sábado, 24 de fevereiro de 2024

MEMÓRIA É ALGO

"Memória é algo incrível, não é? Ela nos permite reviver momentos preciosos, aprender com o passado e moldar nosso futuro. É como um arquivo de nossa história pessoal, repleto de lembranças que nos fazem quem somos." ------------
------------ _________________________________________________________________________________________________________ ALGO É ANAGRAMA DE OLGA _________________________________________________________________________________________________________ ----------- Nome completo Olga Gutmann Benário Prestes Nascimento 12 de fevereiro de 1908 Munique, Reino da Baviera, Império Alemão Morte 23 de abril de 1942 (34 anos) Bernburg, Saxônia-Anhalt, Alemanha Nazista Etnia Judia Cônjuge Otto Braun (1926–1931) Luís Carlos Prestes (1934–1942) Filho(a)(s) Anita Leocádia Prestes Ocupação Militante política ------------ -------------- VIBRAÇÕES - JACOB DO BANDOLIM & CONJUNTO ÉPOCA DE OURO - CEM ANOS Antônio Bocaiúva JACOB DO BANDOLIM Jacob Pick Bittencourt, considerado o melhor bandolinista brasileiro, integrante do grupo Época de Ouro, completaria 100 anos em 2018. Jacob Pick Bittencourt (1918-1969), conhecido como Jacob do Bandolim, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 14 de fevereiro de 1918. Filho do capixaba Francisco Gomes Bittencourt e da polonesa Raquel Pick. Jacob do Bandolim e Conjunto Época de Outro PESSOAL: Jacob, bandolim – Dino 7 Cordas (Horondino José da Silva), violão. César Farias (Benedito César Ramos de Faria) e Carlinhos, (Carlos Fernando de Carvalho Leite) violões Jonas, (Jonas Pereira da Silva) cavaquinho – Gilberto D’Ávila, pandeiro – Jorginho, (Jorge José da Silva) percussão VIBRAÇÕES (Jacob do Bandolim) LP VIBRAÇÕES – RCA CAMDEN RCA VICTOR 1967 CD VIBRAÇÕES SÉRIE ACERVO - 1993 PARA REGINA HELENA – VÍDEO EDITADO POR ANTÔNIO AUGUSTO DOS SANTOS, ANTAUGSAN, BOCAIUVA, SEM FINS LUCRATIVOS, PARA COMEMORAR OS CEM ANOS DE NASCIMENTO DO GÊNIO DO CHORO PACOB PICK BITTENCOURT, MAIS CONHECIDO COMO JACOB DO BANDOLIM FOTOS E IMAGENS DA INTERNET. SE ALGUÉM JULGAR-SE PREJUDICADO NOS DIREITOS AUTORAIS DA MÚSICA, FAVOR COMUNICAR-SE COM bocayuvamaster@gmail.com QUE, SE FOR O CASO, RETIRAREI A MÚSICA DO VÍDEO. BOCAIUVA – DIVINÓPOLIS – MG – RHP – 3.3.2018 - AAS Shorts que remixam esse vídeo _________________________________________________________________________________________________________ ------------
-------------- Luiz Jorge Werneck Vianna (1938-2024) - A Terra é Redonda ----------- _________________________________________________________________________________________________________ O tributo ao sociólogo Luiz Werneck Vianna é uma celebração de sua vida dedicada ao estudo e à compreensão da sociedade brasileira. Sua obra seminal e seu compromisso com a análise crítica dos processos políticos e sociais deixaram uma marca indelével nas ciências sociais do país. Sua abordagem, fundamentada em um realismo crítico e uma busca incansável por compreender as complexidades do Brasil, inspirou gerações de estudiosos e ativistas. Werneck Vianna não apenas contribuiu para o entendimento da história brasileira, mas também lançou luz sobre as possibilidades de transformação social e política em um contexto de desigualdade, injustiça e violência. Sua visão da política como um processo contínuo de criação coletiva, longe de se limitar a momentos eleitorais, ressoa profundamente em um país em constante busca por uma democracia mais robusta e inclusiva. A homenagem prestada a Werneck Vianna não apenas reconhece sua vasta contribuição intelectual, mas também mantém viva sua memória como um exemplo de erudição, generosidade e indignação diante das injustiças. Seu legado continuará a inspirar aqueles que lutam por um Brasil mais justo e igualitário. 'Já então, formulava a tese de que era indispensável olhar o mundo a partir dos atores que nele se moviam. “Os fatos não passam de fatos e só vêm a integrar o campo da política na medida em que são organizados e interpretados por quem é ator em política”, escreveu Werneck numa passagem luminosa. “Pois a constituição de uma interpretação não é arbitrária e a concatenação dos fatos políticos depende de como o ator se inscreve na formação econômico-social concreta.” A obra de Werneck Vianna foi decisiva para que compreendêssemos melhor a história brasileira, estabelecendo um modo de pensar a sociedade, o Estado, a política e a democracia. Para ele, a política era criação de Estados, de vida coletiva e de domesticação democrática do poder, não se reduzia a momentos eleitorais, nem muito menos podia ser tratada como “produzida de cima para baixo, subestimando a capacidade da sociedade de se auto-organizar sem a indução benevolente de um governo compadecido”. Homenageá-lo hoje é manter viva a memória de um combativo, erudito, generoso e indignado intelectual, que olhou um país desigual, injusto e violento como o Brasil com lucidez e esperança, apostando na força da sociedade civil e no potencial desbravador da política. Foi um privilégio poder ter sido seu amigo e aprender com seu pensamento. Devemos muito a ele.' *É professor titular de Teoria Política da Unesp https://gilvanmelo.blogspot.com/2024/02/marco-aurelio-nogueira-luiz-werneck.html ________________________________________________________________________________________________________ -------------
------------ Luiz Sérgio Henriques* - A morte de Luiz Werneck Vianna A morte de Luiz Werneck Viana (1938-1924) interrompe a trajetória de um dos mais brilhantes intelectuais da sua geração. Sua obra tem característica ímpar por vários aspectos, entre os quais o de aliar rigor teórico e empenho político em alto grau. Um segundo aspecto é que o primeiro livro de Werneck Vianna já nasce como obra-prima inconteste e ponto de referência dos estudos que viriam depois: trata-se de "Liberalismo e sindicato no Brasil", publicado originalmente em 1976. A rigor, embora o autor fosse enveredar por temas distintos no correr dos anos, "Liberalismo e sindicato" é um primeiro movimento que seria retomado sucessivamente em outros livros, sempre em torno dos caminhos da modernização brasileira, do papel do liberalismo e do corporativismo na nossa "revolução burguesa pelo alto" e, muito especialmente, da posição nela havida pelo movimento sindical e político dos "subalternos". Em 1997, publica uma segunda obra-prima, "A revolução passiva: iberismo e americanismo no Brasil", poderosa reflexão sobre os caminhos e descaminhos da civilização brasileira a partir de um uso absolutamente criativo e nada dogmático do seu amplo conhecimento da obra de Antonio Gramsci. Neste livro, além disso, há poderosas sugestões para o entendimento da mudança social em todo e qualquer contexto "ocidental", no sentido gramsciano. Mais uma vez, domínio dos conceitos e preocupação com a esfera pública se dão as mãos de uma forma difícil de encontrar em outros autores do marxismo brasileiro. A face propriamente política da produção de Werneck Vianna é também surpreendente. Militante do antigo PCB (Partido Comunista Brasileiro), participou ativamente da elaboração de programas do Movimento Democrático Brasileiro e foi autor de inúmeros ensaios sobre conjuntura política. Werneck Vianna, neste sentido, terá sido o teórico mais fecundo, coerente e decisivo da "frente democrática" que levaria ao fim da ditadura de 1964. Na juventude Werneck Vianna fez parte da última grande geração de artistas e intelectuais do PCB, reunidos em torno do Centro Popular de Cultura, da UNE. Era comum ouvir da boca do nosso autor, com lealdade e fidelidade, os nomes de Vianninha, Paulo Pontes, Ferreira Gullar, Leon Hirschman, Carlos Estevam Martins, alguns dos quais precocemente desaparecidos. Saber teórico e intervenção prática também estão presentes na série de estudos que liderou sobre a institucionalização da ciência social, bem como a magistratura e o poder judiciário no Brasil. Ou seja, novamente a questão dos intelectuais, registro da formação gramsciana. A registrar, ainda, o fato de que a maior parte desta atividade aconteceu no antigo Iuperj. Nos últimos anos foi professor do Departamento de Sociologia da PUC-Rio e presença constante no debate público através de artigos na imprensa, em particular O Estado de S. Paulo. *Tradutor, ensaísta, é um dos organizadores das Obras de Gramsci no Brasil _________________________________________________________________________________________________________ ----------- ------------- Sorri Djavan ----------- Ricardo José de Azevedo Marinho* - O sorriso esperançoso de Luiz Werneck Vianna Luiz Werneck Vianna é a redenção do Brasil. Sua grande vida é um exemplo para a hora que vivemos. Ele viveu como quis, isto é, da maneira mais digna. Castigado pela vida e perseguido por quem o temia, nunca conheceu o medo nem o desânimo, por isso foi um vencedor. Ele lutou por cada minuto de toda a sua existência, mesmo quando a morte o atingiu. Sempre soube abraçar as palavras para se fazer ouvir pelos humildes sobre cujos ombros chegou à última morada. Sua vida heroica foi seu único discurso ouvido até o último canto do país por inúmeros brasileiros que, hoje velando a morte do Mestre, aguardam a sua hora. Nós que estivemos e estaremos sempre com ele, já conhecemos um caminho que nossos descendentes, a nova geração, seguirão. Se ele queimou a sua vida nas chamas do amor e da ciência, ansioso por iluminar corações e mentes, a tocha vermelha que acendeu para iluminar o caminho seguirá de mão em mão entre a multidão de hoje que ainda treme, que ainda só conhecem o suplicar. Elas e eles só sabem que o amanhã é grande e que terão que deixar rastros de suas vidas no caminho. Werneck fica para nós como exemplo e como mandato. Werneck é um símbolo, e hoje é também um sinal. Os leves sorrisos esperançosos de Werneck! Fluíam de sua alma e alcançavam seus olhos como uma chama. Acima da miséria moral e intelectual dos outros, que sempre o perseguiam, o seu sorriso espalhava-se como um sol. Sorriso que iluminaram todos os caminhos, que iluminaram todas as inteligências, que confortaram todos os corações. É a aurora de dias melhores que ele sempre buscou prever; era sua bandeira, sua canção. Vejo mais que o rosto, o sorriso do otimismo da vontade de Werneck. Era toda uma gama: gentileza, ternura, ironia, zombaria, expressada por seus lábios, mestres na arte de sorrir. E quando o sorriso saia dos lábios, se adentrava, eram os gorjeios de um pássaro louco, seguro de sua liberdade apesar de sua conjuntura. Quanta alegria, quanta força. Acontece que para sorrir assim é preciso ter visto a verdade de frente sem tremer. Só os heróis sorriem assim e Werneck foi um grande da cultura heroica. O sorriso esperançoso era sua arma mais certeira. Com ela puniu a covardia, com ela encorajou e abriu caminhos desconhecidos para nós. Quem caminha pelas estradas virgens sorri com o sorriso do Mestre. Werneck: ao sopro de seu sorriso esperançoso um mundo se abriu. *Presidente do Conselho Deliberativo da CEDAE Saúde e professor do Instituto Devecchi, da Unyleya Educacional e da UniverCEDAE. _________________________________________________________________________________________________________ -----------
----------- Paulo Fábio Dantas Neto* - Luiz Werneck Vianna Brilhantemente, como pensava; inconfundivelmente, como escrevia; contundentemente, como falava; assertivamente, como orientava; calorosamente, como acolhia; implacavelmente, como advertia, generosamente, como se doava e intensamente (muito intensamente) como viveu e plantou vida em todas as pessoas e tempos verbais - nas circunstâncias que teve de encarar e pelas veredas que sua inteligência e lucidez abriram - Luiz Werneck Vianna instala-se agora, espaçosamente, inapelavelmente, definitivamente, na memória de quem o leu, ouviu e conheceu. Fica alguma esperança de que seus pares no ofício acadêmico saibam praticar o amor intelectual que ele lhes ensinou a cultivar no debate público e que o Brasil preste atenção e se beneficie da amizade radicalmente humana que sua rara qualidade de homem especialíssimo dedicou ao mundo dos comuns. Sua memória de sábio e de trabalhador da ciência e da política será tão obcecada quanto foi o seu intelecto vivo na incessante busca de animar a nossa revolução passiva. Interpretando o Brasil por esse critério, Werneck encarnou, em vida, o mister de uma esquerda positiva. Sua pauta segue em aberto: dizer sim à democracia política, aqui e alhures, como valor e sempre também como experiência particular; acionar a política para reformar e transformar a sociedade conservando o país; mobilizar o país para internalizar as luzes e o sentimento do mundo. A memória de Werneck segue pedindo política. Segue no encalço do "ator" que faça da vontade por um mundo justo e um planeta sustentável mais que consignas de um evento global. Desde já ela fustiga os juízos dos ministros do G20, trazidos ao seu Rio de Janeiro querido para, ainda que involuntariamente, testemunhar o exato momento em que se prepara os seus funerais. Chamemos isso, ou não, conforme seja a crença de cada qual, de um desígnio da Providência, é no mínimo, uma feliz coincidência. Que deve ser convertida na primeira homenagem que lhe devemos. *Cientista político e professor da UFBa _________________________________________________________________________________________________________ -------------
---------- Luiz Eduardo Soares* - Perdemos um gigante: Luiz Werneck Vianna Amigos e amigas, perdemos, hoje (21.2.2024), um gigante: Luiz Jorge Werneck Vianna, aos 85 anos. Uma vida inteira dedicada a pensar o Brasil e a mudar esse país tão desigual e violento. Foi ele que me recebeu no partido comunista brasileiro nos anos 70, na clandestinidade. Foi ele quem me ensinou a analisar a conjuntura, distinguir tática e estratégia, reler Marx e Gramsci com os olhos postos no presente, sem dogmatismos. Sua coragem, sua independência, seu espírito crítico, sua devoção à causa coletiva -sonhando um socialismo renovado, aberto e brasileiro- foram e são exemplos para minha geração e as seguintes. Em tudo que fazia punha toda a sua paixão. Era lucidez, inteligência, compromisso e paixão. Um erudito discreto, mas transgressor, uma usina exuberante de afeto e generosidade, às vezes disfarçada pela aspereza dos rompantes. Não conheço ninguém mais ético no desempenho de sua função acadêmica, ninguém mais avesso a cálculos carreiristas e a acomodações pusilânimes, ninguém mais íntegro. Tive o privilégio extraordinário de ser seu aluno, amigo e companheiro, e de aprender com ele, mesmo quando divergíamos. Nos últimos tempos, quando problemas de saúde o limitavam, ele se mantinha otimista, absolutamente confiante num futuro radicalmente democrático e socialista, apesar de tudo. Werneck parte, nos deixa desolados e muito mais pobres, mas, como talvez dissesse: parte cheio de esperança no trabalho da história. Todas as homenagens que prestemos à sua memória serão insuficientes para retribuir o que lhe devemos. Ele nos deixa como herança, à qual temos o dever de não renunciar, sua comovente fé laica nas classes populares e no potencial criador da política, aliada ao pensamento crítico. Querido Werneck, o enorme contingente de seus alunos, colegas, camaradas e amigos, enquanto tivermos força, estaremos na luta e, de pé, ouvindo seu nome, diremos, juntos: presente! *Antropólogo e cientista político _________________________________________________________________________________________________________ ----------
------------- Luiz Werneck Vianna (1938-2024) - Estadão ----------- Marco Aurélio Nogueira* - Luiz Werneck Vianna (1938-2024) O Estado de S. Paulo Homenageá-lo hoje é manter viva a memória de um combativo, erudito, generoso e indignado intelectual, que olhou um país desigual, injusto e violento como o Brasil com lucidez e esperança Com o falecimento do sociólogo Luiz Werneck Vianna, ocorrido no último dia 21 de fevereiro, perderam as ciências sociais brasileiras um de seus mais importantes pesquisadores, autor de obras seminais e um incansável trabalhador intelectual, figura pública de rara envergadura. Eu o conheci em meados dos anos 1970, nos ambientes frequentados por socialistas, comunistas e liberais democráticos, que formavam a esquerda do então MDB. Werneck acabara de defender sua tese de doutoramento (Liberalismo e sindicato no Brasil, 1976) e me lembro da generosidade com que recepcionou a resenha crítica que fiz do livro, na Folha de S.Paulo. Nas reuniões políticas que então transcorriam, sua mente se destacava pela argúcia e pela firmeza de convicções. Não abria mão do marxismo e não ocultava seus vínculos com o Partido Comunista Brasileiro (PCB), mas não era um dogmático e recepcionava com respeito e admiração as mais diversas matrizes de pensamento. Demarcava um espaço dedicado a encontrar pontos de equilíbrio e consenso, sem os quais, dizia, seria impossível construir uma oposição produtiva à ditadura e uma democracia sustentável. Já então, formulava a tese de que era indispensável olhar o mundo a partir dos atores que nele se moviam. “Os fatos não passam de fatos e só vêm a integrar o campo da política na medida em que são organizados e interpretados por quem é ator em política”, escreveu Werneck numa passagem luminosa. “Pois a constituição de uma interpretação não é arbitrária e a concatenação dos fatos políticos depende de como o ator se inscreve na formação econômico-social concreta.” Ao longo do tempo, Werneck faria dessa tese a base das formulações sobre a sociedade brasileira, suas transformações e suas possibilidades, determinadas por um dramático processo de “revolução passiva”, conceito que ele absorveu criticamente de Antonio Gramsci e com o qual procurou compreender a complexa e difícil emergência de atores com força reformadora que, no Brasil contemporâneo, não conseguiam escapar dos mecanismos de cooptação postos em prática pelo Estado. A cooptação, para Werneck, travava e bloqueava, mas não impedia que avanços moleculares acontecessem: o Estado não agia sozinho, como um ente autônomo, mas era modelado pelos interesses sociais, que de certo modo o privatizavam. O Brasil se modernizaria em compromisso com o atraso histórico. Revoluções ocorreram em condições de “modernização conservadora”, quer dizer, sem “rupturas radicais” com o status quo, ou seja, de maneira processual. Bom exemplo disso está no livro A revolução passiva: iberismo e americanismo no Brasil (1997). Werneck foi um acadêmico diferenciado. Pesquisou e estudou muito, transitando entre a teoria, a leitura dos grandes clássicos, o Direito e a Sociologia. Seu foco primordial, no entanto, era a política, que abordava a partir de um realismo crítico bem elaborado e de uma incansável preocupação de compreender o quadro social em sua integridade. Werneck foi um apaixonado pelo trabalho que realizava. Tinha seus princípios e suas convicções, mas não deixava de assimilar o que pensavam e escreviam os intelectuais que caminhavam em outras direções. Não era um conciliador, mas sim um pensador aberto ao mundo das ideias e inconformado com a situação política e social do Brasil. Suas inquietações ganhavam corpo a partir de um diálogo criativo com as questões públicas mais importantes de cada conjuntura, sempre atento às possibilidades que se ofereciam a um movimento democrático que se posicionasse de modo amplo e plural. Por isso, quando, em 2010, a Universidade Federal de Juiz de Fora publicou um livro com artigos que discutiam sua obra e sua trajetória, os organizadores (Rubem Barboza Filho e Fernando Perlatto) foram felizes em dar ao livro o título de Uma sociologia indignada, expressão que cabia como uma luva na persona e na produção de Werneck, “um intelectual admirável não apenas pela sua obra acadêmica e pela sua relevante inscrição na esfera pública, mas por uma enorme generosidade e respeito com seus colegas de profissão e seus alunos”. A obra de Werneck Vianna foi decisiva para que compreendêssemos melhor a história brasileira, estabelecendo um modo de pensar a sociedade, o Estado, a política e a democracia. Para ele, a política era criação de Estados, de vida coletiva e de domesticação democrática do poder, não se reduzia a momentos eleitorais, nem muito menos podia ser tratada como “produzida de cima para baixo, subestimando a capacidade da sociedade de se auto-organizar sem a indução benevolente de um governo compadecido”. Homenageá-lo hoje é manter viva a memória de um combativo, erudito, generoso e indignado intelectual, que olhou um país desigual, injusto e violento como o Brasil com lucidez e esperança, apostando na força da sociedade civil e no potencial desbravador da política. Foi um privilégio poder ter sido seu amigo e aprender com seu pensamento. Devemos muito a ele. *É professor titular de Teoria Política da Unesp _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________
---------- "Aí, Guilherme Augusto foi visitar Dona Antônia e deu a ela, uma por uma, cada coisa de sua cesta." / "Que criança adorável que me traz essas coisas maravilhosas", pensou Dona Antônia. _________________________________________________________________________________________________________ ------------ "Que cena encantadora! Parece que Guilherme Augusto é uma criança muito gentil e atenciosa, e Dona Antônia certamente ficou tocada por sua bondade. É tão bonito ver esses gestos simples de generosidade e cuidado, não é? Essas pequenas ações podem iluminar o dia de alguém e criar laços preciosos entre as pessoas." ---------- Guilherme Augusto Araújo Fernandes Capa comum – 12 junho 2002 Edição Português por Mem Fox (Autor), & 2 mais Este título é o nome do personagem, que era vizinho de um asilo de idosos, todos seus amigos. Mas era de Dona Antônia que ele mais gostava.. Então, monta uma cesta e vai levá-la a Dona Antônia. Quando ela recebe os presentes 'maravilhosos', conchas, marionete, medalha, bola de futebol e um ovo ainda quente, cada um deles lhe devolve a lembrança de belas histórias.Quando soube que ela perdera a memória, quis saber o que isso significava e foi perguntar aos outros moradores do asilo. Como resposta, ouve que memória é algo: bem antigo, que faz chorar, faz rir, vale ouro e é quente. _________________________________________________________________________________________________________ ----------
------------ ESCOLA MUNICIPAL IRMÃ FILOMENA RABELO LÍNGUA PORTUGUESA - 21ª SEMANA - QUARENTENA – 6º ANO Professora Maria - Treze Tílias, 09 de setembro de 2020. Leia. Era uma vez um menino chamado Guilherme Augusto Araújo Fernandes e ele nem era tão velho assim. Sua casa era ao lado de um asilo de velhos e ele conhecia todo mundo que vivia lá. [...] Mas a pessoa que ele mais gostava era a Sra. Antônia Maria Diniz Cordeiro, porque ela também tinha quatro nomes, como ele. Ele a chamava de Dona Antônia e contava-lhe todos os seus segredos. Um dia, Guilherme Augusto escutou sua mãe e seu pai conversando sobre Dona Antônia. - Coitada da velhinha, disse sua mãe. - Por que ela é coitada? perguntou Guilherme Augusto. - Porque ela perdeu a memória respondeu seu pai. - Também, não é para menos disse sua mãe. Afinal, ela já tem noventa e seis anos. - O que é memória? perguntou Guilherme Augusto. Ele vivia fazendo perguntas. - É algo de que você se lembre respondeu o pai. Mas Guilherme Augusto queria saber mais; então, ele procurou a Sra. Silvano que tocava piano. - O que é memória? perguntou. - Algo quente, meu filho, algo quente. Ele procurou o Sr. Cervantes que lhe contava histórias arrepiantes. - O que é memória? perguntou. - Algo bem antigo, meu caro, algo bem antigo. Ele procurou o Sr. Valdemar que adorava remar. - O que é memória? perguntou. - Algo que o faz chorar, meu menino, algo que o faz chorar. Ele procurou a Sra. Mandala que andava com uma bengala. - O que é memória? perguntou. - Algo que o faz rir, meu querido, algo que o faz rir. Ele procurou o Sr. Possante que tinha voz de gigante. O que é memória? perguntou. - Algo que vale ouro, meu jovem, algo que vale ouro. Então Guilherme Augusto voltou para casa, para procurar memórias para Dona Antônia, já que ela havia perdido as suas. Ele procurou uma antiga caixa de sapatos cheia de conchas, guardadas há muito tempo, e colocou-as com cuidado numa cesta. Ele achou a marionete, que sempre fizera todo mundo rir, e colocou-a na cesta também. Ele lembrou-se, com tristeza, da medalha que seu avô lhe tinha dado e colocou-a delicadamente ao lado das conchas. Depois achou sua bola de futebol, que para ele valia ouro; por fim, entrou no galinheiro e pegou um ovo fresquinho, ainda quente, debaixo da galinha. Aí, Guilherme Augusto foi visitar Dona Antônia e deu a ela, uma por uma, cada coisa de sua cesta. E então ela começou a se lembrar. Ela segurou o ovo ainda quente e contou a Guilherme Augusto sobre um ovinho azul, todo pintado, que havia encontrado uma vez, dentro de um ninho, no jardim da casa de sua tia. Ela encostou uma das conchas em seu ouvido e lembrou da vez que tinha ido à praia de bonde, há muito tempo, e como sentira calor com suas botas de amarrar. Ela pegou a medalha e lembrou, com tristeza, de seu irmão mais velho, que havia ido para guerra e que nunca voltou. Ela sorriu para a marionete e lembrou da vez em que mostrara uma para sua irmãzinha, que rira às gargalhadas, com a boca cheia de mingau. Ela jogou a bola de futebol para Guilherme Augusto e lembrou do dia em que se conheceram e de todos os segredos que haviam compartilhado. E os dois sorriram e sorriram, pois toda a memória perdida de Dona Antônia tinha sido encontrada, por um menino que nem era tão velho assim. FOX, Mem. Guilherme Augusto Araújo Fernandes. São Paulo: Brinque-Book, 1984. Copie, no seu caderno, as perguntas número 1, 2, 3 e somente a frase que responde corretamente cada uma dessas questões. Apesar de o personagem Guilherme Augusto não saber o que é memória, no fim da história ele entendeu que [A] os adultos confiam na memória dos idosos. [B] os idosos dependem de contato com objetos. [C] a perda da memória é um problema irreversível. [D] os objetos podem despertar lembranças importantes. “Ela sorriu para a marionete e lembrou da vez em que mostrara uma para sua irmãzinha, que rira às gargalhadas, com a boca cheia de mingau.” A palavra sublinhada, dentro do retângulo acima, é um pronome e substitui o nome: [A] Guilherme Augusto [B] Dona Antônia [C] Sr. Valdemar [D] Sra. Mandala “Ele a chamava de Dona Antônia e contava-lhe todos os seus segredos.” A palavra substituída pelo pronome “lhe”, na frase acima, é: [A] Guilherme [B] Dona Antônia [C] todos [D] segredos Escreva, no caderno, somente os dois diálogos. ------------
------------ Para questão abaixo, registre no caderno, a pergunta e a resposta. -----------
No caderno, reescreva somente a fala do primeiro balão da tirinha, na norma padrão da língua portuguesa. -----------
____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ORIENTAÇÕES  Esta é uma atividade avaliativa.  Depois de pronta, deverá ser encaminhada para o meu e-mail: port.profmaria@gmail.com  Prazo máximo de envio: 8 dias.  Em assunto (no cabeçalho do e-mail): escreva seu nome completo e turma. https://trezetilias.sc.gov.br/uploads/sites/463/2021/12/1902443_Atividade_19___6_ano_PORT_Maria.pdf _________________________________________________________________________________________________________ ------------ --------------- Chopin | Performances históricas da era clássica Timeless Classical Music ------------ "Falaram algumas pessoas ontem para se despedir do Werneck. A filha lembrou um episódio divertido: o pai voltou indignado do velório do amigo Leon Hirschman. Girava pela casa, reclamando: “Leon era um homem público, não podia ter um enterro privado, restrito aos familiares”. Ontem havia muita gente da academia, de muitas partes. Muito bom. Da política havia menos: veteranos do partidão, Miro Teixeira (em função de 1982, principalmente), Jandira Feghali e outros que não reconheci. Werneck agora passa para a história intelectual num patamar muito alto, vai haver até tentativas de instrumentalização. Inevitável. Acredito que se sobreporá a todas elas, luminosa figura que sempre foi. Parabéns, Marco!" _________________________________________________________________________________________________________ ------------- ----------- Djavan Luz Acervo da Música Brasileira ---------- Samurai (part. Stevie Wonder) Djavan Letra Significado Ai, quanto querer Cabe em meu coração Ai, me faz sofrer Faz que me mata e se não mata, fere Vai, sem me dizer Na casa da paixão Sai quando bem quer Traz uma praga e me afaga a pele Crescei, luar Pra iluminar as trevas fundas da paixão Eu quis lutar contra o poder do amor Caí nos pés do vencedor Para ser o serviçal de um samurai Mas eu tô tão feliz! Dizem que o amor atrai Yeah, yeah Ai, quanto querer Cabe em meu coração Ai, me faz sofrer Faz que me mata e se não mata, fere Vai, sem me dizer Na casa da paixão Sai quando bem quer Traz uma praga e me afaga a pele Crescei, luar Pra iluminar as trevas fundas da paixão Eu quis lutar contra o poder do amor Caí nos pés do vencedor Para ser o serviçal de um samurai Mas eu tô tão feliz! Dizem que o amor atrai Oh, yeah, yeah, yeah Oh, yeah Yeah! Composição: Djavan. https://www.youtube.com/watch?v=Pnz0fGt59hk _________________________________________________________________________________________________________

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