quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

CICLO DE PERDÕES

FIO DA HISTÓRIA --------- ------------- Maria Hermínia Tavares de Almeida | Série Democracia e Educação Instituto Unibanco 26 de jan. de 2023 #Planejamento #Democracia #Brasil Maria Hermínia discorre sobre a importância da defesa da democracia, bem como a relevância do papel dos professores como agentes democráticos. Mesmo sendo o único sistema no qual a sociedade pode resolver suas diferenças de forma pacífica, a democracia está sempre sob ameaça. A pesquisadora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP) fala sobre a atribuição dos educadores na proteção da doutrina democrática. Este é o sétima episódio da websérie “Democracia e Educação”, produzida pelo Instituto Unibanco, que busca abrir diálogos e gerar reflexões sobre o futuro do Brasil. ------------ Maria Hermínia Tavares - Avenida dos vencidos Folha de S. Paulo No Brasil, extrema direita se vale das regras democráticas para avançar sua agenda reacionária O entusiasmo da multidão que Jair Bolsonaro levou à avenida Paulista, no domingo, 25/2, não foi suficiente para esconder que ali se saudava um derrotado: nas urnas e no intento de permanecer no poder por meio de um golpe. Este só não se consumou porque as instituições democráticas e as lideranças que as animam, no Estado e na sociedade, barraram-lhe os passos. Não foi por outra razão que, vencido, o ex-presidente abandonou a retórica incendiária –sua marca desde sempre– pela moderação, loas à democracia e apelos autointeressados de pacificação e anistia para os conspiradores –de gravata ou farda– e para os descerebrados que invadiram a praça dos Três Poderes. Suas juras de lealdade ao sistema representativo valem tanto quanto a negação de que tramou contra ela antes, durante e depois da disputa presidencial. Mas, como a extrema direita não é fenômeno episódico –está aí para ficar na nossa vida política–, cabe perguntar até que ponto ela pode constituir ameaça existencial à ordem democrática. A resposta não está no campo da teoria ou dos princípios, mas na solidez das instituições públicas e sociais em que se arrima o edifício democrático. Velho conhecido dos latino-americanos, o populismo –agora da direita radical–, desde a segunda década do século, ganhou espaço político nos países onde o sistema representativo liberal existia de há muito, onde era mais jovem e naqueles que pareciam caminhar em sua direção, depois da Guerra Fria. Neste último caso, a livre competição eleitoral, o controle recíproco dos Poderes e as liberdades públicas vêm sendo limitados, em maior ou menor grau, por setores que, alçados ao governo, se dedicam a solapá-lo. É o que ocorre na Rússia pós-soviética e nos países que outrora figuravam no mapa do socialismo real. E ainda, por outros caminhos, na Venezuela e na Nicarágua, onde o populismo autoritário foi gerado na esquerda. Nas democracias mais antigas, o rumo das coisas pode ser outro. Bem ou mal, a extrema direita, incorporada ao livre jogo eleitoral, parece adaptar-se às regras do regime de liberdades. O caso da Itália, onde o populismo transitou várias vezes entre governo e oposição, é talvez o mais ilustrativo. Não se exclui que, também no Brasil, a extrema direita, derrotada, se adapte às regras democráticas e delas se valha para avançar sua agenda, que será insanavelmente reacionária. P.S. - A discussão dos dilemas de nossa democracia perdeu uma voz ímpar, com a morte do sociólogo Luiz Werneck Vianna. Foi pensador original, intelectual público, democrata raiz, interlocutor instigante e amigo querido. *Professora titular aposentada de ciência política da USP e pesquisadora do Cebrap. _________________________________________________________________________________________________________ ----------- ---------------- "Zona de Interesse": quando o banal é o que aterroriza Isabela Boscov 133.693 visualizações 14 de fev. de 2024 BRAZIL Crítica do filme "Zona de Interesse (The Zone of Interest)", dirigido por Jonathan Glazer com Christian Friedel, Sandra Hüller, Johann Karthaus, Luis Noah Witte, Nele Ahrensmeier, Lilli Falk, Anastazja Drobniak, Cecylia Pekala Em exibição nos cinemas _________________________________________________________________________________________________________ -----------
--------- liliaschwarcz • Áudio original 6.883 curtidas Foto do perfil de liliaschwarcz Oi Gente, já em clima de Oscar, venho aqui falar sobre um dos indicados a melhor filme. Um filme difícil, mas importante. Zona de interesse é uma porrada! A história verídica de Rudolf Höss, um oficial nazista que vive com sua família em uma casa ao lado de Auschwitz. O som do horror é perturbador pra quem assiste e vai também aterrorizar a rotina daquela família supostamente bem estruturada. Um filme fora da curva que vale a pena o ingresso. Se você já assistiu, me conta aqui o que achou. #oscar #filme #cinema 8 h _______________________________________________________________________________________________________________ ------------
----------- Ruy Castro - Bolsonaristas de esquerda Folha de S. Paulo Uma massa de católicos ouvindo evangélicos e cantando um explosivo hino contra a ditadura militar As palavras, coitadas, não têm como se defender. Existem para ser usadas e não podem impedir que energúmenos as torturem em palanques, obrigando-as a dizer o contrário do que significam. Foi assim no domingo (25) quando Bolsonaro, a bordo de uma caçamba na avenida Paulista, bradou mais uma vez atuar "dentro das quatro linhas da Constituição", defender o "estado democrático de direito" e lutar pela "nossa liberdade". Suas quatro linhas estão a léguas das preconizadas pela Constituição ---que ele nunca abriu em dias de sua vida. Quanto ao dito estado democrático, não será o que ele levou anos solapando, corrompendo militares, autoridades e agentes da lei para se eternizar no poder. E a liberdade refere-se à dele, ao pedir anistia para os "pobres coitados" que induziu ao 8/1 em Brasília, sabendo que, se ela vier, o livrará das grades. Típico também de Bolsonaro jogar a culpa pelo 8/1 nos "pobres coitados", insinuando que eles fizeram aquelas barbaridades por si próprios. É intrigante saber que, pelas pesquisas, eram católicos 43% dos presentes ao ato convocado por um pastor, o notório Silas Malafaia, e estrelado pela profetisa do apocalipse Michelle Bolsonaro, contra apenas 29% de evangélicos propriamente ditos. E mais pândego ainda ouvir seus seguidores entoarem o explosivo hino da esquerda brasileira, "Caminhando (Para Não Dizer que Não Falei das Flores"), de Geraldo Vandré, que levantou o Maracanãzinho num festival em 1968, em protesto contra a ditadura que Bolsonaro defende. Nada enfurecia mais os militares daquela época do que os versos "Há soldados armados, amados ou não/ Quase todos perdidos de armas na mão/ Nos quartéis lhes ensinam uma velha lição/ De morrer pela pátria e viver sem razão." Exceto Bolsonaro, que sabia muito bem, alguém na Paulista entendia o que estava cantando? Ah, agora já sei! Eram os bolsonaristas de esquerda. _________________________________________________________________________________________________________ “Parece confissão”, diz Gilmar Mendes sobre Bolsonaro citar minuta Metrópoles 29 de fev. de 2024 Para Gilmar Mendes, ministro do Superior Tribunal Federal (STF), as declarações feitas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre uma minuta do suposto golpe de Estado – ou “estado de sítio” –, que seria decretado em 2022, parecem uma confissão de que ele sabia da existência do documento. Notícia Estadão Política Gilmar Mendes diz que declaração de Bolsonaro sobre minuta do golpe ‘parece’ confissão; veja vídeo Ministro do STF afirma que anistia pelo 8 de Janeiro ‘não faz menor sentido’ e que MPF firmou acordos de leniência da Lava Jato em ambiente de ‘coerção’ Foto do author Lavínia Kaucz Foto do author Lorenna Rodrigues Por Lavínia Kaucz (Broadcast) e Lorenna Rodrigues (Broadcast) 28/02/2024 14h30 Atualização: 28/02/2024 16h32 ____________________________________________________________________________________ ------------
------------ Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil ------------ ENTREVISTA Declaração de Bolsonaro sobre minuta de golpe "parece" uma confissão, diz Gilmar Mendes Para ministro, anistia para os investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro "não faz o menor sentido" Por Agência O Globo 29/02/24 às 10H02 atualizado em 29/02/24 às 11H00 ouça este conteúdo O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou, em entrevista para o Estadão, que as declarações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a minuta que supostamente decretaria um golpe de Estado no Brasil em 2022 “parece” uma confissão de que ele teria conhecimento da existência do documento. No domingo, 25 de fevereiro, durante manifestação convocada pelo ex-presidente na Avenida Paulista, que reuniu cerca de 185 mil pessoas, Bolsonaro falou sobre o documento encontrado pela PF ao negar a tentativa de golpe. — O que é golpe? É tanque na rua, é arma, conspiração. Nada disso foi feito no Brasil — disse Bolsonaro. — Agora o golpe é porque tem uma minuta do decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha paciência — O ex-presidente ainda comentou que “o Parlamento quem decide se o presidente pode ou não editar um decreto de estado de sítio.” Ao ser perguntado se via a declaração como uma confissão, o ministro do STF disse: “Parece que sim. Que todos sabiam”. Para Mendes, Bolsonaro deixou uma situação de “possível autor intelectual para pretenso autor material” da tentativa de golpe de Estado. Leia também • Bolsonaro queria Moraes preso, mas tirou prisão de Pacheco e Gilmar da minuta do golpe• Moro "emparedou" o STF na Lava Jato, diz Gilmar Mendes• Saidinha temporária: Gilmar Mendes diz que simples endurecimento dos regimes prisionais leva a motim — Temos esses dados e por isso talvez ele decidiu fazer esse movimento, para mostrar que tem apoio popular, que continua relevante na opinião pública. Isso não muda uma linha em relação às investigações, nem muda qualquer juízo ou entendimento do STF — afirmou. Para Gilmar Mendes, há elementos “severos que indicam intuitos golpistas” e que precisam ser aprofundados. “Tenho certeza de que, no momento em que estamos falando, a Polícia Federal está muito avante”, completou. Ele complementou dizendo que a anistia para os investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, defendida por Bolsonaro na Paulista, “não faz o menor sentido”. O senador Hamilton Mourão (Republicanos -RS) apresentou um projeto de lei que concede anistia aos envolvidos. — Estamos falando da ameaça mais grave à democracia em todos esses anos pós-ditadura. Aqueles que tiveram participação menor no evento já foram consagrados com medidas muito mais leves. A maioria dessas pessoas foi liberada. Essa dosimetria a Justiça já está fazendo — disse o ministro. _______________________________________________________________________________________ ------------ -------------- VEJA ANÁLISE DA ENTREVISTA EM QUE LULA FALA DA MANIFESTAÇÃO BOLSONARISTA | COM @MeteoroBrasil MyNews 939 mil inscritos 19.879 visualizações Transmissão ao vivo realizada há 23 horas #segundachamada #MyNews #segundachamada No Segunda Chamada desta quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024, a entrevista do presidente Lula sobre os últimos acontecimentos políticos. Lula falou pela primeira vez sobre manifestação pró-Bolsonaro, em conversa com o jornalista Kennedy Alencar. Para analisar a entrevista, Afonso Marangoni e João Bosco Rabello recebem os jornalistas Vanda Célia e, de São Paulo, Álvaro Borba, do @MeteoroBrasil. --------- Ciclo de Perdões (22:59) Que realimentam essa dinâmica de golpes de ciclos em ciclos no Brasil. Essa oportunidade, se for desperdiçada, pelo menos a minha geração pode desistir de ver qualquer coisa. Também achei infeliz a fala de Lula. No momento em que ele fala, ele não quer ficar remoendo 64. Tudo bem, ele pode ter tido a melhor das intenções. Tem um erro de timing e um erro de foco. Porque o que se tentou agora no Brasil foi reeditar 64. Claro, com intenção renovada. Mas o próprio mentor disso tudo, lá atrás, não pode esquecer que o General Villas Boas era dele mesmo a afirmação de que era preciso reescrever 64. Porque, na visão dele, permaneceu a versão de esquerda. Ou seja, como ele dizia, verdade da esquerda. Não há a menor dificuldade em entender esse fio da história, não é? Então, por isso, mesmo agora, é a oportunidade singular de encerrar esse ciclo de perdões que está sendo tentado de novo. E, como disse o Borba, com muita gente naturalizando isso. Isso é apenas uma arquitetura moderna. É de arrepiar. A política, não só a política, mas especialmente a política, ela vive do exercício do poder. Coisas que no Brasil já estão sendo, como dizia, a imagem do 8 de janeiro depredada há muito tempo. Perfeito!" _________________________________________________________________________________________________________

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