidade, assumiu o contraponto firme em relação ao marxismo, à psicanálise e à arte de vanguarda, na visão dele, exemplos de dogmatismo, pessimismo e rejeição. Enfrentou fortes debates e o descabido rótulo de reacionário. Manteve, de um modo geral, a salvo, as relações pessoais. O embate se esgotava no plano das ideias o que tinha de sobra.
Na paisagem da política brasileira, deu amplitude e dignidade filosófica ao liberalismo. Merquior proclamou os dois fundamentos/sínteses da concepção liberal: a independência do espírito e a objetividade do conhecimento. Não surpreende que se autodefinisse como um "anarquista do espírito" expressão usada pelo italiano Luigi Einaudi, segundo o qual, a sociedade liberal se caracterizava por dois aspectos: "o governo da lei e a anarquia dos espíritos".
O próprio Merquior na coletânea de curtos ensaios - O Argumento Liberal (Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1983) afirma: "O liberalismo moderno é um social-liberalismo, é um liberalismo que não tem aquela ingenuidade, aquela inocência diante da complexidade do fenômeno social, que o liberalismo clássico tinha. O liberalismo moderno não possui complexos frente à questão social, que ele assume. É a essa visão do liberalismo que eu me filio".
Em entrevista à Folha (1986), foi mais à frente e se autodefiniu como "um liberal na economia, um social-democrata na política e um anarquista na cultura" o que apontava claramente uma companhia indissolúvel do que denominou de "independência do espírito". A complexidade dos fenômenos era de tamanha diversidade e pluralismo que não caberia nos impérios dos dogmas, substratos de certezas e formas pré-definidas por uma arquitetura produzida pelas limitações do gênio humano.
Para contrariar os neoliberais de raiz e os detratores do Liberalismo, declarou no JB, em 1990, um ensinamento exemplar: "Nenhum liberal que eu conheça disse que o mercado resolve todos os problemas sociais. Daí a necessidade de um Estado protetor. Também não resolve todos os problemas econômicos, daí a necessidade, menor, mas também importante, de um Estado promotor".
Gustavo Krause, ex-governador de Pernambuco
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Dada a minha base de conhecimento, não ousaria proferir declarações sobre aquilo que me é desconhecido. Ah, se tivessem pleno discernimento do meu saber. Ah, se eu estivesse ciente daquilo que me falta conhecer. Ah, se eu não estivesse de posse do saber que detenho.
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Mariano Pimentel 6 de junho de 2023 Educação
ChatGPT: concepções epistêmico-didático-pedagógicas dos usos na educação
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O Gosto do Amor (part. Gonzaguinha)
Gal Costa
Curiosa pra danar
Fui chegando no forró
Só vi gente impariada
Parecendo até um nó
Todo mundo coladinho
No escuro do salão
No picado miudinho
Sem querer sair mais não
Das meninas, ai e ui
Dos rapazes, ui e ai
E das véia, digo a Deus
Por que é que eu já não posso mais
Xote, roque, fox-trote
E um beijinho no cangote
Tome xote, muito xote
Tô querendo é provar
Mãe falou pra eu ter cuidado
Pai falou: É tentação
Mãe falou: Não vá na dança
Pai falou: É perdição
Mãe falou: Isso é pecado
Pai falou: Faça isso não
Mãe falou: Ruim pra diabo
Pai falou: Até que é bom (inté que bão)
Mãe gritou: Isso vicia e esse vício só traz dor
Pai falou: De dor se chega ao céu é o gosto do amor
Ai mãe, ai que vontade de gritar
Ai mãe, ai que vontade de dançar
Agarradinha nesse nego, eu vou-me embora
Ainda tô à toa e tô querendo me acabar
Imagina quando eu chegar no céu
Aí mesmo que eu vou gostar
Composição: Gonzaga Jr.
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Luiz Gonzaga com seu filho Gonzaguinha e sua primeira mulher e mãe de Gonzaguinha, Odaléia Guedes dos Santos.- 1945
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RESUMO:
No contexto do texto, o poder e a autoridade podem ser identificados da seguinte forma:
Autoridade:
A figura materna e paterna representa a autoridade parental. Eles têm a responsabilidade de orientar e educar o filho, transmitindo valores e normas sociais.
A mãe e o pai exercem autoridade ao fornecerem conselhos e advertências sobre o que consideram certo e errado. Suas palavras refletem sua posição como figuras de confiança e respeito para o filho.
Poder:
O poder está presente nas palavras e na influência dos pais sobre o filho. Eles têm a capacidade de moldar as escolhas e o comportamento do filho através de suas orientações e advertências.
No diálogo, vemos a mãe e o pai exercendo poder ao transmitirem suas opiniões e perspectivas sobre questões morais e comportamentais. Suas palavras carregam autoridade e influência sobre o filho, refletindo o poder que têm sobre ele.
Assim, no contexto do texto, a autoridade está ligada ao papel parental dos pais, enquanto o poder é exercido através da influência e da capacidade de moldar as escolhas do filho com base nessa autoridade.
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"Mãe falou pra eu ter cuidado
Pai falou: É tentação
Mãe falou: Não vá na dança
Pai falou: É perdição
Mãe falou: Isso é pecado
Pai falou: Faça isso não
Mãe falou: Ruim pra diabo
Pai falou: Até que é bom (inté que bão)
Mãe gritou: Isso vicia e esse vício só traz dor
Pai falou: De dor se chega ao céu é o gosto do amor"
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Luiz Gonzaga - Pense N'Eu ft. Gonzaguinha
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'PODER E AUTORIDADE'
Mãe falou pra eu ter cuidado
Pai falou: É tentação
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RESUMO:
Esse trecho parece abordar a dinâmica entre poder e autoridade, principalmente na relação entre pais e filhos. A mãe e o pai representam figuras de autoridade, cada um transmitindo suas orientações e advertências de acordo com sua perspectiva e experiência de vida.
A mãe adverte sobre os perigos e consequências negativas das tentações e dos comportamentos considerados pecaminosos, expressando preocupação e o desejo de proteger o filho. Ela enfatiza os aspectos negativos e os riscos envolvidos, como vício e dor.
Por outro lado, o pai parece adotar uma abordagem mais indulgente ou pragmática, reconhecendo os prazeres e benefícios associados a certos comportamentos. Ele sugere que até mesmo as ações consideradas pecaminosas podem ter seu lado positivo, como a possibilidade de chegar ao céu através da dor, possivelmente sugerindo uma visão mais ampla sobre o sofrimento e o amor.
Assim, o trecho sugere uma reflexão sobre a dualidade entre restrição e permissividade, responsabilidade e indulgência, apresentando diferentes perspectivas sobre como exercer autoridade e influenciar o comportamento dos filhos.
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