Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
domingo, 14 de janeiro de 2024
ALIENAÇÃO
"Os valores de Paulinho da Viola continuam sendo reconhecidos pelos seus pares, sem desvalorização, inflação, ou deflação, e tampouco sujeitos a especulações de mercado."
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Meu Mundo É Hoje
Paulinho da Viola
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"Eu sou assim
Quem quiser gostar de mim, eu sou assim
Eu sou assim
Quem quiser gostar de mim, eu sou assim…"
Wilson Batista
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MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Google Arts & Culture
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Os Retirantes
Obra
Retirantes é uma pintura de Candido Portinari, pintada na cidade de Petrópolis no ano de 1944. Esta obra faz parte do acervo do Museu de Arte de São Paulo. Wikipédia
Artista: Candido Portinari
Período: Expressionismo
Criação: 1944
Gênero: Pintura histórica
Técnica: tinta a óleo, tela
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Pedro Malan* - Trinta anos do real e décadas vindouras
O Estado de S. Paulo
A corrida para tornar-se um país rico no século 21 será mais difícil. O que não quer dizer que não haja oportunidades a serem exploradas
Em 2024 o real completa seus primeiros 30 anos como a moeda nacional de estável poder de compra. Um marco histórico, dado nosso passado de recordista mundial de inflação acumulada, do início dos anos 1960 ao início dos anos 1990.
Nenhum brasileiro que tenha menos de 46 anos (a maioria da população) tem lembrança vívida da marcha da insensatez que foi a evolução de nossa inflação – alta, crônica e crescente por décadas até chegar aos surreais 2.400% no ano de 1993, o último ano antes da criação do real. Da mesma forma, nenhum brasileiro que tinha menos de 46 anos em 1989 (novamente, a maioria da população) jamais havia votado para presidente da República. Há que comemorar os 35 anos de eleições diretas para o cargo, apesar das dores do aprendizado.
Ao derrotar a hiperinflação e se consolidar, o real permitiu que o País pudesse vislumbrar, com um pouco mais de clareza, a magnitude de outros problemas econômicos, sociais e político-institucionais que precisavam ser enfrentados para que pudéssemos vislumbrar nosso futuro, no longo prazo, com mais confiança. Nas comemorações dos 30 anos do real e de nossa democracia seria importante incorporar uma visão que vá além de 2024, do próximo triênio, do restante desta década.
Em sua edição mais recente, a revista The Economist mostra que isso é o que procuram fazer vários países em desenvolvimento no mundo de hoje. Segundo a revista, em 2050 haverá um novo grupo de potências econômicas – se seus planos ambiciosos se concretizarem. A Índia de Modi pretende alcançar em 2047 (centenário de sua independência) o status de país de alta renda, tal como definido pelo Banco Mundial. A média de crescimento para tal deveria alcançar 8% ao ano, a ser obtida via investimentos em indústria de alta tecnologia. A Indonésia pretende explorar as oportunidades de investimento propiciadas pela transição energética, e espera crescer 7% ao ano nas próximas décadas. Os países árabes do Golfo preveem diversificar suas economias para as áreas de serviços, turismo e inteligência artificial. Há vários outros países com objetivos ambiciosos por alcançar.
Vale lembrar que a experiência dos países desenvolvidos, da Coreia do Sul, da China, mostra claramente que “o motor de longo prazo para o crescimento é a mudança tecnológica” (Arthur Lewis), “a força propulsora de descobertas e inovações” (Paul Romer), a “destruição criadora” (J. Schumpeter). E que “a capacidade de um país elevar o padrão de vida de sua população ao longo do tempo depende quase que inteiramente de sua produtividade” (Paul Krugman). Essa produtividade depende fundamentalmente da educação de qualidade, ali onde mais importa, que é nos anos iniciais de vida – onde é possível tentar reduzir as enormes desigualdades de oportunidade na partida, que estão na raiz de nossos níveis de pobreza, violência e desigualdade de renda e riqueza.
Em livro publicado em 1986 (How the West Grew Rich), Rosenberg e Birdzell sugerem que “poucos países em desenvolvimento, começando de longe, podem esperar recuperar o atraso em relação à dinâmica entrelaçada de tecnologia, produção industrial e crescimento econômico do Ocidente”. Em sua opinião, “os países do Terceiro Mundo têm um potencial de crescimento muito substancial, (...) mas arranjos institucionais inadequados para a inovação, provavelmente, mais cedo ou mais tarde, limitarão o crescimento futuro”.
A observação, velha de 40 anos, não é tão descabida quanto pode parecer à primeira vista. Afinal, foram relativamente poucos os países que nestes 40 anos conseguiram superar a chamada “armadilha de renda média”. Edmar Bacha identificou uma dúzia deles. O Brasil tem condições de enfrentar com êxito esse desafio. Se formos capazes de não só anunciar objetivos desejáveis, mas identificar os meios e instrumentos para alcançá-los ao longo do tempo. Ao fazê-lo é que afloram com clareza os trade-offs, os conflitos de razão e de interesse, os custos, as difíceis escolhas e a inescapável definição de prioridades.
O mundo ficou mais perigoso nesta terceira década do século 21. Como concluiu a matéria da The Economist, a corrida para tornar-se um país rico no século 21 será mais difícil e extenuante (gruelling no original) do que aquela do século 20. O que não quer dizer que não haja oportunidades a serem exploradas por países que se organizam para tal – com visão de longo prazo.
Ainda a propósito de comemorações. O Programa de Pós-Graduação e Pesquisa do Departamento de Economia da PUC-Rio, criado em 1978, completou seus primeiros 45 anos. Nesse período formaram-se 490 alunos no programa de mestrado, dos quais 223 concluíram doutorados em universidade de primeira linha nos EUA e na Europa. Ex-professores e ex-alunos do departamento ocuparam posições relevantes em sucessivos governos. Vinte e dois foram diretores do Banco Central; seis, seus presidentes. Dez integraram a diretoria do BNDES, quatro deles como presidentes do banco; três presidiram o IBGE. Dos membros da equipe central do Plano Real, nada menos que seis foram ligados ao departamento como professores ou ex-alunos. Não é pouco – há o que comemorar.
*Economista, foi ministro da Fazenda no governo FHC.
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Photo-Op
A photo-op is short for a “photo opportunity,” an event specifically staged for television news cameras or photographers to increase a politician’s exposure.
A photo-op serves as an opportunity for politicians or public figures to engage in activities or settings that showcase a desired image, promote a specific message, or cultivate a favorable public perception.
Origin of “Photo-Op”
The term was reportedly coined during the Nixon administration by Bruce Whelihan, an aide to Nixon Press Secretary Ron Ziegler.
Ziegler would say, “Get ’em in for a picture,” and Whelihan would dutifully announce to the White House press room, “There will be a photo opportunity in the Oval Office.”
It is a strategic tool employed to control the narrative, shape public opinion, and enhance the public image of political actors.
A photo-op is meticulously planned and choreographed to create compelling visual content that captures the attention of the media and the public.
These events are carefully curated by an advance man, often involving politicians participating in activities that align them with popular causes, community service, or important policy issues.
By engaging in these actions, politicians seek to create visually appealing and memorable moments that resonate with the public and enhance their public persona.
The success of a photo-op heavily relies on media coverage.
Journalists, photographers, and videographers are invited to cover the event, providing an avenue for the images and footage to be disseminated widely.
Politicians strategically select media outlets to grant access, ensuring that favorable coverage is more likely and the desired message is effectively communicated.
The impact of a photo-op extends beyond the immediate moment captured in the visual content.
Photographs, videos, and news stories resulting from the event are published in newspapers, magazines, and online platforms, reaching a broad audience.
These visuals play a significant role in shaping public perception, reinforcing existing narratives, and influencing public opinion.
In the digital age, with the prevalence of social media, photo-ops have gained even more importance as visually compelling images have the potential to rapidly reach and engage millions of people.
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Use of “Photo-Op” in a sentence:
The politician’s visit to the local hospital was nothing more than a photo-op, with carefully selected patients and staged interactions designed to portray a compassionate and caring image.
The candidate’s appearance at the charity event was seen as a mere photo-op, as they spent only a few minutes interacting with attendees before quickly departing.
The government official’s trip to the disaster-stricken area was criticized as a photo-op, with accusations that it was more about creating positive visuals for the media than providing substantial assistance to the affected communities.
Taegan Goddard is the creator of the Political Dictionary.
He is also the founder of many popular political websites, including Political Wire, Political Job Hunt and the Electoral Vote Map.
Goddard spent more than a decade on Wall Street as managing director and chief operating officer of a prominent investment firm in New York City. Previously, he also served as a policy adviser to a U.S. Senator and Governor.
Goddard is also co-author of You Won – Now What?: How Americans Can Make Democracy Work from City Hall to the White House, a political management book hailed by prominent journalists and politicians from both parties.
His essays on politics and public policy have appeared in dozens of newspapers and magazines across the country.
Goddard earned degrees from Vassar College and Harvard University.
He lives in New York with his wife and three sons.
https://politicaldictionary.com/words/photo-op/
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Lula estava em Araraquara quando os invasores tomaram Três Poderes
Edifício-sede do Supremo Tribunal Federal foi depredado, assim como o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto
Patrícia Nadir
8.jan.2023 (domingo) - 17h26
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), estava em Araraquara (SP) no momento em que extremistas de direita tomaram os prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto. O chefe do Executivo foi verificar os estragos provocados pelas chuvas na cidade.
O prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), recebeu Lula para falar sobre os danos causados na infraestrutura da cidade e o trabalho feito pela Defesa Civil do município. Edinho foi coordenador de comunicação na campanha do presidente em 2022.
INVASÃO AOS TRÊS PODERES
Por volta das 15h deste domingo (8.jan.2023), extremistas de direita invadiram o Congresso Nacional depois de romper barreiras de proteção colocadas pelas forças de segurança do Distrito Federal e da Força Nacional. Lá, invadiram o Salão Verde da Câmara dos Deputados, área que dá acesso ao plenário da Casa. Veja a depredação dentro do Congresso Nacional.
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Salão Verde da Câmara fica alagado depois de princípio de incêndio por invasão
Reprodução PODER360 8.jan.2023 (domingo) - 20h47
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Veja a depredação dentro do Congresso Nacional.
https://www.poder360.com.br/brasil/veja-a-depredacao-dentro-do-congresso-nacional/
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Em seguida, invasores se dirigiram ao Palácio do Planalto e depredaram diversas salas na sede do Poder Executivo. Por fim, os radicais invadiram o STF (Supremo Tribunal Federal). Quebraram vidros da fachada e chegaram até o plenário.
São pessoas em sua maioria vestidas com camisetas da seleção brasileira de futebol, roupas nas cores da bandeira do Brasil e, às vezes, com a própria bandeira nas costas. Dizem-se patriotas e defendem uma intervenção militar (na prática, um golpe de Estado) para derrubar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
ANTES DA INVASÃO
A organização do movimento foi captada pelo governo federal, que determinou o uso da Força Nacional na região. Pela manhã de domingo (8.jan), havia 3 ônibus de agentes de segurança na Esplanada. Mas não foi suficiente para conter a invasão dos radicais na sede do Legislativo.
Durante o final de semana, dezenas de ônibus, centenas de carros e centenas de pessoas chegaram na capital federal para a manifestação. Inicialmente, o grupo se concentrou na sede do Quartel-General do Exército, a 7,9 km da Praça dos Três Poderes.
Depois, os radicais desceram o Eixo Monumental até a Esplanada dos Ministérios a pé, escoltados pela Polícia Militar do Distrito Federal. O acesso das avenidas foi bloqueado para veículos. Mas não houve impedimento para quem passasse caminhando. Durante o dia, policiais realizaram revistas em pedestres que queriam ir para a Esplanada. Cada ponto de acesso de pedestres tinha uma dupla de policiais militares para fazer as revistas de bolsas e mochilas. O foco era identificar objetos cortantes, como vidro e facas.
CONTRA LULA
Desde o resultado das eleições, bolsonaristas radicais ocuparam quartéis em diferentes Estados brasileiros. Eles também realizaram protestos em rodovias federais e, depois da diplomação de Lula, promoveram atos violentos no centro de Brasília. Além disso, a polícia achou materiais explosivos em 2 locais de Brasília.
https://www.poder360.com.br/governo/lula-estava-em-araraquara-quando-os-invasores-tomaram-tres-poderes/
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Uso de "Photo-Op" em uma frase:
A visita do político ao hospital local não passou de uma sessão de fotos, com pacientes cuidadosamente selecionados e interações encenadas, projetadas para retratar uma imagem compassiva e solidária.
A participação do candidato no evento beneficente foi vista como uma mera sessão de fotos, já que passaram apenas alguns minutos interagindo com os presentes antes de partir rapidamente.
A viagem do oficial do governo à área atingida por desastre foi criticada como uma sessão de fotos, com acusações de que se tratava mais de criar imagens positivas para a mídia do que de fornecer assistência substancial às comunidades afetadas.
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“Quem não tem imunidade e shot vai de máscara” Qui nem jiló
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"Luiz Inácio Lula da Silva sobe a rampa do Palácio do Planalto acompanhado de sua esposa, Janja, sua cachorrinha Resistência e representantes da população brasileira."
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Representantes do ‘povo’ e cachorra sobem a rampa com Lula | AFP
AFP Português
A AFP é parcialmente ou totalmente financiada pelo governo da França. Wikipedia (Francesa)
1 de jan. de 2023
Representantes de grupos sociais e a cachorra "Resistência" subiram a rampa com Lula e Janja na cerimônia de posse neste domingo.
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"Quem não ostenta a imunidade com um 'shot' na veia,
De máscara se cobre, como o jiló na horta, à pele alheia.
Nessa dança de cuidados, como a natureza pede,
Protegemos uns aos outros, numa sintonia que concede.
Assim como o jiló, de sabor peculiar,
A máscara nos envolve, a nos resguardar.
Em tempos incertos, de desafios à espreita,
Prevenção é a dança, na melodia que se deita.
A dança da saúde, um passo de cada vez,
O jiló da precaução, a máscara como um freguês.
Entre versos e cuidados, a vida segue a girar,
Ao ritmo da responsabilidade, juntos a dançar."
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Xote das Meninas / Qui Nem Jilo
Marco Pereira - Tema
6 de nov. de 2014
Provided to YouTube by Acoustic Music Records
Xote das Meninas / Qui Nem Jilo · Marco Pereira · Hamilton de Holanda · Luiz Gonzaga · Ze Dantas · Humberto Teixeira · DR
Luz das Cordas
℗ Acoustic Music Records
Released on: 2011-08-24
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Shot matinal: o que é e qual a receita para aumentar a imunidade
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Que Nem Jiló
Luiz Gonzaga
Se a gente lembra só por lembrar
O amor que a gente um dia perdeu
Saudade inté que assim é bom
Pro cabra se convencer
Que é feliz sem saber
Pois não sofreu
Porém se a gente vive a sonhar
Com alguém que se deseja rever
Saudade, entonce, aí é ruim
Eu tiro isso por mim
Que vivo doido a sofrer
Ai quem me dera voltar
Pros braços do meu xodó
Saudade assim faz roer
E amarga qui nem jiló
Mas ninguém pode dizer
Que me viu triste a chorar
Saudade, o meu remédio é cantar
Composição: Humberto Teixeira / Luiz Gonzaga.
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1:38 / 13:04
O QUE É ALIENAÇÃO? | #LéxicoMarx com Ricardo Antunes
TV Boitempo
15 de jan. de 2021 BOITEMPO EDITORIAL
O que é alienação? Qual é sua relação com o trabalho na nossa sociedade? E com o fetichismo da mercadoria? É possível não ser alienado no capitalismo?
#LéxicoMarx: conceitos chave do instrumental marxiano apresentados por alguns dos maiores estudiosos da obra de Marx no Brasil e no mundo!
• Léxico Marx
Neste episódio da série, o sociólogo do trabalho Ricardo Antunes apresenta o conceito marxiano de alienação, desde sua primeira formulação nos "Manuscritos econômico-filosóficos" de 1844 até seu sentido na obra marxiana tardia, e ressalta sua atualidade para entender o mundo hoje.
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Lula da Silva anuncia Ricardo Lewandowski como ministro da ...
Criador: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Direitos autorais: Agência Brasil/EBC
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Brasília (DF), 11/01/2024 - O atual ministro da Justiça, Flávio Dino, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o indicado como novo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e a primeira-dama, Janja Lula da Silva, durante anúncio da substituição na Pasta. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Publicado em 11/01/2024 12:45
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Local: Brasília-DF
https://agenciabrasil.ebc.com.br/foto/2024-01/lula-da-silva-anuncia-ricardo-lewandowski-como-ministro-da-justica-1704987951
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MATÉRIAS / LUMA DE OLIVEIRA
A COLEIRA COM O NOME DE EIKE BATISTA QUE ESCANDALIZOU NO CARNAVAL DE 98
Rainha de bateria que era casada com o bilionário chocou o Brasil com a escolha fashion
REDAÇÃO PUBLICADO EM 18/02/2023, ÀS 21H00
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Montagem mostrando Luma de Oliveira em 1998, e em foto recente - Divulgação/ Youtube e Divulgação/ Instagram/ Arquivo Pessoal
Montagem mostrando Luma de Oliveira em 1998, e em foto recente - Divulgação/ Youtube e Divulgação/ Instagram/ Arquivo Pessoal
Hoje aos 58 anos, Luma de Oliveira foi uma atriz, modelo e famosa rainha de bateria que brilhou à frente de diversas escolas de samba durante quase duas décadas de desfiles de Carnaval no Rio de Janeiro.
Embora em todos os anos a extrovertida carioca usasse as fantasias ousadas pelo qual o clima carnavalesco é conhecido, com cores vívidas, detalhes elaborados e também bastante pele à mostra, um dos adereços mais polêmicos da trajetória de Luma foi, curiosamente, uma gargantilha.
Era o Carnaval de 1998, e a rainha de bateria de 34 anos, que àquele ponto era casada com o bilionário Eike Batista fazia seis anos, decidiu homenagear o parceiro com um detalhe de sua roupa.
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Fotografia de Luma, Eike e dois filhos / Crédito: Divulgação/ Instagram/ Arquivo Pessoal
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Luma de Oliveira não tinha como prever, contudo, a polêmica nacional que gerou ao incluir uma "coleira" com o primeiro nome do marido quando foi às ruas para desfilar com a escola de samba Tradição.
Controvérsias e empoderamento
Segundo relembrado pela Folha de São Paulo, a modelo foi fortemente criticada, em particular por integrantes do movimento feminista de então, por supostamente transmitir uma imagem de "mulher submissa" devido ao acessório com o nome de Eike que decidiu usar em volta do pescoço.
Luma de Oliveira usando uma coleira com o nome do seu então marido, Eike Batista, carnaval de 1998, Rio de Janeiro #repostpic.twitter.com/dhwQtuKZZz
— Brazilian Camp (@acervocampbr) February 8, 2022
Em uma entrevista de 2020 ao jornal O Globo, ela rebateu esse argumento do passado, caracterizando sua gargantilha personalizada como "libertadora":
Era uma brincadeira. Não imaginava que ia mexer com os padrões de feministas. Aquela coleira era libertadora. Uma mulher submissa não estaria com um maiô sexy, de bota, sambando na frente de 300 ritmistas", comentou Luma na ocasião.
A escolha fashion continua viva na memória coletiva brasileira até hoje, sendo repetida por diversas pessoas a cada novo Carnaval — e também no restante do ano.
Inspiração
Em 2022, por exemplo, a atriz Laura Neiva, casada com Chay Suede, decidiu usar uma coleira muito semelhante, escura e com pedras brilhantes formando o nome "Chay", para comemorar o aniversário do marido.
Ela divulgou o look através de uma publicação de seu Instagram, chamando atenção da própria ex-rainha de bateria, que aproveitou a situação para relembrar o episódio em suas redes sociais.
A artista se divorciou de Eike Batista em 2004, e sambou pela última vez com as escolas do Rio em 2009, compondo então o desfile da Portela, mas mesmo com todas as mudanças de vida, as memórias que criou em fevereiro de 1998 ainda parecem possuir um lugar especial em seu coração.
Desde 1998 inspirando pessoas a fazerem o que acham legal, sexy, oportuno, sem se importar com a opinião alheia. Isso não tem preço. Na época, fui muito julgada pelas feministas, mas não é difícil entender que a liberdade conquistada é exatamente para fazer o que você tem vontade, e não o que é imposto", comentou Luma na postagem de 2022.
"Há mais de 20 anos, recebo fotos de mulheres, gays, enfim, todos os gêneros, de todo país, famosos ou anônimos, usando uma gargantilha preta com o nome próprio ou do parceiro (a). Adoro", acrescentou ainda, segundo repercutido pelo UOL.
BrasilcarnavalEike BatistacoleiraLuma de Oliveirarainha de bateria
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/coleira-com-o-nome-de-eike-batista-que-escandalizou-no-carnaval-de-98.phtml
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Música | Paulinho da Viola - Foi um rio que passou em minha vida
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O V Festival de Música Popular Brasileira faz meio século
Edição de 1972 do famosos festival de MPB de Juiz de Fora, criado na gestão de Itamar Franco como prefeito, completa 50 anos envolto em preciosidades históricas
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Capa do LP que registra nove das músicas apresentadas na edição de 1972. (Reprodução)
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"Há 50 anos acontecia, no palco do Cine-Theatro Central, o V Festival de Música Popular Brasileira de Juiz de Fora. Marco na história da música popular na cidade e no país, o evento reuniu artistas hoje consagrados na cultura brasileira, como Clara Nunes, Joyce, Alaíde Costa, João Nogueira, Lucinha Lins, Sá, Rodrix e Guarabyra, além dos convidados Gonzaguinha, Milton Nascimento e Paulinho da Viola."
https://mrpitamarfranco.com.br/panteao/2022/11/o-v-festival-de-musica-popular-brasileira-faz-meio-seculo/
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Paulinho da Viola - Sinal Fechado (1969) - V Festival da MPB
Canal Memória
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110.652 visualizações 30 de out. de 2007
Em 1969, a Tv Record exibia o 'V Festival de Música Popular Brasileira'. Entre as músicas inscritas, estavam 'Clarice' defendida por Agnaldo Rayol, 'Comunicação' cantada por Vanusa e 'Primavera' da Isaurinha Garcia. Mas a música da noite, não foi nenhuma dessas. Nem samba, nem bossa. Uma música experimental e diferente de todas as outras, cantadas por um sujeito tímido, com um violão nos braços e sentado num banquinho. 'Sinal Fechado' arrebatou os juízes e levou o primeiro prêmio do Festival. Apesar da consagração total da canção, o público divido, vaiou e aplaudiu.
Um dos grandes momentos da nossa MPB. Nesse vídeo, a apresentação de Paulinho da Viola, logo após a confirmação do 1º lugar.
https://www.youtube.com/watch?v=w9JWuQPeaW0
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Paulinho da Viola e Lobão: Sinal Fechado (ao vivo) | 1989
Acervo Alex Abreu
https://www.youtube.com/watch?v=t0rpfpVGPx4
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"Os valores de Paulinho da Viola continuam sendo reconhecidos pelos seus pares, sem desvalorização, inflação, ou deflação, e tampouco sujeitos a especulações de mercado."
"Os valores de Paulinho da Viola persistem,
Reconhecidos pelos seus pares, não se desvalorizam.
Sem inflação ou deflação na sua essência,
Longe das especulações, uma verdadeira presença.
Como joias raras, suas virtudes não se depreciam,
No palco da vida, suas notas não se desfazem.
Sem oscilações de mercado, sua ética é constante,
Respeito e talento, como patrimônio marcante.
Paulinho da Viola, ícone da verdadeira expressão,
Seus valores ressoam, sem perder a razão.
Nas harmonias da vida, uma melodia de integridade,
Sem desvalorização, uma autêntica lealdade.
No universo da arte e da dignidade,
Sua grandeza é reconhecida, sem falsa vaidade.
Valores que perduram, como o tempo não perece,
Paulinho da Viola, um legado que enobrece."
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Especial 80 anos de Paulinho da Viola - Conversa com Bial (Arquivo 05/11/2022)
Matheus Peruchin
https://www.youtube.com/watch?v=roAmRaj0zCY
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Lula não tem admiração de antes no exterior pois não defende mesmas causas do Ocidente, diz Ricupero
O diplomata e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero
13 de janeiro de 2024 | 12:01
‘Lula não tem admiração de antes no exterior pois não defende mesmas causas do Ocidente’, diz Ricupero
MUNDO
“O Brasil rompeu o isolamento internacional, graças à política de meio ambiente”, diz o ex-ministro do Meio Ambiente do governo Itamar Franco, Rubens Ricupero. Embaixador aposentado e ex-ministro da Fazenda, ele avalia, porém, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não voltou a ter a mesma admiração que tinha do mundo em seus dois primeiros mandatos. Segundo ele, em razão de o petista não defender hoje necessariamente as mesmas causas que os ocidentais, como se dava anteriormente.
“A começar pela Ucrânia que ele teve desde o início uma posição muito de zigue zague, muito incerta. Ele já deu cinco ou seis declarações e o que se sustenta é que, no fundo, ele tem uma atitude benevolente em relação ao Putin, à Rússia. Esse tipo de coisa o coloca num rumo de colisão com os Estados Unidos, Inglaterra, França e Alemanha. Ninguém simpatiza com essa posição do Brasil em relação à Ucrânia”, diz ele.
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, ao tratar da crise entre a Venezuela e a Guiana, o ex-ministro avalia que dificilmente a tensão acabará em um confronto armado. Mas, afirma que situação já se tornou um problema para o Brasil e que o presidente Lula deveria ser menos condescendente com seu colega venezuelano, Nicolás Maduro.
Veja a íntegra da entrevista:
Em que medida a Venezuela pode se transformar em um problemão para o Brasil?
De certa forma já virou. Lula depositou uma confiança em Nicolás Maduro quando, alguns meses atrás, ele fez uma reunião de presidentes em Brasília para refundar a Unasul. Mas não conseguiu. Lula estendeu o tapete vermelho para Maduro, embora, naquele momento, o Brasil não tivesse relações diplomáticas com a Venezuela – o ex-presidente Jair Bolsonaro havia rompido. Ele quis mostrar, com isso, que tinha confiança de que Maduro poderia aceitar aos poucos a ideia de uma eleição presidencial, por causa das pressões, das sanções americanas.
E parece que não deu certo, não é?
Lula seguramente queria mostrar que ele podia ter uma relação especial com a Venezuela e Maduro. Mas Maduro, ao criar esse problema grave com a Guiana, mostrou que Lula fez uma aposta errada, confiou numa pessoa que não merecia. Tanto assim, que agora está criando um problema para o Brasil e é complicado. Embora eu não acredite muito que o Maduro tenha intenção realmente de desencadear uma agressão militar contra a Guiana porque seria uma aventura.
O senhor acha que é uma bravata?
Toda guerra, como mostra a própria guerra da Ucrânia, costuma ser imprevisível. Todo o mundo achava que a Rússia ia resolver aquilo em pouco tempo, mas, na verdade, houve uma reviravolta e já dura quase dois anos. Eu acredito que Maduro deve ter tomado essa decisão sobretudo por razões internas. O apoio dele vem, em último caso, dos militares, ele e, no fundo, o regime venezuelano é amparado nas Forças Armadas. Ele tem uma popularidade muito baixa, a eleição vai ser complicada. Por isso, está tentando, com os meios de que dispõe, preparar a eleição para não correr perigo de perder. Tanto é assim que o Tribunal venezuelano, que ele controla, já declarou inelegível Maria Corina Machado, que é a principal adversária dele e aparece melhor nas pesquisas. Mas ele provavelmente quis, com essa decisão, aumentar o apoio que ele possa ter da parte dos militares, da própria opinião pública.
Mas agora ele saiu do território venezuelano…
Agora, ele tomou esta iniciativa e criou um problema grave, pois ele, depois de destruir a Venezuela – é um caso único nos tempos modernos, num país que não tem uma população tão grande (cerca de 28 milhões de habitantes), que cinco, seis milhões de pessoas tenham saído de lá e só isso mostra o desastre que é – está criando uma situação complicada para o continente. Para nós, em primeiro lugar, pois, além desse precedente de o Lula ter apostado nele, uma aposta que não deu certo, ele criou um problema numa área em que o Brasil tem limites com dois países. O Brasil é o único país da América do Sul que tem limites com a Venezuela e a Guiana e que, se acontecesse alguma coisa muito grave lá, dificilmente o Brasil poderia ficar passivo. Não creio que os militares aqui iriam aceitar alguma coisa mais grave, como uma incorporação de um território. Você vê pelas declarações do próprio ministro da Defesa, José Múcio Teixeira. Ele não quis ser agressivo, mas deixou claro que, pelo território brasileiro, os venezuelanos não poderiam passar nunca, se quisessem atacar a Guiana. É mais ou menos óbvio, mas ele não precisava falar. O fato de ele ter falado foi uma espécie de recado e, além do mais, há outros sinais, o Exército mandou pra lá mísseis, blindados. Isso não quer dizer que o Brasil queira entrar numa contenda, mas mostra que está preparado para isso. E, com tudo isso, Maduro está criando um problema enorme.
Há um receio de que um hipotético conflito trouxesse os Estados Unidos ao continente…
Ainda acho que Maduro dificilmente iria desencadear uma operação militar. As consequências seriam imprevisíveis, em último caso poderia levar até a queda dele. Acho que ele vai ter muito mais prudência do que muita gente poderia pensar, se seguir a retórica dele. Não há dúvida de que, se essa situação escapasse ao controle e chegasse de fato a uma operação militar, os americanos seriam a garantia da Guiana. Primeiro, porque eles não poderiam aceitar que um governo como o da Venezuela, que eles detestam, agredisse a Guiana. Segundo, porque a principal empresa que explora o petróleo lá é a Exxon, americana. Eles não vão ficar indiferentes. Isso que os militares brasileiros receiam é uma alternativa plausível. De fato, embora não haja esse descontrole, não acho impossível. Mas acho pouco provável.
O senhor acha que Lula deveria ter sido mais duro com o presidente da Venezuela?
A primeira coisa que eu acho bom dizer é que esse caso mostra claramente que, além de um problema de princípios, é um erro. Quando não se critica uma política de indiferença às violações dos direitos humanos, como essa política que o PT e Lula costumam conduzir que, por afinidades ideológicas, não querem criticar a Venezuela, a Nicarágua, Cuba, além do problema de princípios, se comete um erro. Por que há outro aspecto: o ditador, o homem que viola a democracia e os direitos humanos é sempre causa de perigo. Você vê quem é que atacou a Ucrânia? Foi o Putin (Vladimir Putin, presidente da Rússia), ditador. Quem está criando esse problema com a Guiana? É o Maduro. Então, a gente vê claramente que é preciso condenar com firmeza as ditaduras e as violações, porque quem faz isso prejudica não só os próprios cidadãos, mas, na primeira oportunidade que aparecer, se torna uma ameaça aos demais, como estamos vendo na Venezuela.
O senhor diria que o Brasil está perdendo a liderança no continente?
Para o Brasil, que sempre disse que a prioridade era a América Latina, a América do Sul, especialmente, a situação está ficando cada vez mais difícil. A América do Sul está se tornando um terreno muito complicado. Com a eleição na Argentina, Lula perdeu seu principal interlocutor, seu principal aliado, que era o governo peronista. E não é um aliado qualquer, é o mais importante na América do Sul. Aí, ele perde também dentro do Mercosul, em que nem o Uruguai nem o Paraguai têm posições ideológicas parecidas às do PT. E, além disso, no resto do continente, o Brasil está numa situação duvidosa. O Chile pela segunda vez rejeitou a proposta de mudança na constituição, e o governo está com uma popularidade muito baixa. O Peru é um país com muita instabilidade política, até agora está aquela presidente interina, depois que o impeachment derrubou o presidente, vive uma situação tão agitada que praticamente não conta na política do continente. Colômbia, que poderia ser mais simpática às posições daqui, Gustavo Petro (presidente colombiano) adotou uma postura que é oposta à do Brasil. Petro sugeriu não explorar o petróleo da Amazônia, coisa que o Lula não quis aceitar. Neste continente, agora, Lula tem um espaço muito pequeno. Tanto que a ideia que ele tinha de refazer a Unasul não deu certo.
Mas no caso da Guiana, o Brasil tem feito uma certa mediação…
No caso da Guiana é verdade que ele contribuiu para essa reunião que houve entre Maduro e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, tanto que o segundo encontro vai ser aqui. Mas é um problema que não precisava existir se não fosse Maduro ter criado essa dificuldade. Um panorama que ficou muito mais desfavorável para o Lula. Não digo que seja culpa dele, mas que ele apostou num homem e deu errado.
O senhor acha que Lula atingiu os objetivos que se propôs na política externa para este primeiro ano de governo?
Alguns dos primeiros objetivos que ele anunciou, ele conseguiu atingir. O Brasil estaria de volta, sairia da situação de pária. Delineou um programa que ele cumpriu. Voltou a se tornar um parceiro ativo e, graças à política de meio ambiente, ele conseguiu romper aquele isolamento, a condição de pária que o Bolsonaro havia criado. Grande parte do isolamento se devia à política de meio ambiente, povos indígenas. Isso mudou e é uma parte positiva do governo. E não mudou só no discurso. Mudou de verdade. Teve a nomeação de Marina Silva, a campanha contra o garimpo ilegal em Roraima, com a destruição dos equipamentos, a campanha para diminuir o desmatamento da Amazônia, que diminuiu muito. Então, esse lado, eu acho altamente positivo. Há uma situação bem melhor.
Mas o mundo é muito diferente daquele dos dois primeiros mandatos dele…
Ele não conseguiu voltar a ter a admiração que tinha nos dois primeiros mandatos porque, naquela ocasião, ele aparecia como um homem que defendia causas que os ocidentais também defendiam. Mas, neste momento, algumas causas que o Lula tem procurado são diferentes dos países ocidentais. A começar pela Ucrânia, que ele teve, desde o início, uma posição muito de zigue zague, muito incerta. Ele já deu cinco ou seis declarações, e o que se sustenta é que, no fundo, ele tem uma atitude benevolente em relação ao Putin, à Rússia. Esse tipo de coisa o coloca num rumo de colisão com os Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha. Ninguém simpatiza com essa posição do Brasil em relação à Ucrânia. Também no caso de Israel, ele tem exagerado um pouco nas palavras, embora haja no mundo uma grande preocupação com o que está acontecendo lá. Ele é admirado hoje pelos direitos humanos e sobretudo pelo meio ambiente em que ele realizou muita coisa.
Como o senhor interpreta a decisão do Brasil apoiar a acusação da África do Sul contra Israel na CIJ?
Interpreto a decisão (de apoiar a ação da África do Sul) como uma pressão sobre Israel. Não acho que a Corte Internacional vá dá um parecer favorável à alegação de genocídio porque a Convenção (para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio) tem uma definição muito estrita e o nível para provar isso é muito difícil porque é preciso provar a intenção de eliminar um povo. Isso é muito difícil de fazer a não ser em casos como o Holocausto, em que havia um plano deliberado.
Se compreende que o Brasil tenha decidido pesar mais porque a verdade é que, até agora, as tentativas dos americanos para persuadir Israel a moderar em relação à morte de civis não deram resultado. Então se compreende que haja um aumento da pressão internacional. Faço uma interpretação mais política que jurídica.
Particularmente, não acho que o que acontece em Gaza seja um genocídio, pelo menos não pelos atuais critérios, mas, sem dúvida alguma pode se dizer que é uma ação desproporcional ao ataque. Tanto que já tem 23 mil mortes. Isso, por si só, é muito eloquente. Em três meses morreram mais civis, sobretudo mulheres e crianças, que em quase dois anos de guerra na Ucrânia. Os explosivos usados em Gaza são mais poderosos que os usados na Ucrânia. Há uma série de indícios que mostram uma resposta desequilibrada.
Eu vejo a atitude brasileira mais como gesto político.
Depois da fase de argumentação, os juízes terão um tempo para decidir – acredito que deve demorar umas duas semanas – e eles provavelmente vão emitir uma sentença com indicações provisórias. Também no caso da Ucrânia, quando procurou o tribunal pedia uma injunção para que cessassem as operações, algo que os russos nunca fizeram, eles nunca obedeceram essa ordem. É possível que, no caso de Gaza, se faça também uma injunção nesse sentido, exortando Israel a cum cessar-fogo e é pouco provável que Israel aceite. Há quase 20 anos, a corte emitiu uma decisão contrária à construção do muro para cercar territórios palestinos e a muralha foi construída. Não atendeu aos objetivos que Israel pretendia, mas foi construída.
O problema da Corte Internacional de Justiça é exatamente esse. Embora seja a instância judiciária mais elevada do mundo – e a prova disso é que Israel se mobilizou e está se defendendo porque (o julgamento da Corte) tem esse peso moral e político – mas, apesar disso, o tribunal não tem o poder de impor.
Mas é claro que, se toma uma decisão, como se espera, para que Israel interrompa operações, o peso político é muito alto. Ainda que Israel não cumpra a ordem, pode tentar de alguma maneira encurtar esse período para reduzir o desgaste internacional.
Assim como a África do Sul recorreu ao tribunal, Israel está se defendendo, não negou a jurisdição da Corte Internacional de Justiça como fez a Venezuela no caso do Essequibo. A Venezuela foi ao tribunal, mas disse que não aceitava a jurisdição.
Então o senhor acredita que o apoio é mais um gesto para aumentar essa pressão internacional?
Não chega a ser uma surpresa, o próprio Lula falou em genocídio. Eu, pessoalmente, não usaria a palavra porque não acho que seja adequada. Basta ver a diferença entre o que está acontecendo na Faixa de Gaza e o caso que deu origem à convenção contra o genocídio, uma convenção de 1948 que tem como base o Holocausto. Havia um plano deliberado, documentado. E a própria dimensão, morreram 6 milhões de judeus. Hitler eliminou os judeus de parte do continente, que é a definição de Holocausto – a eliminação total ou parcial de um povo. No caso do Holocausto, não há dúvida (que foi genocídio).
Monica Gugliano/Estadão
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